segunda-feira, 7 de novembro de 2011

10% dos professores no país fazem 'bico'

Vergonha. Não de quem faz bico, pq trabalha de forma honesta. Vergonha dos governos que não valorizam e respeitam o professor. Jornada intensa e extensa, o que provoca muito estresse e mesmo assim, alguns precisam trabalhar mais para poder dar o mínimo de conforto e dignidade a sua família, já que o governo não proporciona isso ao professor. Triste, mas real.
Fonte: Folha de São Paulo, 07/11/2011 - Fábio Takahashi e Elton Bezerra
Docentes procuram uma segunda ocupação mais do que padeiros, corretores de imóveis e PMs, segundo estudo.
Para especialistas, média salarial não é única explicação para impulsionar o professor à dupla função.
Semanalmente, a professora de ciências Sonia Maria de Barros Cardoso, 52, leciona 32 horas em duas escolas públicas no Rio. Seu salário é de R$ 1.800.
Para complementar, vende cosméticos, o que lhe rende R$ 1.000 mensais em oito horas semanais. "Em datas comemorativas, chega a ficar igual ao que ganho no magistério", afirma a docente.
Como Sonia, outros 266 mil professores da educação básica do país possuem uma segunda ocupação fora do ensino, um "bico", aponta estudo apresentado no mês passado pelos pesquisadores da USP Thiago Alves e José Marcelino de Rezende Pinto.
O número representa 10,5% do magistério nacional, índice bem acima do da população brasileira (3,5% têm uma segunda ocupação). O estudo usa a Pnad-IBGE e o Censo Escolar-MEC, ambos de 2009, e abrange as redes privada e pública.
Alguns dos mais frequentes "bicos" dos docentes são os de vendedores em lojas e os de funcionários em serviços de embelezamento.
Segundo a pesquisa da USP, os professores recorrem mais à segunda ocupação do que os padeiros, os corretores de imóveis e os PMs.
POLÊMICA SALARIAL
Para os autores do estudo, a maior incidência do "bico" entre os professores está relacionada aos baixos salários.
A média salarial dos docentes do ensino fundamental, segundo a pesquisa (entre R$ 1.454 e R$ 1.603 à época), é inferior ao que ganham, em média, corretores de seguro (R$ 1.997) e caixas de bancos (R$ 1.709).
"O professor, com isso, é obrigado a despender energia em ações que não têm a ver com aulas", diz Alves.
Para alguns especialistas, no entanto, a questão não é tão simples.
"Os salários não são uma maravilha, mas, se comparados à média da população, os professores não estão morrendo de fome", afirma Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.
"Sempre que há concurso para contratação de professores para as redes públicas há uma grande concorrência. Se a profissão fosse tão ruim, não haveria fila", diz Samuel Pessoa, da FGV.

2 comentários:

  1. é uma vergonha o salário de professor tem razão dos alunos sairem do ensino fundamental e não saber ler e escrever afinal o professor esta ensinando conforme esta ganhando

    ResponderExcluir
  2. Ao contrário do que diz Samuel Pessoa, não há fila para vagas de professor,pelo contrário, faltam professores na rede pública.Quanto ao salário, ele é muito ruim ,sim. Principalmente porque se trata de remuneração paga a profissionais de nível superior.Sem querer demonstrar arrogância, há pedreiros, padeiros e pintores que tem vencimentos melhores que os professores do Estado de São Paulo.

    Com isso,vem a a pergunta: Como dizer,então, aos alunos,que é importante estudar???Que para ter uma vida melhor o conhecimento acadêmico é necessário???

    ResponderExcluir