terça-feira, 9 de junho de 2009

Unicef: Brasil ainda tem 680 mil crianças fora da escola

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Fonte: 09/06/2009 - 15h05 - Da Agência Brasil - Amanda Cieglinski
Relatório divulgado hoje (9) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostra que o Brasil registrou avanços importantes na educação nos últimos 15 anos. O estudo Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 - O Direito de Aprender aponta que os "grandes investimentos" feitos na área desde a década de 90 permitiram ampliar o número de matrículas.
Cerca de 27 milhões de estudantes estão nas salas de aula, o que corresponde a 97,6% das crianças entre 7 e 14 anos. Mas o Unicef chama a atenção para o fato de que a parcela ainda fora da escola (2,4%) representa 680 mil brasileiros nessa faixa etária.Segundo o documento, "as desigualdades presentes na sociedade ainda têm um importante reflexo no ensino brasileiro". O relatório alerta que são os grupos mais vulneráveis da população que enfrentam dificuldades para ter acesso à educação e concluir os estudos."As mais atingidas são as [crianças] oriundas de populações vulneráveis como as negras, indígenas, quilombolas, pobres, sob risco de violência e exploração, e com deficiência", cita o estudo. Segundo dados divulgados pelo Unicef, do total de crianças que não frequentam a escola, 450 mil são negras e pardas e a maioria vive nas regiões Norte e Nordeste.O relatório ressalta que, enquanto em Santa Catarina 99% das crianças e adolescentes têm acesso à educação, no Acre esse percentual cai para 91,3%.Com o acesso à escola quase universalizado, o desafio para o país, de acordo com o fundo, é garantir educação de qualidade e, principalmente, reduzir as desigualdades.Na entrevista coletiva para apresentação do relatório, a representante do Unicef no Brasil, Marrie-Pierre Poirier ressaltou que, mesmo dentro da sala de aula, o aluno pode estar privado do direito à educação. "A questão do direito de aprender não é só acesso, mas a permanência, a aprendizagem e a conclusão dos estudos na idade certa."Entre os avanços alcançados pelo Brasil nas últimas décadas, o estudo destaca a redução do analfabetismo em consequência do aumento da taxa de escolarização. O Unicef ressalta que a queda tem sido maior entre os grupos mais jovens. "A menor taxa de analfabetismo [segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2007] ficou com o grupo de 15 a 17 anos, 1,7%", diz o texto.Os altos índices de repetência e abandono escolar são um aspecto importante que precisa ser enfrentado, segundo a organização. A reprovação tem forte impacto na adequação idade-série, ou seja, o aluno cursar a série indicada para a sua idade.Segundo o relatório, apesar de passar em média dez anos na escola, os estudantes brasileiros completam com sucesso pouco mais de sete séries. "De acordo com os dados do Censo Escolar de 2006, a quantidade de concluintes do ensino fundamental corresponde a 53,7% do número de matrículas na 1ª série deste nível de ensino no mesmo ano. No ensino médio, a proporção entre matriculados na 1ª série e os concluintes é ainda menor: 50,9%", aponta o estudo.O Unicef destaca que a ampliação da obrigatoriedade do ensino é fundamental para garantir a todos o acesso à educação. Hoje apenas o ensino fundamental (dos 7 aos 14 anos) é obrigatório. O fundo recomenda que a educação infantil (para crianças de 4 e 5 anos) e o ensino médio (dos 15 aos 17 anos) também sejam incluídos. Proposta de emenda à Constituição que estende a obrigatoriedade a essas etapas de ensino tramita no Congresso Nacional.Segundo o relatório, nas nações desenvolvidas a escolaridade obrigatória varia de dez a 12 anos e engloba o ensino médio. Em alguns países como a Alemanha, a Bélgica e a Holanda, a escolarização obrigatória chega a 13 anos."Em conjunto com uma educação de qualidade, cujo pilar é a valorização do trabalho do professor, a permanência na escola por mais tempo garante aos estudantes uma aprendizagem mais ampla e consciente, o que coloca esses países nos lugares mais altos dos rankings dos exames internacionais", diz o documento.

Paulo Renato critica uso do novo Enem para certificar o ensino médio

Concordo com a opinião do ministro em relação ao papel do Enem frente aos vestibulares e como instrumento de seleção. Mas também concordo com o secretário quanto a certificação de ensino médio utilizando a nota do Enem, com isso o governo federal retira pelo menos em parte a autonomia dos Estados que tem como responsabilidade este nível de ensino, fundamentada pela LDB 9394/96.
Fonte: 08/06/2009 - 19h41 - Simone Harnik - UOL Educação - Em São Paulo
O secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza, criticou nesta segunda-feira (8) o uso do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para certificar a conclusão do ensino médio. Fornecer certificados aos concluintes do ensino médio pelo Enem é uma das propostas do MEC (Ministério da Educação) com a reforma da prova, que passará a ter 180 questões ainda em 2009.
De acordo com Paulo Renato, usar a prova do MEC para conferir diploma tira a autonomia dos Estados para definir os conteúdos e a forma de ministrá-los nesta etapa do ensino. "Usar o Enem como exame nacional de certificação do ensino médio vai acabar destruindo o sistema federativo", avaliou.O ex-ministro também critica a divulgação de dados de desempenho no Enem por escolas. "A amostra não é representativa", disse. Na opinião do secretário, não haveria necessidade de modificar a forma do Enem - o que ocorreu para transformá-lo em um exame de seleção unificado para ingresso nas universidades federais. "Para ser processo seletivo, o Enem deixará de ser exame de competências e levará em conta o conteúdo", afirmou.
Outro lado
Em debate com o secretário no Estadão, realizado nesta segunda-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, rebateu as críticas de Paulo Renato. De acordo com Haddad, o novo Enem é uma evolução da prova que vinha sendo aplicada até 2008."É um instrumento que poderá ser comparável ao longo do tempo. O Enem antigo não era comparável. As universidades também tinham resistência em usar o Enem para ingresso, pois afirmavam que ele deveria ser mais abrangente", disse.De acordo com o ministro, não há risco de o Enem se tornar um exame sem foco no raciocínio. "Vestibulares cobram extenso conhecimento com profundidade de gilete. O novo Enem é um passo mais ousado, com abrangência de conteúdo, sem perder a forma da prova."

MEC disponibiliza modelos da Prova Brasil

Fonte:08/06/2009 - 19h09 - Da Redação - UOL educação - * - Em São Paulo
O MEC lançou nesta segunda (8) um site sobre a Prova Brasil em que estarão disponíveis informações para pais, professores e gestores.No site, estão disponíveis dois modelos da Prova Brasil.
Os testes de matemática e de língua portuguesa têm a mesma estrutura e as características da Prova Brasil. Além disso, estão disponíveis vídeos, matrizes das provas, questões comentadas e tira-dúvidas.A Prova Brasil 2009 será aplicada em todo o país entre os dias 19 e 30 de outubro. Participam todos os estudantes da 4ª série (5º ano) e da 8ª série (9º ano) do ensino fundamental das escolas com mais de 20 alunos na série. Segundo o MEC, estão nessa situação 58.730 escolas públicas urbanas e rurais.
*Com informações do MEC