quinta-feira, 16 de abril de 2009

Obra em escola faz aluno ter intervalo no corredor

Infelizmente o mesmo problema acontece em outras escolas com reforma, rodízio de salas é algo bem conhecido na rede. Como as obras demoram muito, perde-se em aprendizagem e com isso os resultados aparecem e normalmente são baixos. Culpa dos professores, claro que não. Culpa de um sistema que não pensa nos alunos e que quando estabelece reforma, pensa em divulgação, pois de modo geral as reformas não acontecem nas férias ou recesso, e com certeza as coordenadorias possuem o calendário escolar. Fonte: 16/04/2009 - Talis Mauricio - do Agora

Uma obra de ampliação na Escola Estadual Presidente Café Filho, no Capão Redondo (zona sul de SP), está fazendo com que 1.800 alunos da unidade passem os intervalos diariamente nos corredores das salas de aula.

O acesso ao pátio da escola, segundo os alunos, está proibido porque a quadra, que fica ao lado, está passando por reforma. O bloqueio acontece porque na hora dos recreios os alunos invadiam a quadra e faziam guerra de pedras em cima dos entulhos.

Para conter as brincadeiras, nos últimos dias a direção da unidade proibiu o acesso dos estudantes ao pátio da escola, ainda segundo os alunos ouvidos pela reportagem.

"Os meninos entravam na quadra e ficavam jogando pedras uns nos outros. A escola proibiu e agora nós estamos passando os intervalos nos corredores", disse uma estudante de 12 anos.

Uma outra aluna, de 11 anos, reclamou que os corredores ficam lotados e que não há espaço para todos. "É muito apertado. Vamos ficar nessa situação até quando?"

Os alunos também reclamam que as obras deixou a escola sem cozinha e, por consequência, os estudantes sem merenda. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, a obra na quadra da escola começou há cerca de um mês. A previsão é a de que ela termine no início de 2010.

O objetivo, diz a pasta, é construir um prédio no local com 18 novas salas para crianças de 1ª a 4ª série. A Café Filho atende atualmente alunos do ensino fundamental e do médio.

Guerra de pedras

Sem supervisão no meio de ferros e entulhos, as brincadeiras dos alunos acabavam passando dos limites, segundo os próprios funcionários da unidade. Um funcionário da escola registrou as cenas, feitas na semana passada, e relatou ao Agora que, além de escalarem as montanhas de concreto, os alunos fazia até guerra de pedras entre eles.

Uma aluna de 14 anos da 8ª série disse que a 'guerra' se repetia diariamente antes da proibição. Ela, inclusive, afirma ter sido vítima das brincadeiras. "Uma vez me derrubaram em cima das pedras durante uma brincadeira de mau gosto. Fiquei com a perna toda ralada", disse a garota.

Além do medo constante dos filhos se machucarem, pais de alunos reclamam também da poeira que é formada no local por causa das obras. Uma funcionária pública de 43 anos, que pediu para não ser identificada, disse que a filha tem sinusite e às vezes precisa faltar por conta da sujeira.

"Essa obra está prejudicando os alunos. Como é que fica a situação da minha filha que tem sinusite?", questionou. Um outro pai de aluno, que não quis se identificar, diz que o filho volta com o nariz congestionado.

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