quarta-feira, 6 de maio de 2009

Formação de professores será entrave para implantação do novo modelo de ensino médio

Como sempre o professor é culpado, claro que para os membros do Consed é muito mais fácil colocar a culpa nos professores, eles não irão assumir as dificuldades das redes que gerenciam. Quero saber como serão as aulas contextualizadas e intertextualizadas de química, física e biologia, se não tem se quer laboratório nas escolas, não tem material, nem espaço físico. Ou será que vão inventar um novo ensino médio, demolindo as escolas e construíndo espaços de aprendizagens que de fato levem a construção do conhecimento de forma articulada com as vivências sociais. Mudar as regras, criar modismos, capacitar professor, tudo isso pode acontecer, lembrando sempre que os secretários, governadores, prefeitos, todos foram capacitados por professores, o que mostra a capacidade desta grande e injustiçada categoria, a de professores é claro e não a de políticos de aprender. Professor é um ser por natureza que tem jogo de cintura, que sabe articular, improvisar, fazer mágica com o pouco que tem e olha que fazem muitas coisas. Para a implantação da nova proposta do ensino médio, que é muito bacana, correta, inovadora (nem tanto - pois as legislações em vigor já dão espaço e abertura para os sistemas de ensino) não se faz necessário apenas oferecer um curso, manuais e mais manuais, livros e mais livros para os professores estudarem, como se fossem profissionais que fogem dos estudos e precisam de cartilhas (tão condenada pelos governos) para ministrar aula. A problemática educacional é muito maior, passa por estrutura, auto estima, condições de trabalho, mobilização para o verdadeiro ofício do ensinante e do aprendente, reconhecimento. Tenho certeza que se também pensarem nestes "detalhes" a educação de fato será de qualidade.
Fonte: 05/05/2009 - 20h33 - Da Agência Brasil
A principal dificuldade que os Estados vão enfrentar na reforma curricular do ensino médio, proposta pelo MEC (Ministério da Educação), será a falta de professores preparados para atender o novo modelo, avalia a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra."A proposta é interessante em algumas medidas. O ensino médio passa por uma crise de identidade, hoje, com um amontoado de disciplinas", afirma.A presidente do Consed diz que, muitas vezes, o professor não está ainda preparado nem para atender ao atual modelo. Ela acredita que será necessário um grande esforço das universidades para atender a formação dos profissionais de ensino em grandes áreas do conhecimento."O professor formado em biologia às vezes não domina nem todo aquele conteúdo, como poderá dar aulas de outras áreas? Precisamos de um esforço conjunto porque as universidades ainda resistem muito a esse modelo mais amplo de formação", disse.O Consed vai montar um grupo de trabalho para debater o projeto apresentado pelo MEC. Um dos pontos que precisa de maior discussão, segundo Auxiliadora, é o repasse de verbas do ministérios para apoiar os projetos em cada estado. A princípio, o ministério garantiu verba extra para as cem escolas que tiveram as piores notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). "Essa questão precisa ser dimensionada. Para a gente avaliar a eficácia desse novo modelo, ele teria que funcionar tanto em boas escolas, como em escolas com problemas", afirmou.O CNE (Conselho Nacional de Educação) vai realizar audiências públicas para discutir o novo modelo de ensino médio. O processo deve ser concluído até julho. Depois dessa etapa, o ministério começará as negociações com os estados.
Amanda Cieglinski

terça-feira, 5 de maio de 2009

SP anuncia 10 mil vagas para professores até setembro e promete outras 50 mil

Espero que de fato o concurso seja efetivado, pois desde o ano passado foram prometidas 75 mil vagas e até agora nada. Com relação a provinha, a idéia é interessante, só precisamos esperar para ver no que vai dar. Se for organizada, terá bons frutos. Agora esse cursinho para professor concursado é furada, será dado pelos mesmos profissionais que fazem o que o governo chama de pedagogia ultrapassada, usarão recursos que não tem nas escolas, depois do curso enfrentarão a realidade e ainda tem o tal do estágio probatório, mas três anos de avaliação. E com isso todos os problemas da educação se voltam para o professor. O governo acredita que dando este cursinho de 360 horas capacitará os profissionais para uma rede imensa, sem infraestrutura e condições dignas e humana de trabalho. E conversa para boi dormir, chegue logo 2010, isso tudo é para números, a SEE pensa que inova fazendo isso, eles então assumem que jogaram no lixo os altos valores gastos com capacitações que em muitos casos passaram de 360 horas e não mudou em nada a rede. Vamos esperar, quero acreditar que pode ser melhor.
Fonte: 05/05/2009 - 14h37 - Ana Okada*Em São Paulo - UOL educação - *Atualizada às 15h50.
O governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (5) a criação de 10 mil vagas para professores, que devem ser preenchidas por concurso público até setembro. A Secretaria de Educação do Estado ainda promete enviar projeto para a Assembléia Legislativa criando outros 50 mil cargos para docentes - ainda sem data prevista para realização de processo seletivo.As novas vagas foram prometidas no evento de lançamento do programa Mais Qualidade na Escola - um conjunto de medidas para a educação paulista. Hoje, a rede estadual tem 130 mil professores efetivos e 80 mil temporários.Entre as ações do programa estão a lei que dispõe sobre o ingresso dos professores, em que são previstos um curso de formação para os aprovados em concurso, a criação de duas novas jornadas de trabalho e a criação de uma prova para os temporários.
Avaliação de temporáriosNa prova para docentes temporários, aqueles com melhores desempenhos terão prioridade para a escolha de turmas. "Resolvemos a questão judicial preservando nossos alunos de ter aulas com pessoas que não foram qualificadas por um exame", afirmou o secretário da Educação, Paulo Renato Souza.No início do ano, uma prova para professores temporários na rede estadual virou alvo de ações na Justiça. Segundo o governo, o sindicato dos professores não foi ouvido. Mas a secretaria afirma que tem reuniões agendadas. "Creio que a maioria das reivindicações foi atendida, como a manutenção dos direitos dos temporários e a criação de novas vagas", disse o secretário. Prova para professores ingressantesO programa lançado prevê a criação de uma escola responsável por oferecer a formação de professores do Estado. Os profissionais que ingressarem na rede terão de passar por um curso, que será feito presencialmente e a distância.A formação será feita por meio de sistema de cooperação e parcerias com universidades públicas e privadas do Estado. O FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) apoiará a instalação da escola, sediada na rua João Ramalho, com recursos humanos e materiais.Os custos do programa serão absorvidos pela Secretaria de Educação.De acordo o secretário da Educação, o novo modelo é "uma mudança profunda, que aproxima a carreira do magistério à carreira pública, que também oferece cursos de formação". Além disso, foi anunciada a criação de duas jornadas de trabalho distintas para os docentes: uma de 40 horas e outra de 12 horas de trabalho semanais. Segundo a pasta, a de 40 horas visa a que o professor crie vínculos com a instituição de ensino. Já a de 12 horas serve, segundo o governo, para os professores de disciplinas com pequena carga horária semanal, como química. Fim do corporativismoDurante a divulgação do programa, o governador do Estado José Serra disse que muito foi feito em relação à estrutura das escolas, mas pouco se avançou no aprendizado.Segundo Serra, isso se deve ao "corporativismo exacerbado devido a leis enrijecidas e a inadequação das faculdades de pedagogia". Para ele, o que será feito é "trazer do futuro para o presente os cursos de aperfeiçoamento, com um exame".

MEC vai comprar 2 milhões de cadeiras e mesas para a educação básica

Fonte: 05/05/2009 - 20h52 - Da Redação - UOL educação - Em São Paulo
O MEC (Ministério da Educação) vai comprar mais de 2 milhões de cadeiras e mesas para a educação básica. Serão conjuntos para alunos, professores e pessoas em cadeiras de roda. O edital de compra foi lançado nesta terça-feira (5), pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O custo estimado é R$ 389 milhões para aquisição e envio do mobiliário a todo o país."Essa medida representa o início da padronização do mobiliário nas escolas públicas brasileiras, o que trará benefícios tanto na qualidade do material como em termos econômicos, com a redução de custos por meio do ganho em escala", afirma o diretor de administração e tecnologia do FNDE, José Carlos Wanderley de Freitas. Para ele, o acordo de cooperação técnica assinado entre o FNDE e a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE/SP), autora do projeto de concepção do mobiliário, foi preponderante para viabilizar o processo. "O trabalho de articulação com a FDE tem sido bastante positivo e resultou na cessão de uso do projeto para o FNDE", diz Freitas. Para onde vão as mesas e cadeiras?As localidades com maiores carências em investimento em educação serão priorizadas para receber os móveis. Os estados da Bahia e de São Paulo lideram o recebimento, ambos com 11,09% do total previsto.Segundo o pregoeiro da Comissão Permanente de Licitação do FNDE, Garibaldi José de Albuquerque, ações como o pregão eletrônico do mobiliário escolar movimentam o mercado produtor. "Quando sistematizamos a compra em determinado setor, o interesse de participação aumenta, o que é muito bom para qualquer processo licitatório", diz.A entrega das propostas já está em vigor na página eletrônica www.comprasnet.gov.br, onde se encontra o edital. A abertura da sessão pública para a formulação dos lances tem previsão de início para o dia 20 de maio, no mesmo sítio eletrônico.
* Com informações da Assessoria de Comunicação Social do FNDE

MEC quer começar novo currículo nas piores escolas

Prioridade será para colégio com nota baixa no Enem; sistema proposto acaba com a divisão entre as atuais 12 disciplinasSegundo presidente do conselho que representa os secretários estaduais de Educação, maior dificuldade será a adaptação do professor
Fonte: Folha de São Paulo - FÁBIO TAKAHASHIDA - REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Educação informou ontem que as escolas de ensino médio com as piores médias no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) serão prioritárias para receberem as mudanças no currículo.A pasta pretende acabar, ao menos em parte do sistema, com a divisão por disciplinas, presente no antigo colegial.A intenção é que o projeto-piloto conte, em 2010, com cem colégios, dos governos estaduais que aderirem à proposta.Para a escolha dessas escolas, haverá uma distribuição proporcional entre os Estados participantes do programa (considerando o tamanho das redes). Dentro de cada unidade da Federação participante, deverão ser escolhidas aquelas com piores médias no Enem.Reportagem publicada ontem pela Folha mostrou que o MEC encaminhou ao Conselho Nacional de Educação proposta que prevê ajuda técnica e financeira às redes que aceitarem mudar seus currículos.As 12 disciplinas seriam distribuídas em quatro grupos amplos (línguas, matemática, humanas e exatas/biológicas).Na visão do governo, hoje o currículo é muito fragmentado e o aluno não vê função prática no programa ministrado, o que reduz o interesse do jovem pela escola e a qualidade do ensino.O ministério afirma que a intenção é dar condições para que os modelos de ensino médio sejam diversificados.O governo Lula pretende que no ano que vem algumas redes adotem o programa, de forma experimental. No médio prazo, espera que esteja no país todo.Para entrar em vigor, a proposta precisa ser aprovada pelo conselho, que deve referendá-la em junho. Além disso, precisa ser aceita pelos Estados (responsáveis pelo ensino médio). A adesão, porém, é facultativa.Segundo o projeto, as escolas terão liberdade para organizar seus currículos, desde que sigam as diretrizes federais e uma base comum. Poderão decidir a forma de distribuição das disciplinas nos grupos e o foco do programa (trabalho, ciência, tecnologia ou cultura).ApoioA presidente do Consed (conselho que representa os secretários estaduais de Educação), Maria Auxiliadora Seabra Rezende, afirmou que apoia a proposta. Aponta, porém, dificuldades para a implantação do projeto, principalmente na formação de professores."Hoje, o ensino médio é uma coleção de disciplinas, com pouca integração. Essa já era uma preocupação dos secretários", afirmou Rezende."Mas a proposta precisa ser amplamente debatida. A maior dificuldade será a adaptação dos professores, eles foram formados para disciplinas específicas", disse a presidente."Como projeto-piloto é válido", disse o presidente do Conselho Estadual da Educação de SP, Arthur Fonseca Filho."Mas não haverá mudanças nas redes enquanto o vestibular cobrar disciplinas. Grupos mais amplos já são previstos nas diretrizes curriculares de 1998, mas até hoje não emplacaram por estarem em desacordo com o vestibular."

segunda-feira, 4 de maio de 2009

SARESP 2009

O SARESP SERÁ APLICADO A TODOS OS ALUNOS DA REDE REGULARMENTE MATRICULADOS NA 2ª, 4ª, 6ª e 8ª DO ENSINO FUNDAMENTAL E PARA OS ALUNOS DOS 3ª ANOS DO ENSINO MÉDIO NOS DIAS 11, 12 E 13 DE NOVEMBRO SENDO O DIA 13 APENAS PARA OS ALUNOS DA 6ª e 8ª DO EF E DO 3ª EM, POIS NESTE DIA SERÁ APLICADA A AVALIAÇÃO DE CIÊNCIAS HUMANOS (HISTÓRIA E GEOGRAFIA). A DURAÇÃO MÍNIMA DA PROVA SERÁ DE 3 HORAS.
IMPORTANTE: COMO PODEM ESTABELECER COMPARAÇÃO SE CADA ANO PEDEM UMA COISA, O ANO PASSADO TEVE PROVA DE CIÊNCIAS, ESTE ANO É DE OUTRA ÁREA, AO INVÊS DE AUMENTAREM OS CONTEÚDOS COBRADOS NAS AVALIAÇÕES, ELES TIRAM E TROCAM E DEPOIS QUEREM FAZER COMPARATIVOS, SÓ SE COMPARA QUANDO AS CONDIÇÕES SÃO SEMELHANTES, NÃO EXISTE COMPARAÇÃO DE RESULTADOS QUANDO O ASSUNTO COBRADO É DIFERENTE A CADA ANO.
OUTRA INFORMAÇÃO: A PALHAÇADA DE PESSOAS DE FORA CONTINUA E PROFESSORES DAS SÉRIES INICIAIS DEVEM TROCAR DE TURMA.
ESPERO APENAS QUE ESTE ANO EM FUNÇÃO DO BÔNUS, AS ESCOLAS NÃO AJUDEM OS ALUNOS NOS RESULTADOS, POIS SE FOREM MAL, NINGUÉM RECEBE E SE FOREM BEM, PODEM RECEBER ATÉ 2,9 VEZES O SALÁRIO.
PARA LER MAIS CLIQUE NO TÍTULO E TERÁ ACESSO A RESOLUÇÃO 30 NA ÍNTEGRA.

Entrevista com o diretor da melhor Escola Estadual no Enem (VALE A PENA LER)

A este diretor meus parabéns, a rede de modo geral funciona com ações isoladas respeitando sua realidade e necessidade. Uma boa escola, precisa de uma boa gestão, que articule as ações administrativas e pedagógicas, sendo este um verdadeiro líder e vencedor, pois trabalhar com as mazelas que a estrutura escolar apresenta e ainda obter bons resultados e para se valorizar e até copiar, pq se da certo lá, pode acontecer o mesmo em outros lugares, pq, a gestão será feita por pessoas que conhecem a rede e não apenas que fiquem no gabinete dando ordem, ou inventando burocracia, fazendo gráficos e tabelas para impressionar. As vezes me pergunto impressionar quem?...Os dados, os números mostram a realidade que as escolas públicas passam. Com mágica ninguém resolve, o bom e que passa governo, entra e sai secretários, os gestores escolares continuarão e estes sim precisam de um plano a médio e a longo prazo e quando isso acontece temos o resultado da escola estadual como esta que o Sr Camilo da Silva Oliveira responde.
ENTREVISTA DA 2ª - CAMILO DA SILVA OLIVEIRA
Camilo Oliveira, diretor da melhor escola estadual de SP no Enem, afirma que o colégio se destacou por méritos próprios
Fonte: Folha de São Paulo – 04/05/2009 - FÁBIO TAKAHASHI - DA REPORTAGEM LOCAL
O DIRETOR DA MELHOR escola da rede estadual de São Paulo no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) afirma que seu colégio se destacou no sistema "apesar" dos governos. "O Estado só me atrapalha", afirma Camilo da Silva Oliveira, 57, que dirige a escola Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra (Grande São Paulo).Formado em história pela USP, Oliveira dirige a unidade há 22 anos. Ele conta que criou um currículo próprio, uma vez que a rede estadual não tinha algo semelhante, e não utiliza programas do governo como formação de professores, salas de informática ou atividades como feira de ciências.Prestes a se aposentar, o diretor diz não ver "caminho" para a escola pública, que dependerá "de talentos isolados".Abaixo, a entrevista feita com Oliveira na última quinta-feira, em que ele abordou como funciona seu colégio, primeiro da rede estadual paulista, mas apenas o 2.596º melhor do país (média 58,5, em 100 pontos). A Secretaria da Educação do governo José Serra (PSDB) não quis comentar as críticas. FOLHA - Por que a escola teve a melhor nota da rede no Enem? CAMILO DA SILVA OLIVEIRA - É um trabalho de 22 anos, que resistiu a sucessivas trocas de governo e de secretários.
FOLHA - No dia-a-dia, o que a sua escola tem de diferente? OLIVEIRA - Um eixo pedagógico, o rol de conteúdos [currículo], uma sequência de conteúdos. Fui pesquisar, porque o Estado não tinha subsídio para isso. Pesquisei escolas particulares e vestibulares de ponta. O Estado nem desconfiava desse rol. E hoje, 20 anos depois, ainda nem desconfia [o currículo começou a ser implementado na rede estadual em 2008]. Cada governo tem um modismo. Por exemplo, se fala em escola de tempo integral quando a escola não consegue funcionar quatro horas diárias [excesso de aulas vagas]. Tem também o projeto de informática, uma bobagem. Se tenho 17 máquinas e 40 alunos, o que os outros 23 ficarão fazendo? Posso bolar um esquema para fora do período, mas sem achar que irá melhorar a qualidade de ensino.
FOLHA - O sr. então tem uma escola que não segue a rede. OLIVEIRA - Aqui é uma escola maldita, que vai contra os modismos de cada secretário. Depois da Rose Neubauer [gestão Mario Covas], em que as escolas perdiam aulas para treinamento de professores em horário de serviço, veio um que nem sabe o que é rol de conteúdos [Gabriel Chalita, gestão Geraldo Alckmin]. A escola, que já não funcionava, ficava uma semana em feira de ciências ou excursões para zoológico. Melhora o ensino? Vi que era fria e tirei a escola disso. No governo Serra, temos o terceiro secretário em dois anos e meio. Se o meu projeto dependesse do governo, estaria esfacelado. A menina do Mackenzie [Maria Lúcia Marcondes Carvalho Vasconcelos, primeira secretária da gestão José Serra] era bem intencionada, mas não conseguiu nada. A segunda [Maria Helena Guimarães de Castro] eu respeito porque sabe que escola é avaliação. E sabe que para avaliar precisa de um rol de conteúdos. Mas teve problemas de gestão. Por exemplo, a prova de temporários era uma boa ideia. Mas a implementação foi péssima, sem preparo jurídico, o que melou o sistema. Ou seja, o governo não tem a menor ideia do que fazer com as escolas. Deveríamos nos preocupar com o que realmente interessa, que é a aprendizagem dos alunos. Depois se acerta a burocracia. Hoje, os diretores ficam mais preocupados com as atinhas, e o aluno não tem aula. É uma inversão. É triste, porque se é esse caos em São Paulo, imagina nos outros Estados. Nem as universidades conhecem a rede. Ganhei da Escola de Aplicação da USP [que ficou em 3.293º lugar no ranking nacional], por exemplo. E a esquerda até hoje acha que a democracia é o principal debate para a escola. Você pega o PT, eles estão discutindo eleição para diretor de escola. Uma bobagem. Deveria pegar os melhores quadros para dirigir a escola. Isso aqui não é sindicato. Estou me aposentando e não vejo caminho. A escola pública vai continuar dependendo de talentos isolados. O Estado só atrapalha. Aquelas que seguiram a linha, se esfacelaram.
FOLHA - O sr. sofre retaliações? OLIVEIRA - Nenhuma. Conheço o ofício. Os pais sabem que essa escola funciona, daí vem o apoio. No começo, senti pressão. O supervisor vinha e falava: "Como não vai mandar os professores para formação?". Eu dizia: "Vou chamar a imprensa e explicar que os alunos vão ficar sem aulas." Eles desistiam de me pressionar. Mas era um sobressalto constante.
FOLHA - Como o sr. avalia o corpo docente da sua escola e da rede? OLIVEIRA - Aqui o pessoal é qualificado. Gente da USP, PUC, do Mackenzie. É uma nata que gostou do trabalho. Aqui se consegue dar aula, raridade na rede. Foi uma seleção natural ao longo dos anos.
FOLHA - Quanto ganham seus professores? OLIVEIRA - Os mais novatos, com cinco anos de experiência, uns R$ 1.700, a média do Estado. Eu sou um diretor de 30 anos, que vai se aposentar na casa dos R$ 3.000.
FOLHA - Há pesquisas que mostram que o salário da rede estadual paulista não é ruim. O sr. concorda? OLIVEIRA - Em cidades do interior, o salário de professor é o maior da cidade. Mas o Estado deve atrair melhores quadros. O salário não é compatível.
FOLHA - Como o sr. avalia a estrutura física da sua escola? OLIVEIRA - Não consigo uma reforma porque não participo das reuniõezinhas, não vou lá ficar bajulando. Eu percorria gabinete de deputado para pedir reforma. Desisti. É indigno para um diretor.
FOLHA - Qual a principal ação para melhorar o ensino público? OLIVEIRA - Gerência. Precisa ser técnica, trabalhar currículo, diagnóstico. Até trazer gente da iniciativa privada. Ou colocar os diretores das melhores escolas na gestão do sistema.
FOLHA - O que o sr. acha do novo secretário, Paulo Renato Souza? OLIVEIRA - Tenho simpatia pela trajetória dele. Mas ele se tornou político. O problema é saber se o objetivo dele é eleger o Serra presidente ou melhorar o ensino. Se ele chegou apenas com visão política, as escolas vão seguir esfaceladas, sem conteúdos. Ele vai ser mais um.

MEC quer trocar matérias por áreas temáticas

Fonte: Folha de São Paulo – 04/05/2009 - FÁBIO TAKAHASHI - DA REPORTAGEM LOCAL
A intenção é eliminar a atual divisão do conteúdo em 12 disciplinas no ensino médio e criar quatro grupos mais amplos Proposta será discutida hoje pelo Conselho Nacional de Educação. União planeja incentivos financeiros para obter adesão dos Estados. O Ministério da Educação pretende acabar com a divisão por disciplinas presente no atual currículo do ensino médio, o antigo colegial. A proposta do governo é distribuir o conteúdo das atuais 12 matérias em quatro grupos mais amplos (línguas; matemática; humanas; e exatas e biológicas).Na visão do MEC, hoje o currículo é muito fragmentado e o aluno não vê aplicabilidade no programa ministrado, o que reduz o interesse do jovem pela escola e a qualidade do ensino.A mudança ocorrerá por meio de incentivo financeiro e técnico do MEC aos Estados (responsáveis pela etapa), pois a União não pode impor o sistema. O Conselho Nacional de Educação aprecia a proposta hoje e amanhã e deve aprová-la em junho (rito obrigatório).O novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que deverá substituir o vestibular das universidades federais, será outro indutor, pois também não terá divisão por disciplinas.LiberdadeSegundo a proposta, as escolas terão liberdade para organizar seus currículos, desde que sigam as diretrizes federais e uma base comum. Poderão decidir a forma de distribuição dos conteúdos das disciplinas nos grupos e também o foco do programa (trabalho, ciência, tecnologia ou cultura).Assim, espera-se que o ensino seja mais ajustado às necessidades dos estudantes.O antigo colegial é considerado pelo governo como a etapa mais problemática do sistema educacional. Resultados do Enem mostram que 60% dos alunos do país estudam em escolas abaixo da média nacional.O governo Lula pretende que já no ano que vem, último ano da gestão, algumas redes adotem o programa, de forma experimental. No médio prazo, espera que esteja no país todo."A ideia é não oferecer mais um currículo enciclopédico, com 12 disciplinas, em que os meninos dominam pouco a leitura, o entorno, a vida prática", disse a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar.Está previsto também o aumento da carga horária (de 2.400 horas para 3.000 horas, acréscimo de 25%)."A mudança é positiva. Hoje, as disciplinas não conversam entre si", afirmou Mozart Neves, membro do Conselho Nacional de Educação e presidente-executivo do movimento Todos pela Educação."A análise de uma folha de árvore, por exemplo, pode envolver conhecimentos de biologia, química e física. O aluno pode ver sentido no que está aprendendo", disse Neves.A implementação, no entanto, será complexa, diz o educador. "Precisa reorganizar espaços das escolas e, o que é mais difícil, mudar a cabeça do professor. Eles foram preparados para ensinar em disciplinas. Vai exigir muito treinamento."O MEC afirma que neste momento trabalha apenas o desenho conceitual. Não há definição de detalhes da implementação ou dos custos.O relator do processo no conselho, Francisco Cordão, disse que dará parecer favorável. "Talvez seja preciso alguns ajustes. Mas é uma boa ideia. Hoje o aluno não vê motivo para fazer o ensino médio." Modelo de blocos já é adotado em cursos da Unifesp
Fonte: Folha de São Paulo – 04/05/2009 - DA REPORTAGEM LOCAL
A organização do ensino sem a divisão rígida de disciplinas tem sido adotada no ensino superior e em projetos especiais da educação básica no país.No campus da Baixada Santista (litoral sul de SP) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em vez de disciplinas, foram criados quatro blocos de ensino. Um curso tradicional na instituição tem cerca de 40 matérias. A unidade foi inaugurada em 2006.A intenção foi integrar melhor os conteúdos apresentados. No ensino superior geralmente há concentração de matérias teóricas no início do curso e práticas no final.Nas escolas do Procentro (Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental), em PE, parte do currículo une diversas matérias. Cerca de 19 mil alunos participam do programa, que une o Estado e a iniciativa privada.A média no Enem 2007 de uma das escolas do projeto foi superior à do Rio Grande do Sul, a maior do país (62 e 58).(FT)

Inscrições para o vestibulinho das Etecs de SP começam nesta segunda

Fonte: 04/05/2009 - 09h47 – da redação – UOL educação – Em São Paulo As Etecs (Escolas Técnicas Estaduais) de São Paulo começam a receber nesta segunda-feira (4) as inscrições para o vestibulinho de inverno de 2009, somente pela internet. Os pedidos podem ser feitos até as 15h do dia 29 de maio.O candidato deve preencher a ficha de inscrição eletrônica e imprimir o boleto bancário para pagamento da taxa de inscrição no valor de R$ 20, em dinheiro, em qualquer agência bancária. São oferecidas para o segundo semestre 41.999 vagas para 66 cursos técnicos.O prazo de inscrição para cursos na área de agropecuária vai de 4 a 28 de maio; os interessados em cursos técnicos de agricultura, agroecologia, agroindústria, agronegócios, agropecuária, cafeicultura, florestas ou produção de cana-de-açúcar devem se inscrever nas respectivas unidades.A Etec de Artes, localizada no Parque da Juventude (Capital), vai implantar dois novos cursos técnicos: Canto e Regência. Outras informações podem ser obtidas nos manuais do processo seletivo: · Manual do vestibulinho das Etecs; · Manual do vestibulinho das Etecs (Agrícolas). Os locais de prova devem ser divulgados em 17 de junho e prova será no dia 21 do mesmo mês.O desempenho geral dos candidatos será divulgado em 8 de julho; a primeira chamada sairá nos dias 13 e 14/7. Bônus O processo seletivo tem o Sistema de Pontuação Acrescida, que concede bônus de 3% a estudantes afrodescendentes e de 10% a oriundos da rede pública. Se o aluno se enquadrar nas duas situações, recebe 13% de bônus.Para ter direito ao benefício, os candidatos afrodescentendes ou oriundos da rede pública devem fazer a autodeclaração no ato da inscrição.A comprovação deverá ser feita no ato da matrícula, por meio do histórico escolar do ensino fundamental ou a declaração escolar, discriminada série a série.Outras informações podem ser obtidas pelos telefones 0/xx/11/3471-4071 (Capital e Grande São Paulo) e 0800-772 2829 (demais localidades).

Estudantes ganham mais prazo para aderir ao Fies

Fonte: nota10.com.br
Os estudantes interessados em aderir ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) ganham mais tempo para fazer a inscrição. O prazo, que se encerraria no último dia 30, foi prorrogado até o próximo dia 15. Podem pedir o benefício os estudantes matriculados em instituições de educação superior particulares que tenham aderido ao Fies em 2009.Os interessados podem financiar de 50% a 75% da mensalidade, independentemente do semestre que estiverem cursando. A taxa de juros é de 3,5% (fixa) por ano para os matriculados em cursos de licenciatura, pedagogia, normal superior e cursos tecnológicos constantes do catálogo da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). Há também a de 6,5% (fixa), anual, para os demais cursos. Durante o curso, o estudante paga uma parcela de até R$ 50, a cada três meses, para amortizar parte dos juros do financiamento.Para contratar o Fies, o estudante precisa apresentar um ou mais fiadores ou utilizar a fiança solidária — grupos de três a cinco estudantes, matriculados na mesma instituição, tornam-se fiadores entre si e ficam responsáveis pelo pagamento das parcelas de todos os integrantes. Na fiança solidária não há necessidade de comprovar renda.As inscrições devem ser feitas na página eletrônica do Fies. Mais informações sobre o financiamento estão disponíveis no portal do Ministério da Educação (MEC).

Ministro defende Enem para acesso aos institutos federais

Fonte: nota10.com.br
Em reunião com os 38 reitores dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, o ministro Fernando Haddad defendeu a extinção do vestibular tradicional para os cursos superiores dessas instituições. Os reitores estiveram em Brasília no último dia 29, para analisar e discutir a proposta. A intenção é utilizar o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Podemos utilizar o Enem como fase única para os cursos de menor procura e como primeira fase para os cursos de maior demanda”, propôs Haddad. Os dirigentes devem apresentar suas respostas até o final de maio. Ao todo, 215 mil estudantes estão na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. A intenção é que até o final de 2010 o total de alunos seja de 500 mil. Nos próximos dias 6, 7 e 8, a extinção do vestibular para os cursos superiores dos institutos federais volta a ser discutida em Palmas, durante a reunião ordinária do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (Conif). Dirigentes de todos os 38 institutos federais, dos centros federais de educação profissional e tecnológica e do colégio Dom Pedro II participam do encontro. Os reitores dos institutos sugeriram ao MEC a extinção do processo seletivo também para os cursos de ensino médio da Rede Federal. Os colégios de aplicação das universidades, colégios militares e os próprios institutos federais fazem processos seletivos semelhantes a vestibulares. “Devemos democratizar o acesso em todas as etapas da educação”, defendeu Paulo César Ferreira, reitor do Instituto Federal de Goiás. Um dos caminhos sugeridos para solucionar a questão é a utilização das notas da Prova Brasil, feita com concluintes do nono ano do ensino fundamental. Haddad disse que a proposta é interessante, mas deve ser analisada posteriormente.

Recursos para ônibus escolar sobem R$ 300 milhões

Fonte: nota10.com.br
Gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o programa Caminho da Escola recebe este ano um forte reforço financeiro. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai oferecer mais R$ 300 milhões para estados e municípios interessados em financiar a compra de ônibus escolares padronizados para o transporte de alunos da educação básica pública. Com isso, a soma de recursos do BNDES disponíveis para o programa sobe para cerca de R$ 750 milhões.As novas normas para requerer o financiamento constam da Carta-Circular do BNDES n.º 40/2009, publicada no último dia 27. O documento também amplia o prazo de vigência da linha de crédito para 31 de dezembro de 2010 – antes estava previsto para terminar no fim deste ano. As modificações foram feitas com base na Resolução do FNDE n.º 2/2009 – publicada em março –, que estabelece uma sistemática diferenciada para a adesão ao Caminho da Escola a partir deste ano.

Educação Infantil

A entrevista é longa, mas vale a pena ler, a educação infantil precisa estar na pauta de discussão, pois caso contrário a casa cai. A educação se controi no início da educação básica e não durante o ensino médio, que é a etapa de terminalidade da educação básica.
Fonte: REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 144 - Rubem Barros
Entrevista - Maria Malta Campos - Uma das mais respeitadas especialistas em educação infantil fala sobre o tema, em entrevista publicada na edição número 2 do especial Educação Infantil.
Recém-empossada como mem­­bro do Conselho Técnico-Científico da Educação Básica, órgão da nova estrutura da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do MEC, Maria Malta Campos é uma das principais referências nacionais quando o assunto é educação infantil. Professora da PUC/SP, presidente da ONG Ação Educativa e pesquisadora sênior da Fundação Carlos Chagas, começou nos anos 70 a investigar temas ligados à educação no espectro dos 0 aos 6 anos, tais como currículo, habilidades pré-escolares, creches, necessidades para o atendimento à criança, formação de educadores, qualidade e políticas públicas de modo geral. No seu entender, para melhorar as práticas da educação infantil, é preciso olhar para uma gama ampla de indicadores, além de atuar para convencer os professores a melhorarem suas práticas. Pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas em 2008 mostra que a educação infantil praticamente inexiste enquanto disciplina específica nos cursos de pedagogia. A que se deve essa lacuna?Há dois aspectos distintos para discutir os conteúdos dos cursos de pedagogia. Havia uma formação para a pré-escola (4 a 6 anos), que era o Curso Normal, com elementos que permitiam às professoras trabalhar com as crianças dessa faixa etária. Ele tinha conteúdos voltados àquela pré-escola mais tradicional, de meio período, com algumas atividades no pátio e outras em sala de aula. Existiam no currículo de pré-escola aspectos sobre saúde da criança, coisas não exclusivamente de aprendizagem de conteúdos. Já o curso de pedagogia sempre teve, historicamente, um caráter mais voltado a quem se dirigia à administração escolar ou à orientação pedagógica e educacional, e mais voltado ao ensino fundamental. Ou seja, a LDB acabou com os conteúdos para a pré-escola do antigo Normal...Isso foi gradual, não se deveu só à LDB. Como os professores ganham um pouco mais se têm nível superior, já buscavam essa formação. O curso de pedagogia continuou com uma filosofia mais de conhecimentos gerais, mais teóricos e menos especializados para a faixa etária com a qual o professor ia trabalhar. Com menos presença da idéia de práticas de sala de aula?Não diria isso, pois sempre houve estágio, supervisão. Mas uma sala de aula menos preocupada com as características de desenvolvimento daquela faixa etária. O próprio estágio raramente é feito em escolas de educação infantil, quase sempre é nas escolas de ensino fundamental. No caso da primeira etapa da educação infantil, de 0 a 3 anos, a exclusão é maior. Primeiro porque não estava na área de educação até a LDB. A Constituição já apontava que deveria ser integrada, mas quem forçou a integração foi a LDB. Esse atendimento estava nas áreas de bem-estar ou assistência social, que não tinham nenhuma exigência de formação profissional. Poderia haver uma educadora ou uma professora leiga sem o fundamental completo, sendo que as creches atendiam até os 6 anos em período integral. Ou não tinha o ensino médio completo, e muito menos o curso de magistério em nível Normal, menos ainda o de pedagogia. O campo das creches estava totalmente excluído das preocupações das faculdades de pedagogia. Era como se essa criança não existisse. E o que houve a partir da incorporação legal das creches à educação?A primeira coisa que passou de fato a acontecer foi a formação mínima no magistério em nível Normal. Muitas professoras não tinham nem isso. Várias prefeituras foram obrigadas a criar cursos para que esses educadores em serviço tivessem ao menos o curso médio e algum módulo específico de educação infantil, pois trabalhavam com crianças. E a graduação em pedagogia?Existe uma resistência à especialização dos conteúdos do curso. Alguns anos atrás, houve um parecer do Conselho Nacional de Educação - ótimo sob vários pontos de vista, mas não nesse - a respeito das diretrizes para formação de professores. O documento para a formação de professores das primeiras séries do ensino fundamental, da educação infantil - englobando a creche -, do ensino de jovens e adultos e da educação especial é o mesmo. É impossível uma pessoa dominar tudo isso. Defendíamos que houvesse no curso de pedagogia um módulo geral - com conhecimentos de filosofia da educação, de história da educação, de história política do Brasil, da evolução da questão da legislação educacional, importantes para qualquer professor. Mas há conhecimentos específicos fundamentais, ignorados pela maioria dos cursos de pedagogia existentes. Por exemplo?Conhecimentos sobre as etapas de desenvolvimento na faixa de 0 a 6 anos, em que a criança se modifica muito. Quanto menor a criança, mais rápida a mudança; quanto maior, mais lenta. E os conteúdos fazem tábula rasa disso. As Referências Curriculares Nacionais para a Educação Infantil são suficientes para orientar os educadores e instituições que trabalham com crianças de 0 a 6 anos? É um documento orientador, não obrigatório. Pela Constituição, o MEC não tem autoridade para impô-lo a estados e municípios, pois são eles que formam os sistemas de Educação Básica. A LDB deu uma grande autonomia às escolas para deliberar sobre o seu currículo, o que considero um erro, mas é o que está na lei. O que é obrigatório é o documento do Conselho Nacional de Educação, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, que é bastante geral. É um documento lindo que ninguém conhece, pois não é impresso, nem distribuído ou divulgado, mas traz grandes princípios - de igualdade, de equidade etc. - que os currículos devem respeitar. Não se pode infringi-los, assim como não se pode infringir a Constituição. Mas se você for à maioria das escolas brasileiras, ninguém ouviu falar dele e ouviu vagamente falar dos referenciais. Por que isso acontece?Participei da Comissão da Unesco/OCDE, que fez uma visita patrocinada pelo MEC em 2005. Eram vários especialistas e eu estava na condição de especialista brasileira que compunha a equipe. Visitamos vários estados, escolas de todos os tipos, creches comunitárias, particulares, públicas e encontramos o documento dos referenciais curriculares apenas em uma escola particular de Sobral (CE), a única entre mais de 40 visitadas. E numa escola municipal de Blumenau, a diretora tinha lido, pois havia uma citação no Plano Pedagógico da escola, mas não sabia onde estava. E por que esse documento é ignorado?Isso acontece com todos os documentos produzidos na área de educação e enviados às escolas. Qualquer coisa que se fizer e distribuir, se não houver um trabalho subseqüente de integração do uso desse documento na prática escolar, fica na prateleira. Ou nem isso. Esse vácuo existe por inação das secretarias?Não basta haver um documento. Ele, por si mesmo, não modifica nenhuma realidade. Além dele, deve haver um trabalho - que até foi feito no governo anterior, era o trabalho dos parâmetros em ação, que atingiu uma porcentagem pequena. Era um treinamento que se fazia com os professores para que aprendessem a conhecer e usar o documento. Mas se isso não é alimentado constantemente por uma supervisão, por uma ação pedagógica que tem de ser fomentada pelas secretarias de educação, isso não vira prática. E por que isso não acontece?Primeiro: em função das mudanças políticas, eleitorais, que fazem tudo sempre recomeçar do zero. Outro fator que atrapalha é uma histórica dissociação entre a base - as escolas e professores - e as secretarias de educação e as autoridades educacionais. Existe uma desconfiança de base do professor com tudo que vem de cima, seja bom ou ruim. A primeira reação é sempre contrária. Como se quebra isso?Conto um caso: Zilma de Morais, então secretária de Educação de Ribeirão Preto, queria mudar a prática pedagógica nas EMEIs, introduzindo um novo arranjo do mobiliário nas salas de aula, para as crianças não ficarem mais em filas de carteiras, para terem cantinhos, mais autonomia, recomendações atuais, enfim. Uma diretora e sua equipe chegaram para ela e disseram: "não acreditamos nessa orientação e achamos que vai dar tudo errado. Vamos fazer na nossa escola só para provar que vai dar errado". No final, adotaram e acabou dando certo. Mas a primeira reação é sempre contra. Para conseguir mudanças na área de educação, é preciso um trabalho bom não só do ponto de vista conceitual, teórico, mas também bom do ponto de vista político, de envolver as equipes, ganhar corações e mentes. Se for só na base da ameaça, não acontece nada. Voltando aos referenciais...É um documento que precisa ser atualizado sob vários aspectos, como por exemplo o fato de as crianças entrarem aos 6 anos na 1ª série. Um dos pontos fracos dos referenciais era o fato de não ter uma parte prevendo a transição da educação infantil para o ensino fundamental, extremamente importante. Agora, com o aumento de um ano do fundamental, ela se torna mais necessária. E em outros aspectos em que o debate avançou, como a questão da diversidade cultural, coisas fáceis de complementar. O próprio Ministério está acenando com uma revisão. Mas, como é outro partido, querem fazer um documento novo... Entre 1996 e 2003, a senhora participou de um grande levantamento sobre a questão da qualidade na educação infantil brasileira. Quais as principais conclusões a que chegou?O debate sobre a qualidade da educação infantil seguiu um caminho diferente daquele do ensino fundamental ou do médio, em que ocorreu muito a partir dos resultados dos sistemas de avaliação (Saeb, Prova Brasil, Saresp, Enem, Pisa etc.). Nessas etapas, a questão da qualidade foi vista por meio de um indicador, que é o resultado do aluno no teste. É um indicador, mas há outros. Na educação infantil, não havia e não há até o momento um sistema de avaliação que meça resultado desse tipo (há em outros países, aqui não). Por isso, o debate foi mais aberto. E teve uma influência grande do debate internacional, em função de documentos que já haviam sido escritos no âmbito da Comunidade Européia (vários especialistas que colaboraram com esses documentos vieram a congressos no Brasil). Esses especialistas ajudaram a trazer uma visão mais holística da educação infantil, voltada ao desenvolvimento integral da criança, e não só aos aspectos cognitivos e de aprendizagem. Os italianos têm uma expressão muito bonita, "as cem linguagens da criança" - as linguagens da criatividade, da expressão corporal, das brincadeiras, da arte, enfim, da cultura da infância. É óbvio que, no caso europeu, eles partem de patamares de qualidade muito diferentes - sociais, de formação dos professores etc. E os norte-americanos?Também houve uma influência, menor, da tradição norte-americana. Eles têm uma associação nacional, da sociedade civil, com participação intensa de grandes especialistas da área, chamada Nayce (National Association for the Young Children Education), que tem um sistema de credenciamento das instituições de educação infantil e dos profissionais. É como se fosse um selo de qualidade. Sejam particulares, municipais, comunitárias, as instituições têm o interesse em obter esse aval. É muito respeitado. É uma certificação geral. Implica uma visita aos centros onde se observa uma série de coisas, existem escalas que se preenchem, observam-se as crianças e se avalia a formação dos professores. Os docentes também podem ser credenciados, independente da instituição em que são formados. Podem obter um título que certifica que têm uma formação adequada para trabalhar com crianças daquela faixa etária. Isso impôs um padrão daquilo que é considerado desejável nas melhores instituições. Esse modelo também é conhecido aqui, tem alguns grupos de universidades que fazem pesquisas. Também há influência, mas menor que a européia. Então, o debate de qualidade foi voltado para uma concepção de educação infantil bastante aberta, que valoriza a brincadeira, uma variedade de experiências da criança, as atividades de cuidado que devem ser integradas às educativas. Há uma concepção pedagógica bastante inovadora para as crianças de 0 a 3 anos. Mas isso foi muito mais divulgado no meio acadêmico e entre alguns especialistas e ONGs que dão assessoria a instituições do que para as redes, de forma ampla. Nelas, chegam apenas ecos, e às vezes mal entendidos. E quais seriam os elementos norteadores para termos instituições de qualidade no Brasil, dentro da nossa realidade?Há indicadores usados internacionalmente, como a quantidade de crianças por professor. Neste caso, há alguns detalhes: num primeiro momento, é preciso saber quantos adultos trabalham por creche, quantas crianças tem por faixa etária, seguindo a lógica de que, quanto menor a criança, menos crianças por adulto. Jamais 30 ou 35, como vemos por aí. Também não é a mesma coisa ter 40 crianças de 4 anos numa sala com dois adultos ou ter 20 crianças em cada sala com um adulto. As pesquisas mostram que os adultos tendem a se relacionar entre si e esquecer as crianças. É comum entrar numa sala e haver várias crianças largadas e duas professoras conversando. Ou seja, não significa a mesma coisa de ter grupos pequenos com um adulto interessado, interagindo com as crianças. Mas ter um número grande de crianças e poucos adultos é péssimo. Outro indicador é a formação do pessoal. Internacionalmente, hoje só se aceita formação em nível superior. Mas isso tem de ser relativizado no Brasil, como mostrou a pesquisa da Fundação Carlos Chagas, pois a formação em nível superior pode ser bastante vazia.Outra questão importante é a comunicação com as famílias, muito ruim na maioria das instituições brasileiras. Isso é fundamental para a criança pequena, que depende muito do adulto, tanto do familiar como do professor. O que aconteceu com aquela criança à noite que no dia seguinte ela só chora na creche? O que ela comeu na creche que a fez passar mal quando chegou em casa? Essa comunicação é mal resolvida e é um indicador de qualidade, comprovado por pesquisas quantitativas. E o currículo?Ele tem de existir. As pessoas precisam saber o que estão fazendo, seus objetivos. Há rotinas, até medievais, que se reproduzem indefinidamente. E são empobrecedoras. Você chega a uma creche e as crianças estão encostadas, sentadas no chão, sem falar ou se mexer, e você pergunta para a educadora o que estão fazendo. A resposta é que estão esperando a hora do lanche, ou do banho, ou de ir embora, ou de ir para o pátio. Estão sempre esperando. Por quê? Porque é uma rotina que se limita a higiene, alimentação e sono, não existe um objetivo que transcenda isso - de aprendizagem, de ampliação do conhecimento, de socialização, de contato com a natureza. Pesquisas americanas mostram que só o fato de existir um currículo já faz diferença, porque significa que a equipe teve a preocupação de ter alguma referência - um plano, um documento - que diga a que veio. Aí, num segundo momento, pode-se julgar se esse documento é bom ou ruim, se contempla o que tem de contemplar, qual é a filosofia, se não discrimina - as meninas, as religiões, a origem etc. E as instalações?São outro indicador importante: o prédio, os equipamentos, os brinquedos disponíveis no parquinho infantil e em sala. É preciso avaliar se há livrinhos infantis para os não leitores irem se habituando a eles, se ficam à disposição nas prateleiras; como é o espaço externo, se é acolhedor, se tem gramado, se bate sol, se tem árvores, areia, água; como é o espaço interno, se as salas são iluminadas, arejadas, se há espaço para as crianças engatinharem, aprenderem a andar, brincar; se o mobiliário é adequado ao tamanho das crianças; se existe material de estímulo, cores, formas; se os trabalhos das crianças estão expostos. Tudo isso são indicadores relativos, digamos, ao meio ambiente em que a criança passa longos anos de sua vida. E normalmente isso tudo é levado em conta?No Brasil, a concepção espacial, da creche e da pré-escola, mesmo as particulares e voltadas ao público de alta renda, é pobre. Normalmente, existe uma concepção de escola fundamental tradicional que se transpõe para a educação infantil. Nas experiências mais interessantes em nível internacional, até a concepção arquitetônica da escola infantil, sua planta, é completamente diferente, pois a visão é mais rica e pede um outro espaço. Nas creches do norte da Itália, o exemplo mais conhecido, a arquitetura já se desvencilhou dessa forma de salinha, salinha e corredor. Em recente exposição sobre as escolas infantis de Reggio Emilia, havia plantas e uma maquete que mostravam que eles pegaram uma tradição italiana que vem do Renascimento, que é a praça como local de encontro, de cada um se perceber como membro de uma comunidade, de criar aquele espírito cívico, e transpuseram isso para a escola. Então, a escola tem um espaço central coberto, com todos os ambientes dando para esse espaço, que tem visibilidade e é o local de encontro para vários momentos. Pode-se dizer que isso é o ideal, que aqui é difícil. Realmente. Mas existem etapas intermediárias até chegarmos perto de algo desse tipo. É importante começar a percorrer esse caminho, a quebrar essa forma tão empobrecedora que encontramos principalmente nas instituições voltadas à população de baixa renda, a que mais precisa, pois também não tem isso em casa. Há muita divergência entre o que a família e os educadores crêem que seja uma educação infantil de qualidade?A família tende a ser mais concreta e se ater aos aspectos que ela pode enxergar. Vimos isso na pesquisa da Fundação SM sobre a qualidade da educação infantil. Para as famílias, o critério mais importante para julgar se a creche ou pré-escola é boa é "cuidar bem da criança". Esse cuidar bem, para a família, significa que a criança não está largada, maltratada, descuidada. Há mães que chegam às 7h da manhã com um bebê de colo e só voltam às 18h para buscá-lo. Imagine a agonia que é isso numa instituição em que as pessoas não dão a mínima, não deixam a mãe entrar, só a atendem na porta ou num guichê... É uma faixa de idade muito vulnerável. É preciso deixar os pais irem à sala onde a criança vai ficar, deixá-los passar o dia na creche para ver como funciona, ter atitudes de acolhimento, mesmo que seja difícil, pois as famílias brasileiras são de baixa renda, baixa escolaridade. É preciso lidar com essa realidade, deve haver um diálogo para o qual nos qualificamos muito mal. Os professores têm uma enorme desconfiança em relação à família, muito preconceito, qualquer problema que a criança apresente na escola é entendido como culpa da família ('não cuida, 'não se importa', 'é desestruturada' etc.), e raramente olham para si próprios, para suas práticas. Um dos modelos mais usados para ampliar a oferta de creches é o de instituições conveniadas. É satisfatório? É preciso ter requisitos mínimos para os convênios?Esse é o ponto. Há convênios e convênios. Há aqueles baseados em motivos políticos, em que um vereador tem uma entidade e consegue um convênio com o prefeito. E existem aqueles em que não é qualquer um que firma um contrato, em que há supervisão, compromissos mútuos etc. Existem sistemas de convênios bem administrados, bem supervisionados, exigentes. Mas existe uma pressão muito grande em função da demanda não atendida. Aqui em São Paulo é dramático, há listas de espera com milhares de crianças que precisam de vaga e não têm. Essa pressão faz com que os administradores apelem para as soluções mais esdrúxulas, creches domiciliares e outras que atendem sabe-se lá onde. Até recentemente, não tínhamos nenhum recurso de financiamento educacional previsto, ficava-se com as sobras. O Fundeb tentou resolver isso, só que ainda é insuficiente, pois o valor é muito baixo para as necessidades da educação infantil. Mas já é uma melhora. O atendimento direto (do Estado) é melhor ou pior que o conveniado?De modo geral, é melhor, principalmente pelo fator pessoal. Porque, no direto, as pessoas precisam ter concurso, um determinado nível de formação para trabalhar, há uma fiscalização social maior. Mas esse não poderia ser um dos requisitos do convênio?Mas não é o que acontece. Por que o convênio é mais barato? Há menos burocracia, menos perdas de outra natureza, mas também pelo fator pessoal, que é o que mais pesa. As pessoas são contratadas e descontratadas mais facilmente, não se exige muita coisa delas. No convênio, as exigências às vezes são 'flexibilizadas' pela entidade contratada. Na pesquisa sobre qualidade, apesar de nossa mostra não ser representativa do ponto de vista estatístico (52 escolas de 4 estados), o perfil dos professores de entidades conveniadas apontava para pessoas de renda e escolaridade mais baixas, quando comparado ao perfil daqueles das redes públicas. E isso pesa. Há alguma experiência internacional em que pudéssemos nos mirar em relação à expansão de vagas para a educação infantil, que tenha ocorrido sem que houvesse queda na qualidade?Há o exemplo da França. Eles têm a chamada escola maternal, uma instituição francesa. Ela é totalmente integrada à rede de ensino, e funciona daquele jeito francês, todas muito parecidas, de muito boa qualidade, todas as professoras com formação superior. As crianças entram de manhã e saem no meio da tarde. São de um estilo mais tradicional, cada professor atende sua turma, tem horários, currículos, atividades que todas as crianças devem fazer. O que eles fizeram? Foram universalizando, indo gradativamente para as cidades menores. Eles tinham universalizado até os 4 anos já havia vários anos, aí universalizaram para os 3 anos, e recentemente começaram a aceitar crianças de 2 anos, o que é bastante polêmico. Fizeram isso com uma qualidade padronizada nacionalmente. Qual o motivo da polêmica?As crianças de 2 anos exigem uma atenção mais individualizada, talvez exijam que se diminua o número de crianças por turma. O sindicato dos professores começou a ficar preocupado se havia crianças com fraldas etc. Existem as creches lá também, mas não são vinculadas à área da educação, e sim à da saúde. Qual sua opinião acerca da integração no mesmo espaço escolar de crianças dos 0 aos 6 anos de idade?É boa, inclusive também é melhor para famílias que têm, por exemplo, um filho de 3 anos e outro de 5. A maioria das escolas particulares tradicionais tem outro sistema de divisão. Recebem crianças de 2 a 5 anos num prédio, e de 6 num outro prédio. Não há nada contra isso, pode ser uma ótima instituição. O que interfere mesmo nessa faixa é se a criança fica período integral ou meio período, porque aí muda completamente o que você tem de proporcionar. Mesmo uma criança de 4 anos, se ela fica o dia inteiro, significa que é preciso ter um outro arranjo, uma outra maneira de trabalhar, diferente daquela existente nas escolas que ficam apenas meio período com as crianças. Cognitivistas sustentam que muito do desenvolvimento cerebral ocorre até os 2, 3 anos de idade e muitos defendem que as crianças estejam expostas a um grande número de estímulos na educação infantil. O que pensa disso?Outro dia, numa reunião no Conselho Superior da Capes, em que há gente de todas as áreas - química, biologia, biofísica -, havia um professor que começou a falar sobre isso, numa linha de pensamento que vem sendo muito difundida. Porque não sei quantos por cento das sinapses se processam até tal idade etc. E pensei comigo: se for acreditar no que ele diz, vou ter de mudar de profissão. As concepções mais avançadas de educação hoje, européias, são de educação ao longo da vida, que significa ser educado desde o nascimento, sim, porém prosseguindo até que a pessoa morra. Quer dizer, o ser humano é altamente flexível e tem uma plasticidade enorme, tem possibilidades ainda não totalmente exploradas. E não é porque uma criança chegou à escola aos 6 anos que não pode aprender um monte de coisas e se tornar doutora em física. Há muitos exemplos disso. A ex-ministra Marina da Silva só foi aprender a ler com 18 anos. E o que aconteceu com as sinapses dela? Estavam muito bem, obrigado. Qual é o ponto, então?Essa faixa de idade tem uma enorme capacidade de aprendizagem, de incorporar uma série de elementos, que estão abertos para o mundo justamente porque precisam ganhar autonomia para sobreviver. É verdade também que é muito importante o que acontece com ela nos primeiros anos de vida. É preciso enfatizar isso, até mesmo para que se faça um lobby para melhorar o financiamento e a qualidade da educação infantil. Mas isso não pode ser tomado de uma maneira restritiva, do tipo "se não teve, agora não dá mais". Você já pensou como as escolas ficariam se seguissem isso? A professora da 1ª série diria àqueles que vieram de escolas ruins que não valeria a pena perder tempo com eles, pois sabe-se lá o que aconteceu com as sinapses dessas crianças... Corremos o risco de supervalorizar essa visão e de reduzir a educação infantil a uma questão de alta estimulação cerebral, enquanto outras dimensões educativas são negligenciadas...Isso é péssimo até para a própria aprendizagem cognitiva, pois há uma questão que o pessoal dessa corrente esquece: o ser humano, e mais ainda as crianças pequenas, são seres integrados. Conforme vamos ficando mais velhos, conseguimos especializar os campos de atuação, distinguir diferentes papéis que exercemos. A criança pequena tem essas experiências todas muito mais integradas. Por exemplo, a questão afetiva é absolutamente colada na questão da aprendizagem. Se ela não está bem afetivamente, não vai aprender. Se ela não está se sentindo bem com os colegas e com a professora, com um bom ambiente em casa, ela não estará pronta para se desenvolver em outros campos. Isso tudo acontece de forma integrada. A ênfase só no aspecto cognitivo é complicada.Como se quer que uma criança aprenda se, como acontece aqui em São Paulo nas redes estadual e municipal, há até cinco remoções de professores enquanto ela cursa a 1ª série do fundamental? Uma criança que pisa pela primeira vez na escola, vem de um meio social desfavorecido, e a sua primeira professora é trocada cinco vezes num ano. É óbvio que essa criança não vai aprender. A primeira professora da criança carrega uma grande carga afetiva para ela , é o seu modelo. Até as músicas dizem isso. E quanto mais isso acontecer, melhor, pois ela vai se alfabetizar melhor, vai ficar mais entusiasmada com as tarefas. Então, essa linha de pensamento é importante se integrada a um pensamento mais complexo e multidimensional. E é perigosa quando se torna unidimensional. Por que os economistas gostam dela? Porque estão sempre obcecados em encontrar aquele determinado fator em que você coloca o seu dinheiro e, passados determinados anos, você tem uma taxa x de retorno. Eles calculam essa taxa de retorno para o indivíduo, de forma econométrica. Se a pessoa fez pré-escola, foi bem na escola, sem repetir, conseguiu chegar ao nível superior e aí tem um salário x, quanto custou sua educação, incluindo o que a família deixou de ganhar pelo fato de ela ter estudado e não trabalhado, o que gastou de condução etc. Soma-se tudo isso, compara-se com o ganho da pessoa e extrai-se essa taxa de retorno. Então, estão interessados em saber onde vão colocar o dinheiro para dar aquela taxa de retorno. O fato é que, com esse raciocínio, eles querem encontrar aquele determinado fator no qual vale a pena gastar dinheiro. É óbvio que estou caricaturando, pois há pessoas inteligentes que fazem estudos importantes, mas existe essa tendência. Então eles ficam maravilhados quando aparece esse pessoal falando essas coisas. E não gostam dos educadores, porque costumamos dizer que as coisas são mais complexas do que isso. Mas têm razão numa crítica que fazem à área educacional: nós geralmente somos pouco objetivos, temos dificuldade de tomar decisões do tipo "vamos melhorar 100% das escolas ou só 10%". Os educadores têm dificuldade de ver as coisas de forma mais objetiva. Os economistas, ao contrário: têm dificuldade de ver as coisas na sua complexidade, querem transformar tudo em número. E não é tudo que dá para transformar em número. Qual o papel central da educação infantil? Depende. Se pensarmos na creche, ela tem objetivos não só educacionais, mas também sociais e de igualdade de gênero, para que a mulher possa participar totalmente da sociedade, não só do trabalho, mas de atividades políticas, cívicas, lazer, cultura etc. São papéis importantes que extrapolam o ponto de vista educacional. Sob o ponto de vista da educação, é muito importante e todas as pesquisas indicam que o fato de a criança ter tido ou não uma boa educação infantil faz uma grande diferença para a sua carreira educacional. Há pesquisas interessantes nos EUA e na Inglaterra que mostram consistentemente a importância do acesso à educação infantil de boa qualidade, ou razoável. São efeitos diretos na aprendizagem nas séries posteriores - em matemática, linguagens etc. - e também em outras coisas, como as habilidades sociais, de relacionar-se, de se colocar frente ao coletivo. Isso tudo é consensual. E o que não é consensual?O que ainda é objeto de polêmica é com relação à faixa dos pequenos. Aí há diferenças entre as pesquisas, que não permitem conclusões definitivas. Faz diferença o tipo de família de onde a criança provém. Para aquelas que vêm de famílias de baixa renda, com alguma situação de risco, com certeza é melhor ter um bom atendimento do que ficar em casa. Mas para as crianças em geral existem resultados divergentes, pois às vezes a criança pode ter um atendimento muito bom em casa ou na sua comunidade, que não é um atendimento formalizado de creche. No caso da pré-escola, os resultados são todos consistentes. É bom, faz diferença, mas faz mais diferença para as crianças mais pobres. E de diversas maneiras. Tanto na aprendizagem stricto sensu como nas habilidades importantes para a formação de qualquer cidadão. Mas se tivesse de resumir a importância da educação infantil, qual seria?Preparar a criança para um melhor aproveitamento na escola primária. E é ótimo que prepare, sob todos os aspectos, pois nossos indicadores de aproveitamento na escola primária são obscenos. Então, se preparar, ótimo. Mas não é só isso. A infância da criança está sendo vivida neste momento, e é bom que ela seja bem vivida. Se a criança passa 8 horas por dia numa instituição de educação infantil, praticamente está passando a infância ali. Então precisa brincar, desenvolver-se, socializar-se, criar habilidades motoras etc. O Brasil deu um passo importante na definição de sua legislação. Somos vistos com muita curiosidade pelos analistas de políticas educacionais internacionais, porque foi um país que fez isso de forma ousada. Pegou a faixa de 0 a 6 anos e colocou inteira na educação. Outros países, como a Suécia, estão fazendo isso só agora, e depois de um grande debate.

Programa de SP permite que aluno atue como professor

Nas escolas estaduais esta acontecendo algo parecido, os alunos prestam serviços por quatro horas em turno inverso ao do estudo, a experiência ocorre com alunos que estão no ensino médio e diferentemente do que ocorre com os alunos do município os do Estado recebem uma bolsa-auxílio. Entretanto, é necessário pensar que as salas de informática do Estado não oferecem condições de uma boa programação de aula e articulação de conteúdo, haja vista que as turmas tem em média 40 alunos e as salas tem entre 10 e 20 máquinas para serem usadas. É só fazer a conta e perceber que alguém ficará de fora.
Fonte: Agência Estado - 04/05/2009 - 09h05 Desde que aderiram ao Programa Aluno Monitor, oferecido na rede municipal de ensino de São Paulo, estudantes vivenciam uma transformação na forma de se relacionar com a tecnologia e com o aprendizado em sala de aula. Eles atuam como monitores nos laboratórios de informática das escolas municipais, dedicando-se fora do período regular de estudo para ajudar outros alunos. Atualmente, 227 escola e 11 mil estudantes já aderiram à iniciativa. A meta do programa é que, até 2012, todas as escolas municipais de ensino fundamental e médio tenham alunos monitores, afirma a coordenadora do programa, Lia Paraventi. Uma vez por semana, todos os monitores se reúnem com uma orientadora para discutir o andamento dos projetos, avaliar o desempenho dos estudantes e planejar as atividades da semana seguinte. Os alunos também interagem, por meio de blogs e comunidades virtuais, com monitores de outras escolas. O conteúdo produzido ao longo do ano, como vídeos, entrevistas, textos, apresentações de slides e programas de rádio, é publicado na web. Outra atribuição dos voluntários é prestar assistência aos alunos com necessidades especiais. Boas notas é um dos pré-requisitos para se candidatar a uma vaga no programa. Os participantes afirmam, no entanto, que o trabalho os ajudou a melhorar ainda mais seu desempenho escolar. Não é oferecido qualquer tipo de pagamento ou bolsa auxílio para os participantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Faculdade pode ter cota para deficiente

Fonte: Folha de S. Paulo – 30/04/2009
BRASÍLIA -- A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou ontem projeto que destina 10% das vagas nos estabelecimentos públicos de ensino médio e superior para pessoas com deficiência. O texto tem caráter conclusivo e, se ninguém recorrer, segue para o Senado, sem passar pela aprovação do plenário. Se aprovado pelos senadores, o projeto irá à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), no entanto, protestou. Ele cogita apresentar recurso contra o projeto. "O sistema de cota vai recair contra os próprios beneficiários, que serão discriminados no futuro", afirmou Bolsonaro.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Módulo Avaliação / Fracasso Escolar / EF 9 anos

CARVALHO, Marília Pinto de. O Fracasso escolar de meninos e meninas: articulações entre gênero e cor/ raça. In: PISCITELLI, Adriana; MELO, Hildete Pereira de; MALUF, Sonia W.; PUGA, Vera Lúcia (Org.). Olhares feministas. Brasília: Ministério da Educação: UNESCO, 2009.
- Acesso a escola: baixo e pior para mulheres. - Os dados se invertem. - Acima de 45 mais mulheres. 15 a 19 mais homens. - Democratização do ensino: acesso X qualidade X permanência. - Pressão para retenção ao final do ciclo. - Avaliação do sistema. - Avaliação escolar e falta do registro Fracasso escolar: desigualdades sociais de raça, classe e gênero; Foco: processo que leva mais meninos, mais negros aos conceitos negativos. Pesquisa: 4a série – 2000/2001 Questionário caracterização 210 alunos (num total de 241) 1º Momento: 2 olhares (professora: hetero-atribuição) e dos (alunos: auto-atribuição) 1 questão aberta: “Qual sua cor ou raça?” 1 questão fechada: “Como você se classifica: branco, pardo, preto, oriental, indígena?” - Conceito de raça - O peso do racismo na produção do fracasso escolar. - Raça social. - Classificação racial . aparência e na ascendência ou origem. - Cor: IBGE - Grupos Negros e Não Negros 2 salas de 4ª séries: 60 alunos e 2 professoras. - Objetivo: não encontrar a verdadeira cor. Localizar e qualificar essas diferenças e tentar aprender os significados escolares e de gênero que se articulavam à categorização racial.
Contexto Escolar - Espaço escolar. - Questão dos conceitos. - Retenção ao final do ciclo? - Questionamentos dos professores. - Falta de critérios comuns. - O que se espera ao final do ciclo. - Usam multiplicidade de instrumento. - Compromisso do aluno. - Rendimento - Acadêmico. - Comportamento frente às regras. - Razões das dificuldades. - PP isolado. - Trabalho coletivo. - Continuidade das ações. - Apoio da família. - Situação sócio-econômico esta ligada a dificuldade muito mais do que a cor. - Questão racial 1ª a 4ª série é muito pontual. - Questões de classe, raça e gênero. - Não discute organizadamente.
Constrangimento e subjetividade
- Dificuldade com as categorias pardo e preto. - Orientar é mais fácil. - Diferença cultural em razão da região. - Tom pejorativo e constrangedor “Pardo” ainda mais para as meninas. - Tendência ao branqueamento.
Crianças com dificuldades escolares - problemas disciplinares. - problemas aprendizagem. - Desempenho escolar. - referência na determinação do pertencimento racial. - Necessidade de reflexão sobre as relações sociais de classe, gênero e raça informam nossas concepções de bom aluno, aprendizagem, avaliação, disciplina e infância.
As crianças negras Para as professoras a coincidências entre raça negra e problemas escolares é muito mais intensa. Alunos Problema. - Mais pobres - Mais masculino. - Mais negro Racismo: a criança desenvolve uma relação difícil. Meninas sem comportamento indisciplinado são menos percebidas como negras. Escola que alimenta, potencializa o fracasso.
As crianças orientais Não houve duvida quanto à classificação. Embaralhamento conceitual. Bom desempenho escolar.
O que as crianças escreveram
Desconforto com a terminologia. - Mestiço, moreno... moreno-escuro, moreno claro... - “Sou negra de família negra” -“A minha raça é de origem negra” - Cor Branca: com orgulho “loura” - Indisciplinado: “branco = pardo = preto” “é tudo igual mesmo”
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino fundamental de 9 anos: orientações para a inclusão da criança de 6 anos de idade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.
Introdução - Tratamento político, administrativo e pedagógico. - Aumento do tempo: eficácia desse tempo. - Criança sujeito da aprendizagem. - Formação necessária dos professores. - Currículo para as classes. - Possibilidade de qualificação (ensino, aprendizagem, alfabetização e letramento). - Reorganização - Propostas Pedagógicas. - Projetos Pedagógicos. - Brincar deve estar presente. - Menos fragmentação dos saberes e cotidiano escolar. - Rever concepções e práticas de educação. - Avaliação na singularidade.
A infância e sua singularidade (Sônia Kramer). - Criança na condição sujeito. - Crianças brincam. - Criança adquire experiência cultural. - Criança subverte a ordem e estabelece uma relação critica com a tradição. - Criança pertencimento classe social. - Relação criança e adulto: identidade, diversidade e autoridade em risco. - Educação infantil e Ensino Fundamental: diálogo e interação.
A infância na Escola e na vida: uma relação fundamental (Ameline Monteiro do Nascimento) - Conceito de infância é distinta em função de determinantes sociais, culturais, políticos e econômicos. - Dimensão: afetiva, cognitiva e social. - Espaços de brincar da infância dentro da escola. - Escola: espaço escolar que permite vivenciar a infância em sua plenitude.
O Brincar como um modo de ser e estar no Mundo (Ângela Meyer Borba) - Relação do brincar com o desenvolvimento. - Brincar é fonte de desenvolvimento e aprendizagem. - Imaginação, fantasia e realidade interagem garantindo novas possibilidades. - A brincadeira ZDP. - Brincar transforma significados para o mundo. - Organizar rotinas: iniciativa, autonomia e interação.
As diversas expressões e o desenvolvimento da criança na escola. (Ângela Meyer Borba – Cecília Goulart) - DANÇA, TEATRO, MÚSICA, LITERATURA, ARTES PLÁSTICAS, ARTES VISUAIS. - Garantir o aceso aos materiais culturais. - Cultura permite ver e ler o mundo de forma diferente.
As crianças de seis anos e as áreas do conhecimento (Patrícia Correia) - Olhar sensível as produções. - Momento de admiração/conhecimento. - Professor: Mediação. DCNEF Diretrizes definem os seguintes princípios: a) Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade,da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum; b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres da Cidadania, do Exercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; c) Princípios Estéticos da Sensibilidade, Criatividade e Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais”. - Atividades variadas. - Praticas significativas/contextualizada. - Criança como sujeito ativo – interação. - A linguagem: papel central no cotidiano escolar. Possibilidades de organização: - Plano de Ação. - Planos de representação. - Corporal - Gráfico/plástica. - oral. - registros - Projetos pedagógicos: articulado com o P.P.P.
Letramento e Alfabetização: Pensando a prática pedagógica. (Telma Ferraz Leal/Eliana Borges Correia de Albuquerque/Artur Gomes de Morais) - Linguagem papel central nas relações sociais. - Escola amplia capacidade de compreensão. - Alfabetização e letramento. - Textos ordem: narrar, relatar, descrever, expor, organizar e argumentar. - Rotina em sala de aula. - Lúdico: brincar com a língua (música, cantigas...)
A organização do trabalho pedagógico: Alfabetização e letramento como eixos orientadores. (Cecília Goulart) - Educar para quê? Como? - Ouvir os alunos. -Conteúdos significativos. - Não pode haver ruptura e sim continuidade. - Professor deve estar envolvido com a organização do trabalho pedagógico. - Todo professor é um professor de linguagem. - Conhecimento do mundo. -“A escola precisa ser séria, mas não sisuda”.
Avaliação e aprendizagem na escola: a prática pedagógica como eixo da reflexão (Telma Ferraz Leal/Eliana Borges Correia de Albuquerque/Artur Gomes de Morais) - Repensar o tempo pedagógico. - Prática intertextualizada. - Para que a prática não seja excludente: - Avaliar com diferentes finalidades. - Avaliar se o aluno está ou não engajado no processo educativo. - Coerência entre as metas que planejamos, o que ensinamos e o que avaliamos. - Avaliação processo contínuo de observação. - Instrumentos têm a função de diagnostico. - Família precisa conhecer as expectativas.
Modalidades organizativas do trabalho pedagógico: uma possibilidade. (Alfredina Nery) - Processos de organização do trabalho pedagógico. - Planejamento: - Coletivo. - Organização das crianças. - Participação dos pais e comunidade. - Condições reais: diagnóstico. - Modalidades do trabalho pedagógico. 1) Atividade permanente. 2) Seqüência didática. - determinado período estruturado. 3) Projeto. - Vira um produto final. 4) Atividade de sistematização. - Ações de fixação dos conteúdos.
FREITAS, Luiz Carlos de. Ciclos, seriação e avaliação: confronto de lógicas. São Paulo: Moderna, 2003.
A lógica da escola. - Ciclos e a progressão continuada. - Instituição escolar. Função da escola. - Não pode ser visto de forma ingênua, como se tudo pudesse. - Relação Neoliberal X Socialistas. - Ciclos / P.C. = as garantias da aprendizagem. Tempos. - Processo histórico → prática tradicional. Processos de avaliação (relação pervertida com o saber) Lógica excludente e seletiva. - Escola eficaz: autonomia e auto-organização.
Lógica da avaliação. Três componentes - Aspecto instrucional. - Avaliação do comportamento do aluno. - Valores e atitudes Planos - Formal. - Informal. Excluído potencial = retenção pedagógica.
Lógica dos ciclos - Autonomia. - Auto-organização. - Coletivo escolar: identidade, voz e voto. - Abrir-se para a vida real. - Novas relações sociais. - Ajudar a conformar uma nova sociedade.
Lógica das políticas públicas - A escola deve ter autonomia para optar pela decisão do ciclo. - Experiências bem sucedidas. - Denuncia da qualidade de ensino. - Ensino de disciplinas e não para formação. Vale-se dos instrumentos de avaliação. - Ciclo: formação integral da criança. - Contradição entre formar e o instruir. Solução: Escola de tempo integral.
KLEIN, Ruben; FONTANIVE, Nilma Santos. Avaliação em larga escala: uma proposta inovadora. Em Aberto, Brasilia, v. 15, nº 66, p. 29 a 34, abr/jun.1995.
Introdução - Avaliação Educacional. Fornecer Diagnóstico. Contínuo Monitoramento. Movimentação, fluxo escolar e aprendizagem. - Acesso E.F. universalizado. - Conclusão E.F.: 45% (1990) - Problema Repetência e não evasão. - Dados de fluxo e movimentação não fornecem dados de qualidade.
Avaliação em larga escala: objetivos e metodologia - Informar o que sabem e são capazes de fazer. - Não tem objetivo informar sobre aluno ou cada escola. - São muitos itens = participação voluntária. - Amostragem representativa dos alunos - Amostragem matricial dos itens. - Os alunos respondem a vários cadernos = não são comparáveis. - Os resultados para os itens comuns podem ser comparados. - Quando respondem apenas parte dificulta a interpretação. - TRI (Teoria da Resposta do Item). Escala comum, estima distribuição de proficiência. - Maior a proficiência, maior a probabilidade do acerto. - Questões podem ser múltipla escolha ou polítomo. - TRI permite comparar alunos. - Metodologia do valor plausível. Estimar a distribuição de proficiência dos grupos de estudo. - Comparar a média e desvios. - Item âncora.
Uma experiência de avaliação em larga escala no município do Rio de Janeiro. - Público: 8ª (EF) 3º (EM) - Áreas: Matemática e Língua Portuguesa. - Teste foi aplicado matriz de especificação e de habilidades. - TRI mede uma habilidade de cada vez. - Testes são feitos em função da ênfase dos conteúdos e o equilíbrio entre as habilidades e a maturidade intelectual - Avaliação Refletir o que é ensinado nas escolas. Indicar caminhos de renovação. Não se restringir ao “currículo mínimo”. - Propostas de leitura. Leitura como experiência literária. Leitura para se obter informações Leitura para execução de tarefas. Estrutura: 1 200 itens (300 por série e disciplina). Testados 1 038 sendo 547 múltipla escolha e 491 questões abertas. 19 blocos (por série e disciplina) cada um ente 13 a 15 itens. 57 cadernos de testes = contando 3 blocos cada um. Questionamento para alunos: Sócio cultural e hábitos de estudo. Questionamento professor e diretor 132 escolas com 232 turmas sorteados 9250 alunos, 6854 presentes às sessões de testes A prova foi aplicada em 09/95 e os resultados em 06/96, apresentado os resultados para os pais e a sociedade em geral.
OLIVEIRA, Romualdo. Avaliações externas podem auxiliar o trabalho pedagógico da escola? In: EDUCAÇÃO: fazer e aprender na cidade de São Paulo. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2008.
- Reflexão: organização, planejamento e avaliação da unidade escolar.
Avaliação e medida - Brasil – medidas de proficiência - Processo mais amplo: medidas e proposições a partir dela. - Reflexão dos dados: sem ação não existe processo de avaliação. - Refletir sobre as possibilidades. - Uso do instrumento. - Esclarecimentos das medidas realizadas. - Escola = apropriar resultados = utilizá-los em sua prática cotidiana. - TRI – são incompreensíveis. - Não compreende, não utiliza. - Material deve-se tornar compreendido, maior a utilização. - Com dados da escola a ação é mais precisa.
Um bom uso das testagens - Informações referentes aos níveis de proficiência pela escola em cada disciplina. - SME: SAEB e Prova São Paulo. - Observar quais tópicos apresentou resultados insatisfatórios. - Ao localizar questionar: . Os conteúdos foram trabalhados? . Se foram trabalhados!!! . Professor pode ter dificuldade no tema. . Temática trabalhada na formação em serviço. . Os alunos têm dificuldade? . Recuperação paralela. . Não podem ser condenados ao fracasso. - A escola deve buscar que todos seus alunos aprendam. - Demanda de materiais – órgãos centrais do sistema - Todos são responsáveis.
Projeto Pedagógico - Ação avaliativa = validade consequencial. - PP = modelo ideal; precisa atender o real. - Ações coletivas e colaborativas. - Participação. - O que se deve fazer? O que se faz! Reflexão é mais uma ferramenta.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 2003.
POR QUE UMA ESCOLA DE QUALIDADE. Essa questão pode ser analisada a partir de três pontos: O sistema de avaliação tradicional classificatório, assegura um ensino de qualidade? A manutenção das provas e notas é garantia do efetivo acompanhamento dos alunos no seu processo de aprendizagem? O sucesso de um aluno na escola tradicional representa o seu desenvolvimento máximo possível?
AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA E ENSINO DE QUALIDADE? A problemática do acesso escolar pode ser vista de duas maneiras: Acesso como ingresso, por oferta de vagas no ensino público; Acesso a outras séries e graus de ensino, por permanência do aluno na escola, através de um processo de aprendizagem contínuo e que lhe possibilite, de fato, o acesso a outros níveis de saber. Uma melhoria da qualidade do ensino deve absorver os dois níveis de preocupação: Escola para todas as crianças e uma escola que compreenda essas crianças a ponto de auxilia-las a usufruir seu direito ao ensino fundamental, no sentido de sua promoção como cidadãos participantes nessa sociedade; Uma escola que perceba a educação como Direito da Criança e uma compromisso da escola em torna-la consciente desse direito e capaz de reivindicar uma escola de qualidade.
PROVAS E NOTAS: REDE DE SEGURANÇA DOS PROFESSORES? Os educadores em geral, discutem muito “como fazer a avaliação” e sugerem metodologias diversas, antes, entretanto, de compreender verdadeiramente” o sentido da avaliação na escola”. Toda a sociedade vem se manifestando no mesmo sentido, ou seja, reagindo quando se fala em abolir o sistema tradicional de realização de provas obrigatórias e atribuição de notas e conceitos periodicamente, basicamente como uma “Rede de Segurança” que se constituiu sem se refletir por quê.
SUCESSO NA ESCOLA E DESENVOLVIMENTO DO EDUCANDO Em que medida a escola parece, hoje, alcançar um ensino de qualidade na sentido de desenvolver as possibilidades dos educandos? O sucesso alcançados por alguns “notas altas, primeiros lugares”, representa de fato, sua formação no sentido de um indivíduo capaz de descobrir alternativas para enfrentar o mundo atual, descobrir-lhes os enigmas e enfrenta-los corajosamente? Um grupo de professores municipais, de Nova Petrópolis /RS, estabeleceu o seguinte paralelo: Numa perspectiva construtivista da avaliação, a questão da qualidade de ensino deve ser analisada em termos dos objetivos efetivamente perseguidos no sentido do desenvolvimento máximo possível dos alunos, à aprendizagem, no seu sentido amplo, alcançada pela criança a partir das oportunidades que o meio lhe oferece. Qualidade de ensino X Qualidade em uma perspectiva mediadora de avaliação De acordo com a autora, muitos deixaram de fazer perguntas essenciais à escola: Os alunos desenvolvem-se moral e intelectualmente? Estão ativos, curiosos, felizes nestes ambientes? Quais os avanços, as suas conquistas? Que oportunidades de refletir sobre a vida a escolha lhe oferece? Que projetos de vida eles enunciam? O significado em primeiro e essencial da ação avaliativa mediadora é o prestar muita atenção nas crianças, nos jovens, insistindo em conhecê-las melhor em entender suas falas, seus argumentos, teimando em conversar com eles em todos os momentos, na busca de alternativas para uma ação educativa voltada para autonomia moral e intelectual.
AS CHARADAS DA AVALIAÇÃO * Porque o aluno não aprende? Não aprende pq não tem oportunidade de revelar o que pensa, discutir suas idéias, elucidar suas dúvidas! * Os responsáveis pelo fracasso: Professor, Aluno ou Sociedade? Encaminhamento aos pais sempre em função de comportamento e disciplina; Uma visão behaviorista que sugere que o aluno não aprende porque não faz as tarefas previstas, não presta atenção às explicações do professor, não corresponde ao ideal ao “ bom aluno “.
O COMPROMISSO DO PROFESSOR DIANTE DAS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS Nessa visão, não há como fugir da necessidade de revisão dos objetivos educacionais coerentes aos alunos em seus diferentes estágios evolutivos de pensamento
UMA VISÃO CONSTRUTIVISTA DO ERRO
AVALIAÇÃO MEDIADORA: UMA POSTURA DE VIDA
A AÇÃO AVALIATIVA MEDIADORA se desenvolve em beneficio ao educando e dá-se fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem é educado.
HADJI, C. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Da utopia à realidade: seria finalmente possível passar à ação? Avaliação como prática pedagógica a serviço da aprendizagem Aprendizagem assistida por avaliação. A “avaliação formativa” poderá, de algum modo, mudar de estatuto e, de utopia, tornar-se realidade?
Primeira parte - Compreender 1 - Compreender que a avaliação formativa não passa de uma “utopia promissora” A avaliação formativa é o horizonte lógico de uma prática avaliativa em terreno escolar.
1.1 - Avaliações implícita, espontânea e instituída * Avaliação implícita: se revela por meio de seus efeitos. * Avaliação espontânea: formula-se, mas sem nenhuma instrumentação específica. * Avaliação instituída: operacionalização de uma instrumentação específica.
1.2 - Avaliação de referência normativa e criteriada - Fala-se de avaliação normativa para designar uma avaliação que impusesse, de fato, normas (de comportamento). É dita normativa uma avaliação cuja ambição é situar os indivíduos uns em relação aos outros. - Avaliação criteriada: designa-se por essa expressão uma avaliação que aprecia um comportamento, situando-o em relação a um alvo (o critério, que corresponde ao objetivo a ser atingido). - Toda avaliação normativa é em parte criteriada e vice-versa, ambas podem ser formativas, dependerá da posição da ação formativa.
1.3 - Avaliações prognóstica, formativa e cumulativa * Avaliação formativa três grande casos (critérios exterior) são possíveis: * Avaliação prognóstica: precede a ação de formação. Tem a função de permitir um ajuste recíproco aprendiz/programa de estudos. * Avaliação cumulativa: ocorre depois da ação. Sempre terminal, é mais global e refere-se a tarefas socialmente significativas. Avaliação formativa: regulação do ensino, centro da ação de formação. * E toda avaliação tem – ou deveria ter – uma dimensão prognóstica.
1.4 - A avaliação formativa como utopia promissora
Três características da avaliação formativa: * A avaliação torna-se formativa na medida em que se inscreve em um projeto educativo específico, o de favorecer o desenvolvimento daquele que aprende, deixando de lado qualquer outra preocupação * O professor, que será informado dos efeitos reais de seu trabalho pedagógico, poderá regular sua ação a partir disso e o aluno, que não somente saberá onde anda, mas poderá tomar consciência das dificuldades que encontra e tornar-se-á capaz, na melhor das hipóteses, de reconhecer e corrigir ele próprio seus erros. * “corrigir sua ação, modificando, se necessário, seu dispositivo pedagógico, com o objetivo de obter melhores efeitos por meio de uma maior “variabilidade didática”. A idéia de avaliação formativa corresponde ao modelo ideal de uma avaliação: - colocando-se deliberadamente a serviço do fim que lhe dá sentido: tornar-se um elemento, um momento determinante da ação educativa; - propondo-se tanto a contribuir para uma evolução do aluno quanto a dizer o que, atualmente, ele é; - inscrevendo-se na continuidade da ação pedagógica, ao invés de ser simplesmente uma operação externa de controle, cujo agente poderia ser totalmente estrangeiro à atividade pedagógica.
1.5 - Os obstáculos à emergência de uma avaliação formativa * O uso da atividade avaliativa, exigência da nota, certificação. * Pobreza dos saberes necessários, não é culpa dos professores, mas sim dos pesquisadores. * O terceiro obstáculo, é... a preguiça, ou o medo, dos professores, que não ousam imaginar remediações. - A avaliação formativa não é nem um modelo científico, nem um modelo de ação diretamente operatório.
2 - Compreender que avaliar não é medir, mas confrontar em um processo de negociação 2.1 - Avaliação não é uma medida. O que concluir disso, senão que: a) se é realmente uma operação de medida, o instrumento de medida carece totalmente de confiabilidade. Será então muito difícil, até mesmo impossível, reverter a situação; b) trata-se provavelmente de algo bem diferente que de uma operação de medida. 2.1.1 - A impossível reforma do instrumento-avaliador A subjetividade do corretor é a primeira resposta. É por essa razão que todos os procedimentos de redução de divergências das notas revelam-se pouco eficazes em alcançar seu objetivo. A progressão para a objetividade depende, primeiramente, de uma especificação do objeto da avaliação, de maneira a relacionar coerentemente o objeto avaliado e o exercício de avaliação. 2.1.2 - A avaliação é um ato que se inscreve em um processo geral de comunicação/negociação O avaliador não é um instrumento de medida, mas o ator de uma comunicação social. 2.1.3 - Para o aluno, o desempenho depende do contexto O desempenho é, portanto, tanto função das circunstâncias quanto do próprio aluno (de seu valor escolar). 2.1.4 - A percepção que o examinador tem do desempenho é igualmente dependente do contexto social A ordem das correções revela-se importante: os primeiros trabalhos corrigidos são superavaliados. 2.1.5 - A avaliação escolar traduz arranjos em uma dinâmica de negociação Esses arranjos são o resultado de uma negociação, implícita ou explícita, entre um professor que quer manter sua turma, e alunos que querem alcançar seu objetivo, que é o de passar para o ano seguinte. O avaliador não é um instrumento de medida, mas um ator em um processo de comunicação social. 2.2 - A avaliação é um ato de confronto entre uma situação real e expectativas referentes a essa situação A avaliação não é uma operação científica. 2.2.1 - A avaliação é uma operação de leitura da realidade orientada por uma grade que expressa um sistema de expectativas julgadas legítimas, que constitui o referente da avaliação Avaliar não consiste pois, simplesmente, em medir esse desempenho, mas em dizer em que medida ele é adequado, ou não, ao desempenho que se podia esperar desse aluno. Devemos considerar várias coisas: a) Critérios b) A leitura em função dos critérios c) O ato de avaliar implica em legitimidade. Dar resultado ao aluno, mostrando como saíram e o que era esperado. d) Sistema plural de expectativa.
3 - Compreender que é possível responder a três questões pertinentes 1. Deve-se abandonar toda pretensão à objetividade quantitativa? 2. Deve-se recusar-se a julgar? 3. Deve-se... continuar a avaliar? A “avaliação com intenção formativa” será caracterizada por sua preocupação constante (em situação de formação) de pôr esse ato a serviço do aluno que aprende, isto é, de integrá-lo em uma prática pedagógica no sei da qual, todavia, ele não se anule.
Segunda parte - Agir
Algumas pistas para ação: 1) Do ponto de vista dos objetivos da prática avaliativa, compreendemos: - que se devia privilegiar a auto-regulação; - desvinculando, na medida do possível, o escolar do social; - pela designação e pela explicitação do que se espera construir e desenvolver através do ensino; - de maneira que o aluno perceba o “alvo” visado; - aproprie-se tanto dos critérios de realização quanto dos critérios de êxito... e esteja em condições de julgar sua situação com conhecimento de causas; - tornando-se o professor capaz de fundamentar as remediações feitas sobre os diagnósticos elaborados; - e de diversificar sua prática pedagógica, por meio de um aumento de sua “variabilidade didática”. 2) Do ponto de vista das modalidades da prática avaliativa, compreendemos: - que o professor não devia autolimitar sua criatividade e sua imaginação; - que devia ter a preocupação de falar “correta” e pertinentemente; - privilegiando avaliações em segunda, até mesmo em primeira pessoa. 3) Do ponto de vista das condições técnicas da avaliação, compreendemos: - que se tratava de relacionar de maneira coerente o exercício de avaliação ao objeto avaliado; - de explicitar os exercícios; - de especificar o sistema de expectativas e os critérios; - de não se afogar em um mar de observáveis; - ampliando, entretanto, o campo das observações a fim de tornar a avaliação mais informativa. 4) Do ponto de vista da deontologia do trabalho do avaliador, compreendemos que este tinha o dever: - jamais se pronunciar levianamente (dever de prudência); - de construir um “contrato social”, fixando as regras do jogo (dever de clareza); - de despender tempo para refletir e identificar o que julgava poder esperar dos alunos (dever de reflexão prévia); - de desconfiar, a esse respeito, do que parece ser evidente (dever de distanciamento, ou de desconfiança); - de enunciar os valores em nome dos quais se tomava decisões (dever de transparência); - de não se deixar levar por uma embriaguez judiciária (dever de reserva ou de retenção). * A avaliação se tornará formativa se integrar tudo isso. Algumas pistas concretas 1- Agir desencadeando de maneira adequada 1.1- A questão do dispositivo Efetuar de modo pertinente esse trabalho de construção de exercícios. 1.1.1 - Determinar as questões que devem ser respondidas por meio da avaliação A avaliação só é formativa se for informativa. E só é informativa se responder a perguntas! 1.1.2 - Determinar as decisões que podem ser tomadas após a avaliação 1.1.3 - Estabelecer os espaços de observação Precisar bem o espaço, definindo a natureza, a dimensão, o aspecto e/ou comportamento a observar. 1.1.4 - Escolher, enfim, os instrumentos de coleta de dados 1.2 - A tarefa, como desencadeador privilegiado O exercício tem sempre um caráter um pouco artificial. 4 dimensões fundamentais: a) O alvo O alvo ou objetivo da tarefa corresponde ao produto almejado. b) Os critérios de realização c) Os critérios de êxito Os limiares poderão ser determinados considerando a pertinência do resultado, sua completude, sua exatidão; sua originalidade. d) As condições de realização Concluindo provisoriamente O que é, finalmente, avaliar? Não é nem medir um objeto, nem observar uma situação, nem pronunciar incisivamente julgamentos de valor. A avaliação é uma operação de leitura orientada da realidade. Pode a avaliação ser objetiva? Não à maneira de uma medida, em função do que precede. Todavia: a) Nada impede que se tente delimitar melhor o objeto da avaliação fazendo o esforço de designá-lo, o que equivale a construí-lo, no eixo de uma “linha de coerência”objetivo (pedagógico) / objeto (a avaliar) / observáveis (a determinar). b) Nada impede que se tente neutralizar, ao menos em parte, os vieses sociais, progredindo para uma maior transparência pela determinação de um “contrato social” que determine e fixe as regras do jogo. Porém, talvez mais do que objetividade, deve-se buscar a pertinência e a justiça. A avaliação é importante? Certamente o é em seus efeitos: construção do destino escolar do aluno; inscrição em uma espiral de êxito... ou de fracasso! Chave da negociação didática, momento forte no processo de regulação, A avaliação poderá (enfim) tornar-se formativa? Para que a avaliação se torne formativa, será necessário que os professores dêem provas, antes de tudo, de coragem. A coragem necessária para ousar falar, e “julga”. A avaliação formativa é um combate diário.