segunda-feira, 18 de maio de 2009

Prefeitura cria creche sobre loja que vende gás.

Depois quando digo que não podemos acreditar em promessas de campanha, dizem que sou radical. O exemplo aparece todos os dias nos jornais. Esta é a preocupação com o desenvolvimento infantil. Quem sabe os filhos em idade de creche dos políticos não sejam matriculados nesta unidade. Sonhar não custa nada...
Fonte: 18/05/2009 - Folha de S. Paulo
Para chegarem a uma das sete salas de aula da creche Vitorino, na Vila Progresso (zona leste de São Paulo), as 151 crianças enfrentam uma escadaria, já que a unidade funciona sobre uma loja de materiais de construção, num prédio antes usado como conjunto comercial. Como opção de lazer, só uma varanda com brinquedos, onde ficam também os botijões de gás industrial usados pela cozinha. A Vitorino é uma das creches terceirizadas criadas na gestão Gilberto Kassab (DEM) --a terceirização é a maior aposta do prefeito para diminuir a fila de espera, que hoje é de 67 mil crianças. De cada dez creches criadas na atual gestão, nove são administradas por ONGs com verba pública. Nas últimas duas semanas, a reportagem foi a 18 creches conveniadas nos extremos sul e leste da capital e descobriu casos como o da Mão Cooperadora, na Vila Natal (zona sul), que funciona sobre uma loja de materiais de construção que vende botijões de gás. O convênio com a creche foi assinado na gestão anterior, mas renovado, após fiscalização, por Kassab. A prefeitura informou que irá vistoriar a unidade, que será fechada se houver alguma irregularidade. Auditoria do TCM (Tribunal de Contas do Município) de julho de 2008 apontou que essas entidades têm professores menos preparados --há nelas um professor com formação universitária para cada 59,5 alunos; nas unidades geridas pela prefeitura, a taxa é de um para 4,8 crianças. Treinamento e grana
Os educadores dessas ONGs não podem ser treinados pela prefeitura, já que não são servidores públicos, diz Salomão Ximenes, advogado da Ação Educativa e do Movimento Creche para Todos, ONGs ligadas à área da educação. As creches cuidadas pelas organizações recebem menos verba --em dezembro do ano passado, por exemplo, a prefeitura gastou R$ 83 milhões com as 1.243 creches da cidade. Apenas 46% desse dinheiro foram para os convênios, que, na época, gerenciavam 72% das creches. Segundo a Secretaria da Educação, das 397 creches criadas desde o início da gestão José Serra/Kassab, em 2005, só 25 são da prefeitura --94% são administradas por organizações. O dado inclui creches de administração indireta (gerenciadas por ONGs em prédios da prefeitura) e conveniadas (o mesmo, em prédios particulares). Ao todo, hoje existem 641 unidades conveniadas, algumas funcionando em locais considerados inapropriados por educadores para crianças pequenas. "É como prender uma criança num presídio. Ela fica o dia todo dentro da mesma sala, com as mesmas crianças, com o mesmo adulto e não tem uma experiência diversa", diz a professora da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) Tizuko Kishimoto.

Maceió inaugura escola de PVC; custo é maior, mas projeto prevê garantia de 25 anos

Fonte: 18/05/2009 - 07h30 - Carlos MadeiroEspecial para o UOL NotíciasEm Maceió - Atualizada às 13h19
A partir desta segunda-feira (18), 150 crianças de Maceió (AL) começam a estudar na primeira escola construída em PVC do Brasil. Construída em apenas três meses, o novo prédio do Centro de Educação Infantil Mestre Izaldino tem uma área de 1.200 m². Todas as vagas já estão preenchidas por crianças do bairro do Pontal da Barra, uma comunidade que fica entre o mar e a lagoa Mundaú e reúne pescadores e rendeiras. O projeto faz parte de uma parceria da prefeitura com uma empresa do setor químico e pode resultar na implementação de uma série de obras com a nova tecnologia, como outras escolas e postos de saúde. A escola custou R$ 720 mil. Desse montante, a empresa arcou com os custos do terreno e do PVC, enquanto o município bancou a mão-de-obra e demais materiais consumidos no projeto, como portas, janelas e telhas.Embora custe 20% a mais que uma obra de alvenaria comum, a rapidez na construção, a resistência do material e o "custo zero" de manutenção são apontados pela Prefeitura de Maceió como decisivos na adoção da nova tecnologia. "Embora pareça mais cara num primeiro momento, ela acaba trazendo uma grande economia para os cofres públicos em médio e longo prazo", afirma o secretário de Comunicação de Maceió, Marcelo Firmino.Como o PVC é um bom isolante térmico, em princípio, as crianças não devem passar mais calor do que numa escola normal, segundo o CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). A Braskem, empresa responsável pelo fornecimento do PVC, afirma que o material utilizado na obra é preparado para conter a ação da maresia. "Essa área é de maresia intensa e forte corrosão, é preciso fazer intervenções constantes. Se fosse construída no método tradicional, com certeza essa escola apresentaria, em pouco tempo, problemas como umidade, fungos e mofo. Seria um risco para as crianças", afirma o assessor da Diretoria Industrial da Braskem, Jorge Bastos.A tecnologia é feita com base em placas de PVC, preenchidas também por concreto e barras de aço, que garantem a estabilidade do prédio. "O PVC concreto é um material que possui baixo custo de manutenção, grande poder de durabilidade e muita resistência física", diz o diretor industrial da empresa, Marcelo Cerqueira. Se fosse construída em modelo de alvenaria, a escola demoraria entre seis e nove meses para ficar pronta.Garantia de 25 anosSegundo o secretário de Comunicação de Maceió, "o custo um pouco maior se justifica porque a garantia da escola é de 25 anos, inclusive sem perder o brilho". "Nesse período, nosso custo de manutenção será zero. Se fosse uma escola comum, nesse período a gente gastaria muito mais com reforma de telhas, pinturas e problemas estruturais, que sempre surgem e, além de serem caras, muitas vezes inviabilizam as aulas", complementa Marcelo Firmino.A primeira escola construída em PVC servirá como referência para outras obras que deverão ser feitas na capital alagoana. "A partir dessa escola a prefeitura estuda que novas construções serão feitas, já que existem muitas vantagens nessa tecnologia", disse o secretário.
Risco é a luz do sol, diz CREA
Embora seja uma tecnologia nova em construções, a adoção do PVC no lugar de tijolos e cimento é segura e utilizada em alguns outros países. A explicação é do engenheiro civil Aloísio Ferreira, presidente do CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) de Alagoas. Ele afirma que, "se o projeto for bem feito, a escola pode durar a vida toda, como qualquer outra".Para Ferreira, o PVC tem como maior problema a falta de resistência à luminosidade. "O produto utilizado em construções deve ser preparado para enfrentar a luz do sol. Mas, tirando isso, o PVC é altamente resistente e tem uma durabilidade imensa. Por ser uma tecnologia nova, pode ser até um pouco mais cara hoje. Mas quando tivermos escala industrial por aqui, deve ficar até mais barata que obras de alvenaria", assegura o presidente do CREA.Sobre possíveis problemas de calor dentro da escola, Ferreira acredita que isso depende de como foi projetada a ventilação dentro do prédio. "Se o projeto tiver um bom planejamento, que reserve áreas para a entrada de ar, o material de produção não fará diferença. O PVC também é um isolante térmico e pode permitir uma temperatura agradável dentro da escola. Aí depende da forma como foi projetada. Têm casas vizinhas, onde uma é mais quente que a outra. O que muda é a ventilação projetada para o ambiente", afirma Aloísio Ferreira.
Meio ambiente
Para o ambientalista e superintendente da Secretária de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos Anivaldo Miranda, a produção e uso do PVC - desde de que siga as regras de segurança - não apresenta riscos ambientais. "É um material de largo uso no mundo inteiro. O risco do PVC está exclusivamente na produção, quando são manipulados produtos químicos como o cloro. Mas hoje o meio industrial segue normas de segurança rigorosas. Tanto que nas últimas décadas não tivemos nenhum acidente de grande porte aqui em Alagoas", diz.Sobre o uso em construções civis, o ambientalista acredita que o uso do produto não trará qualquer problema de saúde aos alunos da escola. "As pessoas ficam receosas, mas precisam saber que o PVC já está dentro de nossas casas, nos canos que nos trazem água, por exemplo. Na construção civil, é uma tecnologia nova que precisa de análises de mercado, por conta de custos. Mas risco ambiental, eu não vejo", garante.
Comunidade aprova obra
As aulas no Centro de Educação Infantil Mestre Izaldino terão início nesta segunda-feira. Vivendo da pesca e artesanato, a comunidade ficou satisfeita com a entrega da escola pública. "A escola é muito bonita e espero que meu filho goste de lá e principalmente que não falte professor", afirma Ana Francisca da Silva, mãe de João Vitor, 7, que vai estudar na escola. Já o pescador Antônio Pedro acredita que a escola ajudará a comunidade. "Deve ser muito bom estudar lá, porque é tudo novinho. Acho que foi bom para a gente", afirmou, enquanto retirava do pequeno barco os peixes pescados na tarde de sexta-feira.

Escolas públicas do RS usam tecnologia para ensinar matenática

Fonte: 18/05/2009 - 12h40 - Da Redação - UOL educação -*Em São Paulo Escolas públicas do município de Ijuí, no Rio Grande do Sul, resolveram implantar atividades com o computador para ensinar matemática. O projeto é realizado pelo Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) do município, que vai produzir 400 CDs com atividades da disciplina para repassar a outras escolasSegundo Maristela Luisa Brizzi, do núcleo, o projeto surgiu da necessidade de ferramentas tecnológicas para trabalhar com os conteúdos da matemática. "É uma das disciplinas com a qual os alunos têm mais dificuldades. Portanto, devemos utilizar recursos diversos para mudar esse quadro", afirma.O programa foi idealizado em 2005, junto com uma universidade do município, e difundido nas escolas com laboratórios do Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo Integrado). "A ideia de preparar o CD é para atender também às instituições que não possuem internet", explica. Este ano, o NTE de Ijuí lançou curso de formação para os professores utilizarem os aplicativos do projeto. "As atividades simulam situações para auxiliar o aluno. É muito atrativo e tem funcionado bem. Queremos distribuí-lo para todo o país", afirma. Encontro de tecnologias na sala de aulaO projeto do RS foi um dos dez selecionados nos seminários regionais, realizados em 2008, para serem apresentados no 1º Encontro Nacional ProInfo e TV Escola. Na ocasião, cerca de 400 técnicos, multiplicadores e coordenadores dos programas de tecnologia do Ministério da Educação se reuniram para trocar experiências, expandir e qualificar o uso das tecnologias na sala de aula.
* Com informações da Assessoria de Imprensa do MEC

SP terá 8,6 mil vagas de curso técnico em salas ociosas

Desde que coloque o aluno na Escola Estadual e ofereça as mesmas condições pedagógicas e estruturais da Etecs é válido a proposta. Mas continuo pensando que todas estas ações tem uma preocupação muito maior com as eleições 2010 do que de fato com a otimização de espaço público.
Fonte: 18/05/2009 - 08h08 - Agência Estado A Secretaria de Desenvolvimento e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo firmaram um convênio para abrir cursos técnicos gratuitos em escolas estaduais. Até 2010, serão 8.665 vagas noturnas em salas ociosas de 97 escolas. Desse total, 6.520 serão abertas já no segundo semestre de 2009, em 74 unidades da rede. Os cursos serão ministrados por professores das Etecs (Escolas Técnicas Estaduais), geridas pelo Centro Paula Souza.O projeto faz parte do plano do governo para a expansão do ensino técnico e profissionalizante, que prevê também a inauguração de Etecs e Fatecs (Faculdades de Tecnologia), além da criação de 600 vagas para cursos técnicos em dez CEUs (Centros Educacionais Unificados) da capital ainda neste ano. "O investimento total é de R$ 300 milhões em 2009", afirma o secretário de Desenvolvimento do Estado, Geraldo Alckmin.Cada escola estadual terá até três turmas por semestre, com até três cursos técnicos. Os candidatos, que devem estar na 2ª ou 3ª série do ensino médio ou já tê-lo concluído, participação de um processo seletivo específico no dia 12 de julho. Para as vagas já existentes nas Etecs, o "vestibulinho" será no dia 21 de junho. As unidades com salas disponíveis foram indicadas pela Secretaria da Educação, que vistoriou os espaços para conferir as condições e avaliar adaptações necessárias.As reformas serão feitas pela Secretaria da Educação e os laboratórios de informática serão instalados pelo Centro Paula Souza. O objetivo, segundo Alckmin, é otimizar espaços que ficaram vagos com a diminuição do número de alunos de ensino médio no período noturno. "O aproveitamento desses espaços será uma economia de recursos públicos, além de tornar mais rápida a abertura de vagas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Conselho de Escola decide transferir oito alunos em escola depredada em SP

É importante esta tomada de decisão do Conselho de Escola, que isso sirva de exemplo, pois todos pensam que escola é lugar de ninguém e que não tem regras. Espero que estes alunos/vandalos pensem nas consequências e nao repitam esta brutalidade na escola de destino. Espero também que o Estado ofereça mais apoio aos professores e gestores escolares.
Fonte:18/05/2009 - 07h48 - da Folha de S.Paulo
O conselho de pais e professores da Escola Estadual Professor Antônio Firmino de Proença, na Mooca (zona leste de São Paulo), depredada na última quinta-feira por um grupo de alunos, decidiu transferir oito deles. Seis por terem iniciado o quebra-quebra e dois por terem sido o pivô de toda a confusão. A decisão foi revelada pelo jornal "Diário de S.Paulo". Segundo a Secretaria de Estado da Educação, os oito serão transferidos para outras escolas, ainda não definidas. O tumulto começou pela manhã, quando policiais militares foram chamados para retirar dois alunos, um de 16 anos e, outro, de 14. Eles não estudavam no período e se recusavam a deixar a unidade. A polícia disse ter sido chamada porque havia a suspeita de que eles "passavam droga" no banheiro, o que é negado pela dupla. Na ação, a PM utilizou gás de pimenta. Ao verem os dois sendo levados pelos policiais, estudantes começaram a destruir a escola. Foram quebrados vidros, cadeiras, mesas, bancos e lixeiras. Entre os ex-alunos da escola está o governador José Serra (PSDB). "No meu tempo não tinha isso. Não me lembro de ter acontecido", afirmou na semana passada Serra.

Prefeitura de São Paulo revoga "lei da mordaça"

Importante lembrar que a ALESP revogou a "Lei da mordaça" mas foi vetada pelo Governador do Estado. Parabéns a SME pela iniciativa, espero que o Governo do Estado siga o exemplo.
Fonte: SME - PMSP
O prefeito Gilbeto Kassab encaminha neste mês de maio à Câmara um projeto de lei que revoga integralmente o parágrafo primeiro do artigo 179 da Lei 8989, de 29/10/1979, conhecido pelos educadores como “Lei da mordaça” . A mudança foi proposta pela Secretaria Municipal de Educação. De acordo com o texto da lei de 1979, “é proibida ao funcionário toda ação ou omissão capaz de comprometer a dignidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou causar dano a Administração Pública“. A lei proíbe ainda que os funcionários refiram-se “depreciativamente em informação, parecer ou despacho, ou pela imprensa, ou por qualquer meio de divulgação, às autoridades constituídas e aos atos da Administração“. O secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, lembra que nunca usou a lei para punir os profissionais da educação. “Apesar de nunca ter sido utilizado nesta gestão, a revogação do artigo é necessária para que não haja a possibilidade de que este dispositivo antidemocrático seja utilizado futuramente”, afirma. “É incrível que, após 30 anos e seis gestões sob o regime democrático, este artigo ainda faça parte da legislação municipal.”

Resolução 34/09

Disciplina a concessão de auxílio-transporte às Prefeituras Municipais para garantir o acesso dos alunos à escola pública estadual.
Para ler as resolução na integra, clique no título.

Resolução SE 33/2009

Disciplina a concessão de transporte para assegurar o acesso dos alunos à escola pública estadual. Para ler a resolução na integra, clique no título

Deliberação CEE n. 87/2009

Dispõe sobre a realização de estágio supervisionado de alunos do ensino médio, da educação profissional e da educação superior e dá providências correlatas.
Para ler a deliberação na integra, clique no título.

Deliberação CEE n. 88/2009

DELIBERAÇÃO CEE nº 88/2009 Altera o artigo 3º da Deliberação CEE nº 10/99, que dispõe sobre Programas Especiais de Formação Pedagógica de Docentes para as Disciplinas do Currículo da Educação Básica e da Educação Profissional de Nível Técnico, no Sistema de Ensino do Estado de São Paulo. O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no Art. 242 da Constituição do Estado de São Paulo e nos termos da Indicação CEE nº 88/2009,DELIBERAArt. 1º - O caput do artigo 3º da Deliberação CEE nº 10/99 passa a vigorar com a seguinte redação:“Art. 3º - Poderão matricular-se nos Programas, os portadores de diploma de graduação obtido em cursos relacionadosà habilitação pretendida, que tenham cursado com aproveitamento um mínimo de 160 horas de estudos na área ligada à habilitação.”Art. 2º - Esta Deliberação entra em vigor na data de sua publicação, após devidamente homologada, revogando-se asdisposições em contrário.

Socorro ao professor

Precisamos de apoio, amparo, proteção, respeito e acima de tudo valorização. O governo pensa que políticas públicas de educação só existem em função de números e pleitos eleitorais. O governo precisa lembrar que estamos na escola e sofremos diretamente todos estes impactos e sozinhos não conseguiremos resolver este grande e terrível problema chamado indisciplina / violência. Quem apanha somos nós e não os políticos, talvez por isso não estejam preocupados.
Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, de 17/05/09
Editoriais
Debate pedagógico passa ao largo da questão disciplinar, um equívoco grave diante da violência crescente nas escolas A EDUCAÇÃO básica no Brasil ainda é precária, em particular nas redes oficiais de ensino. Mediocridade e letargia se patenteiam a cada resultado da pletora de exames e índices surgidos na última década. Bem encaminhada a meta da universalização do acesso e superada a controvérsia sobre avaliações de desempenho, resta roer o caroço duro do próprio aprendizado. A batalha terá de ser vencida com uma estratégia de requalificar professores e remunerá-los melhor. Essa classe desprestigiada já se vê, contudo, acossada por outra conflagração: a indisciplina, quando não a agressão praticada por uma parcela dos alunos. O aumento da violência juvenil é um problema das sociedades contemporâneas que não afeta apenas a escola. Agrava-se conforme pais de todos os estratos se omitem e transferem a responsabilidade primeira pela socialização de crianças e jovens ao educador. O tumulto de quinta-feira entre policiais militares e estudantes numa escola estadual da capital paulista constitui apenas mais um episódio a lamentar, não exceção. Após erupção semelhante em novembro, o governo estadual prometera um plano antiviolência, que até hoje não veio a público. Levantamento do sindicato de diretores Udemo indicou que 86% das 683 escolas que responderam a questionário (de um total de 5.300) tinham vivido casos de violência. Combater a escalada implica afrontar a mescla de democratismo e leniência que tomou de assalto o aparelho educacional brasileiro. Tornou-se pedagogicamente incorreto lançar mão de medidas disciplinares. O diálogo por certo representa o melhor caminho, mas não quando se trata de ameaça ou desrespeito ao professor. Em nome de incentivar a afirmação da individualidade do aluno, tolera-se todo tipo de abuso. Não é só de guias curriculares que necessita o docente, mas de orientação prática e eficaz sobre como proceder em casos disciplinares, dos simples aos graves. Todo projeto pedagógico tem de implementar medidas para assegurar a tranquilidade e a concentração sem as quais não há aprendizado possível. É injusto deixar só com os professores mais essa responsabilidade. Eles em geral figuram entre as vítimas dessa deterioração no convívio. Para reconquistar o prestígio em erosão, não é só de salários, carreiras e bônus que precisam, mas da intervenção decidida das autoridades educacionais na questão da disciplina. Cabe a elas rever gradação, condições e limites das punições aplicáveis, criar procedimentos para situações excepcionais e também serviços especializados de assistência ao professor ameaçado. Sem esse mínimo de garantias, cada vez menos talentos estarão dispostos a seguir a carreira de professor, decisiva para reduzir a iniquidade social no país.