terça-feira, 28 de abril de 2009

Rio vai utilizar música para capacitar analfabetos funcionais

Quando a Progressão Continuada não é entendida e com isso estabelecem aprovação automática, temos os problemas relatados abaixo. Cabe ao governo capacitar melhor seus professores, pois, com isso, os investimentos seriam bem aplicados, sem a necessidade de uma possível recuperação para melhorar o processo de letramento dos analfabetos funcionais.
Fonte: 28/04/2009 - 11h29 - Da Agência Brasil
Vai ser com música e brincadeiras a realfabetização dos 28 mil alunos considerados analfabetos funcionais na rede municipal de ensino. Aplicado em Pernambuco, Bahia, Tocantins e Distrito Federal, o método tem como foco tornar a escola interessante para as crianças e começará no Rio a partir da segunda quinzena de maio. Na próxima quarta-feira (29), termina o curso de capacitação dos 875 professores que vão dar aulas de português e matemática a quem não consegue, por exemplo, interpretar textos e resolver problemas matemáticos, mesmo tendo chegado à 4ª e à 5ª séries. Sentados no chão em círculos, batendo palmas ou interpretando cantigas educativas, os professores têm pela frente o desafio de fortalecer a autoestima dos desmotivados pela dificuldade de ler e escrever."A gente não pode fracassar. Temos que tirar essas crianças da escuridão que é o analfabetismo, dar um empurrão para a frente e mostrar que a educação faz a diferença na vida de uma pessoa", afirma Anete Gonçalves, gerente de Projetos de Educação Formal do Instituto Ayrton Senna, responsável pela capacitação dos professores, dimensionando a importância da iniciativa da prefeitura.O analfabetismo funcional atinge a quase 14% dos 720 mil alunos da rede. Uma prova aplicada em março pela secretaria de educação identificou o problema, que o MEC (Ministério da Educação) já começou a combater no Nordeste e agora no Rio. A secretária municipal de educação, Cláudia Costin, considera o percentual baixo, se comparado ao dos Estados já citados, e ao mesmo tempo alto, considerando o potencial científico da cidade."Por causa da aprovação automática, o problema não foi tratado e agora chega a esta crise. Sabemos de crianças de 13 anos, na 6ª série, nessa situação. A meta é realfabetizar todo mundo em oito meses e não ter que repetir isso no ano que vem", explica.Ainda não há data para as aulas começarem. Falta chegar ao Rio o material didático elaborado pelo MEC, o que está previsto para 15 de maio. Os alunos terão aulas de português e matemática em turmas separadas. Para enfrentar a sensação de estigmatização entre os participantes, os professores são orientados a mostrar "a elas que são crianças que vão se superar e que não são fracassadas", nas palavras de Cláudia.Flávia Guimarães, professora da 5ª série de duas escolas do Irajá, na zona norte, diz que metade dos alunos de uma das turmas não sabe ler nem escrever. Por causa do analfabetismo funcional, os professores acabam sobrecarregados."Tínhamos que dar trabalhos diferentes para eles, porque não conseguiam acompanhar as aulas. É um trabalho dobrado: temos de dar as aulas normais e as diferenciadas", conta.Avany Brito de Oliveira, 55 anos, 13 deles de magistério, também combate o analfabetismo funcional, como a maioria dos professores, "há muito anos". A diferença, com a iniciativa do governo federal, é que agora terão um material didático específico para isso e um trabalho homogêneo."O projeto dá suporte à nossa luta de ajudar o aluno a construir a cidadania, para que tenha vontade de vencer na vida e ter uma profissão", comemora.Também participarão alunos da 6ª série, cujos professores serão capacitados para as aulas em maio, mas com metodologia diferente, já que só o ensino de português está previsto. São quatro horas semanais a mais, no contraturno ou aos sábados. A prefeitura diz haver quadro graças à contratação de 1.800 professores.

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