terça-feira, 30 de agosto de 2011

Professor ameaça mandar prender aluna do Mackenzie em SP

Claro que se faz necessário apurar os fatos, mas refletir e ponderar antes de condenar tanto a aluna quanto o professor. Embora a universidade tenha regras claras quanto ao comportamento para os docentes e discentes. Quem vive no ambiente sabe que alguns alunos acham que são donos da universidade e o contrário também é verdadeiro. Os alunos as vezes acabam tomando as dores dos colegas por comodismo e nem sempre com um objetivo claro. Vamos esperar as cenas dos próximos capítulos. Mas eu particularmente não posso acreditar que um professor com todo esse currículo possa ter feito algo como o citado na reportagem, contudo se a aluna extrapolou ele tem sim esse direito, pena que para os outros milhares de professores que sofrem com a violência verbal e física nas escolas não exista esse mesmo direito, quem sabe assim não estaríamos em uma sociedade um pouco mais educada e civilizada. E não me venham os fora da realidade dizer que quero que volte palmatória ou que se permita que o professor bata ou prenda o aluno, quero apenas que tenhamos alunos educados e civilizados, bem como os professores, família e governo.
Fonte: 30/08/2011 - 18h16 PATRÍCIA GOMES Folha de São Paulo
Um professor de direito do Mackenzie ameaçou mandar prender uma aluna do quinto período que questionou seu método pedagógico na noite da última sexta-feira (26), em São Paulo.
De acordo com Rodrigo Rangel, diretor do Centro Acadêmico João Mendes Jr., a aluna abordou Paulo Marco Ferreira Lima, que também é procurador, no corredor da faculdade e ambos discutiram. O professor seguiu então para uma sala de aula, fechou a porta e a aluna tentou forçar a abertura.
Foi neste momento que Lima, evocando a sua condição de procurador, ameaçou mandar prender a estudante, relatou Rangel.
Segundo a aluna, que não quer ser identificada, o professor, evocando sua autoridade, ameaçou prendê-la.
"Ele me disse: `Nesse momento eu me dirijo a você não como professor, mas como procurador de Justiça. Se você não parar de se dirigir a mim ou ao segurança, vou te dar voz de prisão"', relata.
Lima não nega ter ameaçado prendê-la, mas diz que foi obrigado porque "ela passou de todos os limites".
"Ela me ofendeu muito mais do que poderia. Nunca houve voz de prisão, só houve a intenção de fazê-la parar com as agressões", conta.
A aluna foi conduzida à direção da faculdade e os ânimos se acalmaram.
No domingo (28), o centro acadêmico publicou uma nota de repúdio pedindo esclarecimentos ao professor. A nota, porém, provocou reação dos alunos, que consideraram inadmissível a atitude do professor.
O irmão de Lima, que também é procurador e professor da universidade, saiu em defesa do seu irmão lembrando sua origem humilde e sua afro descendência.
Em sua página no Facebook, o professor acusa a aluna de racismo e relata que ela chamou seu irmão de "negro sujo", afirmando "preto não pode dar aula no Mackenzie".
"Essa postura, além de criminosa, é incompatível com a tradição mackenzista, primeira escola a aceitar filhos de abolicionistas", disse o professor.
A aluna, que é bolsista do ProUni (programa do governo que dá bolsa de estudo a alunos carentes), nega que tenha usado expressões racistas. "Eu nunca faria uma coisa que pudesse me fazer perder a bolsa [integral]."
Lima não quis falar sobre os comentários do irmão."Não vou transformar o ocorrido numa questão racial."
Procurada, a universidade disse que apura o caso.