sábado, 29 de outubro de 2011

Alunos da USP exigem polícia fora do campus

As vezes fico me perguntando o que é AUTONOMIA? Quem tem que ter autonomia é o governo e os órgãos oficias da USP, não os alunos. Tenho a sensação que na USP (é falo isso pq já estudei lá) os alunos pensam e acham que lá é terra de ninguém. Podem tudo. E quando questionados usam o argumento do Estado Democrático de Direito. Pura balela, até porque precisamos da democracia e se a lei diz que é proibido usar drogas ilícitas (é querendo ou não a maconha é uma delas), também vale para a USP. E quando os alunos ingressam na instituição sabem das regras, mas depois querem criar suas próprias regras. Deveriam esses mesmos alunos invadirem a reitoria para pedirem melhores condições de infraestrutura, de aprendizagem. Mas isso não é interessante, até porque precisam de tempo para usar drogas e o estudo fica em segundo plano. Nesse caso concordo sim com o governo, tem que ter mesmo mais policiamento e claro que devem ser treinados, não só para atuar na USP, mas sim em todo espaço público financiado com o dinheiro de todos os contribuintes. Não concordam com as regras? Procurem uma instituição que atenda a suas necessidades e demandas.
Fonte: 29/10/2011 Folha de S.Paulo
O grupo de estudantes da USP (Universidade de São Paulo) que invadiu o prédio da administração da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) afirmou ontem que só desocupará o local se a Polícia Militar deixar de fazer o policiamento no campus do Butantã (zona oeste).
Anteontem à noite, cerca de cem alunos ocuparam o imóvel após um confronto entre estudantes e policiais militares.
A briga ocorreu após a PM deter três estudantes que fumavam maconha em um carro. Segundo a PM, dois policiais e dois jornalistas se feriram e seis carros foram danificados.
Em nota divulgada ontem, os universitários pediram que a PM seja impedida de atuar no campus "em qualquer circunstância".
Além disso, solicitam garantia de autonomia nos espaços estudantis e a retirada dos processos criminais e administrativos contra estudantes, professores e funcionários.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que o eventuais excessos serão apurados, mas que "ninguém está acima da lei". "Não tem nenhum estudante ferido, nós tivemos policial ferido e várias viaturas danificadas." Segundo o DCE, alunos ficaram machucados.
Em entrevista à rádio CBN, o reitor da USP, João Grandino Rodas, defendeu a presença da PM no campus e disse que levará os fatos para análise do Conselho Gestor da universidade. "Se perceber abuso certamente a universidade tomará as cautelas necessárias e fará as ações para que realmente coisas desse tipo não mais voltem a acontecer.
A presença da PM no campus foi decisão quase unânime do conselho, após a morte do aluno Felipe Ramos de Paiva, em maio.
Há 50 dias, a USP assinou convênio com a Secretaria de Segurança Pública que prevê um policiamento especial, mas a ronda ainda é feita por PMs sem preparo específico.

Aluno de três anos vai para delegacia

Absurdo, por mais que a criança seja indisciplinada, não tem sentido esse tipo de postura. Tenho clareza que a boa educação deve ser iniciada desde sempre. Mas isso não é um ato educacional. Que lição que querem dar para essa criança de 3 ANOS DE IDADE? Sei que muitos vão achar ruim, mas nesse caso tem que responsabilizar sim a escola e a diretora, pois se não conseguem controlar uma criança de 3 anos de idade, imagino em uma escola de ensino médio. Isso mostra a falta de preparo de alguns sistemas de ensino quanto a formação e capacitação de seus funcionários em relação a educação infantil, período importante para potencializar as habilidades e competências, assim garantindo um maior sucesso no ensino fundamental. Triste, mas real.
Fonte: 29/10/2011 Josmar Jozino do Agora
Piracicaba - Um menino de três anos foi parar na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), em Piracibaca (162 km de SP), após se envolver em uma briga com a professora de uma creche particular, na última quarta-feira.
Segundo a Polícia Civil, a Guarda Municipal da cidade foi chamada pela direção da creche para conter o menino.
A criança, a professora e a diretora foram levadas para a delegacia.
A docente contou na delegacia que o menino lhe deu chutes e que também quebrou o vidro de uma porta.
De acordo com a Polícia Civil, a criança e a educadora sofreram pequenas lesões.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Alunos do ensino médio com melhores notas no Saresp 2011 ganharão notebooks

Cerca de 400 mil estudantes da 3ª série do Ensino Médio de escolas da rede estadual poderão concorrer a cerca de 12 mil computadores.
Premiação tem como objetivo incentivar maior participação e envolvimento no exame, que será em 29 e 30 de novembro.
A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo vai premiar com cerca de 12 mil notebooks os alunos da 3ª série do Ensino Médio da rede estadual que obtiverem o melhor desempenho na prova deste ano do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp). A iniciativa é inédita e visa incentivar uma maior participação e envolvimento dos estudantes no exame, cujos resultados permitem uma análise mais detalhada sobre a situação da escolaridade na rede pública paulista e servem de base para orientar as políticas voltadas à melhoria da qualidade do ensino.
A premiação contemplará os melhores desempenhos em dois grupos, entre os alunos do período diurno (manhã e tarde) e os do noturno de uma mesma unidade de ensino. Cada escola receberá um número de notebooks equivalente ao de classes de 3ª série do Ensino Médio que possui.
Cerca de 400 mil estudantes da 3ª série do Ensino Médio poderão, com sua participação no exame, concorrer aos prêmios. Serão contemplados os que obtiverem as maiores médias em língua portuguesa e matemática entre as turmas do mesmo período, desde que participem de todas as provas dos dois dias do exame e concluam o Ensino Médio. Os critérios de desempate e outros detalhes serão divulgados por meio da resolução que regulamenta a premiação, que será publicada no “Diário Oficial” do Estado nos próximos dias. Os resultados deverão ser divulgados no primeiro semestre de 2012 e a entrega dos prêmios ocorrerá regionalmente, organizada pelas diretorias de ensino e escolas.
Saresp 2011
Este ano, cerca de 2,3 milhões de estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio participarão das provas Saresp nos dias 29 e 30 de novembro. Participarão alunos de 5.043 escolas estaduais, 3.328 municipais, 226 particulares e 139 técnicas do Centro Paula Souza.
Assim como nos anos anteriores, o Governo do Estado custeará as despesas referentes à aplicação da avaliação nas escolas municipais cujas prefeituras firmaram convênio com a Secretaria de Estado da Educação. No caso das escolas particulares e das ETECs, o custo será arcado pelas próprias instituições.
O Saresp é uma avaliação realizada pela Secretaria da Educação desde 1996, com o objetivo de fornecer informações consistentes, periódicas e comparáveis sobre a situação da escolaridade na rede pública de ensino paulista, a fim de orientar os gestores do ensino no monitoramento das políticas voltadas para a melhoria da qualidade educacional.
A partir dos resultados do Saresp, é calculado o Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) de todos os níveis de ensino de cada escola da rede estadual e suas respectivas metas para o ano seguinte. Cada secretaria municipal também poderá utilizar os dados fornecidos para criar indicadores e estipular metas conforme seus próprios critérios.
O Idesp é aferido a partir dos indicadores de desempenho e de fluxo. O desempenho é medido por meio da proporção dos alunos em cada nível de proficiência, avaliado pelo Saresp. Já o fluxo é mensurado pela taxa de aprovação média de cada ciclo.
Prova
A prova, a ser realizada nos dias 29 e 30 de novembro, é voltada a estudantes dos 3º, 5º, 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio da rede estadual, além de alunos de escolas técnicas do Centro Paula Souza, municipais e particulares que aderiram à avaliação. O objetivo é aferir o domínio das competências e habilidades básicas em língua portuguesa e matemática previstas para o término de cada ano/série. Também serão aplicadas avaliações de história e geografia para alunos dos 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio da rede estadual.
Para o 3º ano do Ensino Fundamental, as perguntas de língua portuguesa e matemática serão abertas. Para os 5º, 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e para a 3ª série do Ensino Médio, as questões para cada disciplina avaliada serão de múltipla escolha.
Também haverá uma proposta de redação para uma amostra de turmas dos 5º, 7º e 9º anos do Ensino Fundamental e das 3ª séries do Ensino Médio de cada rede de ensino. O tema da redação para o 5º ano será uma carta de leitor. Para o 7º ano será uma narrativa de aventura e para o 9º ano e a 3ª série do Ensino Médio, um artigo de opinião.
Serão aplicados diferentes tipos de cadernos de prova para cada um dos anos/séries e respectivas disciplinas. As provas serão realizadas nos três períodos (manhã, tarde e noite), no horário de início regular das aulas, e terão duração de duas horas e 30 minutos, acrescida de uma hora para os alunos que fizerem redação. Para os alunos com deficiência também será acrescida mais uma hora.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Questões do Enem vazam, e Procuradoria quer nova prova

Sem comentários. Mais um ano e os problemas continuam. Alguma coisa esta errada, isso todo mundo já sabe. Falta apenas tomarem as devidas providências.
Fonte: 27/10/2011 Folha de S.Paulo
Um dos melhores colégios de Fortaleza (CE) antecipou em seu simulado, há duas semanas, ao menos oito questões que foram aplicadas nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizado por 4 milhões de alunos em todo o país no final de semana.
A pedido do Ministério da Educação, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso. A pasta afirma não haver indício de vazamento da prova.
O Ministério Público Federal no Ceará pediu ao governo a anulação de todo o Enem. Se não for atendido, irá à Justiça.
"O MEC procura soluções locais para um concurso que é nacional", disse o procurador Oscar Costa Filho.
Enunciados e respostas de cinco questões do simulado eram idênticos aos do Enem. De três, muito parecidos.
O Enem deste ano teve 180 questões, além da redação. O resultado servirá para selecionar 260 mil vagas em universidades.
Tanto o governo quanto o colégio Christus sinalizaram que pode ter havido falha no sistema de pré-testagem das questões do exame nacional.
Antes de formular a prova, o Inep (instituto de pesquisas do MEC) testa, em colégios sorteados, centenas de questões sugeridas por docentes.
O Christus participou do pré-teste de outubro de 2010, cujas perguntas foram usadas na edição deste ano.
O Inep corrige o pré-teste e escolhe quais questões se encaixarão no padrão da prova. De um banco com 20 mil perguntas, são selecionadas as 180 do Enem.
Em tese, todos os cadernos usados nessa preparação nos colégios têm de ser devolvidos ao Inep. Pode ter havido, porém, falha na aplicação ou no envio do material ao Inep.
O colégio disse que também tem um banco de questões e sugeriu que algum aluno que participou do pré-teste pode ter enviado as questões.
Os 639 alunos da escola terão de refazer o Enem.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Para Nobel de economia, Brasil precisa investir mais na educação dos primeiros anos

Fonte: 25/10/2011 - 14h11 Suellen Smosinski UOL Educação
O Prêmio Nobel de Economia James Heckman afirmou nesta terça-feira (25) que o Brasil “precisa investir na educação dos primeiros anos e nas regiões mais carentes”. Segundo o professor da universidade de Chicago, investir no início da vida escolar diminui o trabalho de “remediar o ensino mais tarde”. O catedrático fez uma palestra na manhã desta terça (25) em São Paulo -- o UOL está transmitindo o evento ao vivo durante todo o dia.
De acordo com o professor, é mais fácil reverter uma situação que acontece na fase da adolescência e na idade adulta, do que na infância. Por isso, a importância de oferecer uma educação de qualidade logo nos primeiros anos de vida. “Teremos sucesso em intervenções na adolescência também, mas na infância é melhor”, afirmou.
Heckman também falou sobre o papel da motivação para garantir um melhor aprendizado. “Crianças altamente motivadas aprendem melhor e têm mais conhecimento. A motivação afeta também a velocidade com que irão aprender”, disse o professor.
Para ele, as escolas podem estimular os alunos mostrando a relação do que eles aprendem na sala de aula e a profissão pretendida para o futuro: “Se a criança quer trabalhar na construção civil ou ser engenheiro, tem que perceber que precisa ir bem nas aula de computação na escola, por exemplo”. E a motivação é uma via de mão dupla, pois os professores reagem melhor a uma criança mais motivada, segundo Heckman.
Medidas
"Vivemos em uma época em que os testes se tornaram um padrão para avaliar as escolas e os indivíduos", comentou o Nobel de economia. "Esses testes são utilizados, mas não são tão bem entendidos. O importante também é o que eles deixam de fazer." Segundo o professor, os testes padronizados, como a Prova Brasil e o Enem, não conseguem captar as competências não-cognitivas. Ou seja, capacidades como a sociabilidade ou coeficiente de neurose em um indivíduo. "Quero dizer que quando falamos em competências, precisamos ir além, a vida é muito rica e precisamos entendê-las", concluiu Heckman.
Se perguntarmos, o que pode prever o sucesso, o traço único, na opinião de Heckman, é a conscientização. "A inteligência exerce um papel importante, mas a conscientização é mais fundamental para o aprendizado", afirma.
Para ele, a escola está muito focada no desempenho acadêmico dos alunos -- e esse tipo de conhecimento, sozinho, não garante uma vida feliz. Aliás, Heckman ressaltou a importância da definição de que tipo de sociedade pretendemos alcançar. O que é ser feliz nessa sociedade? Sem essa baliza, na opinião dele, fica difícil determinar os rumos dos nossos sistemas educacionais.
"Se tivermos um foco só no resultado final, vamos perder a finalidade dos testes escolares, que é avaliar todo o processo", afirmou Heckman. "Temos que tomar cuidado com aquilo que medimos." Para o professor, não existe ainda um jeito de mensurar a totalidade do trabalho da escola.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA ANULA JULGAMENTO E ADIA DECISÃO SOBRE AS FÉRIAS COLETIVAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Fonte: 24/10/2011 - SINPEEM
Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, reunidos nesta segunda feira para julgar o recurso da Secretaria Municipal de Educação sobre a decisão anterior que determinou a extinção das férias coletivas na educação infantil, no mês de janeiro, decidiram anular a primeira decisão e marcar novo julgamento.
Isto significa que, até o momento, o direito de férias na educação infantil está mantido, porém, ainda não é definitivo.
Não há data marcada para o novo julgamento.
A decisão do Tribunal de Justiça foi acompanhada pelo Departamento Jurídico do SINPEEM e por seu presidente, Claudio Fonseca.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ponto Facultativo - Dia do Servidor Público Estadual

sexta-feira, 21 de outubro de 2011 Diário Oficial Poder Executivo - Seção I São Paulo, 121 (200) – 3
DECRETO Nº 57.454, DE 20 DE OUTUBRO DE 2011
Dispõe sobre o expediente nas repartições públicas estaduais no dia 28 de outubro de 2011 e dá providências correlatas
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais e considerando que o dia 28 de outubro é data consagrada às comemorações do “Dia do Funcionário Público”,
Decreta:
Artigo 1º - Fica declarado facultativo o expediente nas repartições públicas estaduais pertencentes à Administração Direta e Autarquias no dia 28 de outubro de 2011 - sexta-feira.
Artigo 2º - O disposto neste decreto não se aplica às repartições públicas estaduais que prestam serviços essenciais e de interesse público, que tenham o funcionamento ininterrupto.
Artigo 3º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Falhas no ensino médio dificultam acesso de jovens ao ensino superior

Ótimo já sabemos a causa. Então só falta o governo sair da teoria e da pesquisa e ir para o campo da prática e mudar essa realidade.
Fonte: 21/10/2011 - 13h41 Da Agência Câmara de Notícias
A educação superior no Brasil tem três metas no novo Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10): elevar a taxa de matrícula em universidades, aumentar o número de mestres e doutores formados no Brasil, e melhorar a qualidade da formação oferecida.
Atualmente, 76% da educação superior está no setor privado, que concentra 88% das vagas disponíveis (cerca de 2,8 milhões de vagas), segundo dados do Censo da Educação Superior, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) em 2009.
A meta para a próxima década é passar de 17% para 33% de matrícula no ensino superior entre jovens de 18 a 24 anos. Essa seria a média dos países da América Latina que têm um ensino superior mais acessível, como México, Chile e Argentina.
Essa previsão, no entanto, esbarra na baixa cobertura do ensino médio no Brasil. Estudos de Simon Schwartzman, um dos maiores especialistas em educação superior no País, mostram que, se todos os jovens dessa faixa etária se formassem no ensino médio, seriam 3 milhões aptos a entrar nas faculdades.
Schwartzman afirma que a maior estimativa, com metade desses jovens mais 1/3 dos que estão acima dessa faixa etária, significaria um universo de 8 milhões de matriculados ao mesmo tempo, por 4 anos, no ensino superior. Essa é a taxa máxima que o Brasil pode esperar, segundo ele.
Sobra de vagas
A ociosidade de vagas no ensino superior privado é alta, chegando a 49,5% no último censo. A tendência nesse ambiente é que pequenas faculdades não resistam e haja concentração. Hoje, 15 grupos educacionais detêm 30% do mercado nacional.
O professor Luiz Dourado, da Universidade Federal de Goiás, ressalta que, mesmo com sobra de vagas, ainda há um contingente de brasileiros que não é capaz de pagar ou de se sustentar no ensino superior. “Precisamos entender o que queremos com programas que financiam o ensino privado, porque os alunos de baixa renda continuam sem acesso à universidade”, diz.
Três programas hoje buscam financiar a expansão de vagas no ensino superior: o de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Financiamento Estudantil (Fies).
O Reuni é voltado ao setor público e tem como meta aumentar a taxa de conclusão de curso para 90% dos matriculados, e a relação professor por aluno de 1/12 para 1/18. Em seis anos, de 2003 a 2009, o programa dobrou as vagas em universidades federais, que passaram de 113 mil para 227 mil.
Já o ProUni oferece bolsas a alunos de baixa renda matriculados em instituições privadas. São 464 mil bolsistas em formação, segundo dados da Secretaria de Educação Superior.
Os alunos de faculdades particulares contam ainda com o Fies, um financiamento facilitado que pode ser pago a juros baixos após a conclusão do curso. Hoje, estima-se que cerca de 660 mil estudantes de instituições privadas tenham algum tipo de auxílio financeiro, em um universo de 3,6 milhões matriculados.
Taxa de evasão
Graças ao ProUni e ao Fies, foram abertas mais de 1 milhão de vagas no setor privado até 2007. No entanto, segundo dados do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior em São Paulo (Semesp), a taxa de evasão dos dois programas está em 20%, concentrada nas classes C e D. Como causas da evasão, o sindicato aponta o despreparo do aluno que sai de um ensino médio deficiente e problemas econômicos.
Para o diretor jurídico do Semesp, José Roberto Covac, o novo PNE deve levar em conta uma parceria com o setor privado, que não pode ficar de fora das discussões. Ele cita a discussão da reforma universitária (PL 7200/06 e outros), em que o ministério elaborou uma lei sem a participação do setor. “Existe um preconceito em relação à instituição privada que precisa ser revisto.”
Para o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Luiz Martins, os papéis são complementares. Apesar dos professores lutarem por uma universidade gratuita, não veem problema no ensino privado, desde que ele tenha qualidade.

Educação aprova regulamentação da atividade de tecnólogo

Fonte: 21/10/2011 - 11h17 Maria Neves Da Agência Câmara
A Comissão de Educação e Cultura aprovou na quarta-feira (19) proposta que regulamenta o exercício profissional de tecnólogo. Pelo texto acolhido, poderá receber essa designação somente profissional habilitado em instituição de ensino superior oficialmente reconhecida. O projeto também discrimina algumas atividades de tecnólogos.
Foi aprovado substitutivo do relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), ao Projeto de Lei 2245/07, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). A principal alteração em relação ao texto original é a supressão da parte do projeto que reserva ao tecnólogo o exercício das atividades enumeradas. Para o relator, isso poderia levar ao “fenômeno perverso da reserva de mercado”. As demais mudanças são basicamente de redação.
Atribuições
Conforme a proposta, entre as atribuições dos tecnólogos constam:
- analisar dados técnicos, desenvolver estudos, orientar e analisar projetos;
- supervisionar e fiscalizar serviços técnicos dentro das suas áreas de competência contempladas no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia do MEC;
- prestar consultoria, assessoria, auditoria e perícias; - exercer o ensino, a pesquisa, a análise, a experimentação e o ensaio;
- conduzir equipes de instalação, montagem, operação, reparo e manutenção de equipamentos.
Valorização
Para Vanhoni, o projeto em análise vai contribuir para a valorização dos tecnólogos. De acordo ele, embora essa modalidade de ensino exista no Brasil desde a década de 60 e conte com “sólidas bases legais”, até hoje existem preconceitos contra a categoria.
Ainda segundo o parlamentar, o Censo da Educação Superior de 2008 mostrava que os cursos de tecnologia representavam 16% da oferta de vagas no ensino superior naquele período e respondiam por 421 mil matrículas.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Kassab veta meia-entrada para professores da rede municipal de São Paulo

Sem comentários. Um absurdo. Aprovando isso não estaria dando motivos para outras classes. Afinal de contas um bom professor que formara as pessoas de todas as outras classes, precisa estar atualizado não apenas com livros didáticos mas também com os bens culturais que se apresentam tão caros na cidade de São Paulo. Sr. Prefeito aumente mais os salários dos professores e quem sabe assim o senhor pode vetar esse tipo de auxilio. Aproveito para pedir para o senhor também vetar os alto salário que recebe. Mas não né... quando legisla em causa própria o pensamento é outro. Continuem votando de qualquer jeito. Depois não adianta reclamar.
Fonte: 19/10/2011 - 20h56 Rafael Targino UOL educação
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) vetou o projeto de lei aprovado na Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo que instituía a meia-entrada em eventos culturais para professores da rede municipal. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (19) no Diário Oficial.
Kassab alega, na justificativa de veto, que a meia-entrada para a categoria poderia aumentar o preço dos ingressos “normais”, “além de poder desencadear pleitos de sua extensão a outras categorias igualmente merecedoras”. O prefeito alega também que o projeto “legisla sobre assunto inserido no campo do direito econômico, matéria de competência legislativa concorrente da União, Estados e Distrito Federal.”
O texto, agora, volta para os vereadores, que podem derrubar o veto.
Não é a primeira vez que um projeto sobre a meia-entrada para professores é vetado pela Prefeitura de São Paulo. Por outro lado, os docentes da rede estadual têm este direito.

GOVERNO DESISTE DE AMPLIAR NÚMERO DE DIAS DO ANO LETIVO, DIZ SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Até que enfim. Precisamos de qualidade e não quantidade.
Fonte: Agência Estado
BRASÍLIA - A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda, disse nesta quinta, nas páginas pessoais dela no Twitter e no Facebook, que o governo desistiu da ideia de ampliar os dias do ano letivo nas escolas de educação básica. A proposta havia sido anunciada pelo ministro Fernando Haddad em setembro, como forma de ampliar o tempo de permanência dos alunos na escola.
O MEC não confirma oficialmente a decisão, mas, segundo Pilar, o ministro reuniu-se com entidades que representam professores, estudantes, gestores e universidades e o consenso é que os atuais 200 dias letivos sejam mantidos. A ampliação deverá se dar pela ampliação da jornada diária. 'O Legislativo receberá a proposta consensuada nessa reunião e assumida pelo MEC', disse Pilar, sem definir qual seria o mínimo de horas-aula.
Atualmente, o ano letivo tem 200 dias, com carga horária de 800 horas. O aumento de quatro para cinco horas diárias, por exemplo, ampliaria a carga horária para mil horas. Em alguns países da Europa, Ásia e até mesmo da América Latina, a jornada chega a 1,2 mil horas anuais, como no México, ou 1,1 mil horas, como na Argentina.

PROCESSO DE ATRIBUIÇÃO DE CLASSE E AULAS - Processo Seletivo 2011 SEE SP

Nesta quinta-feira (20) - saiu publicado, o Edital de Convocação para a realização da prova , no Diário Oficial do Estado - seção I - página 149.
O edital convoca os docentes admitidos nos termos da Lei Estadual 500/74, os contratados nos termos da Lei Complementar 1093/2009, para continuidade de exercício em 2012 e os candidatos à contratação, inscritos para processo de atribuição de classes e aulas do ano letivo de 2012, para a prestação da prova que se realizará nos municípios das Diretorias de Ensino da rede pública estadual.
A definição de perfis de competência e habilidades requeridas para professores da rede pública estadual, como também a bibliografia de referência para todos os campos de atuação do Processo Seletivo, constam na Resolução SE 70/2010 e Resolução SE 13/2011.
As provas serão realizadas no dia 30 de outubro próximo.
CLIQUE NO TÍTULO PARA LER A ÍNTEGRA DO EDITAL DE CONVOCAÇÃO.

Meio milhão de participantes do Enem vão fazer a prova em busca do diploma do ensino médio

Fonte: 20/10/2011 - 09h29 Amanda Cieglinski Da Agência Brasil
Parte dos 5,3 milhões de candidatos que farão as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no final de semana não tem como principal objetivo conseguir uma vaga em universidade pública ou uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Cerca de 545 mil participantes declararam na ficha de inscrição que estão em busca do certificado de conclusão do ensino médio, que pode ser obtido sem que a etapa tenha sido concluída a partir do desempenho na prova.
Desde 2009, participantes maiores de 18 anos que por algum motivo não tenham concluído a educação básica na idade esperada podem conseguir o diploma de ensino médio por meio do Enem. O número de interessados cresce a cada ano: em 2009, 197 mil candidatos fizeram o Enem com o objetivo de obter a certificação. Em 2010, o número saltou para 539 mil. O documento é expedido pelas secretarias de educação e institutos federais.
O aluno pode pedir o certificado de conclusão por disciplina ou de toda a etapa. Para isso, precisa atingir notas mínimas que são estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC). Em 2009, apenas 69 mil atingiram a nota exigida e conseguiram o certificado. Em 2010, 110 mil foram declarados aptos. A copeira Pâmela Miranda, 28 anos, espera adiantar os estudos por meio do Enem. Ela é aluna do ensino médio no Centro de Estudos Supletivos da Asa Sul (Cesas), que oferece educação de jovens e adultos em Brasília. “A gente economiza tempo assim e o que sobra podemos estudar para passar em um concurso. Esse é o meu objetivo”, conta a estudante. Ela aproveita as aulas para tirar dúvidas com os professores sobre a prova e quando sobra tempo estuda em casa.
Lílian de Jesus dos Santos, 32 anos, usa o sábado e o domingo para estudar para o Enem, já que durante a semana trabalha como doméstica. Grávida de sete meses do seu primeiro filho, ela espera que com o diploma do ensino médio possa tentar uma vaga em um curso técnico na área de nutrição. “Estudar à noite é puxado. Mas quando você tem um objetivo você não desiste”, diz. Ela está dando atenção especial à preparação para a redação, temida pela maioria dos candidatos. “É prioridade porque vale mais pontos”, explica.
Estelita Nascimento, 42 anos, conta com a ajuda do filho que é estudante de sociologia na Universidade de Brasília (UnB) para se preparar para o Enem. “Estou estudando pelas provas que ele já fez. Foi ele quem fez a minha inscrição e puxa minha orelha para eu estudar”, conta. Depois de concluir o ensino médio, ela quer cursar enfermagem.
As provas do Enem serão aplicadas neste fim de semana em 40 mil locais de prova, às 13h (horário de Brasília). No sábado, as provas serão de ciências humanas e da natureza. Já no domingo, os candidatos responderão a questões de matemática e língua portuguesa, além da redação.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Alunos da USP vindos da rede pública enfrentam dificuldades

Se a universidade já tem esse diagnóstico, que tome as providências o mais rápido possível. O grande problema de nossa melhor universidade do país consiste em achar que os docentes vivem em um mundo que não pode ser permeado por alunos. Uma escola tradicional, onde o professor fica no pedestal e os alunos meros ouvintes das verdades absolutas proferidas pelos docentes.
Fonte: 18/10/2011 - 07h00 Victor Francisco Ferreira Da Agência USP de Notícias
Alunos ingressantes na USP (Universidade de São Paulo) oriundos de escolas públicas enfrentam diversas dificuldades na universidade. As principais delas são o gerenciamento do tempo, as avaliações aplicadas e os conteúdos das aulas, considerados por eles como muito mais complexos do que a base oferecida no cursinho ou na escola os preparou para encontrar na universidade. Outros fatores são dificuldades de relacionamento entre os alunos, que deriva da falta de espaços para socialização em algumas unidades, e o distanciamento da relação entre alunos e professores. O estudo da professora Valéria Cordeiro Fernandes Belletati, realizado na Faculdade de Educação (FE) da USP, avaliou os fatores considerados mais difíceis para o sucesso de alunos da escola pública que ingressam na Universidade de São Paulo. A partir de um levantamento quantitativo, a professora decidiu abordar alunos de três cursos, Licenciatura em Física, Ciências Biológicas e Letras. “Escolhi um curso de cada área de conhecimento (exatas, biológicas e humanas) considerando, em relação a alunos provindos da escola pública, índices de evasão no semestre de ingresso bem como o número absoluto de ingressantes”, explica a pesquisadora.
Foram feitos, em 2009, contatos com 40 alunos ingressantes para saber quais as principais dificuldades encontradas, como eles avaliavam o início das aulas, organizavam o currículo, se sabiam como obter bolsas e auxílios e se conseguiam aproveitar o ambiente universitário. A principal dificuldade apontada foi o mal gerenciamento do tempo. “Muitos trabalhavam e não conseguiam realizar todas as tarefas. Outros gastavam até três horas por dia em locomoção para chegar à USP e voltar para casa, além de simplesmente não conseguirem se organizar”, afirma Valéria.
Outro problema apontado foram as avaliações. Muitos têm dificuldade de se preparar bem para as provas, continuam com dúvidas sobre o conteúdo mesmo após a avaliação ou não entendem o que é pedido. “Eles saíam-se bem nas aulas e mal nas provas. Isso acontece porque na universidade os professores vêem a prova como classificação, e não como avaliação”, explica a pesquisadora. As provas não são utilizadas como diagnóstico das dificuldades dos alunos para que, a partir disso, o professor possa elaborar melhor a continuação das aulas, nem favorecem a adoção de um enfoque profundo de aprendizagem pelo aluno ingressante.
Professores distantes
Os alunos também se queixaram dos conteúdos ensinados em sala de aula. Em comparação com a base aprendida na escola ou no cursinho eles são muito mais complexos. “Pode-se afirmar que o ensino médio, nesse caso, é insuficiente para a continuação dos estudos na faculdade. Isso não significa que eles desejem reduzir a complexidade dos conteúdos. Para além de uma crítica com relação ao ensino básico, temos que repensar como a didática na universidade pode contribuir para a minimização do problema”, diz Valéria. Um aspecto que não ajuda a diminuir este problema é a relação distante entre alunos e professores. “Os professores não são acessíveis fora do horário de aula. Muitas vezes os graduandos recorrem a mestrandos e doutorandos a função de plantonista. Apesar de muitos alunos virem como positiva a intervenção dos monitores, a interação dos professores com os alunos é fundamental para que a aula seja direcionada conforme a necessidades destes alunos.”
Em 2010, a pesquisadora voltou a conversar com dez dos alunos para ver se no segundo ano de universidade as dificuldades persistiam. “A universidade não os ajuda a diferenciar ensino médio de ensino superior, cujas finalidades são de formação técnica, científica e política. Os alunos também não reavaliavam o percurso curricular nem reduzem a carga horária, sentindo a obrigação de seguir a previsão fornecida pela instituição. O que conta muito para os alunos vencerem as dificuldades são as características pessoais. Alunos mais ativos, extrovertidos, com experiência anterior em universidades e com mais iniciativa são os que têm mais facilidade”, explica a autora.
Perguntados sobre como tentavam superar os problemas, nenhum aluno apontou o professor como suporte. “Eles buscam ajuda de amigos, colegas de sala, na internet, na biblioteca ou com monitores”. Segundo Valéria, os professores precisam atentar ao perfil dos alunos e devem aproximar-se mais deles. “Os docentes não têm formação pedagógica, mas deveriam ter. Ele precisa discutir e refletir sobre a função da universidade e conhecer individualmente os alunos, suas dificuldades”.
Vencedores
Apesar de todos os problemas que surgem, segundo a pesquisadora, todos os alunos se consideram vencedores por estarem estudando na USP. “Nem sempre as dificuldades são superadas. No segundo ano de universidade alguns dos alunos entrevistados já apresentam notas baixas e reprovações. Mesmo assim, consideravam-se vencedores e não cogitavam abandonar o curso.”
As ações a serem aplicadas pela universidade para ajudar os alunos oriundos da rede pública de ensino devem focar os cursos e suas especificidades. “As diferenças entre os cursos vão além das áreas de conhecimento”, afirma Valéria. Um exemplo disso é o curso de Letras, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). “Os alunos se relacionam pouco. Existem muitas aulas em turmas diferentes. Isso atrapalha a integração entre os estudantes. Seria preciso propor atividades de relacionamento entre os alunos.”
A conclusão do trabalho traz indicações da necessidade de formação contínua dos professores deste nível de ensino: “Não existe uma cultura de trabalho coletivo entre os docentes do ensino superior que não têm formação pedagógica, mas deveriam ter. Eles precisam discutir e refletir sobre a função da universidade e conhecer individualmente os alunos, suas dificuldades”, afirma a pesquisadora.

Escola tem a cara do diretor

Parabéns aos bons diretores de escola pelo seu dia. A matéria abaixo acredito eu que representa o pensamento de todos aqueles que de fato são envolvidos com a prática educacional de sua escola e comunidade.
Fonte: Veja - edição 2239 - nº 42 - 19 de outubro de 2011. Claudio de Moura Castro
Percorreu as periferias de São Paulo uma inglesa, calejada inspetora de escolas na sua terra. Não é surpresa o descalabro que encontrou nas escolas visitadas. Contudo, eram ótimas algumas poucas, da mesma rede e operando com as mesmas regras. Não só tinham bibliotecas e computadores, mas mostravam bom desempenho. Por que seria? Para quem é do ramo, é um segredo de polichinelo: elas tinham um diretor carismático e inspirado. Ou seja, o futuro de centenas de alunos estava nas mãos de uma só pessoa.
Não é assim só na Terra Brasilis, pois ouvi de um vice-ministro dinamarquês que um bom diretor, em dois anos, conserta uma escola atrapalhada. O diferente aqui é que o bom diretor tem de ser um portento. Os desafios são formidáveis. Nesse cargo, ele não contrata, não demite, não premia, não pune e não administra recursos substanciais. Em suma, ele quase não manda. Não há bons sistemas de gestão nem preparação correta para o cargo. Pior, o diretor escolar comanda um exército de “imexíveis” (aliás, só em Cuba é viável se ver livre de maus professores). Na mais reles empresa, o gerente tem armas de gestão bem mais poderosas.
Diante de uma dieta tão magra de poder, como fazem os excelentes diretores para se destacar do resto? É o carisma, é a capacidade de sedução. Se não dá para mandar, é preciso conquistar pelo charme, pelo magnetismo pessoal. Ora, são escassos os que possuem tais atributos de personalidade mais os conhecimentos administrativos para gerir uma escola. Os poucos diretores com tal perfil conseguem excelentes resultados. Ainda assim, com quem não quer nada, a sedução é impotente.
E não é só isso. Como era o estudo de F. Abrucio, grande parte do tempo do diretor vai para cuidar de merenda, disciplina, consertos e conflitos, ou seja, tarefas menores, diante do desafio de melhorar o nível de aprendizado dos alunos. Apesar de ele trabalhar nos fins de semana, quase nada de tempo e energia sobra para dedicar à educação.
Não fossem esses óbices o bastante, o processo de seleção em nada favorece a busca daqueles que têm esse perfil quase impossível. Para a terça parte dos diretores brasileiros, ainda escolhidos no troca-troca da política local, falta apenas redigir o epitáfio da educação, nas escolas em que isso ocorre. Concursos são uma opção honesta, mas pouco inspirada, pois é difícil capturar capacidade de liderança e sedução em provas escritas. A eleição jamais foi adotada em países de educação séria. Entre nós, pode até ser melhor que a escolha política, mas os candidatos fazem acordos e assumem compromissos, perdendo autonomia e isenção durante seu mandato. Quando a política partidária pisa na escola, a seriedade da instituição sai escorraçada. Fórmulas mistas, combinando provas e eleição, têm-se mostrado uma promessa. É preciso tentar novos modelos que, de resto, existem em outros países. Gerentes de loja escolhidos pelos métodos da escola em poucas semanas levariam o negócio à falência, com parcas exceções.
Aliás, como vamos saber por antecipação quem poderia virar um bom diretor? Simplesmente não sabemos. Mas, logo ao entrarmos na escola de um dos bons diretores, percebemos que a atmosfera é diferente. É a plantinha na janela, é o quadro pendurado, é o banheiro limpo, é o tapetinho na entrada da secretaria, é a ausência de grafite e de vidraças partidas, são os horários respeitados. E, naturalmente, é o bom astral de professores e alunos. Um secretário que tivesse uma lâmpada mágica, dessas que só permitem um desejo, tomaria uma decisão sábia se usasse sua cota de milagres para achar um excelente diretor. Nada traria tanto benefício para os alunos. É preciso fornecer ao diretor os instrumentos administrativos, a formação adequada para o cargo e uma maior área de manobra. Bem sabemos, a real autonomia das escolas é um dos fatores mais proximamente associados a bons resultados acadêmicos. Não se trata de deixar o diretor fazer o que lhe der na telha, mas especificar de modo centralizado aonde se quer chegar. Deveria ser uma prioridade nacional desmontar um sistema que, para dar certo, requer virtuosos da sedução e gênios da administração de sistemas desorganizados.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

SME convoca 624 professores de educação infantil e ensino fundamental I

Fonte: 17/10/2011 - SINPEEM
Por conquista do SINPEEM, concursos são realizados periodicamente pela Prefeitura de São Paulo para cargos docentes e gestores. Após a realização, o SINPEEM sempre atua para que sejam homologados e as convocações para escolha também ocorram sempre que existirem os cargos vagos.
Por isso, a Prefeitura de S. Paulo é a que possui o maior índice de profissionais de educação efetivos.
Realizados os concursos de ingresso, para docentes, e de acesso, para gestores, continuamos na luta, pressionando para que sejam realizados concursos também para o quadro de apoio.
A última convocação de 624 professores de educação infantil e ensino fundamental I ocorreu em 15 de outubro. A escolha de vagas para o provimento dos cargos será realizada no dia 10 de novembro, conforme segue:
PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL I
DIA 10/11/2011
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
8h 4546 a 4580
9h 4581 a 4620
10h 4621 a 4660
11h 4661 a 4700
13h 4701 a 4740
14h 4741 a 4780
15h 4781 a 4820
16h 4821 a 4860
16h55 retardatários da escolha até às 17h
DIA 11/11/2011
HORÁRIO CLASSIFICAÇÃO
8h 4861 a 4900
9h 4901 a 4940
10h 4941 a 4980
11h 4981 a 5020
13h 5021 a 5060
14h 5061 a 5100
15h 5101 a 5140
16h 5141 a 5169
16h25 retardatários da escolha até às 16h30
Observação: a relação dos candidatos aprovados pode ser consultada nas páginas 46 e 47 do DOC de 15 de outubro de 2011 (www.imprensaoficial.com.br)

sábado, 15 de outubro de 2011

Governador SP anuncia programa de ações e convida a sociedade para compromisso pela educação. SEE SP

Neste sábado, 15 de outubro, Dia do Professor, o governador Geraldo Alckmin anunciou um amplo programa de ações voltadas à melhoria da Educação do Estado de São Paulo que tem, entre seus objetivos principais, justamente a valorização da carreira do magistério, buscando torná-la uma das mais procuradas pelos jovens. A iniciativa, que estabelece diretrizes estratégicas para vários projetos já implantados, prevê novas frentes de atuação para posicionar entre os melhores sistemas de educação do mundo a rede estadual de ensino, que possui cerca de 4,3 milhões de alunos.
Além de ações como a implantação do novo modelo de escola de Ensino Médio, e do esforço concentrado nas escolas mais vulneráveis, o programa Educação — Compromisso de São Paulo tem também como foco a mobilização de famílias, associações, sindicatos, empresas e da sociedade em geral não só no acompanhamento dessa iniciativa, mas também na conscientização de que a melhoria do ensino não é responsabilidade exclusiva do Poder Público, pois ela depende de todos .
Na mesma cerimônia, Alckmin descerrou a nova placa do prédio da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores, no bairro de Perdizes, em São Paulo, para dar à instituição o nome do ex-secretário e ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, falecido em junho deste ano, que idealizou o centro voltado à formação continuada dos profissionais da educação.
O programa Educação – Compromisso de São Paulo, que conta com a liderança e o empenho do governador Geraldo Alckmin, na realidade, já está em curso e foi elaborado com base em importantes contribuições de entidades não governamentais parceiras e também do magistério, que homenageamos hoje, Dia do Professor”, disse o secretário da Educação, Herman Voorwald. “Todas as grandes ações do Governo do Estado desencadeadas neste ano para a melhoria da qualidade do ensino não foram iniciativas isoladas. Cada uma delas integra um empreendimento muito mais amplo, que prevê novas medidas, com objetivos e metas de curto, médio e longo prazo, para se tornar, muito mais que um programa de governo, um programa de Estado.”
Novas linhas de ação
Novo modelo de escola de Ensino Médio. A iniciativa propõe a consolidação, em unidades que oferecem exclusivamente Ensino Médio, de um novo modelo de escola, com ampliação não só da jornada (de 6 para 8 horas diárias), mas também do currículo, de modo a responder às necessidades dos alunos do século 21, atendendo gradativamente um número maior de estudantes. O modelo prevê disciplinas eletivas, laboratórios, salas temáticas e três refeições por dia, e a diferença dele para as já existentes escolas de tempo integral está na integração das disciplinas do currículo e no novo regime de trabalho de seus professores. Para 2012, a mudança acontecerá em 19 unidades em diversas regiões do Estado.
Novo regime de trabalho docente. Para os professores das escolas em que será implantado o novo modelo, será criado um regime de dedicação plena e integral, que não permitirá atuar no quadro docente de outras unidades no período diurno. Haverá gratificação, que será incorporada para fins de aposentadoria. Não será uma carreira diferente, mas um regime diferenciado.
Escolas Prioritárias. Para reduzir a desigualdade de aprendizado no Estado, o programa Educação — Compromisso de São Paulo prevê intervenção e monitoramento permanentes em 1.206 unidades de ensino consideradas de maior vulnerabilidade, tanto no aspecto socioeconômico, como nos de infraestrutura e de aprendizagem, entre eles o desempenho no Saresp 2010. Para essas unidades, haverá prioridade na formação continuada de professores, investimentos em infraestrutura, implantação do programa de professores-mediadores, salas de leituras e projetos especiais de recuperação do aprendizado dos alunos.
Em novembro, serão divulgadas ações específicas voltadas para a melhoria do Ensino Fundamental, com foco no desempenho do aprendizado dos alunos, quando deverão ter sido concluídos os estudos e análises das equipes técnicas da Secretaria da Educação.
O programa Educação — Compromisso de São Paulo não teria sido possível sem os investimentos expressivos realizados em gestões anteriores. O Estado pode, agora dar esse passo graças à conquista de importantes desafios, como a universalização do Ensino Fundamental, o combate à evasão, a grande ampliação da oferta do Ensino Médio (que passou de 545 mil matrículas em 1985 para 1,512 milhão em 2010), a implementação de um novo currículo (com os programas Ler e Escrever e São Paulo Faz Escola), o desenvolvimento de materiais de apoio a professores e alunos, o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), a implantação da progressão por mérito e do bônus por desempenho e a criação da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores.
Mobilização da sociedade
Ao convocar a sociedade para a mobilização em prol da educação pública, o governador conclamou pais de alunos, professores, diretores e demais profissionais da rede de ensino a visitarem no dia 5 de novembro uma das 2.386 unidades estaduais integrantes do programa Escola da Família para discutirem com profissionais do ensino sobre formas de participação no programa Educação — Compromisso de São Paulo e também apresentarem suas propostas e sugestões para a ampliação dessa mobilização. Após receber essas contribuições, o governo anunciará até o fim de novembro o detalhamento de todas as ações do programa.
“Convocamos a todos para esse compromisso coletivo, pois o engajamento da sociedade é essencial para atingirmos o nível de excelência desejado na rede de ensino estadual”, afirmou o secretário Herman Voorwald. “É de extrema importância que os pais de nossos alunos acompanhem a rotina escolar e o desempenho de seus filhos, que participem das atividades realizadas na escola, que é um espaço aberto à comunidade. A parceria entre a escola e a família é primordial para a qualidade que todos desejam.”
Ações já implantadas
Política Salarial. Os passos decisivos para tornar a carreira de professor uma das dez mais desejadas do Estado já foram dados pelo Governo de São Paulo. Em julho deste ano, após ampla aprovação pela Assembleia Legislativa, foi sancionada a lei complementar que instituiu não só a Política Salarial com aumento de 42,25% para os quatro anos da atual gestão, mas também uma estrutura de cargos e vencimentos permanente.
Plano de Carreira. Com base nessa estrutura e a partir das propostas apresentadas nas reuniões com o magistério, a Secretaria da Educação, com a colaboração de representantes de associações e sindicatos e de outras entidades, está trabalhando em um Plano de Carreira que estimulará os docentes à constante promoção salarial por meio da formação continuada e também da valorização pelo mérito. Este plano será baseado não só em provas, mas em critérios de desempenho que estejam associados à melhoria do aprendizado dos alunos. Contando com os adicionais por tempo de serviço, o professor ingressante na rede poderá, em pouco mais de 20 anos, alcançar um salário equivalente, hoje, a R$ 9.385,70.
Ampliação do quadro de servidores. Também com o apoio do Legislativo paulista, a Secretaria da Educação está aumentando em um terço o atual quadro de cerca de 30 mil servidores de apoio escolar, para os quais também foi estabelecida a política salarial para os quatro anos da gestão e um plano de carreira permanente. Essa ação levará não só à melhoria da qualidade dos serviços administrativos oferecidos nas escolas, mas também à desoneração de trabalhos burocráticos pelos diretores de escola para que eles possam dedicar mais tempo à supervisão do aprendizado dos alunos.
Reestruturação da Secretaria da Educação. A desburocratização do trabalho dos diretores para facilitar suas atividades pedagógicas será fortalecida também por outra ação já desencadeada neste ano, por meio de decreto do governador Geraldo Alckmin, mas que teve origem em um extenso e profundo trabalho de planejamento concluído na gestão anterior com o apoio da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap). Trata-se da reestruturação administrativa da Secretaria da Educação, que tornara mais ágeis e mais eficientes as atividades dos órgãos centrais da Pasta e das 91 diretorias regionais de ensino.
Ensino Médio Técnico. O recém-criado programa Rede Ensino Médio Técnico, que possibilita o acesso de estudantes do Ensino Médio regular da rede estadual à educação profissional técnica, já na sua primeira etapa ofereceu 30 mil vagas para alunos da 2ª série do Ensino Médio de 95 municípios do Estado por meio de parceria com 245 instituições de ensino técnico particulares. No próximo ano, o programa será ampliado com a introdução da modalidade de currículo integrado ao do Ensino Médio, com a participação de 68 escolas técnicas do Centro Paula Souza e outras 21 do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo. Para 2014, a meta do programa é beneficiar aproximadamente 450 mil alunos, ou seja 30% de todo o Ensino Médio da rede estadual.
Além da valorização da carreira de professor, o programa Educação — Compromisso de São Paulo tem como visão de futuro a Educação de São Paulo figurar entre as mais avançadas do mundo até 2030, com base nos dados mais recentes divulgados pelo Pisa, sigla em inglês para o Programa Internacional de Avaliação de Alunos. O exame, que considera a média dos estudantes em língua portuguesa, matemática e ciências, é realizado desde 2000 e repetido a cada três anos. Na última edição, em 2009, o Brasil ficou na 53ª posição, de um total de 65 do ranking. Considerando apenas a média entre português e matemática, o Estado de São Paulo ocuparia o mesmo 53º lugar, com base em uma estimativa da proficiência média no Pisa a partir dos resultados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica, do MEC).
Colaborações para o programa
Para elaborar o programa Educação — Compromisso de São Paulo, a Secretaria da Educação contou não só com o apoio de suas diversas áreas técnicas, mas também com propostas e sugestões da própria rede estadual de ensino. Essa ampla participação aconteceu no primeiro semestre, quando o secretário Herman Voorwald e o secretário-adjunto João Cardoso Palma Filho foram às reuniões nos 15 pólos regionais que congregam as 91 diretorias de ensino de todo o Estado. Nelas estiveram presentes os dirigentes regionais, praticamente todos os diretores e coordenadores pedagógicos das 5,4 mil escolas e representantes de supervisores e servidores de apoio escolar, em um total de cerca de 20 mil pessoas, que organizaram e sistematizaram análises e propostas apresentadas em encontros realizados previamente. Desse modo, o programa anunciado hoje é uma resposta, na forma de um compromisso de governo, a toda essa ampla mobilização da rede estadual de ensino.
O programa Educação — Compromisso de São Paulo teve também apoio e envolvimento de diversas organizações e instituições, como Fundação Natura, Fundação Victor Civita, Fundação Lemann, MSC Participações, Instituto Unibanco, Comunidade Educativa Cedac, Instituto Hedging-Griffo, Fundação Itaú Social, Itaú BBA, Iguatemi, Santander, Tellus, Parceiros da Educação, Fundação Educar DPaschoal, Fundação Bradesco, Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (Ice), Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Instituto Península, Instituto Arymax e da consultoria internacional McKinsey & Company.

Dia 15 de Outubro - Dia do Professor - Parabéns...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Só universidade federal pode revalidar diploma de graduação a distância

Fonte: Portal do MEC
A revalidação de diplomas de cursos de graduação a distância emitidos por instituições estrangeiras passa a ser de responsabilidade exclusiva das universidades federais credenciadas pelo Ministério da Educação, desde que ofereçam curso equivalente na mesma modalidade. A norma foi estabelecida pela Portaria Normativa nº 21 do MEC, publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 14, seção 1, página 15.
A consulta às instituições credenciadas para a oferta dessa modalidade de ensino pode ser feita na página eletrônica do Sistema de Consulta de Instituições Credenciadas para Educação a Distância e Polos de Apoio Presencial (Siead) do MEC. A relação dos cursos oferecidos está disponível no Cadastro e-MEC.

Dia do Funcionário Público é decretado ponto facultativo - Pagamento dos servidores será antecipado para o dia 27 de outubro

Decreto nº 52.717 (DOC de 12/10/2011, página 01)
DE 11 DE OUTUBRO DE 2011
Declara ponto facultativo no dia 28 de outubro de 2011.
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei,
CONSIDERANDO que, a teor do artigo 238 da Lei nº 8.989, de 29 de outubro de 1979, o dia 28 de outubro é dedicado ao servidor público municipal,
D E C R E T A:
Art. 1º. Fica declarado ponto facultativo nas repartições públicas municipais no dia 28 de outubro de 2011.
§ 1º. Deverão funcionar as unidades das Secretarias, subprefeituras e autarquias municipais cujas atividades não possam sofrer solução de continuidade.
§ 2º. Nas demais unidades, a critério dos respectivos titulares, poderá ser instituído plantão nos casos julgados necessários.
Art. 2º. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Mensagem para o Dia do Professor - SEE SP

Senhoras e senhores Professores,
Quero, inicialmente, cumprimentá-los pelo Dia do Professor.
Parabéns pelo nosso dia!
Nas reuniões em que estivemos presentes, eu e o prof. Palma, nos pólos, no primeiro semestre, pude perceber o empenho dos senhores no trabalho com o ensino e a aprendizagem. Pude avaliar todas as dificuldades vividas pelos professores no dia a dia, nas salas de aula e nas escolas, e concluir que o compromisso dos senhores com a qualidade da educação é o fundamento que inspira o Estado a efetivamente garantir às crianças e aos jovens o melhor ensino.
Quero, como secretário da Educação do Estado de São Paulo, reafirmar meu compromisso e o dos membros da gestão desta Secretaria em relação à valorização dos professores e dos profissionais da educação. Compromisso que se traduz na implantação de uma política salarial, na estruturação de uma carreira com condições de trabalho que efetivamente mostrem ao País que o Estado de São Paulo valoriza o professor e entende que educação de qualidade é aquela ministrada por profissionais que efetivamente firmaram esse compromisso. Desejo um feliz Dia do Professor a todos.
Herman Voorwald
Secretário de Estado da Educação de São Paulo

Ações da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo em 2011

JANEIRO
•Ampliação do quadro e valorização do Magistério – Nomeação de 9.300 professores. A medida contribui para a redução do número de professores temporários, de modo a diminuir a rotatividade em sala de aula, que é prejudicial para o aprendizado dos alunos.
• Além disso, foi autorizada pelo Governador do Estado a contratação de 25 mil professores aprovados em concurso realizado em 2010. Destes, 16 mil já se encontram atualmente cursando a Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores “Paulo Renato Souza Costa”.
FEVEREIRO
• Encontros com a Rede – Em fevereiro, o Secretário de Educação e o Secretário Adjunto de Educação iniciaram encontros de trabalho nos 15 pólos administrativos da SEE, onde se reuniram com cerca de 20 mil profissionais da rede estadual de ensino. Eles apresentaram idéias e colheram contribuições de professores, diretores de escola, supervisores e servidores do quadro auxiliar para a melhoria da qualidade do ensino básico no Estado de São Paulo. Neste mês de outubro, o secretário repetirá a série de encontros com os profissionais da educação.
• Duplicação de investimentos no Programa Cultura é Currículo – O programa busca democratizar o acesso de professores e alunos da rede estadual a produções culturais que contribuam para ampliar sua formação. Em fevereiro, foi anunciado investimento de R$ 32 milhões da Secretaria no programa, soma que representa o dobro do valor investido no ano anterior. A ampliação permitirá estender o benefício a um número maior de alunos.
MARÇO
• Incentivo à Pós-Graduação – No início de março, a Secretaria da Educação aumentou em até 102,5% o valor de bolsas concedidas a professores da rede estadual que cursam pós-graduação stricto sensu. O valor dos benefícios subiu de R$ 790,00 para R$ 1.300,00 em mestrado e para R$ 1.600 em doutorado. O projeto Bolsa Mestrado/Doutorado contou com R$ 4,5 milhões reservados no orçamento de 2011.
JUNHO
• Criação da Assessoria de Relações Internacionais – Atuando em cooperação com a Assessoria Internacional do Governo do Estado de São Paulo, a recém-criada Assessoria de Relações Internacionais da Secretaria de Educação está desenvolvendo um projeto de cooperação com instituições internacionais voltado para as escolas de Ensino Médio da rede estadual de São Paulo. O objetivo principal é reforçar e estabelecer novas parcerias com a finalidade de promover a mobilidade e o intercâmbio estudantil, assim como o aperfeiçoamento e capacitação de professores dos CELs (Centros de Estudos de Línguas).
JULHO
• Nova política salarial – Em julho foi sancionada a lei complementar de aumento do salário básico de 42,2%, acumulado até 2014, para 374 mil profissionais ativos e aposentados da rede estadual, além de uma nova estrutura de cargos e salários que possibilita evolução salarial de até 183% ao longo da carreira para todos os professores, possibilitando chegar a R$ 6.700, sem contar qüinqüêniosquinquênios, e outros benefícios e aumentos posteriores à nova política salarial.
• Transporte Escolar com monitores – Também em julho foram assinados convênios com cerca de 600 municípios paulistas para a renovação de convênios de transporte escolar e contratação de 5.400 monitores, que passam a acompanhar alunos menores e os que apresentam necessidades especiais. Os contratos tiveram investimentos de R$ 304,5 milhões da Secretaria da Educação e a contrapartida de R$ 222,3 milhões das administrações municipais, somando R$ 526 milhões destinados a este serviço.
• Rede Ensino Médio Técnico – O programa foi anunciado publicamente em julho para ampliar o acesso de estudantes do ensino médio da rede estadual à Educação Profissional Técnica. Está sendo implantado em 155 municípios paulistas com população superior a 40 mil habitantes. O total de alunos do ensino médio nesses municípios é de 1.324.462 estudantesNeste ano serão inscritos cerca de 30 mil estudantes. Atém 2014 o programa deverá atingir ao todo 420 mil alunos.
• Reestruturação Administrativa da Secretaria de Educação – Medida implantada por etapas desde julho de 2011 para corrigir distorções, fortalecer as estruturas regionais e tornar a direção central da instituição apta a incorporar instrumentos da constante modernização dos modelos de administração, buscando desonerar as direções de escolas e diretorias regionais de ensino do trabalho burocrático para viabilizar mais tempo para atividades ligadas ao aprendizado dos alunos.
AGOSTO
• Novo Portal – Em 1º de agosto foram colocados no ar os novos conteúdos e recursos visuais do site da Secretaria de Educação, que oferece agora navegação rápida e fácil. Nele é possível conhecer um pouco da história da educação paulista, consultar as notícias da pasta e utilizar os serviços educacionais oferecidos à população. A ferramenta torna mais ágeis as buscas de informação, encontradas segundo áreas específicas de interesse para Pais e Alunos, Professores, Funcionários e Sociedade.
• Ampliação dos CELs (Centros de Estudo de Línguas) – No mesmo mês foi anunciada a ampliação do número de Centros de Estudo de Línguas. Eram 106 e passaram a ser 248. O programa propicia aos alunos matriculados da 7ª série em diante a oportunidade de desenvolverem novas formas de expressão lingüística e acessarem outras culturas contemporâneas. O objetivo é a ampliação das possibilidades de inserção no mercado de trabalho. Os cursos oferecidos são de espanhol, inglês, francês, italiano, alemão e japonês.
• Lançamento do Programa de Combate ao Álcool na Adolescência – O objetivo da parceria, liderada pela Secretaria da Saúde, neste caso, é o aumento da fiscalização em bares, restaurantes e lanchonetes para coibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Serão criadas sanções que podem resultar em multas e até na interdição dos estabelecimentos que violarem a proibição.
SETEMBRO
• Uso Seguro da Internet – A Secretaria de Educação, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil, seção de São Paulo, promoveu um evento sobre o Uso Seguro da Internet para toda a Família. O material pedagógico auxilia crianças, adolescentes, jovens e adultos a se relacionarem de forma segura com as tecnologias, graças à adoção de algumas medidas práticas que lhes permite usar o computador sem correr riscos desnecessários.
• Lançamento da 1ª fase do Programa Creche Escola – Esta ação está sendo desenvolvida em conjunto pelas secretarias de Educação e de Desenvolvimento, inicialmente junto a 160 prefeituras municipais selecionadas segundo critérios de vulnerabilidade social estabelecidos pelo Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). O programa prevê investimentos de R$ 1 bilhão até 2014 para construção de mil creches nesses municípios (20 na capital).
• Ampliação do PROERD – As secretarias de Educação e de Segurança Pública assinaram, em 30 de setembro, convênio de ampliação do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), que agora chegará a todas as 5.271 escolas da rede estadual de ensino de São Paulo. Por meio do Proerd, alunos de 10 a 14 anos aprendem, em aulas dadas por policiais militares, a identificar drogas, conhecer seus malefícios e desenvolver estratégias de resistência quando abordados.
• Proposta de Reorganização dos ciclos de Ensino – A proposta estuda, desde setembro, mudanças do atual ciclo de avaliação do ensino. Um grupo técnico da Secretaria preparou um documento, intitulado Por Uma Educação de Qualidade, passado às escolas, que estão acrescentando contribuições à análise do assunto. As mudanças só acontecerão a partir de 2012.
• Apoio administrativo ampliado em um terço – O Governador Geraldo Alckmin assinou no último dia de setembro a autorização para a contratação de 9.932 agentes de organização escolar. Dessa forma, o quadro de servidores responsáveis pelo apoio administrativo nas cerca de 5.300 escolas da rede estadual fica ampliado em um terço. Os cargos estão sendo preenchidos por candidatos remanescentes do concurso público realizado em 2009 e por um novo certame a ser realizado.
OUTUBRO
• Internet Rápida – A Secretaria de Educação anunciou a adoção de um projeto desenvolvido pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), em parceria com a Telefônica, segundo o qual, no prazo de 15 meses, as escolas estaduais terão acesso até dez vezes mais rápido à internet que o atual. A previsão é de que nesse período a banda agregada total das escolas salte dos atuais 3,3 Gbps para 24 Gbps. A medida representará um investimento de R$ 2,5 milhões mensais da Secretaria após o término da implantação.
• Implantação do Mandarim nos CELs – A documentação necessária à sua introdução se encontra atualmente no Instituto Confúcio, na China, para as providências burocráticas cabíveis. As aulas serão ministradas por professores chineses e as tarefas administrativas de implantação dessa disciplina ficarão a cargo do Instituto Confúcio nada UNESP.
• EVESP – Criada pelo Decreto nº 57.011, de 23 de maio de 2011, mas ainda não divulgada oficialmente, a Escola Virtual de Programas Educacionais da Secretaria de Educação oferecerá programas educacionais regulares, especiais e de capacitação, com uso de tecnologias de informação e comunicação, para atender às necessidades de grupos específicos da população.

Ministério lança campanha para incentivar hábito de lavar as mãos nas escolas

Fonte: 14/10/2011 - 13h17 - Paula Laboissière - Da Agência Brasil
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a maioria das infecções pode ser prevenida por meio de uma única medida – lavar as mãos sempre e de forma correta. Na véspera do Dia Mundial de Lavar as Mãos, lembrado amanhã (15), o Ministério da Saúde lançou a campanha Saúde a Gente Também Aprende na Escola. Lave as Mãos com Água e Sabão.
O objetivo da pasta, que conta com a parceria da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), é conscientizar a população – sobretudo estudantes, professores e funcionários de colégios – sobre os benefícios de higiene adequada das mãos, afastando doenças transmitidas por bactérias, vírus e fungos.
Para o infectologista Mauro Asato, o hábito de lavar as mãos deve começar a ser ensinado em casa. Na escola, entretanto, é preciso que haja um reforço sobre a importância de uma boa higiene.
“Com uma lavagem inadequada, eu posso estar carregando algum vírus ou bactéria”, destacou. “Algumas dessas doenças podem apresentar quadros como o de uma gripe ou diarreia, e hepatites virais, além de outras doenças bacterianas”, completou.
O estudante Andrei, de 7 anos, disse que lava as mãos todos os dias. “Só esqueci uma vez. Estava na casa da minha avó. A brincadeira estava muito boa”. O menino explicou o passo a passo ensinado na escola: “Ligo a torneira, coloco o sabão, espalho e depois seco [as mãos]. E jogo o papel no lixo”.
Giulia, de 6 anos, cursa o 1º ano do ensino fundamental. Ela contou que lava as mãos pela manhã, antes de almoçar, depois de brincar no parquinho da escola e à noite. “As professoras ensinam que tem que passar o sabonete e, depois, fechar a torneira”.
Veja abaixo as principais orientações do Ministério da Saúde para lavar as mãos de forma correta:
1.Molhe as mãos com água e aplique o sabonete;
2.Ensaboe as mãos, esfregando uma na outra;
3.Esfregue a palma de uma das mãos nas costas da outra, entrelaçando os dedos, e vice-versa;
4.Entrelace as mãos e esfregue bem os espaços entre os dedos;
5.Enxague bem as mãos com água;
6.Seque as mãos com papel toalha e o utilize para fechar a torneira.
A OMS recomenda que o procedimento dure entre 40 e 60 segundos. A torneira deve ficar fechada enquanto as mãos estão sendo ensaboadas.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Jornada dupla (ou tripla)

Todo mundo sabe do problema. O governo precisa apenas tomar uma decisão que respeite e dê dignidade aos profissionais da educação. A matéria é longa, mas vale a leitura.
Fonte: Revista Educação - Ligia Sanchez
A rotina diária de Helena Cristina Penteado, professora de educação infantil da rede municipal de São Paulo, tem início às 7 horas, na Emei Antonio Bento, no Butantã, zona oeste da capital paulista. Três vezes por semana, ela tem 40 minutos cravados no relógio para almoçar e se deslocar até a Emei Monte Castelo, a quase dois quilômetros dali, onde dá aula até 19h.
Mesmo passando quase 12 horas por dia nos locais de trabalho, Helena ocupa parte de seu tempo livre, em casa, para resolver pendências relacionadas às tarefas escolares. "Não dá tempo para fazer pesquisas, preparar atividades e preencher relatórios na escola, por conta de tudo aquilo que a gente tem de cumprir", conta. Sem contar casos especiais, como o sábado de junho em que a professora teria de trabalhar, nas duas escolas, em razão das festas juninas. "Vou para uma unidade um pouco mais cedo que os demais, cumpro meu horário e parto para a outra. Nisto, vou pegar metade de uma festa e metade da outra".
A situação de Helena, que tem uma jornada diária de trabalho extensa e dividida entre duas escolas, representa, se não a maioria, pelo menos uma parcela significativa dos docentes brasileiros. Dados do Ministério da Educação mostram que, em 2009, 40% dos professores da Educação Básica no país atuavam em mais de um turno, sendo quase 33% em dois e os outros 7%, em três períodos. Segundo as estatísticas, 18% dos docentes lecionavam em duas escolas e 3% em três estabelecimentos.
Confirmando a impressão geral de que professores trabalham muito, pesquisa realizada em 2007 pelo Ibope Inteligência para a Fundação Victor Civita apontou que 51% dos professores dobram a jornada e que 19% deles dão aulas em até três períodos. O estudo também mostrou que os professores gastam, em média, 59 horas por semana em atividades relacionadas ao trabalho. Deste total, praticamente 50% correspondem a horas em sala de aula. E que, diariamente, cerca de 3 horas são gastas para ir de casa à escola ou em deslocamentos entre escolas onde lecionam.
Cálculos desencontrados
Os números do MEC apresentam resultados muito diferentes do estudo. O que se pode considerar é que os dados oficiais não incluem professores de turmas de atividade complementar e que os docentes são contados uma única vez em cada unidade da Federação, porém eles podem efetivamente trabalhar em mais de uma rede. Pode-se considerar que quem dá aulas em duas cidades não entra na conta de duas escolas ou dupla jornada. E não é difícil encontrar pessoas nesta situação na região metropolitana de São Paulo, por exemplo. O professor de geografia Thiago Fernandes Teixeira da Silva é contratado pela rede estadual, com aulas atribuídas em Osasco, cidade vizinha à capital paulista, onde ele também é funcionário da prefeitura. Já a pesquisa do Ibope/Fundação Victor Civita trabalhou com amostragem. Foram 500 professores em todo o Brasil, entrevistados por telefone.
A dificuldade de encontrar dados satisfatórios sobre uma informação tão simples do trabalho dos professores brasileiros é o primeiro indicativo dos problemas que afetam a profissão. Mesmo que 40% da categoria faça dupla jornada, como apontam os dados oficiais, o número é significativo, quando se tem o excesso de trabalho como fator que prejudica a qualidade do ensino e a satisfação pessoal e profissional.
Impacto na qualidade
"Como a educação no Brasil não é de período integral, salvo exceções, os professores acabam tendo dois empregos para complementar a renda. E a gente fica se perguntando em que hora do dia eles planejam, corrigem deveres, preparam aulas", comenta Angela Dannemann, diretora-executiva da Fundação Victor Civita.
Segundo ela, o reconhecimento de que a dedicação dos professores a apenas um período de aulas é melhor para a qualidade do trabalho é um dos motivos para que redes estaduais e municipais estejam tentando eliminar as possibilidades da tripla jornada, que aparece em menor quantidade, mas ainda é praticada. A professora Helena Cristina conta que a rede municipal de São Paulo realizou mudanças nos últimos anos. Os três turnos de aulas foram transformados em dois. Mas os professores continuam tendo três horários possíveis a cumprir, das 7h às 11h, das 11h às 15h e das 15h às 19h, o que impossibilita assumir turmas no primeiro e no segundo turnos em escolas diferentes.
"Os mecanismos adotados para impedir que o professor pule de uma escola para outra não oferecem a compensação financeira para a nova condição", afirma Angela.
Segundo ela, o número excessivo de horas de trabalho acarreta estresse e problemas psicossociais. "Quando o trabalho preenche o dia inteiro, a pessoa pode ter conflitos familiares, cobrança de atenção pelo cônjuge e filhos", afirma a pesquisadora. Na percepção da educadora Helena, é alto o número de professores que acabam tendo problemas de saúde e necessitando de licença médica, por conta das pressões no trabalho.
Ao longo de sua carreira, Helena já sentiu o peso da dupla jornada em diferentes âmbitos da vida pessoal. Precisou deixar a universidade, porque não conseguia conciliar os dois períodos de aula com os estudos, além da família. Ela ingressou na rede em 2003, com diploma de magistério, sempre cumprindo mais de um turno. Mesmo sem a faculdade, conseguiu o nível superior pelo programa de formação proporcionado pela prefeitura, em parceria com a USP, para professores da rede.
O cansaço bateu forte no ano em que trabalhou em um CEU, com três turmas diferentes, por conta do horário diferenciado do estabelecimento. "Era uma classe na faixa dos seis anos de idade das 7h às 11h; outra na média dos cinco anos de idade das 11h às 13h e crianças de quatro anos das 13h às 15h", detalha. Eram três planejamentos, com três tipos diferentes de atividades. "Não dá para fazer a mesma coisa com as crianças do segundo estágio e com as do primeiro. As menores ainda estavam se adaptando, descobrindo a chegada à escola", conta.
Processo formativo
O planejamento feito de forma consistente e a dedicação a uma única classe são os pontos frágeis no acúmulo de turnos e escolas, como é comum entre os professores brasileiros. "O educador é um profissional de formação, o que significa que ele precisa se atualizar constantemente. É um trabalho que demanda planejamento frequente, avaliação continuada, acompanhamento dos processos, registro, precisa de tempo de aprimoramento. Se ele está o dia inteiro dando aula, não consegue fazer isso", pondera Angela, da Fundação Victor Civita.
Para o educador português António Nóvoa, a prática de dar aulas em mais de uma escola torna impraticável o desenvolvimento de um professor reflexivo e que trabalha em equipe - temas centrais de suas teorias e linhas de investigação. "Defendemos a existência de um projeto pedagógico nas escolas, que funcione como fio condutor de todas as atividades, com envolvimento dos professores, em cooperação. Se eles não estão mais na escola após dar as aulas, porque vão para outra, é impossível concretizar tais objetivos", afirma.
Nóvoa é reitor da Universidade de Lisboa, catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da instituição e um dos pesquisadores de referência no campo educacional. Em visita ao Brasil, em maio, mostrou-se surpreso durante uma palestra, na qual foi comentado o fato de professores brasileiros praticarem a dupla jornada e até em escolas diferentes. "O Brasil é o único país que conheço onde isso acontece", declarou.
Segundo ele, na Europa não é comum que professores de Educação Básica vivam tal situação. "Em média, eles cumprem cerca de 30 horas semanais, em uma única escola. Há cerca de 30 anos isso acontecia em Portugal, mas desde então, não mais."
Em seu livro mais recente Professores, imagens do futuro presente , de 2009 (ainda não publicado no Brasil), ele afirma que "nada será conseguido se não se alterarem as condições existentes nas escolas e as políticas públicas em relação aos professores. É inútil apelar à reflexão se não houver uma organização das escolas que a facilite". A afirmação, que busca uma formação de professores mais sólida, faz sentido para a situação precária em que a profissão se encontra, na qual o fato de precisar trabalhar em duas escolas é mais um dos sintomas.
Tentativas
A história do professor Thiago Fernandes da Silveira, que trabalha nas redes estadual e municipal de São Paulo, é um exemplo dos desafios que os docentes encontram na dupla jornada. Há três anos na carreira, desde o início ele tem dois empregos, pelo motivo financeiro. "Na rede estadual, o salário da jornada básica de 25 horas seria por volta de R$ 800, o que é inviável", comenta.
Neste ano, ele cumpre 10 horas-aula no período da manha, três dias por semana, em uma escola estadual em Osasco, das 8h50 às 12h20. À tarde, são 25 horas-aula todos os dias, das 13h30 às 18h30, no CEU Jaguaré, em São Paulo. Primeiro, leciona para turmas de ensino médio e no segundo período tem classes de 6º e 7º anos do ensino fundamental.
Fora as mais de 12 horas fora de casa (contando o tempo de deslocamento, que ele faz por transporte público), ele ainda acaba gastando pelo menos uma hora diária de planejamento e avaliação. "Acabo me preparando para o dia seguinte ou a próxima semana, pelo fato de estar nas duas escolas. O ideal seria fazer um plano para o bimestre, mas isto acaba não acontecendo." Em semanas de avaliação, Thiago tem uma sobrecarga de trabalho em casa. "Mas não deixo passar muito mais de duas horas, caso contrário perco a vida social", considera.
No ano passado, entretanto, ele dava aula nos três turnos, manhã, tarde e noite. "Era bem pior, quase não via minha esposa", que por sinal também é professora e se divide entre duas escolas. A carga horária mais extensa comprometia a qualidade do trabalho. "Eu tinha 12 salas, acontecia de chegar ao final do ano e nem conhecer direito alguns alunos."
O fato é que a questão financeira continua sendo a grande barreira para que os professores trabalhem da forma como gostariam. A fixação em um único local traz várias vantagens para o convívio e as práticas docentes. Além de poupar o professor do excesso de aulas, do número elevado de alunos (que não permite uma atenção mais individualizada), e do desgaste natural dos deslocamentos, permite que se invista em um projeto pedagógico coletivo. Sem esse convívio mais aprofundado, fica difícil fazer com que os docentes façam um trabalho articulado e troquem impressões e informações sobre seu desenvolvimento.

SME PUBLICA A PORTARIA DE MATRÍCULAS PARA 2012

Fonte: 11/10/2011 - SINPEEM
A Secretaria Municipal de Educação publicou nas páginas 18 e 19 do Diário Oficial da Cidade de 11 de outubro a Portaria nº 5.033, que dispõe sobre diretrizes, normas e períodos para a realização de matrículas na educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos (EJA) na rede municipal de ensino e nas instituições privadas de educação infantil da rede indireta e conveniada.
De acordo com a Portaria o atendimento à demanda serádefinido por endereço residencial ou setor indicado pelo responsável para a educação infantil e endereço indicado para o ensino fundamental, considerando o conjunto das características e necessidades da população local.
As matrículas, que são centralizadas, impedem que as escolas matriculem os alunos, tanto no regular como na EJA. Para o SINPEEM, conforme deliberado nos Congressos e assembleias da categoria, essa medida mascara a demanda, visto que a DRE matricula os alunos onde considera mais conveniente, desconsiderando a opção de pais e alunos, superlotando salas e deixando alunos sem matrícula por longo tempo. Além disso, desrespeita a autonomia das escolas e favorece a política de escola polo.
PARA LER A PORTARIA NA ÍNTEGRA, CLIQUE NO TÍTULO.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ESCOLHA/ATRIBUIÇÃO 2012: SME PUBLICA PORTARIA DE PONTUAÇÃO

Publicada no DOC de 08 de outubro, a Portaria nº 4.999 dispõe sobre a pontuação dos profissionais de educação docentes para escolha/ atribuição de turnos e de classes/aulas para o ano letivo de 2012.
No geral, foram mantidos os mesmos critérios e pesos utilizados no ano passado para a composição da pontuação de cada docente.
Nas manifestações que realizamos em defesa das nossas reivindicações, durante a campanha salarial, conseguimos conquistar o fim dos descontos na pontuação dos dias de licença para tratamento da própria saúde, que consta da Portaria.
Os professores remanescentes, mesmo podendo permanecer na unidade anterior de lotação, que aceitaram outra unidade na condição de CJ ou regente tiveram, conforme, assumiu anteriormente a SME, pontos de bonificação.
O SINPEEM questionou a perda de lotação dos readaptados temporários por tempo superior a mais de dois anos, posto que não houve regulamentação para que sejam considerados excedentes.
PARA LER O EDITAL NA ÍNTEGRA, CLIQUE NO TÍTULO.

Remoção Quadro de Apoio Escolar - SEE SP

terça-feira, 11 de outubro de 2011 Diário Oficial Poder Executivo - Seção I São Paulo, 121 (193) – 47
Comunicado
Concurso de Remoção do Quadro de Apoio Escolar/2011 O Coordenador da Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos comunica aos candidatos do Concurso de Remoção do Quadro de Apoio Escolar – Assistente de Administração Escolar, Secretário de Escola e Agente de Organização Escolar que a planilha com o resultado da atribuição, se removido ou não, estará disponível para consulta no Sistema GDAE, a partir de 12/10/2011, para conhecimento dos interessados.
O Ato de Remoção será publicado oportunamente, como também novo Comunicado com orientações sobre o desligamento e exercício na unidade de destino, para os candidatos removidos.

MEC ABRE INSCRIÇÕES PARA MESTRADO PARA PROFESSORES DE MATEMÁTICA

Fonte: MEC e G1
Estão abertas até o dia 26 próximo as inscrições para curso de mestrado profissional, gratuito, destinado à qualificação de professores de matemática. São oferecidas 1.525 vagas, em todo país, em 65 polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB). O prazo para se candidatar é 26 de outubro, e o Exame Nacional de Acesso, que terá uma única prova, acontece em 26 de novembro.
De acordo com o Ministério da Educação, que financia o curso, 80% das vagas serão destinadas a professores da rede pública de educação básica.
Para concorrer a essas vagas, é preciso apresentar contracheque ou declaração da Secretaria de Educação, estadual ou municipal, ou ato de nomeação publicado no Diário Oficial do estado ou município, ou apresentar uma declaração com firma reconhecida do diretor da escola confirmando de que o candidato exerce a docência de matemática no ensino básico.
As inscrições devem ser feitas pelo site do curso e o pagamento da taxa de R$ 39 pode ser feito por boleto bancário.
A prova é composta de 35 questões de múltipla escolha e três questões dissertativas.
Coordenado pela Sociedade Brasileira de Matemática, o mestrado profissional em matemática é realizado em 65 polos credenciados à UAB em todo o país, majoritariamente em universidades federais.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Haddad volta a defender Enem como substituto do vestibular

Fonte: 10/10/2011 - 18h28 Da Agência Brasil
A menos de duas semanas da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a defender o teste como a forma mais moderna de avaliação do desempenho dos alunos. Segundo ele, registros de problemas são comuns em diversos lugares do mundo, já que se trata de uma prova com “escala monumental”.
Haddad destacou que a substituição do vestibular pelo Enem é fundamental para garantir a implementação prática da reforma do ensino médio no país. “É preciso acabar com o vestibular, que é um grande mal que se fez à educação brasileira, porque você não organiza o ensino médio com cada instituição fazendo um programa de vestibular diferente. O Exame Nacional [do Ensino Médio] é o que há de mais moderno no mundo e tem problemas em diversos países, mas temos que aprender a enfrentar esse negócio”, disse.
Ver em tamanho maiorVeja temas de atualidades que podem cair no Enem e nos vestibularesFoto 7 de 15 - Tumultos em Londres - Entre os dias 6 e 10 de agosto, tumultos tomaram conta das ruas de Londres e outras cidades da Grã-Bretanha. Grupos de jovens atearam fogo em prédios e veículos, saquearam lojas e enfrentaram a polícia com bombas caseiras. Foram os mais graves desde os distúrbios ocorridos em Brixton, em 1995. Na foto, prédio é incendiado no bairro de Croydon, sul de Londres Mais Lewis Whyld/PA Wire/APO ministro da Educação participou hoje (10), no Rio, de seminário sobre os desafios da educação básica no país, promovido pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Ele citou a China e a Inglaterra como países que também tiveram problemas na aplicação de exames equivalentes ao Enem. Na China, 62 pessoas foram presas por cola eletrônica e na Inglaterra foi registrado número recorde de itens cancelados porque não tinham resposta correta. “Não estou dizendo que vai acontecer alguma coisa [no Enem deste ano], mas é um grande programa fazer uma prova em um fim de semana para 5 milhões de pessoas”, ressaltou, destacando que o ministério está “somando inteligência ao processo, a cada edição”.
Haddad também voltou a garantir que a greve dos funcionários dos Correios não vai afetar a realização das provas. “Estamos em contato permanente com a direção dos Correios desde o início do movimento. A garantia que se tem é que está tendo uma operação especializada e dedicada à distribuição das provas e cartões”, enfatizou.
O ministro reiterou sua posição favorável às aulas em tempo integral para o ensino médio nas escolas públicas, conforme previsto no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que está sendo avaliado no Senado. “Vamos ter que oferecer segundo turno com outras perspectivas de desenvolvimento cognitivo. A ideia é ter uma matriz de conteúdo um pouco mais enxuta no primeiro turno, para que o professor possa aprofundar mais as aulas, e um segundo turno que abra possibilidade de conteúdos profissionalizantes, de cultura, inclusão digital, entre outros”, explicou.
Segundo ministro, o governo já implementou esse projeto, em caráter experimental, em 600 escolas e a expectativa é ampliar o programa nos próximos anos. “Vamos começar com mais força em 2012. Queremos avançar para oferecer um ensino médio mais coerente com as expectativas dos estudantes”, disse.
O ministro informou, ainda, que o governo não decidiu como será a ampliação da carga horária mínima das redes de ensino, proposta pela pasta. Atualmente, os alunos cumprem jornada de 800 horas distribuídas em 200 dias. Haddad disse que a mudança só será definida após todas as entidades convidadas pelo MEC opinarem sobre o assunto. Ele ressaltou, no entanto, que a maioria dos educadores e gestores que já se manifestaram prefere que haja ampliação na carga horária diária e não no número de dias letivos.
A alternativa, que a princípio poderia prejudicar as escolas com horário noturno, porque teriam dificuldade de se organizar para oferecer cinco horas de aula, torna-se viável com a implementação de atividades à distância, de acordo com o ministro. “Como o [horário] noturno está bastante concentrado no ensino médio e a resolução do Conselho Nacional de Educação, a ser homologada, prevê 20% da carga horária em atividades semipresenciais, as pessoas estão enxergando nisso uma alternativa de resolver o problema”, explicou.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Justiça manda escola matricular no ensino fundamental aluno abaixo da idade "autorizada"

Isso vai dar pano pra manga.... Inclusive existe um fato triste e curioso. Triste pq algumas instituições de ensino seguram as crianças por dois ano na educação infantil e depois não dão condições de continuidado pois são irregulares, não tem cadastro. Curioso pq as secretarias de educação deveriam fiscalizar e supervisionar e nada disso acontece. Quem se lasca? a família e a criança.
Fonte: 07/10/2011 - 07h00 Rafael Targino - UOL Educação
Uma decisão da Vara da Infância e Juventude de São Paulo obrigou uma escola particular da capital paulista a matricular no ensino fundamental uma criança que, pelas recomendações do CNE (Conselho Nacional de Educação, um órgão vinculado ao ministério), não teria a idade correta para frequentar a primeira série.
De acordo com uma resolução do CNE, somente as crianças que completarem seis anos antes do dia 31 de março podem ser matriculadas no primeiro nível do fundamental. A decisão, que, como toda resolução do órgão, não tem força de lei, serviria para uniformizar a data entre os Estados. No entanto, eles têm liberdade para alterá-la: em São Paulo, neste ano, esse prazo foi estendido até o dia 30 de junho.
As crianças, então, que não completam seis anos até 31 de março de 2012 (ou 30 de junho, no caso de SP) e concluem o ensino infantil agora em 2011 caem em uma espécie de “limbo”: impedidas de entrarem no fundamental, podem ser obrigadas a fazer uma série “intermediária” ou, simplesmente, perderem um ano de estudos.
Quando a resolução nacional foi publicada abriu-se uma exceção para 2010. Meses depois, o conselho abriu outra para 2011. No entanto, não houve decisão relativa a 2012.
São Paulo
No caso do mandado de segurança, impetrado pela advogada Claudia Hakim e deferido no dia 23 de setembro, o Colégio Beit Yaacov, de São Paulo, foi obrigado a matricular a criança (e os colegas que estejam em situação semelhante) no primeiro ano do ensino fundamental. Procurada pelo UOL Educação, a instituição afirmou que a medida está sendo analisada pelo departamento jurídico. No entanto, diz a escola, a decisão sobre em qual turma será feita a matrícula é “pedagógica”.
A liminar, segundo o presidente da Comissão de Direitos Infanto-Juvenis da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo), Ricardo Cabezón, não pode ser usada como jurisprudência, mas abre um “precedente”. Ou seja: caso outros pais estejam enfrentando o mesmo problema, devem entrar com pedidos na Justiça.
"Bom senso"
A secretária de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação), Maria do Pilar Lacerda, afirma que os casos da matrícula para 2012 são isolados, mas pede que as escolas tenham “bom senso”.
“Primeiro, a gente tem que ter a clareza de que criança não é mercadoria. Não é cliente, é aluna. É usuária de direito constitucional. É necessário bom senso. Se as crianças frequentaram dois anos da escola, se a escola consegue entender que o processo de amadurecimento cognitivo está bem resolvido, ela usou o bom senso”, afirma.
Ela diz, no entanto, que especialistas não recomendam a matrícula da criança em uma série com idades muito diferentes. “Às vezes, a criança sabe ler, mas não sabe amarrar o sapato. Colocam-na com crianças maiores e ela pode se tornar alvo de brincadeiras porque não tem desenvolvimento motor.”