segunda-feira, 20 de abril de 2009

No RJ, Cabral vai criar bolsa-transporte para alunos do ensino técnico.

Fonte: 20/04/2009 - 12h52 - Da Agência JB Online O governador Sérgio Cabral vai abrir os cofres para incentivar a formação de mão-de-obra qualificada no estado. A partir do segundo semestre, alunos dos CVTs (Centros Vocacionais Tecnológicos), vinculados à Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), vão receber uma bolsa-transporte para frequentarem as aulas.O secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, calcula em cerca de R$ 1,3 milhão a verba anual necessária para oferecer o benefício. Outra medida para manter as salas de aula ocupadas é a implantação de supletivos dos ensinos fundamental e médio nas unidades. Nos dois casos, o objetivo é combater a evasão escolar, que chega a 50% anuais por causa do analfabetismo funcional e da falta de dinheiro para o transporte.A Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) liberou R$ 260 mil para a preparação do material didático dos supletivos. Os professores serão da própria Faetec. A oferta dos cursos, aprovada na sexta-feira pelo Conselho Estadual de Educação, começa em junho."De 25% a 30% dos alunos são analfabetos funcionais. Identificamos, ao longo dos dois anos do programa, que eles não entendiam o que liam. Alguns tinham o ensino fundamental, mas ao saírem da escola se tornaram analfabetos por falta de hábito de leitura. Há pessoas que nem sequer conseguem ler as apostilas", explicou o secretário.Com o investimento extra, as metas são acabar com o "apagão da mão-de-obra", atrair novas e empresas e dar sustentação às empresas instaladas no estado. O crescimento econômico do país nos últimos anos levou muitas empresas brasileiras a se depararem com a falta de qualificação dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que a crise mundial faz o desemprego subir com velocidade alarmante. Na avaliação do secretário, o "grave" problema na educação brasileira é oferecer ensino médio com ensino técnico, por meio dos Cefets (centros federais de educação tecnológica), mas não dar chances de os jovens trabalharem nas áreas."Sabemos que 85% dos alunos dos Cefets não usam o ensino técnico que aprendem, porque o ensino médio lá é tão bom que eles fazem vestibular, passam e preferem cursar a faculdade. A intenção da secretaria é formar mecânicos, soldadores, montadores e operadores de micro, também chamados de técnicos, para o mercado de trabalho", esclarece Cardoso.A construção dos CVTs antecede a instalação das indústrias, a partir de um mapeamento prévio que possibilite aos alunos estudarem próximo das residências e do futuro trabalho. A qualificação profissional começa pelo menos um ano antes das ofertas de emprego surgirem, e as unidades colocam os profissionais à disposição dos empregadores.Trabalhadores on-lineA partir de maio, a Faetec passa a oferecer trabalhadores on-line. Todos os profissionais formados vão ter endereços eletrônicos disponíveis no site da fundação. A primeira unidade a abastecer o serviço é o Cetep (Centro de Educação Tecnológica e Profissionalizante) Santa Marta, no Morro Santa Marta, em Botafogo, onde se formaram turmas de bombeiros hidráulicos, eletricistas, cabeleireiros e manicures, entre outros."Estamos incetivando todo mundo a ter e-mail e a fazer o cadastro no site, onde ficarão registrados o endereço e demais referências do profissional. A ligação com a Faetec é uma garantia de qualidade e segurança para o cliente, além de aumentar as chances para os trabalhadores", enfatiza.Lançados no início do governo Cabral, há dois anos, os CVTs fazem parte do Programa de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia, do Ministério da mesma pasta. Por ano, cerca de 18 mil alunos se matriculam nos 16 CVTs do estado, que oferecem de cursos de corte e costura a eletromecânica de automóveis, de acordo com o que o secretário chama de "vocação produtiva" da região onde estão implantados. O projeto consome R$ 50 milhões de investimento, sendo R$ 35 milhões do governo federal. A meta é chegar a 40 unidades e o total de 100 mil alunos formados até o ano que vem.O programa integra o esforço do governo federal - como chama o MEC (Ministério da Educação) - em contornar a dificuldade na contratação de mão-de-obra treinada. A primeira medida do governo Lula foi derrubar a lei 9.649/98, que barrava a criação de escolas técnicas. A partir de 2007, começou a implantar mais 150 unidades de ensino, com o investimento R$ 1,1 bilhão."A construção das escolas técnicas e a valorização da educação profissional fazem parte da estratégia de desenvolvimento econômico do país. Não há como o Brasil se desenvolver se não houver mão-de-obra qualificada", justifica o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Eliezer Pacheco.

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