domingo, 21 de novembro de 2010

O Enem paulista - SARESP

A leitura precisa ser atenta aos detalhes, principalmente a fala do governador. O SARESP como avaliação institucional tem um papel e função importante para as políticas públicas de educação, mas por várias vezes teve seu uso desviado, antigamente as escolas eram punidas com cores e com isso tinha investimentos diferenciados, potencializando um grande erro, pois se uma escola teve um desempenho ruim, esta, precisa de maior atenção, mas não, estas tinham suas verbas reduzidas e com isso a qualidade que quase não existe, desaparece por completo. Hoje o SARESP é utilizado para avaliar as escolas e os professores e o resultado pune todos, inclusive os alunos, que tem nas suas avaliações o resultado mascarado, haja visto que para a escola a quantidade do resultado melhora a quantidade do bônus, o governo então pede para que todos façam isso, em função das péssimas condições de trabalho. Com isso a qualidade mais uma vez fica em segundo plano. E o píor e o governo sempre manipulando as informações e tentando colocar a culpa e responsabilidade na escola, ou minimizando o erro, como sempre dizendo que foi pontual. Aonde vamos parar?
EDITORIAL FOLHA
Não se restringem ao governo federal as falhas de gestão que impedem a aplicação de boas ideias na área educacional.
Enquanto ainda se discutem soluções para os problemas ocorridos na aplicação da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), exemplos de desorganização surgem no Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento do Estado de São Paulo). O teste, organizado pelo governo paulista, mede e compara o desempenho acadêmico de alunos da educação básica e do ensino médio.
Sua aplicação nesta semana, a exemplo do que já havia ocorrido no exame federal, foi marcada por gabaritos trocados, falta de provas e uso de celular por alunos.
A avaliação, concebida para permitir um diagnóstico preciso sobre os problemas das escolas públicas, deveria ser utilizada pelo Estado para traçar as políticas de melhoria do ensino.
O exame também fornece subsídios para uma política de estímulos meritocráticos ao trabalho dos docentes. Como se sabe, o governo paulista implantou um sistema de bônus financeiros distribuídos para os professores das escolas com melhor desempenho.
O acúmulo de problemas, ao colocar sob suspeita as notas obtidas pelos alunos, torna duvidosa qualquer medida que tenha por base o resultado do Saresp. Mas há ainda outro problema, bem mais grave: a Folha teve acesso a uma gravação, feita por celular, que mostra uma professora, sentada ao lado de um dos estudantes, a ajudá-lo na prova.
Há relatos ainda de docentes que aplicaram o exame às suas próprias turmas, o que é proibido, pelo fato óbvio de que o desempenho desses alunos é do interesse direto dos professores.
Ao que tudo indica, é muito frágil a vigilância de inspetores para impedir fraudes nos resultados.
Manipulada por professores, a prova perde o sentido, impede a obtenção de diagnósticos precisos sobre a educação e a implementação de medidas eficazes para melhorar sua qualidade.
Compete ao governo paulista aplicar medidas drásticas de monitoramento nos próximos exames, se não deseja abandoná-los ao completo descrédito.
Apeoesp quer anulação do provão escolar de SP - Para sindicato de professores, erros no Saresp poderão afetar os bônus dos docentes
A Apeoesp, que representa os professores da rede estadual paulista, afirmou ontem que entrará na Justiça para pedir a anulação do Saresp, prova do governo do Estado aplicada nesta semana.
A Folha divulgou ontem que recebeu relatos de gabaritos trocados, provas faltando, uso de celular e até de professores da própria escola dentro da sala (o que é proibido) ajudando alunos a responder às questões.
Para Maria Izabel Noronha, presidente do sindicato, os alunos foram prejudicados com as falhas e isso, diz, tem reflexo nos docentes.
"As falhas vão provocar distorções nas notas. E os professores terão bônus de acordo com o desempenho do alunos. Se distorce o resultado dos alunos, distorce o dos professores também."
Ela considerou grave, sobretudo, o problema detectado em ao menos 18 escolas, onde as folhas de resposta tinham numeração do estudante diferente da que havia no caderno de perguntas. Isso poderia fazer com que respostas certas fossem consideradas erradas.
Outro fator que pode distorcer as notas é o fato de os professores terem ajudado alunos com as respostas, como a Folha viu em um vídeo gravado na sala de aula.
O secretário da Educação, Paulo Renato Souza, disse que os alunos não foram prejudicados e que o problema com a numeração na folha de respostas era "previsto".
"Quando você tem 26 cadernos de prova, que têm que ser manipulados, colocados exatamente a prova com a folha de resposta [os erros podem acontecer]. Isso foi resolvido nas escolas", disse. A secretaria diz que havia um espaço onde os alunos poderiam retificar o número.
Paulo Renato afirmou ainda que os outros problemas serão investigados e, se comprovados, a nota da escola e o bônus serão cancelados.
Segundo ele, a secretaria recebeu, no ano passado, denúncias de fraude em 14 escolas. Elas foram investigadas e o bônus, suspenso. Treze delas foram inocentadas e receberam o bônus nove meses depois. Uma ainda está em sindicância.
O governador Alberto Goldman (PSDB) disse ontem que as falhas foram "casos muito singulares, sem nenhuma repercussão" e que a avaliação em todo o Estado vai estar "99% perfeita".
Para ele, as falhas não prejudicam os alunos, "porque o avaliado é a escola, para efeito de bônus que os professores e diretores recebem".
(TALITA BEDINELLI)

Inscrição para concorrer a afastamento nos termos do artigo 22 da LC 444/85 para docentes titulares de cargo (efetivos)

DRHU – 56, de 28-9-2010
Dispõe sobre inscrições para a Prova de Avaliação e para o Processo de atribuição de classes e aulas do ano letivo de 2011 (...)
II – Professores efetivos, na Unidade Escolar de classificação do cargo:
a) de 03/11 a 12-11-2010 – para inscrição regular
b) de 16/11 a 23-11-2010 – para atribuição de classes e aulas nos termos do artigo 22 da Lei Complementar nº 444/85; que será efetuada pelo próprio docente no site: www.educacao.sp.gov.br
c) No período de 10/01 a 21-01-2011, cumprirá à Comissão de Atribuição de classes e aulas verificar cada uma das inscrições de titulares de cargo que tenham optado por participar da atribuição de vagas, nos termos do artigo 22 da L.C. nº 444/85, para fins de confirmação ou de indeferimento da indicação, à vista das restrições previstas nos artigos 7º e 18 do Decreto nº 53.037, de 28/5/2008, com redação alterada pelo Decreto nº 53.161, de 24/6/2008.
Outras informações sobre o afastamento pelo artigo 22 da LC 444/85:
Pode haver afastamento no mesmo município?
Não há impedimento legal a que o docente tenha atribuição nos termos do artigo 22 da LC 444/85 no mesmo município no qual é titular de cargo.
Haverá indicação pela internet?
Não há indicação para atribuição nos termos do artigo 22 da LC 444/85. A atribuição se dá de acordo com a classificação e as aulas disponíveis para esta atribuição e acontece no processo inicial conforme cronograma a ser divulgado pelo DRHU.
Caso não tenha mais interesse por ocasião da atribuição posso declinar?
Deferida a inscrição o docente não pode declinar da inscrição.
Em relação à atribuição nos termos do artigo 22 da LC 444/85 o docente somente terá atribuídas as aulas disponíveis para esta atribuição específica e que forem de seu interesse. Não há atribuição compulsória nos termos do artigo 22 da LC 444/85.