sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Projeto de lei quer que férias escolares de 2014 coincidam com Copa do Mundo

Com tanta coisa importante para pensarem em relação a melhora da qualidade do ensino, pensam nisso. E a EJA fica como se não completar os 100 dias letivos, mas provavelmente eles nem sabem o que significa EJA (é apenas um exemplo dos problemas causados ao ensino), assim funciona o nosso país. Pão, água e circo até quando?
Fonte: 23/09/2011 - 15h37 Da Redação UOL educação
Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados quer que as férias escolares do meio de 2014 coincidam com a Copa do Mundo de Futebol, que será realizada no Brasil. O texto, que ainda precisa passar por duas comissões, tem prioridade na tramitação.
Pela proposta do deputado Cleber Verde (PRB-MA), as férias devem acontecer no período entre a abertura e o encerramento dos jogos. A Copa será realizada entre os dias 12 de junho (quinta-feira) e 13 de julho (domingo). A medida valeria para escolas públicas e privadas de todo o país.
Em sua justificativa, o parlamentar pede a alteração nas datas para que “os estudantes brasileiros possam se congratular com seus amigos e familiares, bem como com os torcedores dos outros países, nessa grande festa mundial.”

Mais mortes dentro de uma escola pública. Até quando?

Fonte: Maria Izabel Azevedo Noronha

Presidenta da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo)

Membro do Conselho Nacional e do Fórum Nacional de Educação

O país, estarrecido, tomou conhecimento de mais um caso grave de violência no interior de uma unidade escolar. Desta vez foi na escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (Grande São Paulo), onde uma criança de 10 anos entrou armada, atirou em uma professora em plena sala de aula e, em seguida, matou-se com um tiro na cabeça.

O que deve nos preocupar e mobilizar toda a sociedade é o fato de que tem sido crescentes e cada vez mais graves os casos de violência nas escolas. De atos de indisciplina, agressões verbais e conflitos leves as ocorrências evoluíram para agressões físicas e agora, uso de armas letais.

Levantamentos realizados pela APEOESP e registros do nosso Observatório da Violência mostram a ocorrência de novos casos a cada mês, além de muitos outros que não são registrados. Recentemente, o professor Antonio Mário Cardoso da Silva, da Escola Estadual Soldado José Iamamoto, de Diadema (Grande São Paulo), conselheiro da nossa entidade, sofreu agressão física após conter um aluno que tentava ingressar na sala de aula após o horário e por ter chamado seus pais para conversar.

É preciso que professores, pais e toda a sociedade construam uma verdadeira aliança em torno dessa questão, para reduzir drasticamente essa escalada de violência, cobrando das autoridades políticas educacionais que tornem a escola mais atraente para os alunos e, assim, capaz de cumprir a sua função social, que é a de educar para a cidadania.

Para tanto a escola tem que ser dotada de equipamentos condizentes com os dias atuais, como, por exemplo, salas de informática, nas quais os alunos possam realizar suas pesquisas, áreas de convivência, de cultura. Mais que isso, as escolas públicas precisam elaborar e executar projetos educacionais que atraiam os alunos e os incentivem a permanecer estudando. A escola pública atual, do ponto de vista estrutural e de projeto, ainda é praticamente a mesma desde o seu início no Brasil.

A APEOESP tem realizado, nos últimos treze anos, campanhas contra a violência nas escolas. Queremos mais diálogo, mais segurança no entorno das unidades uma gestão democrática que atraia a comunidade para ajudar a gerir a instituição e participe da definição de suas políticas. Mas também queremos mais funcionários nas escolas públicas, pois a política de economia de recursos e enxugamento do quadro de pessoal sobrecarrega os professores com tarefas que não são próprias de sua função. Não é papel do professor chamar a atenção do aluno que pretende entrar atrasado na escola. Deveria haver funcionários capacitados para isso, pois também são parte do quadro educativo.

Desestimulado de frequentar uma escola que considera sem atrativos e distante de sua realidade e sem perspectivas, o aluno agride aquele que o chama a nela permanecer e estudar. Devemos buscar novas perspectivas para a escola pública, potencializar e generalizar projetos inovadores e bem sucedidos, para que a escola possa cumprir sua função social, sem que tenhamos que assistir novos casos de violência como os que vêm ocorrendo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ampliação do ano letivo em dez dias aumenta aprendizado do aluno em até 44%, diz estudo

Não sei se dou risada ou se choro com tamanha patacoada. Por favor, sejamos no mínimo razoáveis. Quer dizer que 10 dias a mais nos estudos aumenta em 44% a aprendizagem do aluno, sendo assim poderíamos então aumentar para os 20 dias que tanto o futuro candidato a prefeitura de São Paulo e hoje ministro tanto quer, assim aumentariamos em 100% a aprendizagem dos alunos e passaríamos de péssimo para ruím. Absurdo, precisamos melhorar a qualidade e não a quantidade. Já temos dias letivos demais, o problema da educação como de modo geral na administração pública é a falta de planejamento e de condições dignas para a boa execução da ação docente. Importante para os desavisados, professores não querem ficar sem trabalhar, pois nos outros dias que não são letivos os professores trabalham nas escolas. Não tem vagabundo na educação, mas já em outros setores, principalmente nos mandatários ai sim, tem muitos. É como aumentar impostos, isso não adiante enquanto continuarmos com roubalheira e desvios, agimos errado, pq querem aumentar os impostos, ao invês de prenderem os bandidos. Ou seja, continuem roubando que os tontos continuarão mandando dinheiro fácil para vcs. Senhores governantes parem de pensar que somos um bando de idiotas e que só vocês são espertos. Não acreditem que aumentando o número de dias letivos teremos qualidade, isso é mais um engodo educacional. Alías na história da educação o que mais temos são mentiras.
Fonte: 21/09/2011 - 18h50 Amanda Cieglinski Da Agência Brasil
O aumento de dez dias no ano letivo pode elevar o aprendizado do aluno em até 44% no período de um ano. É o que aponta estudo do secretário executivo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros. O trabalho levou o Ministério da Educação (MEC) a discutir a possibilidade de ampliar a carga horária mínima das redes de ensino, que hoje tem 800 horas distribuídas em 200 dias.
Segundo Paes de Barros, a medida é importante para combater a desigualdade e tem efeito especial entre os alunos de baixa renda que não podem pagar reforço escolar ou contar com a ajuda dos pais, com baixa escolaridade, para aprender todo o conteúdo. “Ter férias muito prolongadas pode não ser a melhor ideia para um país que precisa acelerar seu desempenho em educação na velocidade em que o Brasil precisa.”
A ideia de aumentar a permanência do aluno na escola foi apresentada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, na semana passada. Entretanto, o governo ainda não definiu como será feita a mudança – se por meio da ampliação da carga horária diária ou do número de dias letivos. O assunto está sendo discutido com os secretários estaduais e municipais de Educação.
De acordo com Paes de Barros, não há estudos que comprovem cientificamente que o aumento do número de horas diárias tenha eficácia no aprendizado. Em termos de custos, ele ressaltou que pode ser mais vantajoso aumentar o número de dias, já que não é necessário ampliar ou melhorar a infraestrutura das escolas já existentes. Ele citou exemplos de países como Japão, Coreia do Sul e Israel, que têm anos letivos de 243 dias, 220 dias e 216 dias, respectivamente.
Segundo Haddad, o governo trabalha com a ampliação máxima de 20 dias letivos no ano. Isso, acrescentou, não terá impacto na carreira do professor, que tem 30 dias de férias por ano, além de 15 dias de recesso. Mas não está descartada a possibilidade de, ao mesmo tempo, aumentar o número de horas por dia e de dias letivos por ano.
“A qualidade da educação não vai vir por inércia, ela exige esforço. Acho que está mais do que na hora de rever a questão do número de horas por ano que a criança fica exposta ao professor. O que esse estudo mostra é que o impacto do aumento dos dias por ano é forte” defendeu o ministro.

Convocação para Diretores de escola - SME SP

CONVOCAÇÃO Nº 21 (DOC de 21/09/2011, página 45)
DE 20 DE SETEMBRO DE 2011
ASSUNTO: CONCURSO DE ACESSO PARA PROVIMENTO DE CARGOS VAGOS DA CLASSE DOS GESTORES EDUCACIONAIS – DIRETOR DE ESCOLA
Escolha de vagas e retirada de guia médica para exames médicos pré-admissionais.
O secretário municipal de Educação, no uso de suas atribuições legais e considerando:
- a classificação definitiva dos candidatos aprovados no referido Concurso, conforme publicação no DOC de 22/01/2010;
- o disposto no § 1º do artigo 123 da Lei nº 14.660/2007,
CONVOCA os candidatos aprovados no Concurso para provimento de cargos vagos de Diretor de Escola, para escolha de vaga e retirada de guia médica para exames médicos pré-admissionais, conforme diretrizes fixadas.
ANEXO I - RELAÇÃO DOS CANDIDATOS CONVOCADOS PARA ESCOLHA DE VAGAS
Os candidatos acima convocados deverão comparecer no Auditório da CONAE 2, na avenida Angélica, 2.606 – Consolação, de acordo com o cronograma constante no Anexo II do presente.
ANEXO II – CRONOGRAMA DE ESCOLHA DE VAGAS DA CLASSE DOS GESTORES EDUCACIONAIS
DIRETOR DE ESCOLA
DIA 05/10/2011
9h 285 a 322
9h55 retardatários da escolha até 10h
Nos termos do que dispõe o § 4º do artigo 123 da Lei nº 14.660, de 26/12/2007, o candidato ora convocado que não comparecer para a escolha de vaga, não será nomeado.
OBSERVAÇÕES:
1- Os interessados ou seus procuradores habilitados para tal deverão comparecer no local e horário acima indicados, munidos dos seguintes documentos:
- cédula de identidade;
- demonstrativo de pagamento (se for servidor municipal).
1.1. os procuradores deverão estar munidos de cópia dos documentos de seus representantes e dos respectivos documentos de procuração.
2 - No final do processo de escolha serão chamados os retardatários da escolha, obedecendo a ordem de classificação nos moldes do cronograma supra.
3 - O não comparecimento dos candidatos convocados às sessões de escolha, acarretará a imediata disponibilização das vagas para chamadas subsequentes de outros candidatos aprovados.
* Observação: a relação de candidatos convocados pode ser consultada na página 45 do Diário Oficial da Cidade (www.imprensaoficial.com.br) de 21 de setembro de 2011.

Vereadores devem votar reajuste de professor hoje

Fonte: 21/09/2011 Cristiane Gercina do Agora
A Câmara Municipal de São Paulo deve aprovar hoje o aumento de 13,43% para professores municipais.
Pela proposta da prefeitura, o salário dos docentes que trabalham por 30 horas semanais passará de R$ 2.292,17 para R$ 2.600.
No entanto, o aumento só será incorporado ao salário em 2013 para algumas carreiras e, em 2014, para as outras.
Até lá, os professores receberão o salário reajustado por meio de pagamento de um abono, que será retroativo a maio deste ano.
Por exemplo, hoje quem ganha R$ 2.292,17 terá abono de R$ 307,83, para em 2014 ter salário de R$ 2.600.
A incorporação poderá elevar outros adicionais.
No entanto, o vereador Cláudio Fonseca (PPS), que também é presidente do Sinpeem (sindicato municipal do ensino municipal), disse que irá apresentar uma proposta que concederia o aumento já em 2012, com valor diferente do proposto pela prefeitura, para os outros cargos da Educação.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Piso nacional do professor deve ter reajuste de 16,68% e passar para R$ 1.384 em 2012

Fonte: 20/09/2011 - 21h08 Rafael Targino - UOL Educação
Em São Paulo A memória do cálculo de lei orçamentária para 2012, enviada ao Congresso Nacional pelo Ministério do Planejamento e divulgada nesta terça-feira (20) prevê um aumento de 16,68% no valor mínimo investido por aluno pelos governos municipais, estaduais e federal. A diferença entre um ano e outro neste valor é o cálculo utilizado pelo MEC (Ministério da Educação) para o piso nacional dos professores: por conta disso, o salário mínimo docente deve ir dos atuais R$ 1.187 para um valor em torno de R$ 1.384.
O total mínimo investido por aluno do ensino fundamental passará dos R$ 1.722,05 para R$ 2.009,45. A origem desse dinheiro é o Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica) e os Estados que não conseguem atingir esse mínimo recebem uma complementação da União.
Pela primeira vez, Minas Gerais e Paraná precisarão receber o dinheiro, geralmente destinado a Estados mais pobres. Piauí e Rio Grande do Norte vão conseguir pagar o valor. Os outros Estados que continuam na lista são Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba e Pernambuco. No total, a complementação chegará a R$ 9.603.858.15 em 2012.
Os valores exatos devem ser definidos em breve pelo Ministério da Educação.
Salário
O valor mínimo pago aos docentes estava sendo contestado por alguns Estados até uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), em abril, que decidiu que o total deveria ser encarado como vencimento básico.
Desde então, professores vêm fazendo paralisações para garantir o direito e os Estados tentam se mobilizar para pagar o valor. O caso mais emblemático é o de Minas Gerais, onde os docentes estão parados há mais de cem dias. Eles pedem o pagamento do piso definido pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), calculado em R$ 1.597,87, mas anunciaram que aceitarão negociar o valor nacional mínimo.
Investimento por aluno
O valor investido por aluno já era considerado insuficiente para uma educação de qualidade em 2011. Cálculos do CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial), feitos com base no PIB (Produto Interno Bruto), mostram que o valor deveria ser de, no mínimo, R$ 2.194,56 -ainda acima do previsto para 2012.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

19 DE SETEMBRO: TRIBUTO AOS 90 ANOS DE PAULO FREIRE

Saudades. Eu tive o privilégio de conhece-lo. Sorte a minha. Pena termos poucos professores como o Paulo Freire.
Fonte: As informaçõe são do Instituto Paulo Freire - Jornalista Angélica Ramacciotti
No contexto dos 90 anos do educador Paulo Freire, celebrado nesta segunda-feira (19/09), estão sendo realizadas homenagens e comemorações em todo o mundo. As ações mostram que Paulo Freire continua vivo por meio do trabalho de mulheres e homens que reinventam o seu legado e "amam o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida".
Há exatamente 90 anos nascia em Recife (PE) o homem que iria se tornar um dos pensadores mais importantes da história da pedagogia em todo o mundo: Paulo Freire (1921-1997). Ele disse que gostaria de ser lembrado como "alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida". Foi reconhecido internacionalmente pela autoria de uma pedagogia crítica, dialógica e transformadora que assume compromisso com a libertação dos oprimidos.
Embora seja mais conhecido pela criação de um método de alfabetização de adultos, Paulo Freire construuiu uma teoria do conhecimento que continua inspirando pesquisadores dedicados aos estudos de filosofia, comunicação, arte, física, matemática, biologia, geografia, história, literatura, economia, medicina, entre outros campos de atuação.
O presidente do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti, enfatiza que não se pode entender o pensamento de Paulo Freire descolado de um projeto social e político. "A força da obra de Paulo Freire também reside na ideia de que é possível, urgente e necessário mudar a ordem das coisas".
Considerado subsersivo, Paulo Freire foi preso em 1964 e passou 75 dias em uma cadeia do quartel de Olinda (PE). Ao saber que ele era professor, um dos oficiais responsáveis pelo quartel, solicitou que alfabetizasse alguns recrutas. "Paulo explicou que havia sido preso justamente porque queria alfabetizar!", lembra Gadotti.

Enem 2011: Inep vai pagar R$ 167 mil por consultoria do Inmetro

Fonte: 19/09/2011 - 12h08 Da Redação UOL educação
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) vai pagar R$ 167.216,80 ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) por consultoria na logística no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2011. A autorização do pagamento da consultoria foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda (19).
O instituto está reponsável por certificar o processo todo -- da elaboração das questões à impressão da gráfica, que será a mesma de 2010 quando houve erros de impressão em um lote de provas do tipo amarelas.
O MEC (Ministério da Educação) divulgou em meados de agosto que o custo por aluno do Enem 2011: R$ 45 para cada um dos 5,3 milhões de candidatos inscritos. Os candidatos pagaram uma taxa de R$ 35 para participar da avaliação. A prova, que será aplicada nos dias 22 e 23 de outubro, custará R$ 238,5 milhões no total.
O valor cobre as despesas pagas ao consórcio Cespe/Cesgranrio para a aplicação das provas, além dos Correios, que distribuem os exames e recolhem os cartões de resposta ao custo de R$ 4,11 por aluno. Também inclui o repasse de R$ 8 milhões para as secretarias de segurança dos Estados e Forças Armadas que participam da logística de segurança do Enem e a impressão dos testes à gráfica RR Donelley ao custo de R$ 6,80 por candidato.

domingo, 18 de setembro de 2011

Construindo um plano de carreira que valorize o magistério

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo)
Membro do Conselho Nacional de Educação e do Fórum Nacional de Educação
A construção de um plano de carreira que realmente atenda aos anseios dos profissionais do magistério no Estado de São Paulo e que possa contribuir para melhorar a qualidade da educação é uma antiga reivindicação da APEOESP e da nossa categoria.
A promulgação da Lei Complementar nº 836/97, sem debate ou negociação com as entidades do magistério, significou a destruição do que restava das conquistas obtidas no processo democrático e participativo de elaboração da Lei Complementar 444/85 (Estatuto do Magistério).
As mudanças introduzidas pela LC 836/97 significaram, ao mesmo tempo, o “achatamento” da carreira (com a compactação de 55 graus e referências em apenas 5 níveis de evolução) e o alongamento do tempo necessário para atingir seus níveis mais altos, pois foi eliminado o tempo de serviço como fator evolutivo. Com a Lei Complementar 1143/2011, criaram-se mais três níveis de evolução funcional, fazendo com que o tempo necessário para que os professores atinjam o final da carreira chegue a 30 anos e, no caso dos especialistas, a 34 anos.
É compreensível que o Estado pretenda dificultar a aposentadoria dos professores por conta da falta crônica destes profissionais na Rede Pública de Ensino, fazendo com que eles permaneçam na ativa o maior tempo possível, mas não é desta forma que conseguirá seu intento. É importante que os professores e demais profissionais do magistério permaneçam trabalhando na escola pública, contribuindo para a formação de futuros cidadãos e cidadãs, mas isto deve ser feito com incentivos e não com obstáculos; com reconhecimento e valorização e não com proibições e dificuldades.
Assim, no momento em que a comissão paritária de gestão da carreira, composta pelo governo e entidades do magistério (conquista nossa, durante a tramitação da LC 836/97) vem se reunindo para discutir alterações na nossa carreira, a APEOESP e demais entidades apresentaram uma série de propostas que possam atender aos anseios dos profissionais da educação.
Para nós, o plano de carreira do magistério é uma das leis mais importantes, pois, na escola, as pessoas são o maior valor. Educação é um processo essencialmente humano, feito pelo diálogo e, nesse contexto, o trabalho do professor é fundamental. Sua importância deve ser reconhecida e valorizada por toda a sociedade.
O primeiro ponto que apresentamos para a discussão na comissão é que deve ser extinta a subdivisão entre Professor de Educação Básica I e Professor de Educação Básica II, pois é exigida de todos a formação em nível superior. Deve haver um único cargo: Professor de Educação Básica, com as aulas sendo atribuídas para cada professor de acordo com a sua habilitação.
Também apresentamos a necessidade de que o Estado corrija as distorções e injustiças da LC 836/97, realizando os reenquadramentos, sobretudo dos aposentados, de modo que eles superem as incríveis perdas a que vem sendo submetidos ao longo destes anos todos.
Mas na evolução funcional é que estão situadas as questões mais importantes, que dizem respeito ao ritmo e formas pelas quais os integrantes do quadro do magistério poderão construir suas carreiras profissionais, dando o melhor de si para o desenvolvimento da escola pública no nosso estado.
Queremos uma carreira que reconheça e valorize o trabalho do professor, em sua fase mais produtiva. Desta forma, não faz sentido que um professor aguarde 30 anos para usufruir um bom salário. A carreira deve ser pensada combinando a evolução pela via acadêmica (aquisição de títulos de Mestrado e Doutorado), pela via não acadêmica (cursos, congressos, palestras, produção profissional) e, também, a experiência (tempo de serviço, que permita ao profissional evoluir a cada cinco anos de efetivo exercício). A expectativa é que o professor atinja em 18 anos o nível cinco da carreira, restando ainda três níveis para que possa obter melhorias salariais por meio da evolução pela via não acadêmica e tempo de serviço.
Não podemos conceber o trabalho e a carreira do professor fora de seu contexto objetivo. Um plano de carreira não pode se resumir a tabelas de vencimentos, jornadas de trabalho, salários. Uma carreira na área da educação se faz pensando no próprio processo educativo e de que forma os professores e demais integrantes do magistério poderão contribuir com seu melhor potencial para que tenhamos uma escola pública inclusiva e de qualidade para todos.
Acredito que estamos no caminho certo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DPME - Mais uma vergonha

Tirei o nome do professor, para evitar constrangimento, contudo quem deveria ter vergonha é o governo. Infelizmente o que o professor relata abaixo é muito mais comum do que a gente imagina. O Descado do agente público contribui ainda mais para a situação desumana que vivemos nas unidades escolares. Sem contar que no dia da perícia, tem que aguentar o mal humor e falta de educação e respeito de muitos dos médicos péritos. Claro que existe excessão, contudo a regra deveria ser de médicos atenciosos e educados. Tem casos que os médicos atendem com as portas abertas e nem olham no rosto dos funcionários. Humilhação total, e reclamar para quem? e coorporativismo total, creio eu que todos sabem que isso acontece, mas fazem vista grossa. Triste.
Oficio 012/2011 - Para o Devido Encaminhamento Legal
Cópia de Carta enviada as Autoridades Competentes de São Paulo
Ao Secretário de Educação - Ao Governador
Prezados Senhores – São Paulo, 15 de Setembro de 2011
Reclamação: --Requerimento Legal na Forma da Lei
-Sou professor efetivo titular de educação básica II por quase 20 anos na Secretaria de Estado de Educação do Governo do Estado de São Paulo, lotado atualmente na EE ----, delegacia ----, sendo readaptado por problema de paresia vocal – trabalhava em varias escolas para ganhar um salário digno o suficiente para sobreviver; 12 horas de trabalho por dia – e tentando ainda assim continuar trabalhando, sobreviver, com o triste, parco e inumano salário pago pelo estado de São Paulo– com mais de 20 anos de Prefeitura ganho mais do que o dobro (e tenho cursos vários, 8 livros, diversos prêmios (até internacionais), artigos publicados em jornais e revistas pontuados, entrevistas e reportagens na mídia inclusive televisiva,livro (e-book) de sucesso que virou tese de mestrado e doutorado em universidade federal) que no Estado não valem nada, e, estando sem voz, com problema de laringite e faringite, passei em médico que atestando meu problema de saúde emergencial, deu-me a priori 3 (três) dias de licença.
-Na prefeitura consegui agendar a Pericia legal para os próximos dias, e, por incrível que pareça, no estado, segundo documento legal em meu poder, o estranho AGENDAMENTO do Estado de São Paulo ficou para 07/02/2012 – fevereiro do ano que vem - o que é vergonhoso, triste e lamentável. Segundo prevê a carta magna do país, tratamento deprimente, constrangedor, degradante. Pior: segundo o Estatuto do Funcionário Público, o servidor deve ser tratado com Urbanidade, esse é um preceito legal estatutário. Como se vê, esse agendando tardio, falho, inoperante, contraproducente, vem em detrimento disso, permitindo-se até o entendimento de violação de direitos humanos de educador (como já correm denuncias nos bastidores de como doentes são maltratados no DPME-Departamento de Pericias Médicas do Estado de São Paulo), de direito de paciente segundo norma internacional, para não dizer de facultar uma ação indenizatória comunada com perdas e danos contra o estado ineficaz e injusto, para não dizer desumano. Será que a ONU e seu setor de Direitos Humanos sabe disso, a mídia em geral deveria saber, veicular, o Sr Ministro da Justiça deveria ser inteirado a respeito para interpelar o Estado? Lamentável. Triste. Vergonhoso. Constrangedor. Desumano.
Como fica o doente, o paciente, o servidor púbico numa situação desagradável dessa, de ter uma Pericia agendada apenas para seis meses à frente, não é uma comprovação inconteste de total falta de estrutura técnico-administrativo-funcional do sistema como um todo, violação de direitos, inclusive humano, para não dizer de crime contra a vida, contra um servidor readaptado e regido por lei especial, para não dizer de violação do próprio Estatuto do Funcionário Público de um modo geral?
Diante do enunciado, aguardando um retorno a este REQUERIMENTO/Reclamação, na forma da lei, e fico ao inteiro dispor.
ATENCIOSAMENTE
UMA VIA DESTA EM MEU PODER PARA OS DEVIDOS FINS DE DIREITO

Polêmica toma conta de debate sobre inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino

A discussão é necessária. Da forma como a inclusão é feita no Brasil acabamos por gerar uma exclusão. Contudo existem sistemas de ensino que tem profissionais sérios e com boa vontade. Mas precisamos melhorar e muito, pois só a boa vontade do profissionail não basta para garantir uma inclusão de fato.
Fonte: 16/09/2011 - 17h26 Isabela Vieira Da Agência Brasil
O debate sobre a inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino marcou hoje (16) o último dia do 10º Congresso Internacional e do 16º Seminário Nacional de Educação de Surdos, na capital fluminense. Cerca de 800 pesquisadores, profissionais e universitários, refletiram sobre o assunto e questionaram a inclusão dos alunos com deficiência auditiva em escolas com alunos não deficientes.
A diretora do Centro e Investigação sobre a Surdez da Universidade Autônoma de Barcelona, professora Nuria Silvestre, apresentou o modelo espanhol de educação inclusiva para surdos, que não foi muito bem recebido por especialistas brasileiros presentes no evento. Introduzido na década de 1980, o modelo faz parte da política do Ministério da Educação da Espanha, que ofereceu incentivos às escolas que adaptassem a infraestrutura, o corpo docente e os métodos pedagógicos aos surdos.
Nuria defendeu a interação entre crianças surdas e ouvintes o quanto antes e explicou que, em seu país, o governo facultou às famílias essa decisão de matricular os filhos nas escolas regulares. "Esse é um meio para incluir o surdo na sociedade. Mas há todo um caminho", disse. "Sem o apoio do corpo docente e da comunidade escolar, a inclusão pode ser um fracasso", acrescentou.
A professora também explicou que, quando o governo começou o programa, criou núcleos para coordenar os profissionais especializados, disponibilizando equipe de fonoaudiólogos, intérpretes e especialistas em próteses, por exemplo. "Não há caminho se não se começar a andar", completou fazendo referência à inclusão dos alunos surdos na rede regular de ensino, citando o poeta espanhol Antonio Machado.
O modelo espanhol é contestado pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), que defende, no Brasil, escolas especializadas e bilíngues para esses deficientes. A única exceção, que permitiria a inclusão na rede, com intérpretes, seria nos municípios sem unidades de referência, normalmente localizadas nas cidades grandes e médias.
A professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e diretora de Políticas Educacionais da Feneis, Patrícia Luiza de Rezende, resume como "massacrante" a situação da educação do surdo no Brasil. Para ela, a política de educação especial do Ministério da Educação "impõe uma inclusão que não atende a peculiaridades e especificidades dos surdos".
"Os surdos precisam ter uma educação bilíngue em que a língua de sinais seja uma língua de instrução e compartilhada na sala de aula. Como os surdos vão estudar nas escolas regulares se a língua dominante é a portuguesa?", perguntou a professora. Segundo Patrícia Rezende, uma pesquisa realizada entre 2001 e 2011, no país, comprova que os surdos aprendem mais nas escolas bilíngues.
Para a próxima semana, a Feneis pretende fazer uma representação, no Ministério Público Federal, contra a política de educação inclusiva em curso pelo Ministério da Educação brasileiro. A federação vai apresentar uma carta-denúncia, tendo como anexos a legislação sobre o tema, pesquisas científicas e depoimentos, justificando a necessidade das escolas especiais bilíngues para os surdos.
A discussão sobre a inclusão de surdos na rede regular tomou força quando MEC propôs o fechamento de duas instituições no Rio para estudantes portadores de deficiência.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Atenção, Colegas! Chamada para ingresso - SUPERVISOR DE ENSINO - SEE SP

Com o objetivo de informar e tranquilizar os candidatos que aguardam o ingresso no cargo de Supervisor de Ensino, a Diretora-Presidente do Sindicato-APASE procurou o DRHU da Secretaria da Educação e, na oportunidade, tomou conhecimento que a escolha de vagas remanescentes do Concurso de Remoção, ocorrerá ainda no 2º semestre de 2011.
Qualquer notícia a respeito desse assunto será divulgado aqui no site. Aguardem!
APASE sempre presente em defesa, também, dos futuros colegas.
Neli Cordeiro de Miranda Ferreira
Diretora-Presidente APASE

terça-feira, 13 de setembro de 2011

MEC estuda ampliar número de dias letivos, diz ministro

As vezes me pergunto o que passa pela cabeça das pessoas. Mas penso que é melhor não saber. Não damos conta dos 200 dias letivos, aumentar para inglês ver... Mais um engodo educacional. Precisamos melhorar a qualidade e não quantidade. Pelo jeito querem que  tenhamos mais dias ruins na escola. Concordo em aumentar a carga horária de permanência da crianças na escola, mas aumentar dia letivo, patacoada pura. Em outras palavras isso significa que continuaremos com uma escola pública sem qualidade. Cada idéia. Precisamos do básico. Infraestrutura, dignidade, condições para exercer a docência.

Fonte: 13/09/2011 - 13h28 LARISSA GUIMARÃES DE BRASÍLIA - Folha de São Paulo 

O MEC (Ministério da Educação) quer aumentar o número de dias letivos do calendário escolar, passando de 200 para 220 dias. A ideia é ampliar gradualmente o tempo das crianças e adolescentes na escola, atingindo o patamar de 220 dias em quatro anos.

O plano do MEC foi tornado público nesta terça-feira pelo ministro Fernando Haddad (Educação), que fez uma palestra na abertura do congresso internacional "Educação: uma Agenda Urgente", promovido pelo Movimento Todos pela Educação.

"Ou ampliamos o número de horas por dia ou, caso não haja infraestrutura para isso, aumentamos o número de dias letivos. Mas essas alternativas não são excludentes", disse Haddad, após sair do evento.

De acordo com o ministro, o MEC já fez reuniões com o Consed (Conselho Nacional de Educação) e com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). Haddad disse que o plano ainda está em fase inicial, pois será preciso formar consenso antes de enviar um projeto de lei sobre assunto ao Congresso Nacional.

A ideia de ampliar o tempo de crianças e jovens na escola surgiu a partir de pesquisas. "Estudos têm correlacionado o aprendizado com o tempo que a criança fica exposta no ambiente escolar", afirmou o ministro.

Segundo Haddad, mais recursos para a empreitada deverão vir após a aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação), que está na Câmara dos Deputados. O PNE define que sejam destinados 7% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação. Atualmente, o governo aplica pouco mais de 5% para a área.

Fazer faculdade no Brasil pode aumentar salário em mais de 150%, diz OCDE

Fonte: 13/09/2011 - 20h06 Pedro Peduzzi Da Agência Brasil

Investir em uma formação de ensino superior resulta em ganhos futuros. A conclusão faz parte de relatório divulgado hoje (13) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o documento, no Brasil, ter curso superior resulta em um aumento de 156% nos rendimentos. É o mais alto índice entre todos os 30 países pesquisados.

O estudo aponta que, nos países analisados, em média, um indivíduo que concluiu a educação superior recebe pelo menos 50% a mais do que uma pessoa com ensino médio concluído.

De acordo com a OCDE, no Brasil, 68,2% dos indivíduos que completaram a universidade ou um programa avançado de pesquisa ganham duas vezes mais que a média de um trabalhador. O estudo aponta, ainda, que 30,1% dos brasileiros entre 15 e 19 anos não estão estudando e que, desses, 16,1% estão empregados, 4,3% estão desempregados e 9,7% não estão na força de trabalho.

A população brasileira de 15 a 29 anos e com mais estudo é a que tem menor probabilidade de estar desempregada. Entre a população dessa faixa etária que está fora do sistema educacional, 6,2% dos graduados da educação superior estão desempregados. Na mesma situação, estão 10,2% dos jovens que concluíram o ensino médio e 5,58% dos que não concluíram esse nível de ensino.

A falta de qualificação de nível médio é, de acordo com o estudo, “um sério impedimento para encontrar emprego”. Jovens que não concluem o ensino médio e que não estão estudando estão 21 pontos percentuais menos propensos a encontrar um emprego.

A OCDE avalia que há um “alto nível de vulnerabilidade” na educação brasileira, principalmente entre os estudantes com 15 anos de idade. Cerca de 50% deles apresenta baixa pontuação em leitura. Entre os países que participaram do estudo, a média é 19%.

Além disso, o risco de obter essa pontuação baixa é uma vez e meia maior para estudantes com desvantagem de origem socioeconômica; 1,3 para os meninos em relação às meninas; e 1,3 para estudantes cujos pais têm baixo nível de escolaridade.

O relatório aponta também que, entre 2000 e 2008, o Brasil foi o país que mais aumentou os gastos por aluno da educação primária até o segundo ciclo da educação secundária (ensino médio), equivalente a uma elevação de 121%.

“O mundo reconhece que o Brasil fez, na última década, o maior esforço de investimento na educação básica entre todos os países avaliados [pela OCDE]”, comemorou o ministro da Educação, Fernando Haddad, após participar da abertura de um congresso internacional sobre educação, ocasião em que comentou o relatório.

No entanto, a OCDE disse também que o total do produto nacional investido pelo Brasil em educação continua abaixo da meta da organização. No Brasil, o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) destinado à educação cresceu 1,8 ponto percentual, passando de 3,5%, em 2000, para 5,3%, em 2008. A média da OCDE ficou em 5,9% em 2008. Para Haddad, se o país mantiver “o passo dos investimentos”, conseguirá alcançar o percentual dos países ricos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Melhor escola pública da capital fica em Parelheiros

Claro que isso é muito bom, mas precisamos lembrar que a rede é muito grande e que todas as escolas precisam ter condições para desenvover um excelente trabalho. Mesmo assim, parabéns a esta unidade escolar.

Fonte: 12/09/2011  Folha de S.Paulo, Adriana Ferraz, Rafael Italiani e Fabiana Cambricoli do Agora

Nem Jardins, Perdizes ou Morumbi. A escola pública da capital que obteve o melhor desempenho no Enem 2010 fica em Parelheiros, distrito pobre no extremo sul de São Paulo, distante mais de 30 km do centro da cidade.

Segundo levantamento da reportagem feito a partir de dados do Ministério da Educação, a Escola Estadual Professor Carlos Cattony registrou 605,01 pontos na média total do exame --que considera as notas na prova objetiva e na redação-- e foi a primeira do ranking, desconsiderando as escolas técnicas estaduais.

Com 740 alunos, a Carlos Cattony não tem muros pichados nem grades com lanças. Mas, como toda a vizinhança, não possui água encanada --caminhões-pipa abastecem o local.



sábado, 10 de setembro de 2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SME convoca professores de educação infantil e de ensino fundamental II e médio

Fonte: 09/09/2011 - Sinpeem

A Secretaria Municipal de Educação publicou na página 167 do Diário Oficial da Cidade desta sexta-feira a convocação de 51 professores de educação infantil. Também foram convocados dois professores de ensino fundamental II e médio para a disciplina de Química.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Autorizada a contratação temporária de professores de ensino fundamental II

Fonte: 08/09/2011 - Sinpeem

A Secretaria Municipal de Educação publicou na página 05 do DOC do dia 03 de setembro autorização para a contratação, em caráter excepcional, de 697 professores de ensino fundamental II e médio.

De acordo com o ofício, para as disciplinas de Química e de Biologia, as contratações só poderão ocorrer após a nomeação de todos os aprovados no concurso em vigor, conforme o quadro de chamadas de concursos, disponível no site do SINPEEM (http://www.sinpeem.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=266).

SINPEEM DEFENDE REALIZAÇÃO DE CONCURSO

O SINPEEM sempre defendeu e defende a investidura nos cargos por meio de concursos de ingresso e de acesso de provas e títulos.

O sindicato defende, também, que o governo cumpra o que determina a lei, realizando concurso sempre que houve 5% dos cargos vagos das carreiras do magistério e do apoio à educação e que todos os aprovados em concursos públicos sejam convocados pela SME para assumirem os cargos.

Juiz e Promotoria cobram solução para evasão escolar

Excelente iniciativa, mas enquanto os senhores juizes e promotores continuarem isentando a família de suas responsabilidades e tranferindo-as para os diretores nada mudara. É muito fácil decidir assim. Outra coisa os conselheiros dizem que as escolas demoram a encaminhar os relatórios. Acho muito difícil, mas também entendo se as escolas demoram, pois tenho a impressão (até pq vivenciei isso) de que apenas entregamos e protocolamos um monte de folhas no conselho tutelar, pois não existe nenhuma devolutiva. Para conseguir que os conselheiros vivitassem a escola, é um custo. Claro que eles não tem culpa, pois são poucos para uma abrangência muito grande, mas penso que eles deveriam primeiro reconhecer as suas falhas e demandas para depois culpas os outros. Minha sugestão e que mudem a lei do ECA para a escolha dos conselheiros, pois do jeito que esta não funciona, pois não é cobrado NADA de formação do conselheiro, sendo que este agente público tem um papel muito importante não só na escola, mas em todas as áreas que atua. Sem formação, apenas decorando o ECA não teremos mesmo melhora de nada, tudo continuara como esta, e quando acontece alguma desgraça, ai sim o conselho aparece e em muitos casos como o responsável por omissão da desgraça. Quero deixar claro que respeito os conselheiros e seus papel, o problema esta na lei e não nas pessoas. Se mudarmos as leis, ai sim poderemos mudar as pessoas.

Fonte: Folha de São Paulo - Fábio Takahashi e Natália Cancian - 08/09/2011

Preocupados com a "inoperância" do poder público em evitar que as crianças abandonem a escola, um juiz da capital paulista e o Ministério Público decidiram cobrar a rede pública a "reverter o quadro de evasão".
A ação começou com documento enviado à Promotoria pelo juiz da Vara da Infância de São Miguel Paulista (zona leste), Alberto Gibin Vilela, que relata "inoperância dos mecanismos municipais para coibir evasão" e solicita "providências para compelir o poder público a assumir suas responsabilidades".
Segundo a lei, quando uma criança começa a faltar, o diretor da escola deve avisar o conselho tutelar. Caso o problema não seja resolvido, a Justiça deve ser acionada.
Conselheiros tutelares da região ouvidos pela reportagem reclamam que as escolas demoram a comunicá-los sobre as faltas excessivas e também dizem que suas estruturas são insuficientes para atender a todos os pedidos.
Em resposta ao ofício do juiz, o Grupo de Atuação Especial de Educação da Promotoria abriu mês passado inquérito para "perfeita apuração e combate à evasão escolar" em São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo e Itaim Paulista, áreas da zona leste com baixos indicadores socioeconômicos. A medida pode ser ampliada na cidade.
Inicialmente, o juiz pediu medidas referentes ao sistema municipal. O Ministério Público decidiu estender a investigação para as escolas estaduais, pois a apuração inicial mostrou que o problema também afeta essa rede.
"O normal é o juiz tratar caso a caso. Mas, devido ao volume, tomou a medida inusual de pedir política mais ampla", disse a promotora Michaela Carli Gomes. O juiz confirmou o ofício, mas não concedeu entrevista.
Segundo as secretarias, o abandono na região é maior no ensino médio (entre 4,2% e 5,7% na rede estadual), ainda que a taxa esteja próxima à média da cidade.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Aumento dos professores deve sair após outubro

Fonte: 06/09/2011 Cristiane Gercina do Agora

A Secretaria de Estado da Educação divulgará, em outubro, a lista com o nome dos professores e funcionários do magistério que foram aprovados na prova de reajuste da categoria. O dia não foi definido pela pasta.

Os 20% melhores no exame terão aumento de 25% no salário.

O pagamento será retroativo a 1º de julho, mas ainda não há data definida para a grana cair na conta do servidor.

Há duas possibilidade de pagamento: no salário, no 5º dia útil de novembro, ou por meio de folha suplementar, cujos valores podem ser liberados na conta dos funcionários a qualquer momento.

Neste ano, cerca de 55 mil professores fizeram a prova que dá reajuste, dentro do programa de Valorização pelo Mérito.

O exame aconteceu nos dias 11, 12 e 13 julho. Em 2013, haverá mudanças no programa, que dará aumento para todos os aprovados.

Para presidente do Inep, exame docente não pode ser usado como "Enem do professor"

Fonte: 06/09/2011 - 07h00 Camila Campanerut Enviada do UOL Educação Em São João da Mata (BA)

O Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que ainda está em fase de elaboração pelo Inep, tem como objetivo ser aplicado para novos professores que pretendem trabalhar na rede pública e, não para avaliar os antigos.

O assunto foi um dos temas que gerou dúvidas entre os secretários municipais de educação, durante o 4º Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municípios de Educação, quando a proposta foi apresentada.

A presidente do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], Malvina Tuttman, conversou com o UOL Educação sobre o tema. Veja alguns trechos da entrevista realizada em Mata de São João (BA).

UOL Educação - Há possibilidade de se usar a prova como um “Enem do professor”, um ranking para comparar os profissionais da área?

Malvina Tuttman - Isso não pode acontecer.

UOL - Tem como evitar isso?

Malvina - Primeiro, a má utilização de um processo pode acontecer sempre. Garantir que os resultados não serão utilizados indevidamente? Eu não posso garantir, porque vai depender da ética de cada um.

O que é interessante é que cada participante, ele se inscreve na rede, ou nas redes que ele assim desejar. Só vai ter o resultado deste candidato ou destes candidatos que se inscreveram naquela rede, a secretaria de Educação. A secretaria de Educação X só tem os seus resultados. Então, possivelmente ela não irá divulgar os resultados, porque não interessa divulgar os resultados. Ela [a secretaria] vai fazer a chamada como faz em concursos que normalmente ela realiza.

UOL - Qual a previsão de periodicidade da prova e a previsão de custo dela?

Malvina - Não temos um custo total porque vai depender da adesão, do número de provas, dos locais [onde serão aplicadas]. Então, é prematuro dizer os custos neste momento. Vamos fazer a primeira e vamos verificar qual a adesão que nós temos, porque um concurso tem a duração [validade] de dois anos pela legislação. Então, vamos verificar qual a demanda. Ela terá sim uma periodicidade, mas eu não posso dizer neste momento qual será.

UOL - É possível evitar que as escolas comecem a propagandear o fato de terem professores mais bem colocados na prova (Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente)?

Malvina - Não. Até porque nós todos sabemos que nem sempre, entre aspas, o melhor aluno, que é o primeiro na faculdade, ele se torna o expoente em sua profissão. Não é verdade?

Existem outras situações, existe a prática. Então, não há nenhuma pesquisa que relacione que os primeiros colocados serão sempre os melhores professores. É um conjunto. A prática do professor está relacionada também a ambientação das escolas, as discussões, ao projeto político-pedagógico, a uma direção bastante competente. Portanto, há um conjunto de fatores que não dependem apenas da performance do professor numa prova.

Secretários acham insuficiente proposta do MEC para um exame nacional para professores

Fonte: 06/09/2011 - 07h00 Camila Campanerut - Enviada do UOL Educação

Em Mata de São João (BA) A proposta de um "Enem" para professores -- uma prova para profissionais interessados na carreira docente -- é vista com cautela por alguns secretários municipais de Educação ouvidos pela reportagem do UOL. Para eles,a intenção o MEC (Ministério da Educação) de substituir os concursos para preenchimento das vagas na rede pública com a nova prova poderia ser um processo gradual e dependeria da aceitação e da adesão nacional à proposta.

“Temos que fazer a experiência, mas não é fácil de fazer. Temos que ver quem vai aplicar, quais outros critérios para usar junto. Só ela sozinha não vai ser suficiente [para avaliar os professores]”, disse secretário de educação município de Paranacity (PA), Adair do Amaral.

Na mesma linha, outra profissional do setor de outra região, a professora aposentada e ex-secretária municipal de educação de Recife (PE) por três vezes, Edla Soares, também destaca que a prova não poderia ser um instrumento único para avaliar os futuros professores do serviço público. “Como projeto nacional de educação é importante, mas não é suficiente para medir e para se assegure ‘um rosto próprio’ do professor de cada região”.

Para a secretária de educação do pequeno município de Paulista (PE), Jaqueline Moreira da Silva, o projeto é "ousado". “Cada município tem a sua realidade, outros critérios devem ser analisados. Se dois candidatos conseguiram a mesma nota. A escolha deve recair sobre aquele que tem mais experiência, que tem uma melhor formação”, afirma.


Um dos entrevistados, que pediu para não ser identificado, apontou outro problema: “Negociar contratos antigos das prefeituras e dos governos [estaduais] que já fazem a contratação de profissionais não é simples". Além disso, todos os secretários entrevistados reconheceram que, localmente, serão necessárias discussões para avaliar a adesão ou não à prova, que não é obrigatória. "Talvez a possibilidade de uma prova nacional poderia representar um custo melhor, o que poderia ajudar a convencer os prefeitos”, disse o dirigente que pediu para não ser identificado.

Enem dos professores

Batizada como “Prova nacional de concurso de ingresso na carreira docente”, a proposta ainda está em elaboração pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), com a contribuição de representantes do Ministério da Educação, CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e de entidades de pesquisa em educação.

Para a presidente nacional da Undime e também secretária de Educação de São Bernardo do Campo (SP), Cleuza Repulho, a proposta representa um avanço e permite que a qualidade no nível do teste esteja presente em todo o país.

“Hoje, a maioria dos municípios que consegue fazer boas provas de acesso é formada pelos grandes [municípios], porque o custo disso é muito alto e também nós sabemos que ainda existem no Brasil acesso ao serviço público que não seja via concurso. E isso não pode mais acontecer”, afirma Repulho.

A primeira edição da prova está prevista para agosto de 2012 e só será realizada nos municípios interessados que se inscreverem no Inep, que será responsável pela aplicação do exame. O Inep tem a mesma responsabilidade na aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) aos alunos que saem do 3º ano do Ensino Médio. Justamente por isso, a comparação das duas provas é inevitável.

“Acho fundamental ter uma prova nacional. Já não era sem tempo, [o governo federal] possibilitar este instrumento para o país como um todo. Da mesma forma que possibilitou aos nossos alunos, que pudéssemos trabalhar com eles numa prova nacional, podemos trabalhar com padrões nacionais para o professor, o que contribui para tanto para a profissionalização como estímulo para do profissional”, avaliou a secretária de educação de Betim (MG), Sandra Gomes.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Projeto de Lei n.º 267/11

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei n.º 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores ou violarem regras éticas e de comportamento de instituições de ensino. Em caso de descumprimento, o estudante infrator ficará sujeito a suspensão e, na hipótese de reincidência grave, encaminhamento à autoridade judiciária competente. A proposta muda o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/90), para incluir o respeito aos códigos de ética e de conduta como responsabilidade e dever da criança e do adolescente na condição de estudante. De acordo com a autora, a indisciplina em sala de aula tornou-se algo rotineiro nas escolas brasileiras e o número de casos de violência contra professores aumenta assustadoramente. Ela diz que, além dos episódios de violência física contra os educadores, há casos de agressões verbais, que, em muitos casos, acabam sem punição. O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Educação e Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Projeto de Lei n.º 267/2011:

Acrescenta o art. 53-A à Lei n.° 8.069, de 13 de julho de 1990, que “dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências”, a fim de estabelecer deveres e responsabilidades à criança e ao adolescente estudante.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.º. Esta lei acrescenta o art. 53-A a Lei n.° 8.069, de 13 de julho de 1990, que “dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências”, a fim de estabelecer deveres e responsabilidades à criança e ao adolescente estudante.

Art. 2. °. A Lei n.° 8.069, de 13 de julho de 1990, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 53-A:

“Art. 53-A. Na condição de estudante, é dever da criança e do adolescente observar os códigos de ética e de conduta da instituição de ensino a que estiver vinculado, assim como respeitar a autoridade intelectual e moral de seus docentes.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput sujeitará a criança ou adolescente à suspensão por prazo determinado pela instituição de ensino e, na hipótese de reincidência grave, ao seu encaminhamento a autoridade judiciária competente.”

Art. 3.º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Testes não medem eficiência da escola, diz especialista

Fonte: 05/09/2011 - 06h01 Antônio Gois -  do Rio - Folha de São Paulo

O brasileiro Flávio Cunha, 38, ingressou há 11 anos no doutorado em economia da Universidade de Chicago disposto a estudar lei de falências. Ao assistir as aulas do prêmio Nobel de Economia James Heckman, no entanto, mudou de ideia.

Heckman, mundialmente reconhecido por estudos que comprovam a importância de intervenções de qualidade nos primeiros anos de vida da criança, convenceu Cunha a se juntar a ele em uma nova empreitada.

Juntos, os dois passaram a investigar o impacto que intervenções na infância tinham em habilidades não mensuradas em testes escolares. A conclusão foi que, mesmo não tendo efeito tão significativo em testes de linguagem ou matemática, programas de alta qualidade foram decisivos para, na vida adulta, diminuir o envolvimento em crimes ou casos de gravidez precoce.

Para ele, esses achados evidenciam que é um erro avaliar o impacto da escola somente através de testes. Ele critica também o fato de, no Brasil, as discussões sobre investimento na primeira infância se limitarem, em sua opinião, a discutir a quantidade de vagas em creche.

Cunha hoje é professor da Universidade da Pensilvânia. Participa nesta semana do 1º Fórum Insper de Políticas Públicas, em São Paulo.

Folha - Políticas públicas de qualidade para a primeira infância costumam ser muito caras. Não é irrealista imaginar que um país como o Brasil tenha condições de adotá-las, já que 80% das crianças de zero a três anos hoje estão fora de creches?

Flavio Cunha - O que me preocupa no caso do Brasil é esta ideia de que política para a primeira infância se resume a construir creche. O debate sobre primeira infância foi praticamente sequestrado por essa ideia. Discute-se o prédio, mas sabe-se lá o que as crianças vão fazer lá dentro. Ninguém debate currículo de creche.

Deveríamos estar mais preocupados em adotar programas que comprovadamente deram certo. A implementação deles foi cara, pois eram atividades que serviam poucas crianças. Mas é possível implementá-las sem um custo tão elevado.

Quando se fez o primeiro Ipad [dispositivo da Apple lançado no ano passado], ele foi extremamente caro. Mas, a partir do momento em que se cria um modelo, é mais fácil replicá-lo de forma mais barata.

O que há em comum nessas experiências que foram eficientes?

É importante ter um currículo em que as crianças interajam com os professores, que aprendam por meio de um método que explore perguntas indiretas, que as induzam a falar. Evita-se perguntas em que a resposta será sim ou não. O mais importante, neste caso, não é saber se a criança completou ou não uma tarefa, mas é o professor fazê-la explicar.

Tenho um colega com um filho de três anos no Brasil que resolveu acompanhá-lo na creche. Ele relatou que o filho era submetido a uma rotina muito forte. Brincava muito com as outras crianças, mas quase não tinha interação com o professor.

A vantagem dos programas que deram certo é que não duram o dia inteiro. Duas ou três horas podem ser suficientes, e isto pode acontecer dentro de creche ou não.

Pesquisas vem comprovando que o nível socioeconômico dos pais é determinante para o sucesso dos filhos. Isso não gera um tipo de determinismo social?

Em um estudo muito interessante feito nos Estados Unidos, pesquisadores visitaram várias famílias e gravaram o que acontecia em casa por uma hora.

Identificou-se que em famílias de pais com nível superior, eles falavam nessa uma hora, em média, 2.500 palavras para seus filhos. Em casas onde os responsáveis não tinham completado o ensino médio, esta média caía para 500.

Essas crianças entrarão na escola com um déficit em relação às demais, e não será numa sala com 30 alunos que isso será revertido. O papel da família é extremamente importante. Boa parte do sucesso dos programas foi ter ensinado aos pais o quanto o envolvimento com os filhos era importante.

Por outro lado, não podemos achar que basta investir na primeira infância para reverter esse déficit. Não podemos achar que não precisamos nos preocupar com a qualidade da escola.

Você e o economista James Heckman estudaram o impacto desses programas em habilidades não-cognitivas. Que habilidades são essas, e qual foi a conclusão da pesquisa?

 
Uma parte importante do sucesso é sentar e fazer a tarefa. No meu trabalho, tem muita coisa que acho interessante e que provavelmente faria mesmo que não me pagassem. Mas há outras extremamente chatas, que demandam persistência e motivação, e que precisam ser feitas.

O que fizemos em 2006 foi estudar o impacto das habilidades não-cognitivas controlando pela inteligência tradicional. Fizemos isso medindo o impacto de programas em envolvimento em crimes, uso de drogas, maior propensão ao desemprego, gravidez na adolescência, entre outros.

A partir daí, percebemos que o impacto mais importante dos programas que analisamos não estava em habilidades mensuradas por testes de matemática ou linguagem.

O problema é que toda a política educacional dos EUA hoje está voltada para obter resultados nesse tipo de testes. Mas eles nos dizem pouco em relação a outros aspectos fundamentais para verificar se a pessoa foi bem sucedida, como sua inserção no mercado de trabalho ou a menor dependência de programas sociais.

Também no Brasil, estamos reduzindo o debate sobre a qualidade da escola a testes de português e matemática. Parece que tudo gira em torno da nota do Ideb (indicador de qualidade do governo federal) ou do Pisa (teste internacional que compara o desempenho de alunos por país). O objetivo da escola é muito maior do que aprender a ler e fazer conta. É preparar para a vida.

sábado, 3 de setembro de 2011

MP da Paraíba encontrou irregularidades em mais de mil escolas no Estado no último ano

Absurdo, mas real. Imaginem se o MP fizesse uma inspeção em cada escola. Cada horror que iria encontrar. Parabéns ao MP da Paraíba. Espero que sigam o exemplo em outros estados. E preparem-se para a desgraça e degradação que vão encontrar.

Fonte: 03/09/2011 - 07h00 Especial para o UOL Educação Em João Pessoa

Mais de mil escolas publicas da Paraíba apresentaram algum tipo de irregularidade em inspeções realizadas pelo MP (Ministério Público). Salas de aula com estruturas precárias, armazenamento inadequado de merenda e até rãs dentro do filtro de água são alguns dos tipos de problemas encontrados.

Segundo a promotora responsável pelas ações, Fabiana Lobo, cerca de 95% das 1.057 escolas fiscalizadas no período de um ano apresentavam problemas. O objetivo é inspecionar as quase três mil escolas da rede pública do Estado.


Dentre as irregularidades mais frequentes estão as instalações físicas e a qualidade da água das escolas. “Também temos registros de falta de merenda, rãs dentro de filtro de água e da geladeira, além de barbeiros e cupins nas salas de aula”, afirmou. Em muitas escolas, a fiscalização constatou que os estudantes são obrigados a tomar água da torneira, sem nenhum processo de filtração. “Ainda teve um caso de uma escola que funcionava no mesmo local onde à noite era um bar”, declarou.

Salas multisseriadas

Encontrar alunos de três e 15 anos na mesma sala de aula também faz parte dos problemas encontrados na Paraíba. “Isso é muito sério. Essas crianças são muito prejudicadas e dificilmente conseguirão aprender”, destacou a promotora. Segundo ela, apesar desses estudantes aparecerem como alfabetizadas no Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), eles não sabem ler e escrever.

De acordo com Fabiana, as salas multisseriadas são aceitáveis em casos excepcionais. “Na zona rural, onde o acesso sempre é mais difícil, por exemplo, mas não pode virar regra”, afirmou.

A promotora explicou que esse projeto teve início na capital João Pessoa há cerca de um ano e meio e em março deste ano, se estendeu para as cidades do interior, onde a situação é mais preocupante. Segundo Fabiana, o trabalho vem rendendo resultados positivos. “O que observamos é que, quando nossa equipe visita a escola e abre um procedimento administrativo, as secretarias se mobilizam”, contou. O Ministério Público conta com o apoio dos conselhos tutelares e das secretarias estadual e municipais.

Outro lado

O secretário estadual de Saúde da Paraíba, Afonso Scocuglia, considerou positiva as ações do Ministério Público. “Precisamos identificar os problemas,por isso, as fiscalizações são sempre bem-vindas”, disse. O secretário revelou que várias escolas estão sendo reformadas e algumas serão ampliadas. Pelo menos 300 já foram contempladas.

Irregularidades como falta de bebedouros também já estão sendo sanadas”, comentou. Por fim, Scocuglia disse que cerca de R$30 milhões serão investidos na infraestrutura das escolas da rede estadual da Paraíba. Sobre as salas multisseriadas, o secretário admitiu a existência do problema e disse que vem buscando mudar essa realidade.

Justiça vira opção para mães conseguirem vaga em creche

Ainda bem que essas mães correm atrás, fico triste por aquelas que precisam e por falta de informação ficam sem a vaga. É uma pena ter que recorrer a justiça para conseguir um direito estabelecido na constituição, na LDB e no ECA, mas também não acontece nada com os políticos. Agora se é na escola, o caldo vira.... é sempre assim. Educação mesmo os políticos que não sabem gerenciar seus sistemas não tem. Mas não acontece nada. Sejam bem vindos, estamos no Brasil.

Fonte: 03/09/2011  Fernanda Barbosa do Agora

Cansadas da espera de até três anos por uma vaga em uma creche municipal, mães têm, cada vez mais, recorrido à Justiça.

De acordo com o defensor público Flávio Frasseto, o número de ações triplicou nos últimos dois anos na zona sul da capital, região com mais carência de vagas.

Só ontem, 16 decisões favoráveis à matrícula compulsória de crianças de até três anos em creches da capital foram publicadas no "Diário da Justiça" --todas em primeira instância. Anteontem, foram 7 decisões.

O sucesso de outras mães na empreitada é o principal motivador das novas ações, segundo conselheiros tutelares.

Outro incentivo é a determinação do Supremo Tribunal Federal, de junho, para a prefeitura matricular as crianças menores de cinco anos em escolas --não há prazos ou sanções.

'Número de matrículas em creches aumentou'A Secretaria Municipal de Educação afirma que tem trabalhado na ampliação de vagas em creches e na qualificação do atendimento na educação infantil. Segundo a pasta, o aumento de matrículas para crianças de até 3 anos foi de 120% nos últimos cinco anos.

A prefeitura diz que o aumento das vagas gera também um aumento na procura, "possivelmente pelo conhecimento e avaliação positiva do serviço prestado". Para atender às crianças, a administração municipal diz estar construindo prédios próprios e firmando convênios.

A pasta aponta que há três motivos que podem fazer a criança regredir na fila de espera: ordem judicial, mudança de endereço de aluno cadastrado em outra unidade e reativação de cadastro antigo.

Sobre o caso de Pedro Henrique Militão Alexandre, a secretaria diz que a variação de posição ocorreu devido aos fatores acima listados.

O promotor de Infância e Juventude Luís Antônio Miguel Ferreira afirma que a fila é apenas uma questão administrativa, e que o ideal seria a colocação de todas as crianças nas creches.

"A Justiça não determina a inversão da fila, mas uma matrícula imediata de quem recorreu a ela."

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Professores da rede estadual de SP decidem não fazer greve

Estas assembleias é um absurdo, falo isso porque já participei de várias e é um horror, as pessoas (do próprio sindicato) se ofender, se xingam, e as vezes até se batem. Jogam garrafas dágua, batem com a mão no microfone para tomarem um do outro. Com relaçãoa decisão acho justo, pois o governo esta aberto a negociações e até agora não disse que é definito a questão das férias e tão pouco a do piso. Com relação ao piso, aplicar ele agora penso que é um erro, pois prejudicaria todo o processo de ensino e aprendizagem na escola, mas que no próximo ano tem que ser implatado de forma organizada e planejada, a rede é muito grande. E antes que os mal avisados venham falar que estou defendendo o governo, digo que é mentira, pois quem acompaha o blog sabe o quanto critico, mas precisamos de bom senso, que não vem prescrito em nenhuma legislação e que as vezes falta para muitas pessoas.

Fonte: 02/09/2011 - 18h28 - Natália Cancian - Folha de São Paulo

Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo decidiram, na tarde desta sexta-feira, em assembleia realizada na praça da República (centro de SP), por não fazer uma paralisação em outubro e manter negociações com o governo estadual.

A assembleia de hoje foi marcada por vaias e atritos entre os professores. Parte dos presentes não concordou com o resultado, dizendo que ele foi fraudado. Os insatisfeitos são vinculados à oposição da atual diretoria da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo).

Essa oposição defendia uma nova assembleia e uma paralisação no dia 7 de outubro.

"Muita gente voltou contra. A oposição ganhou", disse Manoel Pires, professor de filosofia geral que veio de Suzano (Grande SP) para participar da assembleia.

A presidente da Apeoesp, Maria Isabel Noronha, disse que a oposição tentou criar uma "falsa polêmica". "Não cabe recurso nesta decisão", afirmou.

A principal reivindicação dos professores é a revogação da resolução estadual 44, que dividiu as férias da categoria em dois períodos: 15 dias em janeiro e 15 em julho. Antes, os professores tinham 30 dias de férias em janeiro.

Os docentes também querem a aplicação imediata da jornada da Lei do Piso, que destina 1/3 da carga horária dos professores a atividades extracurriculares.

Apesar da defesa pelo concurso público, os professores também pediram a manutenção dos temporários para minimizar a falta de docentes na rede e uma reposição salarial de 36,74%.

Além disso, os docentes também são contra a medida do governo estadual que divide o reajuste salarial em quatro parcelas.

Segundo a Apeoesp 3 mil pessoas confirmaram presença no evento desta tarde. A Polícia Militar, porém, estima que 350 pessoas participaram do ato.

Durante o evento, os professores informaram que devem participar de uma marcha da categoria à Brasília, no dia 26 de outubro, mês em que uma nova assembleia também deve ser realizada.

SINPEEM LUTA PARA MANTER E AMPLIAR DIREITOS DA CATEGORIA

Fonte: Sinpeem - 02/09/2011

O Projeto de Lei de autoria do Executivo que dispõe sobre o reajuste do Abono Complementar e das escalas de padrões de vencimentos do Quadro dos Profissionais de Educação continua tramitando na Câmara Municipal.

Desde a sua publicação no Diário Oficial da Cidade, no dia 03 de agosto, foram realizadas duas audiências públicas pela Comissão de Constituição e Justiça (nos dias 10 e 16 de agosto) e uma pela Comissão de Educação (em 25 de agosto), presidida pelo vereador Claudio Fonseca, também presidente do SINPEEM.
O Projeto de Lei nº 332/2011 recebeu Parecer favorável da CCJ, porém, antes da votação em plenário pelos vereadores, tem de passar pelas Comissões de Orçamento e Finanças, Administração Pública e Educação.

Em todas as audiências, o presidente do SINPEEM destacou que o projeto apresentado pelo governo dispõe somente sobre a fixação dos Abonos Complementares aos pisos. Itens negociados durante a campanha salarial com o sindicato, de fundamental importância para a categoria, foram ignorados.

Ele lembrou que o SINPEEM não assinou a primeira versão do Protocolo de Negociação e pressionou o governo para que incluísse os seguintes itens:

a) definição, até maio de 2012, sobre como será efetuada a incorporação do Abono Complementar, que poderá ocorrer com a aplicação linear de 13,43% para todos os profissionais de educação, ativos e aposentados, ou por meio de vinculação à ampliação da quantidade de referências, igualmente para ativos e aposentados;

b) aposentadoria especial do magistério para os readaptados;

c) transformação dos agentes de apoio lotados em órgãos da SME em agentes escolares;

d) regulamentação da Gratificação por Local de Trabalho;

e) alteração do conceito de hora/atividade, permitindo que as mesmas possam ser feitas também fora da escola, de acordo com o projeto pedagógico da escola;

f) inclusão do Abono Complementar de piso também para o quadro de apoio à educação.

A Udemo esclarece.

Fonte: UDEMO

Colegas,

Temos recebido muitas ligações questionando-nos sobre um “aumento no tempo e na contribuição” para a aposentadoria, no Estado de São Paulo. Parece que a origem da polêmica é uma matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, do dia 01-09-2011, e reproduzida em outros meios de comunicação.

o texto da Emenda Constitucional nº 41, de 2003:

Art. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 15 - O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.

Portanto, com a Emenda 41/2003 e a partir da sua regulamentação em cada Estado e Município, só terá direito a aposentadoria com valores superiores ao teto do INSS – hoje em R$ 3.691,74 – o servidor que contribuir com um sistema de previdência complementar. Até esse valor – R$ 3.691,74- haverá o desconto normal de 11% dos vencimentos, tal como é feito hoje.

Cabe ressaltar que isso só se aplica aos novos servidores, ou seja, aqueles que ingressarem no serviço público após a publicação da lei regulamentadora.

Todas as entidades da educação foram contra a Emenda n.º 41/2003, quando da sua elaboração e votação. Apesar disso, ela foi aprovada e hoje é dispositivo constitucional.

Inep cria categoria especial para municípios com poucos alunos serem avaliados pelo Ideb

Muito boa a iniciativa das prefeituras e a boa vontade do Inep em avaliar. Que os resultados seja bem utilizados.

Fonte: 02/09/2011 - 16h59 Camila Campanerut Enviada do UOL Educação Em Mata de São João (BA)

Após pedidos de municípios de várias partes do país, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) - autarquia federal vinculada ao MEC (Ministério da Educação) – resolveu, a partir deste ano, criar uma categoria especial para que mais localidades possam ser avaliadas por meio do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Com a novidade, mais 328 redes municipais passarão a ser avaliadas.

A maioria delas está localizada no interior de Estados grandes como Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Tocantins. São locais onde que a população é pequena e a concentração de alunos é baixíssima. Nestas redes, as notas serão apenas municipais e não por escola, como nos demais casos.

Até então, para o município ser avaliado pelo Ideb, ele precisa ter, no mínimo, uma escola com 20 alunos matriculados na 4ª série (5º ano) ou 8ª série (9º ano). O Ideb é um índice que vai de 0 a 10 e é calculado a partir dos dados sobre a aprovação escolar e as médias de desempenho em avaliações como o Saeb (para os Estados e o Distrito Federal) e a Prova Brasil (para municípios).

“Para 2011, isso está sendo reconsiderado. A gente está somando as escolas que tem menos de 20 alunos. Se este município atingir este mínimo (de 20 alunos), ele vai ter a Prova Brasil e o município vai passar a ter o Ideb também”, afirma a coordenadora de Controle de Qualidade e Indicadores da Educação Básica da Diretoria de Estatísticas Educacionais do Inep, Carla Castro. “Hoje, se o município não tem pelo menos uma escola com 20 alunos ele acaba não tendo Ideb. A falta do Ideb nestes locais gerou uma série de reclamações. Eles querem ter o Ideb e nós [Inep] fizemos este ajuste”, explica .

Além de pode contar com um instrumento para medir a qualidade do ensino, o interesse dos municípios se baseiam também na relação com governo federal, no sentido de reforçar a imagem política local de gestão competente para, inclusive, obter mais recursos.

A meta traçada pelo MEC é que todo o país atinja a nota 6 até 2021 para nivelar a educação nacional com de países mais desenvolvidos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A GUERRA MILIONÁRIA DO LIVRO DIDÁTICO

Fonte: CPP - 01/09/2011
Uma das matérias que mais chamou a atenção nessa semana foi da Revista Época - (edição 693 - 29/08), que denucia "A guerra milionária do livro didático". Contrariado com a rejeição de suas coleções, o dono de uma editora expõe os pareceres sigilosos do MEC e abre uma discussão sobre os critérios de avaliação das obras distribuídas nas escolas.
A propaganda do governo federal diz que o Brasil tem o maior programa de livros didáticos do mundo. São milhões de exemplares distribuídos anualmente a todas as escolas públicas do país que manifestam interesse em recebê-los. Nesse mercado bilionário, rodeado de desconfianças e pressões de bastidores, a disputa entre as editoras é feroz. Ter uma obra reprovada pelo controle de qualidade do Ministério da Educação (MEC) significa perder posições preciosas na disputa comercial e deixar de faturar muito dinheiro.
Outra característica do setor é a aura de sigilio que cerca todo o processo de produção e avaliação dos livros didáticos. Por razões óbvias, os competidores guardam segredo sobre seus lançamentos e, mais ainda, sobre as razões de eventuais reprovações de suas obras. O MEC colabora. Sua política é manter sigilo não só sobre a identidade dos avaliadores, como dos pareceres de obras reprovadas.
Essa atmosfera de confidencialidade começa a ser quebrada agora. Indignado com as regras do jogo, um conhecido empresário do setor resolveu expor publicamente tudo aquilo que ele chama de "inconsistências" do processo de avaliação e compra dos livros didáticos pelo MEC. O biólogo Francisco de Arruda Sampaio, dono da editora Sarandi, acabou de publicar um livro de 432 páginas que, além de reproduzir a íntegra dos pareceres dos avaliadores sobre suas próprias obras, aponta contradições e denuncia uma série de erros objetivos cometidos pelos autores dos pareceres.
Escrito em coautoria com a pedagoga Aloma Fernandes de Carvalho, o livro Com a palavra, o autor não será vendido em bancas ou livrarias. Ele foi enviado apenas para autoridades do ministério, parlamentares e universidades. Seu objetivo é abrir uma discussão pública sobre o tema.
Não é a primeira polêmica envolvendo o programa de distribuição de obras pelo MEC. Em 2007, causou celeuma um livro de história que exaltava o didator chinês Mao Tsé-tung e atribuía a queda da União Soviética ao desejo de consumo de produtos supérfluos. O livro foi excluído da lista do PNLD. Anos depois, outras obras foram questionadas por exaltar o governo Lula, fazer elogios a programas como o Fome Zero e deixar de citar o mensalão. Nos dois episódios, a argumentação do MEC foi a mesma: quem avalia os livros não é o governo, mas professores de universidades conceituadas.
O caso mais notório não envolveu um livro didático, mas uma das mais conhecidas obras de ficção do escritor Monteiro Lobato. No ano passado, o Conselho Nacional de Educação, com membros nomeados pelo ministro Fernando Haddad, sugeriu que o MEC deixasse de distribuir Caçadas de Pedrinho, acusado de ter teor racista. O ministro discordou e pediu que o colegiado refizesse o parecer. O novo texto recomendou apenas que os professores expliquem em sala de aula o contexto em que a obra foi escrita.
Em seu livro, Arruda Sampaio não discute questões ideológicas. Suas reclamações dizem respeito à lisura e à competência dos avaliadores contratados pelo MEC. Ele reconhece "pequenos erros" em obras de sua editora, mas não concorda com a maioria dos apontamentos feitos pela avaliação.
Sem identificar autores e editoras, a Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale) fez algo parecido no mês passado. Representantes da entidade enviaram uma carta a Haddad com trechos controversos de pareceres de reprovação sobre obras de diversas editoras. Num deles, os avaliadores criticam experimentos sugeridos em um livro de química com um raciocínio curioso: "Desconsidera-se a inexistência de laboratórios na grande parte das escolas de ensino médio da rede pública de ensino. Desconsidera-se, também que, nos poucos casos de escolas em que existe laboratório, dificilmente se encontram reagentes e equipamentos sugeridos na obra para a realização dos experimentos propostos". O diagnóstico das precárias condições da rede pública de ensino feito pelos pareceristas não identificados faz sentido. Mas o erro está no livro ou na falta de infraestrutura básica das escolas do país?
Outro caso controverso refere-se à rejeição pelo MEC de uma obra de língua portugesa para o ensino médio que cita uma frase do historiador húngaro Arnold Hauser (1892-1978). O avaliador reprovou o livro, entre outras razões, alegando que se trata de "historiador da arte da corte marxista". Para o Abrale, o avaliador extrapolou seu papel, caracterizando um "policiamento pedagógico e ideológico".
Segundo o presidente da Abrale, o escritor José de Nicola Neto, mais de dez obras reprovadas em 2010 haviam sido aprovadas em 2007. "Neste ano, milhões de crianças estão estudando com obras reprovadas para o ano que vem. Como no governo explica isso?" Os autores reivindicam também a suspensão do anonimato da avaliação. O MEC divulga a lista geral dos avaliadores de cada disciplina, mas não é possível saber quem avaliou o quê.
O MEC diz que mantém sigilo dos avaliadores para resguardá-los "de qualquer tipo de interferência externa". Sobre o sigilo das avaliações negativas (elas são mostradas apenas aos autores), diz que age assim a pedido das editoras. Informa ainda que nunca puniu um avaliador por erros técnicos. Sobre as reclamações de Arruda Sampaio, diz, sem dar detalhes, que "todos os questionamentos foram respondidos pela equipe de avaliação, que manteve o teor dos pareceres".