segunda-feira, 20 de abril de 2009

Matemática não sai do básico na rede estadual de São Paulo

O governo precisa estabelecer estratégias para todo o ensino fundamental e médio, pois ao atingir um nível sem dar condições a outro, apenas mudará o foco do problema.
Fonte: 20/04/2009 - Jéssika Torrezan, Lívia Sampaio, Luciana Lazarini e Aline Mazzo - do Agora Nenhuma escola estadual da Grande SP ensina adequadamente ciências e matemática para os alunos da 8ª série do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. Em português, apenas a escola Maria da Conceição Moura Branco, em São Caetano do Sul, conseguiu ter a média adequada para a 8ª série. No 3º ano, só 30 de 1.311 escolas conseguiram esse nível em português --menos de 3%. Segundo critérios da própria Secretaria de Estado da Educação, os alunos da rede pública prestes a fazer vestibular não conseguem resolver equações de 1º grau, exercícios sobre a inércia em uma colisão nem questões envolvendo juros simples. É o que revela levantamento feito pelo Agora com base no Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) de 2008, exame aplicado pelo governo José Serra (PSDB) para avaliar os alunos e cujas notas foram divulgadas no último dia 9. Além de analisar o que e quanto está sendo aprendido, as notas influenciam no pagamento dos bônus para os professores. São quatro os níveis: abaixo do básico, básico, adequado e avançado. Nenhuma escola, em nenhuma disciplina, obteve nível avançado. No resultado geral da prova, houve uma queda no desempenho em português e uma pequena melhora em matemática em relação a 2007. Na 4ª série, que só têm português e matemática, a maioria das escolas fica no nível básico. Em língua portuguesa, nove estão abaixo do básico. Analisando os dados da 6ª série, a maioria também fica no básico em todas as matérias, que é quando os alunos demonstram desenvolvimento parcial dos conteúdos. Em relação a matemática, apenas uma escola, Lúcia de Castro Bueno, em Taboão da Serra, conseguiu o nível adequado. A situação na Grande SP piora na 8ª série do fundamental. Nenhuma escola chegou a adequado em matemática e ciências. Mesmo as primeiras colocadas ficaram no básico, assim como a maioria dos colégios. Em língua portuguesa, apenas a escola de São Caetano ficou no nível adequado. O quadro é ainda mais grave no 3º ano do ensino médio, último antes do vestibular. Há mais escolas com abaixo do básico (o pior) que com básico. No discurso de posse, no dia 13, o novo titular da Educação, o ex-ministro Paulo Renato Souza, disse que o ensino médio terá "especial atenção". "É nesse nível onde observamos os maiores retrocessos nos últimos seis anos no plano nacional. A proporção de jovens de 15 a 17 anos fora da escola registrou até leve aumento."

Nenhum comentário:

Postar um comentário