quinta-feira, 29 de março de 2012

Cursar pré-escola ajuda no desenvolvimento da criança, afirmam especialistas

Bem, para quem já trabalha na rede, nenhuma novidade. Há tempos já existe essa percepção da evolução dos alunos que cursaram a educação infantil. Bem que o TJ SP poderia ler essa matéria, antes de tornar na cidade de São Paulo essa etapa da educação básica como depósito de crianças sem nenhuma preocupação com a aprendizagem.
Fonte: Todos pela Educação.
As crianças que passam pela Pré-Escola antes de ingressar no Ensino Fundamental têm seu desenvolvimento emocional e escolar mais acentuado do que os excluídos dessa etapa de ensino, afirmam os especialistas ouvidos pelo Todos Pela Educação. Segundo eles, ingressar na Educação Infantil aos 4 anos de idade evita a evasão e a repetência, além de reforçar noções de cidadania.
“Pesquisas em diversas áreas mostram que o retorno no futuro é muito elevado quando a criança passa pela Educação Infantil. Há estudos em educação, medicina e economia, entre outros temas, que relacionam este fato, por exemplo, à performance no mercado de trabalho”, destaca o professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Aloísio de Araújo.
Para ele, que é coordenador do livro "Aprendizagem Infantil – Uma Abordagem da Neurociência, Economia e Psicologia Cognitiva", a existência de centros de pesquisa sobre Educação Infantil, associados à universidade e abrangendo essas diversas áreas de estudo, é uma boa opção para pesquisar o tema.
Segundo os pesquisadores, há divergências nas visões sobre a função da Pré-Escola no País. “Alguns especialistas acham que ela (a Pré-Escola) deve preparar para o Ensino Fundamental. Outros discordam dessa ideia e defendem a promoção de outras competências das crianças. É uma discussão polêmica”, explica Daniel Santos, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo).
De acordo com ele, não existe um projeto pedagógico consolidado para a Pré-Escola hoje no Brasil. “Não adianta dar uma prova de português para essas crianças de 4 e 5 anos, como se faz no 5º ano, por exemplo. Precisamos discutir como monitorar e avaliar esse sistema”, afirma.
Para os especialistas que encaram a Pré-Escola como uma etapa da aprendizagem escolar, somente ofertar a vaga não é suficiente. “Não é só matricular o aluno para incentivar a sua socialização. A criança está lá para aprender e se desenvolver”, opina Cleuza Repulho, presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).
Bibliografia
Mesmo com o amplo debate sobre o papel da Pré-Escola, diversos estudos nacionais e internacionais mostram a necessidade de se dar mais atenção a essa etapa de ensino. Entre as pesquisas de destaque, está a do professor da Universidade de Chicago e Nobel de Economia James Heckman, que defende a ideia de que investir na Educação na primeira infância gera frutos na vida adulta em diversos aspectos, do profissional ao cognitivo.
Já entre os estudos brasileiros, o professor André Portela, coordenador do Centro de Microeconomia Aplicada da FGV, mostrou no ano passado, com base nos dados da Prova Brasil e do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de 2005, que a criança que faz Pré-Escola demonstra um melhor aprendizado em matemática e português, além de apresentar menor atraso escolar.

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