sexta-feira, 16 de junho de 2023

Publicado Decreto do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada

Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 13 de junho, o Decreto 11.556/2023, que institui Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Lançado na segunda-feira, 12 de junho, pelo Governo Federala nova política de alfabetização do Ministério da Educação (MEC) terá um investimento de cerca de 1 bilhão, em 2023, e mais R$ 2 bilhões durante os próximos três anos. A expectativa é beneficiar 4 milhões de estudantes de 4 e 5 anos de idade, em 80 mil escolas públicas que ofertam pré-escola; 4,5 milhões de 6 e 7 anos de idade, em 98 mil escolas públicas de anos iniciais; e 7,3 milhões de 8 a 10 anos de idade, em 98 mil escolas públicas de anos iniciais. 

O Decretoassinado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, traz todas as diretrizes do Compromisso e revoga o Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019. Por meio da conjugação dos esforços da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a nova política de alfabetização tem como finalidade garantir o direito à alfabetização das crianças brasileiras, elemento estruturante para a construção de trajetórias escolares bem-sucedidas. Compete ao MEC a coordenação estratégica das políticas, dos programas e das ações decorrentes do Compromisso. 

Princípios e diretrizes – a nova Política tem como princípios a colaboração entre os entes federativos; o fortalecimento das formas de cooperação; a garantia do direito à alfabetização como elemento estruturante para a construção de trajetórias escolares bem-sucedidas; a promoção da equidade educacional, considerados aspectos regionais, socioeconômicos, étnico-raciais e de gênero; o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; o respeito à liberdade, a promoção da tolerância, o reconhecimento e a valorização da diversidade; a valorização e o compromisso com a diversidade étnico-racial e regional; o respeito à autonomia pedagógica do professor e das instituições de ensino; e valorização dos profissionais da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental. 

A implementação do Compromisso seguirá algumas diretrizes, como o reconhecimento da autonomia dos entes federativos e do papel indutor, articulador e coordenador do MEC na realização das políticas públicas de educação básica; o reconhecimento do protagonismo dos municípios na oferta da educação infantil e da primeira etapa do ensino fundamental e nos processos de alfabetização; a assistência técnica e financeira da União aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios; o fortalecimento do regime de colaboração dos estados com os municípios, com foco na promoção da equidade educacional no território; o enfrentamento das desigualdades regionais, socioeconômicas, étnico-raciais e de gênero; a centralidade dos processos de ensino-aprendizagem e das necessidades das escolas; e a política de formação destinada a professores, técnicos e gestores educacionais. 

Objetivos – o objetivo é implementar políticas, programas e ações para que as crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao final do segundo ano do ensino fundamental; e promover medidas para a recomposição das aprendizagens, com foco na alfabetização e na ampliação e no aprofundamento das competências em leitura e escrita das crianças matriculadas na rede de ensino até o final dos anos iniciais do ensino fundamental, prioritariamente aquelas que não alcançaram os padrões adequados de alfabetização até o segundo ano do ensino fundamental. 

Adesão – de acordo com o Decreto, a adesão do estado, Distrito Federal ou município ao Compromisso será voluntária, por meio da assinatura do termo pelo Chefe do Poder Executivo do ente federativo ou por seu representante. A adesão implica a responsabilidade de promover a melhoria da qualidade do processo e dos resultados da alfabetização, com atenção à redução das desigualdades de aprendizagem entre os estudantes em sua esfera de competência. 

A adesão às políticas, aos programas e às ações estabelecidas no âmbito do Compromisso poderá ser realizada pelas redes estaduais, distrital e municipais de educação, de acordo com suas necessidades específicas, com atenção aos territórios etnoeducacionais. O apoio da União, de natureza supletiva e redistributiva, ocorrerá mediante ações de assistência técnica e financeira e observará os princípios, os objetivos e as diretrizes estabelecidas no Decreto. 

Para a destinação do apoio, sem prejuízo de critérios estabelecidos em outras políticas, outros programas e outras ações do MEC, a União adotará como critérios a proporção de crianças não alfabetizadas; as características socioeconômicas, étnico-raciais e de gênero; e a presença de crianças que compõem o público-alvo da educação especial inclusiva. A adesão deve ocorrer por meio da plataforma Simec.  

Implementação – o Compromisso será implementado pelo MEC, em articulação com os estados, o Distrito Federal e os municípios, por meio de estratégias de atuação destinadas à melhoria da qualidade da educação infantil e da primeira etapa do ensino fundamental e ao combate às desigualdades de aprendizagem, respeitadas as singularidades de cada um desses segmentos da educação básica. Nesse sentido, serão adotadas as seguintes estratégias: 

  • fortalecimento do regime de colaboração, com vistas a promover a articulação entre os entes federativos e os seus sistemas de ensino na realização das políticas, dos programas e das ações estabelecidas no âmbito do Compromisso; 

  • articulação entre os sistemas de avaliação da aprendizagem da educação básica, para o apoio à tomada de decisões de gestão no âmbito da rede de ensino, da escola e do processo de ensino-aprendizagem, e disponibilização de instrumentos diversificados de avaliação da aprendizagem dos estudantes; 

  • assistência técnica e financeira para a formação de professores e gestores escolares, para a disponibilização de materiais didáticos suplementares e outros recursos pedagógicos e para a melhoria da infraestrutura escolar. 

Inclusão – a assistência financeira da União correrá por conta das dotações consignadas na Lei Orçamentária Anual ao MEC e às suas entidades vinculadas, de acordo com área de atuação, observados a disponibilidade e os limites estabelecidos na legislação orçamentária e financeira. 

Ato do Ministro de Estado da Educação estabelecerá, ainda, as estratégias e os prazos para a implementação de ações complementares que garantam o direito à alfabetização das populações específicas, observadas as modalidades previstas na Lei nº 9.394, de 1996: educação de jovens e adultos; educação especial; educação bilíngue de surdos; educação do campo; educação escolar indígena; e educação escolar quilombola. 

Sem prejuízo de outras ações que se mostrem necessárias para a garantia do direito à alfabetização das populações específicas, as ações contemplarão a assistência técnica da União para a formação de profissionais da educação; a disponibilização de materiais didáticos; e a realização de avaliações educacionais. 

 

Assessoria de Comunicação Social do MEC  

Nova política de alfabetização formará professores

Garantir que 100% dos municípios e estados do país implementem as Políticas de Formação de Gestores(as) Escolares e de Formação de Professores(as) Alfabetizadores(as), essa é a meta do Eixo Formação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada – uma nova política de alfabetização do Governo Federal, lançada pelo Ministério da Educação (MEC) no último dia 12 de junho.   

O MEC considera que o processo de formação continuada dos profissionais da educação é um pilar estruturante da garantia do sucesso de cada criança. Por essa razão, estão sendo planejadas diferentes ações de formação.  

Para fortalecer regime de colaboração e o princípio da corresponsabilização da União, dos estados e dos municípios na garantia da alfabetização de todas as crianças brasileiras, o Ministério atuará fornecendo assistência técnica e financeira para que todas as redes públicas do país construam e implementem sua política de formação.  

As políticas de formação devem respeitaas singularidades e especificidades de cada território e as trajetórias já existentes de formação em cada sistema de ensino. Serão disponibilizados pelo MEC recursos financeiros e um conjunto de diretrizes técnicas para o desenho e a atualização dessas políticas, à luz das principais evidências acumuladas no campo científico.  


 As diretrizes técnicas pretendem assegurar que os investimentos realizados estejam sintonizados com uma visão de alfabetização emancipadora, aos processos de aprendizagem das crianças, às estratégias de ensino dos docentes e às práticas de coordenação pedagógica e de gestão escolar.  

Além dessa forma de assistência técnica e financeira, o MEC também disponibilizará programas de formação complementares nos quais os municípios e estados poderão incluir seus professores, coordenadores pedagógicos, diretores de escola e técnicos das secretarias de educação, gratuitamente.  

Comissão Científica  o processo de formulação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada contou com um diálogo muito importante dos pesquisadores e pesquisadoras das universidades públicas brasileiras. A Associação Nacional de Pós-graduação em Educação (ANPEd) e a Associação Brasileira de Alfabetização (Abalf), entidades reconhecidas no campo, foram escutadas com atenção e puderam sinalizar elementos importantes para a Política.  

Essa colaboração será permanente na implementação da nova política de alfabetização. O MEC contará com uma Comissão Científica para apoiar, monitorar e fortalecer as estratégias de gestão, formação e avaliação permanente do Compromisso. Dessa maneira, os pesquisadores e as pesquisadoras poderão colaborar ativamente para a melhoria contínua da Política.  

Quanto à participação das universidades e demais pesquisadores do campo no eixo de formação, as redes municipais e estaduais de educação poderão utilizar os recursos federais para estabelecer parcerias com essas instituições, com apoio técnico do MEC. 
 
Plataforma – o Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC, o Avamec, será um instrumento da política, no eixo de formação. Até o ano passado, esse ambiente ofertava cursos em regime autoinstrucional, nas diferentes áreas de política educacional. A partir deste ano, será remodelado para funcionar de forma interativa, garantindo que os profissionais possam participar de cursos síncronos, com interações ao vivo, facilitando a criação de comunidades de aprendizagem.  

O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada mobilizará esse novo ambiente virtual para ampliar a potência das políticas de formação dos estados e dos municípios e para conectar 7.200 profissionais que formarão a Rede Nacional de Gestão, Formação e Mobilização (Renalfa). 

Eixos – as estratégias de implementação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada serão operacionalizadas por meio de políticas, programas e ações integradas em cinco eixos estruturantes: governança e gestão da política de alfabetizaçãoformação de profissionais da educação e melhoria das práticas pedagógicas e de gestão escolarmelhoria e qualificação da infraestrutura física e insumos pedagógicossistemas de avaliação; e reconhecimento e compartilhamento de boas práticas.    

Compromisso  a nova política de alfabetização terá um investimento de cerca de 1 bilhão, em 2023, e mais R$ 2 bilhões durante os próximos três anos. A expectativa é beneficiar 4 milhões de estudantes de 4 e 5 anos de idade, em 80 mil escolas públicas que ofertam pré-escola; 4,5 milhões de 6 e 7 anos de idade, em 98 mil escolas públicas de anos iniciais; e 7,3 milhões de 8 a 10 anos de idade, em 98 mil escolas públicas de anos iniciais.     

 

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da Secretaria de Educação Básica