quarta-feira, 4 de abril de 2012

SINPEEM REÚNE MAIS DE SEIS MIL PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO; CATEGORIA DECIDE MANTER A GREVE

Fonte: Sinpeem 04/04/2012
Em assembleia geral ocorrida nesta quarta-feira, que reuniu mais de seis mil profissionais de educação da rede municipal de ensino, a categoria decidiu manter a greve iniciada na segunda-feira, dia 02 de abril, e realizar nova assembleia na próxima terça-feira, dia 10.
A deliberação pela continuidade da paralisação ocorreu após reunião entre o governo e as entidades representativas dos servidores da educação, na qual as propostas apresentadas pela administração municipal foram consideradas insatisfatórias, posto que não atendem reivindicações importantes para a categoria, como a antecipação dos índices de reajustes previstos para 2013 (10,19%) e 2014 (13,43%), ampliação das tabelas de vencimentos, transformação do agente de apoio em agente escolar, redução do número de alunos por sala de aula ; melhoria urgente do atendimento médico hospitalar, entre outras.
PROPOSTAS DO GOVERNO APRESENTADAS ÀS ENTIDADES NÃO AVANÇAM
A pauta de reivindicações da categoria, entregue pelo SINPEEM ao governo em fevereiro, é ampla e abrange questões salariais, funcionais e educacionais, contemplando todos os segmentos da categoria. No entanto, em sua contraposta, a administração municipal apresentou apenas quatro itens e uma relação de itens que ainda estão em estudo técnico e de impacto econômico. Alguns destes itens constam, inclusive, dos Protocolos de Negociação de 2010 e de 2011, que não foram atendidos.
READAPTADOS: o governo garantiu a publicação, até o dia 09 de abril, de comunicado sobre a regulamentação da aposentadoria especial do magistério para os readaptados e a publicação, em dez dias, dos critérios para a solicitação do benefício.
PRÊMIO POR DESEMPENHO EDUCACIONAL: antecipação, em junho, da primeira parcela do PDE nos seguintes valores; R$ 1.200,00 para Jeif, J-30 e J-40; R$ 900,00 para a JBD; e R$ 600,00 para JB. Atendendo à solicitação do SINPEEM, o governo se comprometeu em discutir o fim dos descontos de licenças médias para tratamento da própria saúde e licenças por acidente de trabalho. O SINPEEM solicitou a publicação do Decreto ainda no primeiro semestre;
ASSISTENTES DE DIRETOR: criação de 360 cargos para os Centros de Educação Infantil (CEIs).
FÉRIAS COLETIVAS EM JANEIRO: o governo disse que o Projeto de Lei do Executivo enviado à Câmara Municipal e publicado no DOC de 04 de abril dispõe sobre o calendário anual de atividades, garantindo o benefício a todos os profissionais de educação, em todas as modalidades de ensino. Disse também que existe a possibilidade de inclusão, na Portaria de organização das escolas, do direito de recesso em julho para os CEIs.
PROPOSTAS EM ESTUDO
O governo afirmou que estão em estudo a criação de referências para o magistério, a ampliação do módulo das unidades educacionais, a transformação do agente de apoio em agente escolar que exercem função equivalente, a regulamentação da Gratificação por Local de Trabalho, investimento na criação dos Centros de Formação nas Diretorias Regionais de Educação e investimento em cursos de capacitação para os profissionais da rede. Afirmou, ainda, que está concluindo análise técnica e jurídica sobre a possibilidade de pagamento do Abono Complementar aos comissionados.
GOVERNO CONDICIONA PROPOSTAS AO FIM DA GREVE
Ao final da reunião, o governo condicionou suas propostas ao fim da greve. O presidente, Claudio Fonseca, ressaltou que as negociações não avançaram e que o SINPEEM é uma entidade autônoma e independente e que a decisão sobre a continuidade ou não da greve seria tomada em assembleia pela categoria.
Diante desta resposta da administração municipal, a categoria decidiu manter a greve e realizar nova assembleia geral e manifestação na próxima terça-feira, 10 de abril, na Praça do Patriarca, de onde os servidores sairão em passeata até a Câmara Municipal para pressionar os vereadores a aprovarem o Projeto de Lei que garante férias coletivas em janeiro para a educação infantil e inclusão, em Lei, do recesso de julho para os CEIs. Veja a entrevista com o presidente Claudio Fonseca.
Até a assembleia, serão mantidos os debates com a comunidade e os profissionais de educação. O Comando de Greve do SINPEEM continuará realizando visitas nas escolas para ampliar a adesão ao movimento, até agora, de 60% das unidades educacionais.
TODOS À ASSEMBLEIA GERAL DA CATEGORIA
10 DE ABRIL – ÀS 14 HORAS
LOCAL: PRAÇA DO PATRIARCA (em frente à sede da Prefeitura)

Pais e alunos acusam professores de fraudar avaliação de SP que dá bônus salarial

Alguma coisa de errado tem sim. E muito difícil (para não dizer raro) uma escola tirar 10 no idesp em matemática, pois com esse resultado, todos os alunos sabem tudo de matemática. Ta na cara que houve alguma coisa. Mas será que isso somente aconteceu nessa escola. Mas para resolver; algo muito simples pode ser feito. Porque não aplicar uma nova prova com o mesmo grau de dificuldade. Coloque fiscais e pessoas sérias para aplicar a prova. Com o resultado (que duvido que será igual) faz uma comparação e pronto. Assim ninguém precisa descobrir a roda. Mas pelo o que conheço do sistema. Daqui alguns dias todo mundo esquece e fica por isso mesmo. Assim caminha a humanidade e a vergonha nas escolas públicas paulistas.
Fonte: 04/04/2012 11h07 UOL, em Sorocaba
Um resultado que deveria ser comemorado por pais e alunos se transformou em motivo de polêmica na Escola Estadual Reverendo Augusto da Silva Dourado.
A unidade de ensino, que fica em Sorocaba, a 90 quilômetros de São Paulo, obteve 9,3 no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) de 2011, entre as escolas dos anos iniciais do ensino fundamental. O índice vai de 0 a 10.
No entanto, pais e alunos acusam a escola de fraudar a avaliação estadual, que é revertida em bônus salarial para professores e funcionários. Segundo os relatos, os estudantes teriam sido ajudados pelos professores durante a aplicação das provas de português e matemática.
Alguns pais de alunos ouvidos pela reportagem consideram que o resultado, que coloca a unidade no topo do ranking entre escolas de 1º ao 5º ano, não reflete o nível de aprendizado de seus filhos. “Não adianta nada ver essa nota e os nossos filhos continuarem com dificuldades. Essa não é a realidade”, afirma Alessandra da Silva, mãe de um aluno da Reverendo Augusto da Silva Dourado.
Acusação de fraude na prova
Os alunos conseguiram nota máxima em matemática e 9,2 em português, o que resultou na média de 9,3. A nota ultrapassa o dobro da média das escolas do 5º ano de São Paulo, que foi de 4,24. Em 2010, a escola sorocabana obteve uma média de 6,07.
Durante uma visita ao bairro, que fica na zona industrial da cidade, é fácil ouvir comentários sobre o assunto. A mãe de uma aluna que participou da prova disse que a filha tirou dúvidas com uma professora.
“Ela [a aluna] disse que não tinha entendido bem as questões e a professora explicou melhor cada assunto”, afirma Raquel Laminda dos Santos, 30. Ela comentou ainda que o fiscal não teria se incomodado com a presença da professora de classe na sala, durante a avaliação do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo).
Há relatos, ainda, de que os melhores estudantes teriam respondido mais de uma prova: "Eles terminavam rápido e faziam a prova de quem faltou”, contou uma aluna.
Investigação
A diretora da Escola Estadual Reverendo Augusto da Silva Dourado, Vicentina de Jesus, nega qualquer tipo de fraude. Ela diz que a unidade de ensino se empenhou para melhorar a colocação no ranking. “As pessoas pensam que só alunos de escolas particulares têm o direito a ensino de qualidade e nós mostramos que não”, afirma categórica. “As professoras apenas aplicaram um simulado antes da prova e nesse dia, sim, ajudaram os alunos”, completa.
Por nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que já solicitou à Fundação Vunesp, responsável pela aplicação do Saresp, um relatório sobre as circunstâncias da prova realizada na Escola Estadual Reverendo Augusto da Silva Dourado, em Sorocaba. Com base nos esclarecimentos prestados, a secretaria decidirá quais providências serão tomadas.
A secretaria ressalta que o exame não foi aplicado por professoras da própria escola, mas sim por um docente de outra unidade para garantir a idoneidade do Saresp.
Com as denúncias, o Ministério Público em Sorocaba decidiu investigar o caso. O promotor Antonio Domingues Farto Neto pretende acionar as promotorias da Infância e da Juventude e Criminal e a Delegacia da Infância e da Juventude. Ele explicou que o fato de haver premiação aos docentes das escolas que conseguem bons resultados caracterizaria um crime de estelionato se for comprovada a ajuda dos professores.