quarta-feira, 6 de maio de 2009

Formação de professores será entrave para implantação do novo modelo de ensino médio

Como sempre o professor é culpado, claro que para os membros do Consed é muito mais fácil colocar a culpa nos professores, eles não irão assumir as dificuldades das redes que gerenciam. Quero saber como serão as aulas contextualizadas e intertextualizadas de química, física e biologia, se não tem se quer laboratório nas escolas, não tem material, nem espaço físico. Ou será que vão inventar um novo ensino médio, demolindo as escolas e construíndo espaços de aprendizagens que de fato levem a construção do conhecimento de forma articulada com as vivências sociais. Mudar as regras, criar modismos, capacitar professor, tudo isso pode acontecer, lembrando sempre que os secretários, governadores, prefeitos, todos foram capacitados por professores, o que mostra a capacidade desta grande e injustiçada categoria, a de professores é claro e não a de políticos de aprender. Professor é um ser por natureza que tem jogo de cintura, que sabe articular, improvisar, fazer mágica com o pouco que tem e olha que fazem muitas coisas. Para a implantação da nova proposta do ensino médio, que é muito bacana, correta, inovadora (nem tanto - pois as legislações em vigor já dão espaço e abertura para os sistemas de ensino) não se faz necessário apenas oferecer um curso, manuais e mais manuais, livros e mais livros para os professores estudarem, como se fossem profissionais que fogem dos estudos e precisam de cartilhas (tão condenada pelos governos) para ministrar aula. A problemática educacional é muito maior, passa por estrutura, auto estima, condições de trabalho, mobilização para o verdadeiro ofício do ensinante e do aprendente, reconhecimento. Tenho certeza que se também pensarem nestes "detalhes" a educação de fato será de qualidade.
Fonte: 05/05/2009 - 20h33 - Da Agência Brasil
A principal dificuldade que os Estados vão enfrentar na reforma curricular do ensino médio, proposta pelo MEC (Ministério da Educação), será a falta de professores preparados para atender o novo modelo, avalia a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra."A proposta é interessante em algumas medidas. O ensino médio passa por uma crise de identidade, hoje, com um amontoado de disciplinas", afirma.A presidente do Consed diz que, muitas vezes, o professor não está ainda preparado nem para atender ao atual modelo. Ela acredita que será necessário um grande esforço das universidades para atender a formação dos profissionais de ensino em grandes áreas do conhecimento."O professor formado em biologia às vezes não domina nem todo aquele conteúdo, como poderá dar aulas de outras áreas? Precisamos de um esforço conjunto porque as universidades ainda resistem muito a esse modelo mais amplo de formação", disse.O Consed vai montar um grupo de trabalho para debater o projeto apresentado pelo MEC. Um dos pontos que precisa de maior discussão, segundo Auxiliadora, é o repasse de verbas do ministérios para apoiar os projetos em cada estado. A princípio, o ministério garantiu verba extra para as cem escolas que tiveram as piores notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Essa questão precisa ser dimensionada. Para a gente avaliar a eficácia desse novo modelo, ele teria que funcionar tanto em boas escolas, como em escolas com problemas", afirmou.O CNE (Conselho Nacional de Educação) vai realizar audiências públicas para discutir o novo modelo de ensino médio. O processo deve ser concluído até julho. Depois dessa etapa, o ministério começará as negociações com os estados.
Amanda Cieglinski