segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Alunos especiais lutam por inclusão na rede

A inclusão escolar ainda passa por um processo de aceitação, não apenas da família, mas de toda a sociedade, se para os alunos a situação é difícil, para os professores ainda mais, não por falta de vontade, mas sim por falta de formação. Colocar a criança na escola regular apenas para cumprir com a determinação legal, dá nisso. Educação precisa de investimento, informação, formação e condições didáticas, metodológicas e de infraestrutura, sem isso, a inclusão pela inclusão gera exclusão. E com certeza ninguém quer que isso aconteça.
Fonte: 23/08/2010 - Fabiana Cambricoli do Agora
Giovanna tem 11 anos e, diferentemente dos colegas da mesma idade, cursa o 2º ano do ensino fundamental (antiga 1ª série). Seu horário de saída não bate com o fim do turno da manhã na Emef (Escola Municipal de Educação Fundamental) Professor Aroldo de Azevedo, onde estuda, no bairro do Limão, na zona norte. Enquanto as outras crianças saem às 11h40, a mãe da menina tem de buscá-la às 9h30.
A garota tem síndrome de Down e faz parte da lista de 13.533 alunos com necessidades educacionais especiais que frequentam escolas municipais regulares. Em sua maioria, são crianças e jovens com algum tipo de deficiência. O atendimento desses alunos na rede regular é previsto na Política Nacional de Educação Especial, lançada pelo governo federal em 2007, mas, na prática, ainda enfrenta problemas.
"A Giovanna é muito bem recebida na escola, mas a unidade não tem estrutura para atendê-la. Por não conviver com crianças da mesma idade, em vez de progredir, ela está regredindo", reclama a analista de recursos humanos Renata Vieira Pereira, 33 anos, mãe da menina.

'Rede está se adaptando'

A Secretaria Municipal da Educação informou que as escolas construídas a partir de 2005 são acessíveis. As unidades mais antigas já foram reformadas ou vêm passando por adaptações. Sobre os casos relatados pela reportagem, a pasta informou que a aluna Giovanna Vieira de Souza nunca havia frequentado escola formal antes de matricular-se na Emef Professor Aroldo de Azevedo.

"A criança foi matriculada no 2º ano, para que ela pudesse avançar e, gradativamente, acompanhar os alunos da sua idade", disse a secretaria, em nota. A mãe de Giovanna, entretanto, afirma que ela frequentava escolas privadas.

Sobre o período de permanência da aluna na Emef, a pasta diz que segue orientação médica.

A prefeitura disse ainda que a Emef João Ramos receberá uma rampa e que a higienização do aluno Felipe Schneiberg Duarte, da Emei Bernardino Pimental Mendes, está a cargo das agentes escolares.

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