terça-feira, 25 de outubro de 2011

Para Nobel de economia, Brasil precisa investir mais na educação dos primeiros anos

Fonte: 25/10/2011 - 14h11 Suellen Smosinski UOL Educação
O Prêmio Nobel de Economia James Heckman afirmou nesta terça-feira (25) que o Brasil “precisa investir na educação dos primeiros anos e nas regiões mais carentes”. Segundo o professor da universidade de Chicago, investir no início da vida escolar diminui o trabalho de “remediar o ensino mais tarde”. O catedrático fez uma palestra na manhã desta terça (25) em São Paulo -- o UOL está transmitindo o evento ao vivo durante todo o dia.
De acordo com o professor, é mais fácil reverter uma situação que acontece na fase da adolescência e na idade adulta, do que na infância. Por isso, a importância de oferecer uma educação de qualidade logo nos primeiros anos de vida. “Teremos sucesso em intervenções na adolescência também, mas na infância é melhor”, afirmou.
Heckman também falou sobre o papel da motivação para garantir um melhor aprendizado. “Crianças altamente motivadas aprendem melhor e têm mais conhecimento. A motivação afeta também a velocidade com que irão aprender”, disse o professor.
Para ele, as escolas podem estimular os alunos mostrando a relação do que eles aprendem na sala de aula e a profissão pretendida para o futuro: “Se a criança quer trabalhar na construção civil ou ser engenheiro, tem que perceber que precisa ir bem nas aula de computação na escola, por exemplo”. E a motivação é uma via de mão dupla, pois os professores reagem melhor a uma criança mais motivada, segundo Heckman.
Medidas
"Vivemos em uma época em que os testes se tornaram um padrão para avaliar as escolas e os indivíduos", comentou o Nobel de economia. "Esses testes são utilizados, mas não são tão bem entendidos. O importante também é o que eles deixam de fazer." Segundo o professor, os testes padronizados, como a Prova Brasil e o Enem, não conseguem captar as competências não-cognitivas. Ou seja, capacidades como a sociabilidade ou coeficiente de neurose em um indivíduo. "Quero dizer que quando falamos em competências, precisamos ir além, a vida é muito rica e precisamos entendê-las", concluiu Heckman.
Se perguntarmos, o que pode prever o sucesso, o traço único, na opinião de Heckman, é a conscientização. "A inteligência exerce um papel importante, mas a conscientização é mais fundamental para o aprendizado", afirma.
Para ele, a escola está muito focada no desempenho acadêmico dos alunos -- e esse tipo de conhecimento, sozinho, não garante uma vida feliz. Aliás, Heckman ressaltou a importância da definição de que tipo de sociedade pretendemos alcançar. O que é ser feliz nessa sociedade? Sem essa baliza, na opinião dele, fica difícil determinar os rumos dos nossos sistemas educacionais.
"Se tivermos um foco só no resultado final, vamos perder a finalidade dos testes escolares, que é avaliar todo o processo", afirmou Heckman. "Temos que tomar cuidado com aquilo que medimos." Para o professor, não existe ainda um jeito de mensurar a totalidade do trabalho da escola.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA ANULA JULGAMENTO E ADIA DECISÃO SOBRE AS FÉRIAS COLETIVAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Fonte: 24/10/2011 - SINPEEM
Os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, reunidos nesta segunda feira para julgar o recurso da Secretaria Municipal de Educação sobre a decisão anterior que determinou a extinção das férias coletivas na educação infantil, no mês de janeiro, decidiram anular a primeira decisão e marcar novo julgamento.
Isto significa que, até o momento, o direito de férias na educação infantil está mantido, porém, ainda não é definitivo.
Não há data marcada para o novo julgamento.
A decisão do Tribunal de Justiça foi acompanhada pelo Departamento Jurídico do SINPEEM e por seu presidente, Claudio Fonseca.