quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Governo deve colocar 25 mil professores na rede estadual em 2012

Fonte: 10/02/2011 - 13h14 Ana Okada Em São Paulo
O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta quinta-feira (10) que 25 mil professores, já aprovados no último concurso da rede, devem ingressar no ensino estadual de São Paulo em 2012. Eles serão convocados no primeiro semestre de 2011 e farão curso de formação no segundo semestre, para ingressar nas salas de aula no ano que vem.
Durante a aula, o governador Geraldo Alckmin tirou pressão arterial de uma aluna Atualmente, o ensino do Estado tem 110 mil professores concursados efetivos, 78 mil temporários com estabilidade e 22 mil temporários sem estabilidade. Neste semestre, 9.304 docentes concursados entraram na rede.
Alckmin ressaltou também que o ensino fundamental de nove anos terá três ciclos, e não mais dois, como ocorre atualmente. A mudança já havia sido anunciada em janeiro, em matéria da Folha de S. Paulo. Além do ciclos que vão do 1º ao 5º ano e do 6º ao 9º ano, a ideia é que ocorra retenção também no 3º ano, para que os estudantes com dificuldades possam ser recuperados mais rapidamente.
Em entrevista ao jornal SPTV, o secretário da Educação Herman Voorwald disse que a mudança da progressão depende de uma discussão, que deve se iniciar em breve, entre a pasta e a rede.

O Brasil precisa dos professores

Até que enfim, alguém olha e pensa nos professores. Vamos torcer para que tudo ocorra de forma clara, transparente e que esse pensamento o acompanhe durante toda gestão.
Fonte: Folha de São Paulo - 10/02/2011 - HERMAN VOORWALD
A Folha tem apresentado nesta mesma seção importantes contribuições para a discussão pública do modelo da progressão continuada no ensino fundamental do Estado de São Paulo, em acréscimo aos editoriais, artigos e reportagens que já haviam tratado desse tema.
Em atenção às diversas opiniões sobre o assunto, cabe esclarecer que, muito mais que manter e reformular a progressão continuada, o governo de São Paulo realizará a reorganização dos ciclos dos ensinos fundamental e médio do Estado, tendo como objetivos, entre outros, a melhoria da qualidade da formação dos seus alunos e sua preparação para a cidadania e o mercado de trabalho.
O desafio de melhorar a educação pública paulista exige não só inovações na política de governo, mas também assegurar os avanços conquistados em gestões anteriores, que reverteram expectativas pessimistas na educação.
A partir de 1995, com os governos Covas e Alckmin, São Paulo implantou medidas com foco na universalização do acesso à escola, na correção das distorções de idade/ série e na redução da evasão. Hoje, quase 99% da população de sete a 14 anos do Estado está na escola. Na faixa de 15 a 17 anos, há 86,4% de alunos, maior índice do país. Com a gestão Serra, mais recentemente, tivemos a padronização curricular, com orientações aos docentes para todas as séries, inclusive por meio dos programas Ler e Escrever e São Paulo Faz Escola.
Avançamos também com as avaliações das escolas e as metas de qualidade, que proporcionam um olhar mais detalhado do sistema educacional.
Outra inovação relevante foi o programa de incentivos por meio de bônus por resultados, no qual as escolas têm metas de qualidade que, se alcançadas, geram até 2,9 salários a mais no ano para seus servidores. Todas essas conquistas serão mantidas pelo atual governo.
Mas esta gestão não se limitará a elas. É preciso modernizar a estrutura da Secretaria da Educação, que gerencia cerca de 5 milhões de alunos, 230 mil professores e 5,3 mil escolas e é baseada em um modelo administrativo anacrônico e burocrático. Elaborada a partir de 2008, a reestruturação necessária, cuja implantação já foi decidida pelo governador Geraldo Alckmin, proporcionará uma gestão muito mais ágil e eficiente.
Nosso Estado mantém três das melhores universidades do país, a Unesp, a Unicamp e a USP. Elas respondem por cerca de 40% de toda a produção científica brasileira de nível internacional. Produção esta que passou de 0,6% do total mundial no final dos anos 1980 para o atual patamar de 2,2%, perfazendo um dos mais significativos crescimentos entre todos os países.
O desempenho dessas três instituições no plano acadêmico e, acima de tudo, no desenvolvimento econômico do país não aconteceu graças apenas a investimentos por agências de fomento. Esse avanço se deveu, principalmente, à inclusão, entre as prioridades institucionais, da valorização de recursos humanos por meio de plano de carreira e de política salarial.
Nessas três universidades, para obter crescentes avanços rumo à excelência, foi fundamental a consolidação de quadros de docentes e de servidores técnicos e administrativos comprometidos com a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. Temos a obrigação de seguir esse exemplo com os ensinos fundamental e médio do Estado.
O Brasil precisa dos professores.
Nosso objetivo maior é, portanto, a valorização dos profissionais do ensino público paulista.
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HERMAN VOORWALD, 55, é secretário de Estado da Educação de São Paulo, reitor licenciado da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e professor titular da Faculdade de Engenharia do campus de Guaratinguetá.

SP prioriza professores antigos na sala de aula

Vamos apenas esclarecer. Para titulares de cargo, somente foi atribuido aulas não específicas, quando esgotadas as específicas do professor efetivo. Sendo assim, nesse caso, poucos serão os professores nessa situação. Mas cuidado, pois as vezes um professor de Biologia, tem a sua não específica Ciências, o professor de Língua Portuguesa, pode pegar Inglês, ou seja não existe tanto distanciamento, até porque o currículo não atende tantas disciplinas assim. Em relação aos não efetivos, isso já era uma prática na rede. Sou critico ferrenho da SEE, mas precisamos também entender que alguma coisa precisa ser feita para começar o ano letivo e garantir o direito de aprender dos alunos. Nesse momento, independetemente de partido político e ideologia que alguns sindicatos tem, precisamos acreditar e ajudar e não torcer para que tudo dê errado, pois nesse momento a política do quanto pior melhor em nada contribuirá para a melhora da qualidade da educação pública paulista.
Fonte: 10/02/2011 - Fábio Takahashi - Folha de São Paulo
O governo de SP decidiu priorizar na distribuição de aulas deste ano professores com mais tempo de trabalho e mais estabilidade na rede, mesmo que eles não tenham formação específica na disciplina a ser lecionada.
Na prática, os alunos (cujo ano letivo começa hoje) terão mais aulas com docentes não formados especificamente na disciplina. Por outro lado, mais turmas terão educadores experientes, e os professores se deslocarão menos.
Isso acontecerá porque os docentes com melhor classificação puderam escolher, de uma só vez, aulas de sua disciplina e de outras correlatas -antes mesmo de professores com formação específica nessas áreas, mas com pontuação menor.
A classificação é feita com base na situação do docente (concursados escolhem antes de não efetivos) e da pontuação (que contabiliza itens como tempo de serviço).
A condição para que o educador possa escolher outras disciplinas é ter cursado ao menos 160 horas destas matérias na graduação (o curso de licenciatura exige ao menos 3.200 no total).
Até o ano passado, para pegar uma matéria diferente da formação inicial, o docente tinha de esperar a escolha de todos os professores da matéria específica.
ENVOLVIMENTO
A Secretaria Estadual da Educação afirma que a ideia é que os professores possam concentrar seu trabalho em uma escola, o que ajuda no envolvimento do projeto pedagógico e no acompanhamento dos estudantes.
Além disso, diz, quem cursou as 160 horas de uma determinada área está preparado para lecionar. E ele não atuará em matéria totalmente distinta da formação.
A medida -adotada no final do ano passado pela gestão Serra (PSDB) e mantida por Alckmin (PSDB)- causou polêmica entre professores da rede e educadores.
DIVERGÊNCIAS
A nova lógica faz com que um formado em física há dois anos possa perder aulas da matéria para quem cursou matemática há dez anos.
"É como colocar uma cirurgia complexa na mão de médico que só tira calo de pé há vinte anos, ainda que haja cirurgião recém-formado", afirmou Vitor Paro, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
"Com o contingente de temporários, que não se fixam nas escolas, a secretaria tinha de tentar alguma coisa. Concentrar as aulas nos efetivos é interessante", disse Maria Malavasi, da Faculdade de Educação da Unicamp.
Quase metade dos professores da rede não foi aprovada em concurso. "A mudança deveria ser apenas emergencial. O problema só acabará quando houver concursados para todas as aulas e com incentivos a permanecer na escola", complementa.
A presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), Maria Izabel Noronha, afirmou que "deverá haver muitas contestações judiciais, porque a formação específica deveria prevalecer". A Secretaria da Educação não informou quantos professores se valeram da vantagem na nova regra de atribuição de aulas e vão lecionar em disciplinas correlatas.