sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quadrinhos serão usados para discutir sexualidade em escola

Fonte: Folha de São Paulo - 18/06/2010
Histórias em quadrinhos sobre temas ligados à sexualidade chegarão nas próximas semanas a escolas públicas de todo o país.
A iniciativa é do governo federal e da Unesco (braço da Organização das Nações Unidas para educação e cultura).São seis gibis, voltados a alunos de 13 a 24 anos, que trazem entre os personagens um gay, um jovem homofóbico, uma adolescente grávida e outra com HIV.
As histórias mostram, por exemplo, as tensões de um adolescente que assume sua homossexualidade e casos de aborto e gravidez precoce.
Um dos ilustradores dos gibis é Eddy Barrows, desenhista do "Superman".
Segundo o governo, o objetivo do material é discutir direitos sexuais com uma linguagem próxima dos jovens. O ministro José Gomes Temporão afirmou que o governo tirou vários "véus" que estão "cobrindo a realidade". "Tem muito preconceito, muita intolerância e muito cinismo", afirmou.As publicações procuram usar termos informais. "Pra mim todo homem tem um desejo escondido por outros homens", diz um jovem homossexual. "Também não vamos exagerar, né mano... Isso também é preconceito", pondera um amigo.
Em outras passagens, porém, as situações soam artificiais. Em uma delas, um garoto diz que quer montar um grupo para falar sobre álcool e outras drogas. Um colega comenta: "Cara, que ideia legal! Podemos até chamar os pais para discutir sobre beber em casa, na frente das crianças, e antes de dirigir".

Jovem homossexual faz mais sexo sem proteção, diz pesquisa

Fonte: ANGELA PINHO DE BRASÍLIA - Folha de São Paulo 18/06/2010
Em relações com parceiro fixo ou casual, os meninos que fazem sexo homossexual estão se protegendo menos do que os jovens heterossexuais. A informação está em pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde.Foram entrevistados, em 2009, 3.610 homens de dez cidades brasileiras.
Entre os jovens que fazem sexo homossexual, 29,3% usaram preservativo nas relações com parceiros fixos no ano anterior à pesquisa. Considerando-se todos os jovens, o índice fica em 34,6%.Os dois grupos, porém, se aproximam quando é analisada a proteção nas relações casuais. Mas, como estas são mais frequentes entre homens homossexuais do que na população masculina em geral, o resultado são mais jovens gays desprotegidos.
A pesquisa usa o termo HSH (homens que fazem sexo com homens), que abrange gays e os que fazem sexo homossexual, mas não se colocam nessa categoria.Os jovens gays são uma grande preocupação do governo. Entre os garotos de 13 a 19 anos, 33,5% dos casos de HIV são transmitidos por via homossexual e 28,3% por via heterossexual.
Pela pesquisa, um em cada dez homens que fazem sexo homossexual tem o HIV nas dez cidades onde o estudo foi feito: BH, Campo Grande, Curitiba, Brasília, Itajaí (SC), Manaus, Recife, Rio, Salvador e Santos.
O percentual de soropositivos é semelhante ao dos EUA, onde 9% dos homens que fazem sexo com outros homens têm o HIV.Não há dado equivalente para se comparar com a população heterossexual, mas sabe-se que, considerada a faixa de 15 a 49 anos no país, o índice de homens com HIV no Brasil é de 0,8%.
Para Mariângela Simão, do Departamento de Aids do ministério, não significa que gay é grupo de risco, uma vez que a Aids está crescendo entre heterossexuais.Para Pedro Chequer, do Unaids (órgão da ONU, para a Aids) há relaxamento na prevenção com a melhoria da qualidade de vida dos soropositivos.

Classificação de temporário será divulgada hoje

Fonte: 18/06/2010 - Carol Rocha do Agora
A lista com a classificação dos professores que se cadastraram para trabalhar na rede estadual de Educação como temporários será divulgada hoje no site da Secretaria de Estado da Educação
O resultado deverá ser publicado no "Diário Oficial" do Estado até o dia 2 de julho.
Qualquer professor formado, mesmo que não tenha participado do provão dos temporários no final de 2009, pôde se cadastrar. A classificação dos candidatos vai levar em conta o tempo de magistério e os títulos do candidato e valerá só neste ano.

Violência escolar: Depredações e denúncia de estupro em escolas estaduais estão na mira do Ministério Público

Fonte: Site PTALESP - 16 de junho
A depredação de uma escola estadual em Santo André, no último final de semana, e uma investigação do Ministério Público sobre denúncia de estupro em uma escola de São Bernardo trouxeram para os jornais um problema que a comunidade escolar convive diariamente: a violência invadiu as salas de aula, deixando professores e alunos apreensivos e expostos a todo tipo de agressão.
O Ministério Público Estadual abriu processo para cobrar providências da Secretaria da Educação em relação às denúncias de uso de drogas, álcool, tentativa de estupro e falta de limpeza na Escola Estadual Ayrton Senna da Silva, localizada no Bairro Terra Nova, em São Bernardo.
Cerca de 80 estudantes protestaram em frente à escola, reivindicando soluções para o crescimento da violência na escola. A Apeoesp - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo - listou os problemas das escolas estaduais de São Bernardo e enviou à Secretaria da Educação uma pauta de reivindicações, que inclui o caso da EE Ayrton Senna e também a falta de vidros nas janelas da EE Professora Pedra de Carvalho, no Jardim Vera Cruz.
Em Santo André, a Escola Estadual Manoel Grandino Casquel teve armários e prateleiras destruídos durante uma invasão de adolescentes. O ataque à escola localizada no Jardim do Estádio, bairro da periferia de Santo André, foi apenas mais um de uma série de outros atos de violência ocorridos na unidade.
Os exemplos de omissão e desrespeito em relação às escolas estaduais são abundantes. Na zona sul da capital paulista, os alunos da EE Professor Alberto Levy convivem diariamente com a prostituição. Os muros da escola tornaram-se referência para os ‘encontros’ agendados por prostitutas e travestis que atuam na região da Avenida Indianópolis.
A Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, localizada em Perus (zona norte) também foi alvo de um atentado em outubro do ano passado, com o uso de bombas caseiras.
Adoecimento dos professores
O resultado de tanta violência é conhecido: para os estudantes, prejuízos no aprendizado; para os professores, dificuldades de lecionar e problemas de saúde. Levantamento realizado pelo Jornal Folha de São Paulo revela que a cada dia, um professor se licencia por dois anos das escolas estaduais de São Paulo.
A categoria enfrenta inúmeros obstáculos para continuar lecionando, em condições que garantam a saúde física e psicológica: são salas superlotadas, ausência de profissionais como psicólogos, assistentes sociais e inspetores, que poderiam auxiliar nos casos de indisciplina e violência, e falta de equipamentos pedagógicos essenciais, como bibliotecas e espaços de convívio para as crianças e adolescentes.
Professor da rede pública, Valdir Aguiar Ledo, defendeu em seu mestrado sobre indisciplina escolar, apresentado na PUC de São Paulo, a tese de que “as brigas dentro da sala de aula, os conflitos de gangues no interior das escolas e outras atitudes de desprezo à autoridade do professor resultam, cada vez mais, em licenças médicas, faltas, readaptações, exoneração e até em fracasso escolar.”.

O tempo de readaptado conta para a aposentadoria especial ?

A Udemo sempre defendeu que sim. A lei não faz distinção entre professores e professores readaptados. E, onde a lei não distingue, o intérprete não pode distinguir. A lei diz que o professor (genericamente) faz jus à aposentadoria especial.
E a Udemo tinha razão.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, no Recurso de Apelação nº 990.10.131969-1, proferiu o seguinte Acórdão:
Mandado de Segurança - Magistério - Pretensão da Impetrante de ver considerado para contagem de tempo de serviço o período em que esteve exercendo atividades de magistério como readaptada. Segurança concedida em primeiro grau. Decisório que merece subsistir. Funções exercidas pela Impetrante no período de readaptação que devem mesmo ser consideradas como de docente para fins de aposentadoria especial. Precedentes desta Corte. Sentença mantida, alterados, no entanto, os seus fundamentos. Recurso oficial e apelo voluntário da Fazenda Estadual improvidos.
Mais uma vez, a Udemo acertou. O DRHU e a PGE erraram.
Ou melhor, se equivocaram.