terça-feira, 9 de junho de 2009

Paulo Renato critica uso do novo Enem para certificar o ensino médio

Concordo com a opinião do ministro em relação ao papel do Enem frente aos vestibulares e como instrumento de seleção. Mas também concordo com o secretário quanto a certificação de ensino médio utilizando a nota do Enem, com isso o governo federal retira pelo menos em parte a autonomia dos Estados que tem como responsabilidade este nível de ensino, fundamentada pela LDB 9394/96.
Fonte: 08/06/2009 - 19h41 - Simone Harnik - UOL Educação - Em São Paulo
O secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza, criticou nesta segunda-feira (8) o uso do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para certificar a conclusão do ensino médio. Fornecer certificados aos concluintes do ensino médio pelo Enem é uma das propostas do MEC (Ministério da Educação) com a reforma da prova, que passará a ter 180 questões ainda em 2009.
De acordo com Paulo Renato, usar a prova do MEC para conferir diploma tira a autonomia dos Estados para definir os conteúdos e a forma de ministrá-los nesta etapa do ensino. "Usar o Enem como exame nacional de certificação do ensino médio vai acabar destruindo o sistema federativo", avaliou.O ex-ministro também critica a divulgação de dados de desempenho no Enem por escolas. "A amostra não é representativa", disse. Na opinião do secretário, não haveria necessidade de modificar a forma do Enem - o que ocorreu para transformá-lo em um exame de seleção unificado para ingresso nas universidades federais. "Para ser processo seletivo, o Enem deixará de ser exame de competências e levará em conta o conteúdo", afirmou.
Outro lado
Em debate com o secretário no Estadão, realizado nesta segunda-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, rebateu as críticas de Paulo Renato. De acordo com Haddad, o novo Enem é uma evolução da prova que vinha sendo aplicada até 2008."É um instrumento que poderá ser comparável ao longo do tempo. O Enem antigo não era comparável. As universidades também tinham resistência em usar o Enem para ingresso, pois afirmavam que ele deveria ser mais abrangente", disse.De acordo com o ministro, não há risco de o Enem se tornar um exame sem foco no raciocínio. "Vestibulares cobram extenso conhecimento com profundidade de gilete. O novo Enem é um passo mais ousado, com abrangência de conteúdo, sem perder a forma da prova."

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