domingo, 19 de dezembro de 2010

Vaya con Dios... y hasta nunca más.

Fonte: UDEMO
O Diário Oficial de sábado, 18/12, trouxe a demissão, “a pedido”, do sr. Paulo Renato Costa Souza.
O melhor Secretário de Educação que tivemos, agora sai como o pior Secretário que este Estado já conheceu.
Paulo Renato, quando Franco Montoro era o governador, fez uma excelente gestão na Secretaria. Quando voltou, com Serra, ele era uma promessa. Promessa não cumprida!
O Secretário assumiu a tirania e a insensatez do Governador Serra, ampliando-a. Desrespeitou os professores, menosprezou as entidades, tomou (inúmeras) medidas erradas e criou um verdadeiro caos na educação. A forma de admissão e contratação dos professores temporários deixou muitas escolas sem docentes. A “promoção por merecimento”, uma farsa populista que o Secretário usou, indevida e demagogicamente, para enganar a opinião pública, criou um clima de descontentamento e ódio na rede. Muitos aprovados não foram promovidos; a sala dos professores ficou dividida entre aprovados, reprovados, promovidos e não participantes, o que só fez piorar um ambiente que já era um tanto tenso.
Numa demonstração de total falta de bom senso e de sensibilidade, o Secretário não perdeu oportunidade de atribuir aos professores e diretores a culpa pelos problemas e fracassos na escola pública. A crítica nunca cedeu lugar à autocrítica: o problema maior foi a arrogância, a falta de diálogo (interlocução) com o magistério, foram os seus projetos e a sua equipe. Isolado nos gabinetes, esse pessoal só legislou e agiu em torno do próprio umbigo, sem nenhuma preocupação com a educação e os educadores.
Nunca se viu tanto isolamento na cúpula e tanta perseguição na base, numa demonstração estéril de poder e de força. O resultado não podia ter sido outro: o Secretário (e sua equipe) era vaiado até mesmo nas reuniões oficiais – nas Diretorias de Ensino, Assembleia Legislativa e Câmaras Municipais – onde, como regra, o pessoal vai para aplaudir.
Em resumo, esta foi uma gestão pedagogicamente cega, administrativamente míope e politicamente caolha. Deu no que deu. Ou seja, em nada!
O Secretário, ao saber que não continuaria na Pasta – ele e seu grupo fizeram o possível e o impossível para continuar –, num gesto pouco nobre e desesperado, ainda foi capaz de chamar o novo governador de “populista”, por não o ter mantido na Pasta. Vejam só quem fala! Populismo!
Sem honra geriu, com desonra saiu!
Esperamos que com ele vá também toda essa equipe que, com raras exceções, provou ser um bando de arrogantes incompetentes, cujo único propósito na Pasta parecia ser o de provar a “excelência” das suas ideias e projetos, sem nenhum compromisso com a educação e sem os pés na realidade. Nessas circunstâncias, obviamente, o problema seriam, sempre, os professores e não os projetos, que não tinham nenhuma viabilidade. Esse pessoal, se algum dia entrou numa escola pública, foi para visitar algum amigo. Essa equipe reviveu o alfaiate do Millôr Fernandes, aquele que, quando o terno não cai bem, faz alterações no corpo do freguês e não na roupa.
Novos ventos sopram na Praça da República. Bom para a educação!
Vaya con Dios, Secretário! Leve sua turma!
Desta vez, não deixará saudade!