segunda-feira, 27 de abril de 2009

Crianças que tomam estimulantes tiram notas maiores

Fonte: Veja.com - 27 de abril de 2009

Crianças que tomam remédios para tratar Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) se saíram melhor em testes de matemática e leitura do que seus pares com a condição que não recebem medicação. A conclusão é o resultado de uma pesquisa publicada nesta segunda-feira na revista Pediatrics e chama a atenção para os benefícios do uso de remédios nos tratamentos contra o transtorno.

O estudo, apontado como a primeira grande pesquisa sobre o tema, acompanhou 594 crianças com DDA nos Estados Unidos desde o jardim de infância até a quinta série. Os cientistas concluíram que 60% dos participantes medicados com poderosos estimulantes como Ritalina e Adderall tiveram notas melhores em testes padronizados do que seus colegas livres de medicação. A performance de ambos os grupos, no entanto, ficou aquém da de crianças não-diagnosticadas com DDA.

Nos testes, o grupo que recebeu medicação tirou, em média, três pontos a mais em matemática e cerca de cinco pontos acima em testes de leitura do que os que não tomaram remédios. A diferença equivale a um desempenho aproximadamente três meses à frente em matemática e dois meses mais avançado em leitura. Os cientistas concordaram, contudo, que outros tratamentos contra DDA, a exemplo da terapia comportamental, também podem ajudar - embora esses métodos não tenham sido analisados.

Segundo o líder da pesquisa, Richard Scheffler, crianças com DDA deixadas sem medicação vão mal na escola, têm maiores taxas de abandono dos estudos e maiores índices de abuso, prisão e isolação social. "Elas são taxadas como crianças más", disse o pesquisador da Universidade da Califórnia em entrevista à agência de notícias Reuters. "As drogas são parte da resposta. Mas precisamos de envolvimento dos pais, compreender o que é isso e como trabalhar com a criança".

Entre os efeitos colaterais das drogas contra DDA estão insônia e perda de apetite e de peso. O estudo foi financiado pelo governo dos Estados Unidos e, de acordo com a equipe, não tem ligação com empresas fabricantes desses remédios.

Um comentário:

  1. Minha filha é TDAH, portanto sou testemunha ocular dos benefícios do tratamento com Ritalina. Depois de um período de frustração escolar, hoje, ela está entre "os cabeças" da turma. Deixou de pensar em abandonar a escola e fará o vestibular para o curso de medicina no final do ano. Certamente nós, educadores, podemos colaborar no diagnóstico de alunos com este distúrbio, pois passamos um bom tempo com eles. Muitas vezes estes alunos são excluídos das atividades por apresentarem um comportamento arredio (meninos) ou alienados (meninas). Sugiro aos colegas que visitem o site www.tdah.com.br e conheçam um pouco mais sobre este transtorno, assim poderão ajudar seus alunos de maneira mais eficaz.
    Abraços

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