sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Alunos da SEE frequentarão universidade no contraturno

A experiência de frequentar uma universidade ainda no ensino médio é o que vai possibilitar o programa Educa São Paulo, lançado nesta sexta-feira (22) pelo Governador João Doria. No projeto-piloto serão atendidos até 30 mil alunos da rede do Ensino Médio em 2019, com acesso a atividades complementares em instituições de ensino superior públicas e privadas parceiras em todo o Estado.

“O nosso programa começa no mês de maio nas universidades de São Paulo. De certa forma, é um ‘Corujão da Educação’, porque ele vai ocupar os horários disponíveis nas salas de aula de universidades, garantindo com isso melhor qualidade de ensino e principalmente uma motivação adicional para os alunos da rede do ensino médio”, disse Doria.

O certificado estará atrelado à conclusão do Ensino Médio e a carga horária do curso não vai substituir as aulas regulares, que continuam obrigatórias. O objetivo da Secretaria Estadual da Educação é ofertar conteúdos que deem sentido à trajetória dos alunos e, ao mesmo tempo, fornecer uma amostra da vida universitária. “É muito importante que nossos alunos tenham essa experiência nas universidades e saibam que é possível fazer um curso de ensino superior, caso tenham interesse”, afirma o Secretário de Educação Rossieli Soares.

Com o Educa São Paulo, a pasta também espera reduzir os índices de evasão e abandono do Ensino Médio, além de aumentar o rendimento dos estudantes. Os cursos terão duração de 200 horas e estarão em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As atividades serão ministradas nas instituições de ensino superior no contra turno escolar dos alunos das escolas estaduais de São Paulo.
As atividades serão propostas pelas universidades, mas ainda passarão pelo crivo da Secretaria Estadual da Educação. O chamamento público para as universidades interessadas foi iniciado nesta sexta-feira (22) e segue até 12 de março.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

MEC paralisa discussão de plano para formar professor

O Ministério da Educação (MEC) pediu de volta o plano para reformular a formação do professor, que já estava em fase de discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE). O projeto, chamado de Base Nacional Comum para Formação de Professores da Educação Básica, tinha sido apresentado em dezembro. Já havia até reuniões marcadas com especialistas para mostrar pesquisas sobre o tema.

A Base previa, entre outros pontos, que os futuros professores tivessem, desde o primeiro semestre da faculdade, atividades práticas em escolas. Esse é considerado por especialistas um dos principiais problemas da carreira docente no Brasil.

O projeto também estabelecia que os professores fizessem uma prova de habilitação para docência ao fim do curso, experiência que tem tido êxito em vários países para selecionar os melhores profissionais para a carreira. O trâmite esperado seria o de o CNE discutir o projeto, que depois deveria voltar ao MEC para homologação.

Especialistas em educação ficaram surpresos ao saber da notícia, dada por conselheiros do CNE durante o seminário internacional Educação Já, realizado pelo movimento Todos pela Educação. “É natural que o novo governo queira entender melhor o projeto, mas me preocupa muito porque nós já estamos muito atrasados em políticas docentes”, diz a diretora do Centro de Excelência e Inovação da FGV e ex-diretora do Banco Mundial Claudia Costin.

Para a consultora em educação Mariza Abreu, que foi secretária de Educação do Rio Grande do Sul, o problema é que não se sabe agora quanto tempo vai demorar para se fazer uma nova política de formação docente, que é urgente.

Procurado, o MEC informou que “o pedido foi feito porque a atual gestão do MEC quer ter ciência e participar ativamente do processo de formulação da Base”. “Só depois da análise do documento – que foi entregue ao CNE pela gestão anterior no apagar das luzes – é que o MEC decidirá se fará alterações.”

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Olimpíada Brasileira de Matemática nas escolas públicas

Estão abertas, até dia 15 de março, as inscrições para a 15ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). A primeira fase acontece no dia 21 de maio. Na última edição, os alunos da rede estadual de todas as regiões do Estado de São Paulo participaram da competição. O resultado geral da rede foi de 723 medalhas, sendo 64 de ouro, 159 de prata e 500 de bronze.

Podem participar da competição escolas estaduais, municipais, federais e privadas que atuem do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio (incluindo EJA). Para realizar a inscrição, as unidades interessadas devem preencher a ficha cadastral disponível no site da (OBMEP). A inscrição para as escolas públicas é gratuita.

As provas são divididas em três níveis (6º e 7º anos Fundamental; 8º e 9º anos Fundamental; e Ensino Médio). Os exames acontecem em duas fases: a primeira, com questões de múltipla escolha e a segunda com questões discursivas. A segunda fase será realizada em local definido pela organização da OBMEP no dia 28 de setembro. O resultado final deve ser divulgado dia 3 de dezembro.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Método fônico volta à pauta com novo secretário de alfabetização

Retrocesso....

Favorável ao método fônico, já bastante praticado e bem sucedido na Europa, a chegada do novo secretário de alfabetização na composição do Ministério de Educação (MEC), Carlos Francisco de Paula Nadalim, deve incentivar a aplicação dessa metodologia de ensino nas escolas do país.

As discussões giram em torno do processo global, ou método construtivista, no qual se aprende de pronto a ler frases inteiras, e do chamado método fônico, no qual se ensina de forma metódica sons e letras e suas combinações silábicas – os fonemas.

“Trata-se de uma opção que vem ganhando cada vez mais espaço nas escolas por promover o desenvolvimento gradual da criança através da menor unidade da fala, passando então para sílabas, palavras, frases e, finalmente, para o texto”, afirma João Puglisi, gerente editorial do Sistema Maxi de Ensino e responsável pela reestruturação do material didático do sistema.

Para a apropriação do sistema alfabético por meio do método fônico, a criança tem que estabelecer as relações entre os sons da fala e as letras, “bastante complexas, percebendo que a fala pode ser separada em pequenos pedaços, os denominados fonemas, e se juntar novamente formando novas palavras, mesmo que muitas vezes de uma maneira não tão regular”, explica Puglisi.

Desenvolvimento do ensino

A alfabetização fônica inicia-se com o ensino das vogais, cujo nome das letras é o mesmo de seus sons. Depois, são introduzidas as consoantes prolongáveis, isto é, as consoantes cujos sons podem ser facilmente pronunciados sozinhos e prolongados, como por exemplo as letras F, J, M, N, V e Z. Na sequência, segue-se com as consoantes irregulares, ou seja, aquelas que possuem mais de um som (L, S, R e X).

O aprendizado continua com as consoantes não prolongáveis, cujos sons sofrem um bloqueio da passagem de ar, como na pronúncia de B, C, P, D, T, G e Q. Neste caso, inicia-se com os sons regulares e por último a consoante H, que é uma exceção, pois não possui som. Finalmente apresentam-se as consoantes que atualmente fazem parte do alfabeto português, porém com som irregular (K, W e Y) e os dígrafos CH, NH, LH, RR, SS, GU e QU.

“Após o trabalho com todas as consoantes, é importante a apresentação da ordem correta do alfabeto, pois ela é utilizada como princípio ordenador para consultas em dicionários, bem como listas de modo geral, como a lista de chamada em diário de classes dos professores”, ressalta o gerente editorial do Maxi. Ele conclui: “com o aprendizado da relação entre os sons e as letras, quanto mais a criança o pratica, mais espontâneo se torna o domínio e controle da fala e da escrita, atingindo-se a memorização esperada.”

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Secretário do MEC diz que educação domiciliar não substitui a escola

O secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Luiz Antonio Tozi, disse nesta quinta-feira, 31, que o plano do governo em relação à educação domiciliar – o chamado homeschooling – tem por objetivo ampliar a presença da família na educação das crianças, mas não dispensar a necessidade de matrícula nas escolas formais.

“O homeschooling não substitui a escola, mas complementa o processo educacional”, afirmou o número 2 do MEC durante a divulgação do Censo Escolar 2018, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em Brasília. Ele representou o ministro Vélez Rodríguez, que, segundo Tozi, estava na posse do general Oswaldo de Jesus Ferreira como presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

O governo de Jair Bolsonaro colocou como meta para os primeiros 100 dias de gestão editar uma medida provisória para regulamentar o homeschooling. A meta não está ligada ao Ministério da Educação (MEC), mas ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, sob o comando de Damares Alves.

Uma das dificuldades para a implantação do homeschooling é a decisão do Supremo Tribunal Federal(STF), no ano passado, de proibir a prática da modalidade no País até que seja regulamentada pelo Congresso Nacional, após debate com a sociedade.

O secretário-executivo do MEC lembrou da decisão do Supremo e disse que a possibilidade de realizar a “educação completa depende até do Supremo”.

“O homeschooling é importante especialmente com o caráter pragmático de fazer que a família volte a ter participação na educação do filho”, disse. “A família deve voltar a se preocupar com o caráter da educação e isso significa incluir a família no processo educacional”, complementou.

Ao ser questionado se as crianças deverão continuar a se matricular na escola, Tozi disse que “no contexto da política pública que cabe ao MEC, é isso que estamos planejando”.

Questionado após a apresentação do Censo sobre se a Medida Provisória que o governo prepara permitirá que o ensino seja feito integralmente em casa, ele disse não ter lido a MP.

Censo 
Os resultados levantados pelo Inep no censo escolar apontam que o Brasil teve uma queda de 1,1 milhão de matrículas para o período integral no ensino fundamental (do 1º ao 9º ano) e médio. O aumento das vagas em tempo integral foi uma das apostas do governo federal nos últimos anos para melhorar os índices educacionais.

Em 2017, havia 13,9% dos alunos do ensino fundamental em tempo integral (com 7 horas ou mais de aulas diárias) – com 3,79 milhões de matrículas. Esse índice passou para 9,4% no ano passado – com 2,55 milhões. A proporção é substancialmente menor na rede privada – apenas 2,2% dos alunos estudam nessa modalidade. No ensino médio, o porcentual de alunos em tempo integral aumentou, passando de 8,4% para 10,3%.

Questionado sobre como melhorar os índices de matrícula, Luiz Tozi falou que é fundamental investir nos primeiros anos do ensino fundamental, diante da realidade em que cerca de 12% dos alunos no 3º ano do ensino fundamental público reprovam ou se evadem da escola.

"Para conter a queda nas matrículas, nós estamos trabalhando com a questão do fortalecimento da educação básica com foco na alfabetização e trazer a educação para dentro de casa, para a família ajudar no processo educacional das crianças”, disse o secretário-executivo do MEC.

“O foco na alfabetização é importante para matar esse primeiro pico (de reprovação e abandono no 3º ano do Fundamental), para que ele não repita no terceiro ano”, comentou.