quinta-feira, 2 de abril de 2009

NOTAS BAIXAS NO PROVÃO LEVAM MÃES A SER A FAVOR DA REPROVAÇÃO DOS FILHOS

INFELIZMENTE ISSO NÃO É UMA REALIDADE APENAS DO RIO DE JANEIRO, ISTO ACONTECE EM TODOS OS LUGARES DA NAÇÃO, CONFUNDEM-SE PROGRESSÃO CONTINUADA COM APROVAÇÃO AUTOMÁTICA, ISSO MOSTRA QUE AS POLÍTICAS PÚBLICAS SEMPRE SÃO IMPOSTAS E COMO SEMPRE SOBRA PARA OS PROFESSORES, NA VERDADE SOBRA PARA A SOCIEDADE. O QUE VOCÊS PROFESSORES, PAIS, ALUNOS PENSAM SOBRE ISSO? Publicada em 01/04/2009 às 22:49 Notas baixas no Provão levam mães a ser a favor da reprovação dos filhos Bruno Rohde, Isabella Guerreiro e Letícia Vieira - Extra RIO - "Por mim, meu filho voltaria do 3º ano para a alfabetização". O desabafo da dona de casa Lílian Biata Neris, de 33 anos, representa a opinião de muitos pais de alunos do 3º ao 9º anos do ensino fundamental sobre o resultado das provas de avaliação aplicadas pela Prefeitura do Rio. Os testes indicaram que 286 mil estudantes terão aulas reforço de português e matemática - 62% dos alunos que fizeram a avaliação. Para os responsáveis, as crianças precisam, sim, de reforço, e algumas até teriam que ser reprovadas. - Meu filho não sabe matemática nem português. Não escreve direito. Não sei mais o que fazer. Ele não se interessa pelos estudos. Já até o levei ao psicólogo - diz Lílian, sobre Geovane Neris de Sá, de 8 anos, aluno do 3º ano da Escola Municipal Professor Coqueiro, em Santa Cruz. Pai de uma estudante matriculada na Escola Municipal Monte Castelo, em Coelho Neto, José Roberto Lima, de 44 anos, está satisfeito com a proposta de reforço escolar. Ele ainda não sabe se a filha precisará do acompanhamento e culpa a aprovação automática pela situação precária do ensino. - A criança que não gostava de estudar não se preocupava, porque sabia que passaria no fim do ano. Os alunos não eram estimulados a estudar, mas a serem burros. Cesar Maia critica Provão O ex-prefeito Cesar Maia não quis comentar os resultados da prova aplicada pela atual gestão. Por email, Maia ressaltou a importância dos ciclos (que ficaram conhecidos como aprovação automática) e disse que 80% dos alunos de qualquer escola precisariam de reforço. "Nem quero analisar o erro de aplicar provas iguais em locais distintos com testes importados de São Paulo. Um aluno com nota 5 precisaria de apoio é igual a de 6 ou 7?", questiona. Curso contra traumas Para melhorar os índices de analfabetismo e de necessidade de reforço escolar, a Secretaria municipal de Educação vai adotar uma nova metodologia de ensino nas 150 Escolas do Amanhã, que estão localizadas em áreas de risco. O método Uerê-Mello será passado aos 150 orientadores pedagógicos que vão aprender novas formas de lidar com os traumas causados pela violência. - O Uerê-Mello trabalha com um novo tipo de abordagem desses alunos com bloqueios cognitivos. Em maio, 150 orientadores pedagógicos das Escolas do Amanhã vão participar do curso. Os demais professores deverão receber capacitação a distância pelo Senac. No futuro, poderemos levar esse projeto para as outras escolas - afirmou. A responsável pelo método é a artista plástica Yvonne Bezerra de Mello, que atende crianças que vivem sob risco social no Complexo da Maré: - O professor aprenderá a identificar os problemas de aprendizagem. Em vez de dar conteúdo em 40 minutos, são trabalhados 10 minutos de exercícios orais e outros 10, no livro. Quando você tem um trauma, perde a memória e precisa trabalhá-la. Falta de inspetores Na 1ª CRE, região com o segundo maior índice de analfabetos funcionais - 15,90% -, as brigas entre alunos são motivo de reclamação de mães da Escola Municipal Celestino da Silva, na Lapa. - Os funcionários fazem o que podem, mas faltam inspetores no colégio - disse a dona de casa Andrea Araújo, de 37 anos. 'Ele come as letras e escreve errado' Apesar de estar no 5º ano, Matheus Luiz Andrade dos Santos, de 10 anos, lê e escreve com dificuldades, além de se atrapalhar com contas e tabuada. O menino é um dos alunos que precisarão de aulas de reforço de português e matemática. Estudante da Escola Municipal Professor Coqueiro, em Santa Cruz, Matheus é um retrato do resultado das provas de avaliação aplicadas pela Prefeitura na 10ª CRE (Santa Cruz, Paciência, Guaratiba e bairros vizinhos), que teve 17,13% dos alunos considerados analfabetos funcionais. - Ele come as letras e escreve errado. Tento ajudá-lo em casa, mas acredito que ele possa ser reprovado este ano. Eu o reprovaria - afirmou Ana Paula de Andrade, de 37 anos, mãe de Matheus. Ela não é a única mãe a considerar que seu filho precisa de reforço e está sem condições de avançar de série. Para quem vê como é o desempenho dos filhos em casa, as crianças, em geral, sofrem as consequências do sistema de aprovação automática. - A criança vai passando de ano sem saber. Por isso, ela não se interessa em aprender e em estudar - critica a dona de casa Benise Silva de Melo, de 56 anos. Para um professor de uma escola da Zona Oeste, o problema maior dos alunos é a interpretação de textos: - Apesar de estudarem textos em sala, eles têm dificuldade em interpretar. Em Santa Cruz, há muita pobreza, e uma criança que não se alimenta direito não consegue aprender bem.

Um comentário:

  1. Essa aprovação automática não tem o mínimo nexo. Os politico fazem isso para gerar maior porcentagem de alfabetizados, mas a unica coisa que conseguem gerar são "alfabetizados analfabetos". Passam de ano sem estudar, sem ligar pra nada por que sabem que não irão repetir. existem alunos até mesmo de ensino médio, que se embaralham com contas de simples tabuada.

    Gostei muito do seu blog, mostrei para minha mãe e ela achou muito interessante. parece que vc ja conseguiu dois fiéis visitantes.

    ass: Lucas Stanquevisch

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