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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Unesp e USP disponibilizam livros para download gratuito

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade de São Paulo (Usp) colocaram à disposição de internautas download gratuito de livros das bibliotecas de ambas as instituições. São milhares de títulos, entre livros raros, manuscritos e documentos históricos. 

O objetivo é tornar irrestrito acesso aos fundos públicos de informação e de documentação científica. Os conteúdos podem ser acessados por meio da ferramenta de busca da Biblioteca ou pelos sites: Unesp e Usp.

Da Usp, os títulos fazem parte da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, localizadas na Cidade Universitária. O acervo foi digitalizado a partir das obras doadas em 2006, pela família Mindlin. No total, são cerca de 17 mil títulos, ou 40 mil volumes, mas nem tudo está digitalizado.

Entre as obras digitalizadas estão as assinadas por grandes escritores, como Machado de Assis e Euclides da Cunha. Além dos clássicos, é possível encontrar conteúdos sobre o Teatro em Portugal ou ainda ter acesso às primeiras edições do Correio Braziliense.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Cotas na USP: o desafio agora é garantir a permanência dos alunos

Fonte: Carta Capital
Ao contrário do que previa o texto enviado para votação no Conselho Universitário da USP (CO), instância máxima de deliberação da universidade, foi aprovada na terça-feira (4) a reserva das vagas para alunos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. Pela primeira vez na história, a universidade adota a política de cotas no seu vestibular tradicional, a Fuvest.
A proposta foi apresentada pelo Núcleo de Consciência Negra da USP e protocolada pelo Conselho de Graduação no dia 18 de maio. O documento original enviado pelo núcleo seguia a lei de cotas de 2012, que reserva 50% das vagas para alunos de escolas públicas e destas, 37,5% para candidatos autodeclarados pretos pardos e indígenas (PPI), índice equivalente a proporção deste grupo no estado de São Paulo segundo o IBGE.
Negada pelo CoG, foi protocolada e enviada para votação apenas as cotas sociais, que não levavam em consideração o perfil étnico-racial e socioeconômico dos candidatos.
Em resposta, cerca de 300 professores da USP realizaram um abaixo assinado pedindo que as cotas raciais também fossem votadas durante a reunião. Os docentes consideravam a proposta insuficiente. "As cotas somente para escolas públicas não bastam para garantir que a Universidade alcance a meta da composição étnico-racial da população", afirma os signatários do abaixo-assinado.
Após pressão dos professores e representantes discentes presentes no Conselho e do cientista político André Singer, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), para a inclusão das cotas raciais no pleito, o reitor Marco Antonio Zago adicionou à proposta a reserva de vagas para os candidatos PPI, que foi aprovada ao término da reunião com 75 votos a favor, oito contrários e nove abstenções.
O professor Dennis Oliveira, da Escola de Comunicações e Artes (ECA), uma das primeiras a aprovar as cotas raciais por meio do Sisu, considera que a medida sem o recorte racial serviria apenas como um “tapa-buraco de pouco impacto” inspirado em “demagogia”.
Surpreso com as mudanças no rumo da votação, Oliveira afirma que a conquista é uma vitória no movimento negro e não uma flexibilização dos membros do conselho, que possuem “perfil conservador”. “A condição vergonhosa de ser a única estadual sem cotas e o crescente movimento dentro das congregações dos institutos da universidade criou muita pressão."
A medida, no entanto, não é suficiente, diz o professor. Ele afirma que as cotas raciais são apenas o começo, pois serão necessários investimentos em políticas de permanência. “As cotas possuem o aspecto principal de democratização do acesso à universidade, mas também de transformação do ambiente. A medida que recebe esse novo perfil de alunos agora terá de investir em políticas de permanência para que eles possam concluir o ensino superior.”
Outra aspecto relevante para a confirmação da política de acesso destes estudantes é, segundo Oliveira, a abertura de cotas para outras etapas do acesso à USP, como nos concursos para docentes, funcionários e os cursos de pós graduação, como o mestrado e o doutorado. “A USP forma mas não contrata e não dá continuidade no processo de aprendizagem”, denuncia.
Em nota, o reitor Marco Antonio Zago considerou a decisão algo “histórico”. Para ele, a liderança e a visibilidade que a USP tem torna o momento emblemático. “Representa uma universidade assumir que a inclusão social é uma questão importantes do ponto de vista da nossa sociedade”, diz.
As mudanças no sistema de ingresso serão escalonadas. No processo seletivo que ocorrerá no fim deste ano serão reservadas 37% das vagas em cada unidade de ensino e pesquisa. No ano seguinte seriam 40%, seguido de 45% em 2020. Somente em 2021 a metade das vagas de graduação oferecidas pelo vestibular comum serão preenchidas por cotistas.
Até então, a USP era a única estadual paulista a não adotar cotas no seu principal sistema de ingresso. A pioneira foi a Universidade Estadual Paulista (UNESP), que adotou o sistema em 2013.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou no dia 30 de maio a adoção 50% de cotas para alunos oriundos da rede pública e 37,5% destes são reservados a candidatos autodeclarados pretos, pardos e indígenas. A nova política passa a valer a partir do processo seletivo para 2019.
As vagas reservadas levarão em consideração os dois processos de ingresso da universidade, a Fuvest e o Sisu. Em 2018, o primeiro ano em que medida estará vigente, serão oferecidas 11.147 vagas de graduação. Deste total, serão 8402 destinadas a Fuvest e 2745 para os alunos aprovados por meio do Sisu, um aumento de 407 vagas em relação a 2017.
A adição reserva de vagas por meio da cotas raciais e sociais coloca USP como a universidade com uma das principais políticas de inclusão do País por possuir, além das cotas, sistemas de bonificação para os candidatos do vestibular.
As ações afirmativas dentro da universidade começaram em 2006 quando foi implementado o Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), que consiste em um sistema de bônus no vestibular destinado a alunos oriundos de escolas públicas.
A medida começou a valer no processo seletivo de 2007, quando os alunos que haviam estudado integralmente em escolas públicas tinham o acréscimo de 3% de pontos em todas as fases do vestibular. Em 2017, o cenário se modificou. Os alunos que estudaram o ensino médio e fundamental em escolas públicas obtém aumento de 15% na pontuação, enquanto aqueles que prestaram somente o ensino médio possuem um bônus de 12%.
A segunda ação afirmativa ocorre apenas em 2012, quando a reitoria institui também o Programa de Avaliação Seriada da USP (Pasusp), que é voltado para alunos da rede pública ainda matriculados no ensino médio.
Nesta modalidade, o alunos que cursaram o ensino fundamental e médio em escolas da rede pública ganham um aumento de 15% na nota das duas fases do vestibular, com a possibilidade de acréscimo de 5% para aqueles que prestaram o vestibular como treineiros no ano anterior e foram aprovados na primeira fase.
Tanto no Inclusp como no Pasusp, os candidatos PPI recebem ainda mais 5% em cima dessas bonificações. Hoje, o acréscimo na pontuação dos candidatos pode chegar até 25%.
Em 2006, antes do início da aplicação do bônus, o número de ingressantes pretos, pardos ou indígenas somava 12,4%, enquanto aqueles vindos da rede pública era de 24,7%.  Em 2017, o número de ingressantes PPI aumentou em 55%, e dos estudantes das escolas públicas em 49%.
Além dos sistemas de bonificação, o Conselho Universitário (CO) aprovou também em junho de 2015 a adesão experimental do Sisu, juntamente com suas propostas de cotas raciais e sociais como uma forma de ingresso na USP. Por meio da congregação da faculdade, os institutos deliberam se aceitam ou não o ingresso de alunos por meio da nota do Enem, utilizada no Sisu.
Do total direcionado, as unidades também podem escolher qual o tipo de concorrência. Em 2017, das 2338 vagas oferecidas via Sisu, 597 foram para ampla concorrência, 1155 para estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escola públicas e 586 para alunos oriundos de escolas públicas que se autodeclaram pretos, pardos e indígenas.
No primeiro ano, 85 dos 143 cursos de graduação decidiram aderir ao Enem. Depois disso, o número de vagas destinadas ao Sisu cresceu em 57%. No vestibular 2018, 42 unidades de ensino e pesquisa participarão do sistema.
A adesão mais recente é a da Faculdade de Medicina (FMUSP), localizada no campus das Clínicas, em São Paulo. No último dia 30, a Congregação da faculdade reservou 50 (28,6%) vagas para o Sisu. Destas, 15 (8,6%) serão destinadas aos candidatos PPI.
Os alunos que serão contemplados com cotas sociais ou raciais por meio da Fuvest ou do Sisu que possuem os pré-requisitos para participarem dos sistemas de bonificação Inclusp e Pasusp manterão os bônus independente da reservas de vagas.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Sem papel, USP atrasa diplomas por quatro meses

Fonte: O Estado de São Paulo
Sem papel, a USP (Universidade de São Paulo) suspendeu parcialmente em março a impressão de diplomas para alunos que concluíram a graduação ou a pós-graduação. Apenas os casos considerados urgentes foram atendidos nos últimos quatro meses. Segundo a universidade, aproximadamente 4 mil estudantes aguardam seus diplomas.
A instituição afirmou que a emissão dos certificados foi interrompida em março porque o estoque do papel usado estava "baixo". No entanto, não informou quanto ainda havia no estoque quando a reitoria determinou a suspensão parcial. Ontem, a universidade informou que um lote do material foi entregue e que a emissão será "imediatamente retomada".
Os papéis usados para a impressão dos diplomas são confeccionados pela Casa da Moeda do Brasil, empresa estatal do governo federal. De acordo com o Diário Oficial, a universidade só firmou novo contrato com a empresa no dia 15 de março, no valor de R$ 444,8 mil, para a entrega de 80 mil diplomas em 20 meses. A USP não esclareceu por que o contrato só foi assinado quando o estoque já estava baixo.
Em nota, a Casa da Moeda informou que o contrato previa prazo de 150 dias para a primeira entrega. Ou seja, a empresa estatal teria até o dia 14 de agosto para entregar os primeiros 4 mil diplomas.
A empresa afirmou que a USP solicitou urgência na entrega de pelo menos 6 mil diplomas - no entanto, não informou quando o pedido de urgência foi feito. "A fim de colaborar com a instituição, a Casa da Moeda enviou, antecipadamente, 7.500 diplomas no dia 21 de julho."

Urgência

Em nota, a USP declarou que nos últimos quatro meses atendeu apenas os casos que foram considerados urgentes, como estudantes que foram aprovados em concursos públicos ou que precisavam de comprovação da conclusão do curso para empresas ou viagens ao exterior. A instituição não informou quantos pedidos urgentes foram atendidos.
Funcionários que trabalham nos setores de atendimento aos alunos das unidades e pediram para não ser identificados informaram que essa foi a primeira vez que a universidade ficou sem imprimir diplomas. Para os alunos que solicitavam a emissão do documento, as unidades encaminharam e-mail esclarecendo a situação, sem informar que havia brecha para casos urgentes.

PDV

Com o menor repasse de verba do governo estadual em sete anos, a USP prevê fechar este ano com uma dívida de R$ 868 milhões - 60% a mais do que havia estimado no começo do ano. Para atenuar a crise financeira, a instituição aprovou há cerca de dez dias um novo plano de demissão voluntária para funcionários técnico-administrativos e um programa de redução de jornada de trabalho. Desde 2013, o gasto com salários na universidade tem sido superior ao total de recursos recebidos do Estado.
A situação tem feito a universidade usar reservas para pagar as contas. O saldo da poupança da USP caiu de R$ 3,61 bilhões, em junho de 2012, para R$ 1,3 bilhão no fim do ano passado.

quarta-feira, 14 de março de 2012

USP está entre as 70 instituições com melhor reputação no mundo

Fonte: 14/03/2012 - 21h00 UOL Educação
A USP (Universidade de São Paulo) deu um salto e aparece entre as 70 instituições de ensino superior com melhor reputação no mundo, segundo ranking do THE (Times Higher Education) publicado em Londres.
No levantamento do ano passado, a USP não figurava nem entre as cem melhores. Agora, está na faixa entre o 61º e o 70º lugar. É também a única representante de toda a América Latina na lista.
O THE é um dos mais importantes avaliadores de universidades no mundo.
Para compor seu ranking de reputação, foram ouvidos 17.554 acadêmicos e pesquisadores de 137 países.
Outras instituições no Brasil, como a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), continuam fora da lista das 100 melhores.
Eles puderam indicar até 15 instituições que consideram as melhores do mundo em seus campos de estudo. Harvard foi apontada como a melhor universidade.
A USP aparece em melhor posição no ranking de reputação (subjetivo) que em outro (objetivo) também feito pelo THE.
No ranking geral, que foi divulgado no fim do ano passado e envolve 13 critérios (como relação aluno/professor, quantidade de discentes e docentes estrangeiros, número de trabalhos científicos publicados, dinheiro aplicado em pesquisa etc.), a USP aparece em 178º lugar. A Unicamp, em 286º.
Uma boa reputação, assim como uma boa colocação nos rankings com critérios objetivos, pode facilitar a obtenção de dinheiro para pesquisas, atrair estudantes e também professores e pesquisadores capacitados de outros países.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Alunos da USP vindos da rede pública enfrentam dificuldades

Se a universidade já tem esse diagnóstico, que tome as providências o mais rápido possível. O grande problema de nossa melhor universidade do país consiste em achar que os docentes vivem em um mundo que não pode ser permeado por alunos. Uma escola tradicional, onde o professor fica no pedestal e os alunos meros ouvintes das verdades absolutas proferidas pelos docentes.
Fonte: 18/10/2011 - 07h00 Victor Francisco Ferreira Da Agência USP de Notícias
Alunos ingressantes na USP (Universidade de São Paulo) oriundos de escolas públicas enfrentam diversas dificuldades na universidade. As principais delas são o gerenciamento do tempo, as avaliações aplicadas e os conteúdos das aulas, considerados por eles como muito mais complexos do que a base oferecida no cursinho ou na escola os preparou para encontrar na universidade. Outros fatores são dificuldades de relacionamento entre os alunos, que deriva da falta de espaços para socialização em algumas unidades, e o distanciamento da relação entre alunos e professores. O estudo da professora Valéria Cordeiro Fernandes Belletati, realizado na Faculdade de Educação (FE) da USP, avaliou os fatores considerados mais difíceis para o sucesso de alunos da escola pública que ingressam na Universidade de São Paulo. A partir de um levantamento quantitativo, a professora decidiu abordar alunos de três cursos, Licenciatura em Física, Ciências Biológicas e Letras. “Escolhi um curso de cada área de conhecimento (exatas, biológicas e humanas) considerando, em relação a alunos provindos da escola pública, índices de evasão no semestre de ingresso bem como o número absoluto de ingressantes”, explica a pesquisadora.
Foram feitos, em 2009, contatos com 40 alunos ingressantes para saber quais as principais dificuldades encontradas, como eles avaliavam o início das aulas, organizavam o currículo, se sabiam como obter bolsas e auxílios e se conseguiam aproveitar o ambiente universitário. A principal dificuldade apontada foi o mal gerenciamento do tempo. “Muitos trabalhavam e não conseguiam realizar todas as tarefas. Outros gastavam até três horas por dia em locomoção para chegar à USP e voltar para casa, além de simplesmente não conseguirem se organizar”, afirma Valéria.
Outro problema apontado foram as avaliações. Muitos têm dificuldade de se preparar bem para as provas, continuam com dúvidas sobre o conteúdo mesmo após a avaliação ou não entendem o que é pedido. “Eles saíam-se bem nas aulas e mal nas provas. Isso acontece porque na universidade os professores vêem a prova como classificação, e não como avaliação”, explica a pesquisadora. As provas não são utilizadas como diagnóstico das dificuldades dos alunos para que, a partir disso, o professor possa elaborar melhor a continuação das aulas, nem favorecem a adoção de um enfoque profundo de aprendizagem pelo aluno ingressante.
Professores distantes
Os alunos também se queixaram dos conteúdos ensinados em sala de aula. Em comparação com a base aprendida na escola ou no cursinho eles são muito mais complexos. “Pode-se afirmar que o ensino médio, nesse caso, é insuficiente para a continuação dos estudos na faculdade. Isso não significa que eles desejem reduzir a complexidade dos conteúdos. Para além de uma crítica com relação ao ensino básico, temos que repensar como a didática na universidade pode contribuir para a minimização do problema”, diz Valéria. Um aspecto que não ajuda a diminuir este problema é a relação distante entre alunos e professores. “Os professores não são acessíveis fora do horário de aula. Muitas vezes os graduandos recorrem a mestrandos e doutorandos a função de plantonista. Apesar de muitos alunos virem como positiva a intervenção dos monitores, a interação dos professores com os alunos é fundamental para que a aula seja direcionada conforme a necessidades destes alunos.”
Em 2010, a pesquisadora voltou a conversar com dez dos alunos para ver se no segundo ano de universidade as dificuldades persistiam. “A universidade não os ajuda a diferenciar ensino médio de ensino superior, cujas finalidades são de formação técnica, científica e política. Os alunos também não reavaliavam o percurso curricular nem reduzem a carga horária, sentindo a obrigação de seguir a previsão fornecida pela instituição. O que conta muito para os alunos vencerem as dificuldades são as características pessoais. Alunos mais ativos, extrovertidos, com experiência anterior em universidades e com mais iniciativa são os que têm mais facilidade”, explica a autora.
Perguntados sobre como tentavam superar os problemas, nenhum aluno apontou o professor como suporte. “Eles buscam ajuda de amigos, colegas de sala, na internet, na biblioteca ou com monitores”. Segundo Valéria, os professores precisam atentar ao perfil dos alunos e devem aproximar-se mais deles. “Os docentes não têm formação pedagógica, mas deveriam ter. Ele precisa discutir e refletir sobre a função da universidade e conhecer individualmente os alunos, suas dificuldades”.
Vencedores
Apesar de todos os problemas que surgem, segundo a pesquisadora, todos os alunos se consideram vencedores por estarem estudando na USP. “Nem sempre as dificuldades são superadas. No segundo ano de universidade alguns dos alunos entrevistados já apresentam notas baixas e reprovações. Mesmo assim, consideravam-se vencedores e não cogitavam abandonar o curso.”
As ações a serem aplicadas pela universidade para ajudar os alunos oriundos da rede pública de ensino devem focar os cursos e suas especificidades. “As diferenças entre os cursos vão além das áreas de conhecimento”, afirma Valéria. Um exemplo disso é o curso de Letras, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). “Os alunos se relacionam pouco. Existem muitas aulas em turmas diferentes. Isso atrapalha a integração entre os estudantes. Seria preciso propor atividades de relacionamento entre os alunos.”
A conclusão do trabalho traz indicações da necessidade de formação contínua dos professores deste nível de ensino: “Não existe uma cultura de trabalho coletivo entre os docentes do ensino superior que não têm formação pedagógica, mas deveriam ter. Eles precisam discutir e refletir sobre a função da universidade e conhecer individualmente os alunos, suas dificuldades”, afirma a pesquisadora.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Brasil lidera primeiro ranking de universidades latino-americanas

Fonte: 03/10/2011 - 18h28 - LONDRES, 4 Out 2011 (AFP)
O Brasil, com a Universidade de São Paulo (USP) no topo, lidera com folga, à frente de México, Argentina e Chile, o primeiro ranking QS de Universidades latino-americanas, publicado esta terça-feira no site TopUniversities.com.
Impulsionado pelo aumento do investimento público em educação, o Brasil emplacou 65 universidades entre as 200 primeiras da lista, quase o dobro do México (35) e muito mais do que Argentina e Chile (25 cada).
Segundo os autores do estudo, as universidades brasileiras adquiriram oito dos dez primeiros lugares em produtividade de pesquisa e tiveram a maior proporção de acadêmicos com doutorado.
Eles destacaram, ainda, que o número de matrículas universitárias triplicou nos últimos 10 anos no Brasil.
"A economia brasileira já é a sétima do mundo e a Goldman Sachs previu que superará as de Canadá, Itália, França, Reino Unido e Alemanha nos próximos 20 anos", disse Ben Sowter, chefe de pesquisas do ranking QS.
"Enquanto muitos governos de países desenvolvidos cortam os gastos em universidades, os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) estão investindo grandes quantias de dinheiro na construção de universidades de nível internacional", avaliou o diretor da página TopUniversities.com, Danny Birne, para quem o denominador comum é que todos consideram a educação um "elemento chave" para seu desenvolvimento.
"Uma educação superior de nível mundial será central para seu desenvolvimento e o novo ranking QS mostra que os investimentos do Brasil já estão começando a colher frutos", acrescentou, em um comunicado.
A classificação é liderada pela Universidade de São Paulo, seguida da Pontifícia Universidade Católica do Chile, em segundo lugar, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em terceiro.
Com relação a outros países, a primeira instituição de ensino mexicana, a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), apareceeu em quinto lugar; em sexto está a primeira de 21 instituições colombianas, a Universidade dos Andes; e a primera da Argentina, a Universidade de Buenos Aires, em oitavo.
Nesta primeira edição do ranking regional, o QS se baseou em critérios específicos da América Latina, como a proporção de professores com doutorado, a produtividade de pesquisas per capita e a presença na internet, assim como pesquisas existentes.
Os pesquisadores, no entanto, se questionam se o Brasil poderá chegar a ser a próxima superpotência universitária.
No mais recente ranking QS das melhores universidades do mundo 2011, liderado pela primeira vez pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a USP só alcançou o 169º lugar, sendo a única instituição de ensino latino-americana entre as 200 melhores do mundo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Tese da USP aponta para possibilidade de comportamento antiético na publicação de artigos científicos brasileiros

Fonte: 25/07/2011 - 17h56 Gilberto Costa Da Agência Brasil Em Brasília
Tese de doutorado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) alerta para a possibilidade de problemas de conduta ética na publicação de artigos científicos de pesquisadores brasileiros, tais como coautorias forjadas e citações de fontes não consultadas na bibliografia dos trabalhos acadêmicos.
O autor da tese, Jesusmar Ximenes Andrade, cita entre os problemas mais comuns a citação de mais livros e artigos na bibliografia além dos realmente usados, o que aumenta a credibilidade do estudo, e a coautoria, que aparece como favor trocado. Nesse último caso, os falsos parceiros assinam dois artigos em vez de um e, assim, aumentam sua produtividade, quesito que é avaliado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), no processo de classificação dos programas de pós-graduação. Ligada ao Ministério da Educação, a Capes é uma das agências de fomento à pesquisa científica e acadêmica do governo federal.
A suspeita de ocorrências de conduta antiética na produção de artigos científicos veio a partir da aplicação de 85 questionários, respondidos por participantes do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, realizado em 2009, em São Paulo. Segundo a pesquisa, a maioria das pessoas afirmou não conhecer nenhum caso de má conduta, mas elas acreditam que tais práticas seja comuns.
Andrade estranhou o resultado. “As pessoas conhecem pouco, mas acreditam que ocorrem [problemas antiéticos] mais do que acontecem? Eu presumi que quem estava respondendo sobre as suas crenças também estava respondendo sobre os seus próprios hábitos”, disse o autor da tese, que é professor adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A tese foi defendida em abril, no Departamento de Contabilidade da FEA/USP.
Andrade destaca o fato de os resultados de sua pesquisa dizerem respeito à “má conduta na pesquisa das ciências contábeis”, mas avalia que “não encontraríamos resultados muito diferentes se fôssemos para um censo”, incluindo todos os campos científicos.
Para ele, o Brasil mantém o foco na quantidade, critério que fez o país ocupar o décimo terceiro lugar na produção científica internacional, e não se preocupa com a qualidade. “Por que o Brasil não tem um [Prêmio] Nobel?”, pergunta ao afirmar que “a quantidade que nós estamos buscando é infinitamente desproporcional à qualidade dos estudos que estamos produzindo”.
A busca por quantidade é almejada por todos os pesquisadores, de acordo com Andrade. “Seja para conseguir recursos ou para obter status dentro da academia.” Em sua opinião, “para buscar essa quantidade, esse volume, termina-se utilizando certos artifícios que, segundo foi observado, não são condutas livres de suspeita. São condutas impregnadas de comportamentos antiéticos”.
O autor da tese diz que a Capes dispõe de “métricas” de avaliação mais voltadas à qualidade do trabalho do pesquisador do que à quantidade de artigos gerados. “O sistema de avaliação chamado Qualis pontua os artigos conforme a revista científica de publicação”, lembrou.
A Agência Brasil procurou pela Capes desde a última sexta-feira (22), mas foi informada hoje (25), por e-mail, que o diretor de Avaliação, Livio Amaral, “precisa de uns dias para ler a tese”.
O professor de metodologia do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Medeiros, não concorda com o conceito de que a busca por quantidade seja prejudicial. Segundo ele, a pressão da Capes por aumento da produtividade “é mínima”. Em sua opinião, “opor quantidade à qualidade não é correto”. “Nas ciências em geral, os melhores pesquisadores são também professores que têm bom nível de publicações. Publica muito quem pesquisa muito."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mônica Bergamo: Aluno da USP é vítima de homofobia em festa promovida pela ECA

Se isso acontece dentro da melhor universidade do país, o que podemos esperar de nossa sociedade e o pior estes infelizes que cometeram a agressão estudam as nossas custas. Pois pagamos os impostos que sustenta toda a universidade. E esses vagabundos pagam assim para a sociedade. Espero que isso não fique assim e que a reitoria tome providência garantindo o direito de todos, inclusive dos homossexuais.
Fonte: Folha de São Paulo - 26/10/2010 - 08h33
A agressão a um aluno da USP que é homossexual numa festa promovida pela ECA (Escola de Comunicações e Artes da USP) virou assunto de polícia.
De acordo com o texto, Henrique Peres Andrade, 21, estudante de biologia, foi à balada, na sexta-feira, num casarão, com um namorado e oito amigos do IB (Instituto de Biociências). Ele diz que os dois "descansavam abraçados" quando três rapazes xingaram, atiraram copos de bebida e desferiram chutes e socos no casal. A segurança, de acordo com Henrique, demorou a agir.
"Estou chocado, foi uma situação horrível!", escreveu Henrique a um professor, buscando orientação. Ele hoje registrará ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. O centro acadêmico do IB fez circular moção de apoio na universidade.
A Defensoria Pública foi acionada. "Só quero mostrar que estamos em um país onde a homofobia existe e está mais próxima do que imaginamos", diz Henrique. Os agressores ainda não foram identificados.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

USP revê currículos e pode fechar cursos

Fonte: Folha de São Paulo 21/09/2010 - FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO / ARARIPE CASTILHO DE RIBEIRÃO PRETO
Principal universidade do país, a USP decidiu revisar todos os seus cursos de graduação. Com isso, poderá haver mudanças nos currículos (para dar mais liberdade aos estudantes) e fechamento de carreiras de baixa demanda no vestibular.
A medida foi aprovada na semana passada pelo Conselho Universitário, órgão máximo da instituição, que reúne reitoria, diretores de unidades e representantes de todos os segmentos da escola.
A discussão começou ao se debater a viabilidade do aumento de vagas na graduação. "É importante que mesmo os cursos tradicionais verifiquem se é o caso de mudar, melhorar e até mesmo descontinuar certos cursos ou substituí-los", disse ontem à Folha o reitor João Grandino Rodas, em cerimônia em Ribeirão Preto (SP)."Não é possível que alguns cursos continuem hoje como eram na época de dom Pedro 1º", afirmou o reitor Rodas, sem citar nenhuma carreira.Como a USP não participa de avaliações federais, não é possível comparar seus cursos com os das demais instituições brasileiras.
No ranking da Times Higher Education, publicado na semana passada pela Folha, a instituição ficou fora da lista das 200 melhores universidades do mundo.O documento prevê que as unidades devam avaliar mudanças nos projetos pedagógicos, para que sejam mais "modernos e multidisciplinares". Também deve haver "revisão de carga horária, a fim de permitir maior flexibilidade nas atividades dos alunos de graduação".As diretrizes determinam que sejam analisados cursos com baixa relação candidato/vaga no exame Fuvest ou com "baixo impacto social", "respeitando a especificidade de cada curso".
No último vestibular, os cursos menos procurados foram música (1,37 candidato/ vaga) e ciência da informação (1,8), ambos em Ribeirão Preto. Na capital, foi licenciatura em geociências (2,3).A norma não prevê prazo para o fim da revisão. O reitor disse ainda que só irá destinar verbas para infraestrutura às unidades que tenham um bom projeto e "sintonia com a universidade".

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Estudantes invadem prédio na USP e fazem reivindicações

Fonte: 24/04/2009 - 16h04 - da Folha Online
Estudantes da USP (Universidade de São Paulo) ocuparam na noite de quinta-feira (23) o prédio que era sede do DCE (Diretório Central dos Estudantes) até 2006. A decisão de ocupar o prédio ocorreu durante uma assembleia que reuniu cerca de 400 alunos. Além de querer de volta o prédio para desenvolver as suas atividades, eles lançaram uma lista com reivindicações a serem discutidas. A primeira delas diz respeito à manutenção dos investimentos no ensino. Eles querem inclusive que os patamares de investimento sejam mantidos independentemente do impacto que a crise econômica mundial venha a refletir sobre a arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O ICMS é a base do repasse de verbas às universidades públicas em São Paulo. Outro ponto é sobre a Univesp (programa do governo do Estado para aulas a distância). Em fevereiro começou a funcionar na USP o primeiro curso de graduação a distância. Por fim os alunos sustentar estar sendo perseguidos pela direção da universidade. Assim como os funcionários da instituição eles reivindicam para que o sindicalista Claudionor Brandão, ex-diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), seja readmitido. Brandão foi uma das principais lideranças da ocupação do prédio da reitoria da instituição entre maio e junho. Em julho de 2007 a universidade entrou na Justiça contra os líderes da ocupação. A ocupação rendeu uma multa de R$ 276 mil aplicada contra o sindicato. Assembleia Ainda nesta sexta-feira os estudantes realizam uma assembleia para discutir os rumos da ocupação. A estudante de letras da instituição, Gabriela Hipólito, 23, que também participou da ocupação da reitoria em 2007, afirma que os estudantes já tentaram pedir a devolução do espaço, sem sucesso. O que foi oferecido a eles, segundo diz, é uma sala de 80 metros quadrados, um quinto dos cerca de 400 metros quadrados do prédio. Antes disso eles ocupam um galpão dentro do campus. Ela enfatiza que os estudantes não são contrários à tecnologia associada ao ensino. Entretanto, não admitem a troca do ensino presencial. Em relação às denúncias de perseguição, ela diz que responde a processo administrativo na instituição devido a um piquete que realizou. O grupo defende que o desligamento de Brandão foi político. Sobre os investimentos, Hipólito diz que o grupo admite que a crise econômica mundial pode gerar impactos financeiros aos cofres da universidade. Para ela, o governo estadual deve eleger a educação como prioridade e não reduzir investimentos ou cortar verba. Outro lado A reportagem da Folha Online procurou a reitoria da USP para comentar o assunto, que não se manifestou até por volta das 16h desta sexta-feira.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Funcionários da USP devem fazer greve após feriado de Titadentes

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Em assembleia realizada hoje (1º), o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) aprovou greve por tempo indeterminado, com início após o feriado de Tiradentes, em 21 de abril. A data de início será decidida em assembleia no dia 23 de abril. Entre os pontos aprovados estão o aumento salarial de R$ 200 com reajuste a ser definido na reunião do "Fórum das seis", no dia 7 de abril; a readmissão de Claudionor Brandão, ex-diretor do Sintusp que foi demitido após a ocupação da reitoria da USP (Universidade de São Paulo), ocorrida em 2007; e o pedido de retirada do processo movido contra o sindicato devido à ocupação. A entidade deve pagar R$ 357 mil reais por danos materiais.O "Fórum das Seis" (entidade que reúne os sindicatos de professores e funcionários das universidades estaduais paulistas), no dia 7, decidirá pauta unificada, que será entregue ao Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) no dia 8.A adesão dos estudantes será definida em assembleia geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes da USP) que será realizada no dia 16 de abril. A pauta dos alunos inclui a luta contra o ensino a distância que será oferecido pelas universidades estaduais pela Univesp (Programa Universidade Virtual do Estado de São Paulo).