terça-feira, 6 de setembro de 2011

Aumento dos professores deve sair após outubro

Fonte: 06/09/2011 Cristiane Gercina do Agora

A Secretaria de Estado da Educação divulgará, em outubro, a lista com o nome dos professores e funcionários do magistério que foram aprovados na prova de reajuste da categoria. O dia não foi definido pela pasta.

Os 20% melhores no exame terão aumento de 25% no salário.

O pagamento será retroativo a 1º de julho, mas ainda não há data definida para a grana cair na conta do servidor.

Há duas possibilidade de pagamento: no salário, no 5º dia útil de novembro, ou por meio de folha suplementar, cujos valores podem ser liberados na conta dos funcionários a qualquer momento.

Neste ano, cerca de 55 mil professores fizeram a prova que dá reajuste, dentro do programa de Valorização pelo Mérito.

O exame aconteceu nos dias 11, 12 e 13 julho. Em 2013, haverá mudanças no programa, que dará aumento para todos os aprovados.

Para presidente do Inep, exame docente não pode ser usado como "Enem do professor"

Fonte: 06/09/2011 - 07h00 Camila Campanerut Enviada do UOL Educação Em São João da Mata (BA)

O Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que ainda está em fase de elaboração pelo Inep, tem como objetivo ser aplicado para novos professores que pretendem trabalhar na rede pública e, não para avaliar os antigos.

O assunto foi um dos temas que gerou dúvidas entre os secretários municipais de educação, durante o 4º Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municípios de Educação, quando a proposta foi apresentada.

A presidente do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], Malvina Tuttman, conversou com o UOL Educação sobre o tema. Veja alguns trechos da entrevista realizada em Mata de São João (BA).

UOL Educação - Há possibilidade de se usar a prova como um “Enem do professor”, um ranking para comparar os profissionais da área?

Malvina Tuttman - Isso não pode acontecer.

UOL - Tem como evitar isso?

Malvina - Primeiro, a má utilização de um processo pode acontecer sempre. Garantir que os resultados não serão utilizados indevidamente? Eu não posso garantir, porque vai depender da ética de cada um.

O que é interessante é que cada participante, ele se inscreve na rede, ou nas redes que ele assim desejar. Só vai ter o resultado deste candidato ou destes candidatos que se inscreveram naquela rede, a secretaria de Educação. A secretaria de Educação X só tem os seus resultados. Então, possivelmente ela não irá divulgar os resultados, porque não interessa divulgar os resultados. Ela [a secretaria] vai fazer a chamada como faz em concursos que normalmente ela realiza.

UOL - Qual a previsão de periodicidade da prova e a previsão de custo dela?

Malvina - Não temos um custo total porque vai depender da adesão, do número de provas, dos locais [onde serão aplicadas]. Então, é prematuro dizer os custos neste momento. Vamos fazer a primeira e vamos verificar qual a adesão que nós temos, porque um concurso tem a duração [validade] de dois anos pela legislação. Então, vamos verificar qual a demanda. Ela terá sim uma periodicidade, mas eu não posso dizer neste momento qual será.

UOL - É possível evitar que as escolas comecem a propagandear o fato de terem professores mais bem colocados na prova (Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente)?

Malvina - Não. Até porque nós todos sabemos que nem sempre, entre aspas, o melhor aluno, que é o primeiro na faculdade, ele se torna o expoente em sua profissão. Não é verdade?

Existem outras situações, existe a prática. Então, não há nenhuma pesquisa que relacione que os primeiros colocados serão sempre os melhores professores. É um conjunto. A prática do professor está relacionada também a ambientação das escolas, as discussões, ao projeto político-pedagógico, a uma direção bastante competente. Portanto, há um conjunto de fatores que não dependem apenas da performance do professor numa prova.

Secretários acham insuficiente proposta do MEC para um exame nacional para professores

Fonte: 06/09/2011 - 07h00 Camila Campanerut - Enviada do UOL Educação

Em Mata de São João (BA) A proposta de um "Enem" para professores -- uma prova para profissionais interessados na carreira docente -- é vista com cautela por alguns secretários municipais de Educação ouvidos pela reportagem do UOL. Para eles,a intenção o MEC (Ministério da Educação) de substituir os concursos para preenchimento das vagas na rede pública com a nova prova poderia ser um processo gradual e dependeria da aceitação e da adesão nacional à proposta.

“Temos que fazer a experiência, mas não é fácil de fazer. Temos que ver quem vai aplicar, quais outros critérios para usar junto. Só ela sozinha não vai ser suficiente [para avaliar os professores]”, disse secretário de educação município de Paranacity (PA), Adair do Amaral.

Na mesma linha, outra profissional do setor de outra região, a professora aposentada e ex-secretária municipal de educação de Recife (PE) por três vezes, Edla Soares, também destaca que a prova não poderia ser um instrumento único para avaliar os futuros professores do serviço público. “Como projeto nacional de educação é importante, mas não é suficiente para medir e para se assegure ‘um rosto próprio’ do professor de cada região”.

Para a secretária de educação do pequeno município de Paulista (PE), Jaqueline Moreira da Silva, o projeto é "ousado". “Cada município tem a sua realidade, outros critérios devem ser analisados. Se dois candidatos conseguiram a mesma nota. A escolha deve recair sobre aquele que tem mais experiência, que tem uma melhor formação”, afirma.


Um dos entrevistados, que pediu para não ser identificado, apontou outro problema: “Negociar contratos antigos das prefeituras e dos governos [estaduais] que já fazem a contratação de profissionais não é simples". Além disso, todos os secretários entrevistados reconheceram que, localmente, serão necessárias discussões para avaliar a adesão ou não à prova, que não é obrigatória. "Talvez a possibilidade de uma prova nacional poderia representar um custo melhor, o que poderia ajudar a convencer os prefeitos”, disse o dirigente que pediu para não ser identificado.

Enem dos professores

Batizada como “Prova nacional de concurso de ingresso na carreira docente”, a proposta ainda está em elaboração pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), com a contribuição de representantes do Ministério da Educação, CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e de entidades de pesquisa em educação.

Para a presidente nacional da Undime e também secretária de Educação de São Bernardo do Campo (SP), Cleuza Repulho, a proposta representa um avanço e permite que a qualidade no nível do teste esteja presente em todo o país.

“Hoje, a maioria dos municípios que consegue fazer boas provas de acesso é formada pelos grandes [municípios], porque o custo disso é muito alto e também nós sabemos que ainda existem no Brasil acesso ao serviço público que não seja via concurso. E isso não pode mais acontecer”, afirma Repulho.

A primeira edição da prova está prevista para agosto de 2012 e só será realizada nos municípios interessados que se inscreverem no Inep, que será responsável pela aplicação do exame. O Inep tem a mesma responsabilidade na aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) aos alunos que saem do 3º ano do Ensino Médio. Justamente por isso, a comparação das duas provas é inevitável.

“Acho fundamental ter uma prova nacional. Já não era sem tempo, [o governo federal] possibilitar este instrumento para o país como um todo. Da mesma forma que possibilitou aos nossos alunos, que pudéssemos trabalhar com eles numa prova nacional, podemos trabalhar com padrões nacionais para o professor, o que contribui para tanto para a profissionalização como estímulo para do profissional”, avaliou a secretária de educação de Betim (MG), Sandra Gomes.