terça-feira, 28 de abril de 2009

Estudantes passam menos tempo na escola que o determinado pela lei, diz estudo da FGV

Fonte: 27/04/2009 - 17h56 - Da Agência Brasil
Os estudantes brasileiros com idades entre 4 e 17 anos ficam, em média, 3,8 horas por dia na escola, menos que a jornada mínima prevista pela Lei das Diretrizes Básicas da Educação, que estabelece quatro horas diárias para os níveis fundamental e médio. Na faixa etária que vai de 7 a 14 anos, recordista no país em números de matrícula, a taxa é de 4,2 horas por dia. Já entre os que têm de 15 a 17 anos, período que compreende o Ensino Médio, o número de horas diárias que o estudante passa na escola cai para 3,5.Os dados fazem parte de um estudo divulgado hoje (27) pela FGV (Fundação Getulio Vargas). De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, a permanência média dos estudantes brasileiros na escola é considerada "insuficiente". "Por isso é que sou francamente favorável ao segundo turno sob a responsabilidade da escola, mas não necessariamente dentro da sala de aula. [Com esse objetivo] estamos instalando banda larga dentro da escola e investindo no [programa] Mais Educação. São expedientes que vão oferecer às escolas oportunidade de estender a jornada com atividades culturais, recreativas, esportivas", afirmou Haddad, que participou na manhã de hoje (27) da abertura do seminário sobre Metas da Educação, promovido pela FGV, no Rio de Janeiro.Ainda durante o evento, o ministro informou que o objetivo do governo este ano é ampliar a adesão ao Mais Educação atingindo, até o fim deste ano, 5 mil escolas localizadas principalmente em áreas de risco de regiões metropolitanas dos grandes centros urbanos. No ano passado, quando o programa foi executado em caráter piloto, 2 mil escolas participaram da experiência. Por meio do Mais Educação, o governo federal repassa recursos para extensão da jornada escolar, que são depositados diretamente na conta corrente das escolas. Para atingir o objetivo, as instituições podem investir em itens variados, como instrumentos musicais e elementos para a quadra poliesportiva. A pesquisa da FGV revela, ainda, que o tempo de permanência na escola, considerando-se a faixa etária entre 4 e 17 anos, é ligeiramente superior entre as mulheres (3,87 horas contra 3,83 dos homens). Já entre as adolescentes que já são mães, o indicador sofre uma redução mais forte, caindo para 0,87 hora. Quando a análise se faz por cor da pele, os brancos aparecem liderando o ranking (3,97 horas). Os negros ficam, em média, 3,83 horas na escola e os pardos, 3,74 horas.Outra disparidade evidenciada pelo estudo é com relação à faixa de renda. Os 20% mais ricos permanecem na escola em média 4,35 horas por dia, enquanto os miseráveis ficam 3,56 horas. O mesmo acontece quando se observam as regiões do país. No Sudeste, as crianças ficam na escola 4,17 horas, enquanto na Região Norte, permanecem 3,47 horas. A surpresa, segundo o estudo, fica por conta da Região Sul (3,63 horas), com menos tempo do que o observado no Nordeste (3,67 horas). Essa realidade, aponta o levantamento, pode ser explicada pelas maiores oportunidades de trabalho e renda no Sul, o que acaba contribuindo para afastar as crianças da escola.Entre os estados, o Distrito Federal é o líder do ranking. Na capital federal, os alunos na faixa etária de 4 a 17 anos ficam em média 4,38 horas por dia. Em seguida, aparecem os estados de São Paulo (4,25 horas) e do Rio de Janeiro (4,14 horas). Na outra ponta, com as menores taxas de permanência, aparecem o Acre e Rondônia (ambos com 3,35 horas), seguidos por Amazonas (3,41 horas).Para realizar o estudo, foram analisados dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativa aos anos de 2006 e 2004.Thais Leitão

Dormir bem pode reduzir hiperatividade infantil, diz estudo.

Fonte: BBC Brasil.com - 28/04/2009 - 15h24 Uma boa noite de sono pode reduzir a hiperatividade e o mau comportamento entre crianças, segundo um estudo feito na Finlândia. Já se sabia que crianças que não dormem bem podem, apesar de nem sempre demonstrarem cansaço, apresentam mudanças de comportamento.O novo estudo, publicado na revista científica Pediatrics, obteve dados concretos que parecem comprovar a teoria. Ele concluiu que, entre as 280 crianças participantes, as que dormiam menos de oito horas por noite eram as mais hiperativas. Os especialistas responsáveis acreditam que o sono adequado poderia melhorar o comportamento das crianças saudáveis e reduzir os sintomas das que sofrem do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (ADHD na sigla em inglês). A equipe por trás do novo estudo disse que pouco se sabe sobre o papel do sono nas vidas das crianças, mas segundo estimativas, um terço das crianças nos Estados Unidos não dormem o suficiente. MonitoramentoA equipe da University of Helsinki e do National Institute of Health and Welfare da Finlândia estudou 280 crianças saudáveis com idades entre sete e oito anos.Os especialistas queriam saber se as crianças saudáveis que dormiam menos eram as mais propensas a apresentar sintomas associados com ADHD. Nenhuma das crianças participantes sofria de transtorno de atenção. Os pais preencheram questionários sobre os hábitos de dormir dos filhos e depois anotaram a quantidade de horas que as crianças dormiram durante um período de sete noites. As crianças foram equipadas com actigraphs, pequenos dispositivos eletrônicos que registram a atividade física do portador - e também períodos de repouso - 24 horas por dia.LigaçãoAs estimativas dos pais dos períodos de sono dos filhos se revelaram maiores do que as medidas. Segundo os pesquisadores, isso pode ocorrer porque as estimativas dos pais foram baseadas no horário habitual de os filhos irem para a cama, ou porque os pais achavam que a criança estava dormindo quando na verdade ela estava acordada na cama ou lendo. Os pais também responderam perguntas sobre o comportamento dos filhos, baseadas em questionários usados para diagnosticar o transtorno de déficit de atenção.As crianças com períodos médios de sono inferiores a 7,7 horas por noite apresentaram maior hiperatividade e maiores índices de comportamento impulsivo. Elas também apresentaram mais sintomas de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. "Nós fomos capazes de demonstrar que o sono de duração curta e a dificuldade para dormir estão associados a sintomas de ADHD", disse a pesquisadora responsável pelo estudo, Juulia Paavonen, do Finnish National Institute of Health and Welfare. "Os resultados indicam que manter horários de sono adequados entre crianças pode ser importante na prevenção de sintomas comportamentais."

Rio vai utilizar música para capacitar analfabetos funcionais

Quando a Progressão Continuada não é entendida e com isso estabelecem aprovação automática, temos os problemas relatados abaixo. Cabe ao governo capacitar melhor seus professores, pois, com isso, os investimentos seriam bem aplicados, sem a necessidade de uma possível recuperação para melhorar o processo de letramento dos analfabetos funcionais.
Fonte: 28/04/2009 - 11h29 - Da Agência Brasil
Vai ser com música e brincadeiras a realfabetização dos 28 mil alunos considerados analfabetos funcionais na rede municipal de ensino. Aplicado em Pernambuco, Bahia, Tocantins e Distrito Federal, o método tem como foco tornar a escola interessante para as crianças e começará no Rio a partir da segunda quinzena de maio. Na próxima quarta-feira (29), termina o curso de capacitação dos 875 professores que vão dar aulas de português e matemática a quem não consegue, por exemplo, interpretar textos e resolver problemas matemáticos, mesmo tendo chegado à 4ª e à 5ª séries. Sentados no chão em círculos, batendo palmas ou interpretando cantigas educativas, os professores têm pela frente o desafio de fortalecer a autoestima dos desmotivados pela dificuldade de ler e escrever."A gente não pode fracassar. Temos que tirar essas crianças da escuridão que é o analfabetismo, dar um empurrão para a frente e mostrar que a educação faz a diferença na vida de uma pessoa", afirma Anete Gonçalves, gerente de Projetos de Educação Formal do Instituto Ayrton Senna, responsável pela capacitação dos professores, dimensionando a importância da iniciativa da prefeitura.O analfabetismo funcional atinge a quase 14% dos 720 mil alunos da rede. Uma prova aplicada em março pela secretaria de educação identificou o problema, que o MEC (Ministério da Educação) já começou a combater no Nordeste e agora no Rio. A secretária municipal de educação, Cláudia Costin, considera o percentual baixo, se comparado ao dos Estados já citados, e ao mesmo tempo alto, considerando o potencial científico da cidade."Por causa da aprovação automática, o problema não foi tratado e agora chega a esta crise. Sabemos de crianças de 13 anos, na 6ª série, nessa situação. A meta é realfabetizar todo mundo em oito meses e não ter que repetir isso no ano que vem", explica.Ainda não há data para as aulas começarem. Falta chegar ao Rio o material didático elaborado pelo MEC, o que está previsto para 15 de maio. Os alunos terão aulas de português e matemática em turmas separadas. Para enfrentar a sensação de estigmatização entre os participantes, os professores são orientados a mostrar "a elas que são crianças que vão se superar e que não são fracassadas", nas palavras de Cláudia.Flávia Guimarães, professora da 5ª série de duas escolas do Irajá, na zona norte, diz que metade dos alunos de uma das turmas não sabe ler nem escrever. Por causa do analfabetismo funcional, os professores acabam sobrecarregados."Tínhamos que dar trabalhos diferentes para eles, porque não conseguiam acompanhar as aulas. É um trabalho dobrado: temos de dar as aulas normais e as diferenciadas", conta.Avany Brito de Oliveira, 55 anos, 13 deles de magistério, também combate o analfabetismo funcional, como a maioria dos professores, "há muito anos". A diferença, com a iniciativa do governo federal, é que agora terão um material didático específico para isso e um trabalho homogêneo."O projeto dá suporte à nossa luta de ajudar o aluno a construir a cidadania, para que tenha vontade de vencer na vida e ter uma profissão", comemora.Também participarão alunos da 6ª série, cujos professores serão capacitados para as aulas em maio, mas com metodologia diferente, já que só o ensino de português está previsto. São quatro horas semanais a mais, no contraturno ou aos sábados. A prefeitura diz haver quadro graças à contratação de 1.800 professores.

Enem deve virar vestibular em 25 universidades

Fonte: 28/04/2009 - Agência Folha
Ao menos 25 das 55 universidades federais deverão usar o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), previsto para outubro, como forma de seleção de seus alunos. Destas, 14 tendem a utilizar somente o Enem para selecionar os estudantes. É o que mostra levantamento feito pela reportagem. Essa é uma das quatro alternativas de uso do novo Enem estabelecidas pelo MEC. As outras opções são usar o exame apenas como primeira fase da seleção (escolha feita por três universidades), usar a nota na prova para atribuir um percentual na avaliação final dos vestibulandos (opção feita por cinco delas) e usar para preencher vagas remanescentes (escolha feita pela Universidade Federal de Santa Maria, no RS). Duas optaram por alternativas mistas. A Unifesp usará o Enem para todos os cursos, mas alguns poderão fazer segunda fase. A UFBA (Universidade Federal da Bahia) fará vestibular para alguns cursos e Enem para outros.