sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Projeto de lei quer que férias escolares de 2014 coincidam com Copa do Mundo

Com tanta coisa importante para pensarem em relação a melhora da qualidade do ensino, pensam nisso. E a EJA fica como se não completar os 100 dias letivos, mas provavelmente eles nem sabem o que significa EJA (é apenas um exemplo dos problemas causados ao ensino), assim funciona o nosso país. Pão, água e circo até quando?
Fonte: 23/09/2011 - 15h37 Da Redação UOL educação
Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados quer que as férias escolares do meio de 2014 coincidam com a Copa do Mundo de Futebol, que será realizada no Brasil. O texto, que ainda precisa passar por duas comissões, tem prioridade na tramitação.
Pela proposta do deputado Cleber Verde (PRB-MA), as férias devem acontecer no período entre a abertura e o encerramento dos jogos. A Copa será realizada entre os dias 12 de junho (quinta-feira) e 13 de julho (domingo). A medida valeria para escolas públicas e privadas de todo o país.
Em sua justificativa, o parlamentar pede a alteração nas datas para que “os estudantes brasileiros possam se congratular com seus amigos e familiares, bem como com os torcedores dos outros países, nessa grande festa mundial.”

Mais mortes dentro de uma escola pública. Até quando?

Fonte: Maria Izabel Azevedo Noronha

Presidenta da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo)

Membro do Conselho Nacional e do Fórum Nacional de Educação

O país, estarrecido, tomou conhecimento de mais um caso grave de violência no interior de uma unidade escolar. Desta vez foi na escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo), onde uma criança de 10 anos entrou armada, atirou em uma professora em plena sala de aula e, em seguida, matou-se com um tiro na cabeça.

O que deve nos preocupar e mobilizar toda a sociedade é o fato de que tem sido crescentes e cada vez mais graves os casos de violência nas escolas. De atos de indisciplina, agressões verbais e conflitos leves as ocorrências evoluíram para agressões físicas e agora, uso de armas letais.

Levantamentos realizados pela APEOESP e registros do nosso Observatório da Violência mostram a ocorrência de novos casos a cada mês, além de muitos outros que não são registrados. Recentemente, o professor Antonio Mário Cardoso da Silva, da Escola Estadual Soldado José Iamamoto, de Diadema (Grande São Paulo), conselheiro da nossa entidade, sofreu agressão física após conter um aluno que tentava ingressar na sala de aula após o horário e por ter chamado seus pais para conversar.

É preciso que professores, pais e toda a sociedade construam uma verdadeira aliança em torno dessa questão, para reduzir drasticamente essa escalada de violência, cobrando das autoridades políticas educacionais que tornem a escola mais atraente para os alunos e, assim, capaz de cumprir a sua função social, que é a de educar para a cidadania.

Para tanto a escola tem que ser dotada de equipamentos condizentes com os dias atuais, como, por exemplo, salas de informática, nas quais os alunos possam realizar suas pesquisas, áreas de convivência, de cultura. Mais que isso, as escolas públicas precisam elaborar e executar projetos educacionais que atraiam os alunos e os incentivem a permanecer estudando. A escola pública atual, do ponto de vista estrutural e de projeto, ainda é praticamente a mesma desde o seu início no Brasil.

A APEOESP tem realizado, nos últimos treze anos, campanhas contra a violência nas escolas. Queremos mais diálogo, mais segurança no entorno das unidades uma gestão democrática que atraia a comunidade para ajudar a gerir a instituição e participe da definição de suas políticas. Mas também queremos mais funcionários nas escolas públicas, pois a política de economia de recursos e enxugamento do quadro de pessoal sobrecarrega os professores com tarefas que não são próprias de sua função. Não é papel do professor chamar a atenção do aluno que pretende entrar atrasado na escola. Deveria haver funcionários capacitados para isso, pois também são parte do quadro educativo.

Desestimulado de frequentar uma escola que considera sem atrativos e distante de sua realidade e sem perspectivas, o aluno agride aquele que o chama a nela permanecer e estudar. Devemos buscar novas perspectivas para a escola pública, potencializar e generalizar projetos inovadores e bem sucedidos, para que a escola possa cumprir sua função social, sem que tenhamos que assistir novos casos de violência como os que vêm ocorrendo.