quinta-feira, 28 de julho de 2011

Em um ano, fila da creche ganha 52 mil nomes

Essa história vai longe, mas o ano que vem tem eleição ai começa tudo de novo a patacoada.
Fonte: 28/07/2011 Adriana Ferraz do Agora
São Paulo está perto de alcançar um recorde negativo na educação: a cidade tem hoje 147 mil crianças fora da creche. O número é próximo do registrado quatro anos atrás, quando a fila por uma vaga na rede tinha 158 mil nomes. Em junho do ano passado, havia 95 mil crianças à espera de uma vaga. A alta em um ano, portanto, foi de 52 mil crianças, ou 54%.
Os números divulgados ontem pela Secretaria Municipal da Educação mostram ainda que o extremo da zona sul da capital é o mais prejudicado pela falta de atendimento. A região tem seis dos dez distritos mais necessitados de creches. Grajaú é o primeiro da lista --lá, há 6.807 crianças à espera de uma matrícula em creche.
Na contramão, bairros nobres da cidade e o centro são as áreas com os menores índices. Mas, apesar de registrar pouca fila, nenhum desses bairros, como Jardim Paulista, Alto de Pinheiros (ambos na zona oeste) e República (região central) apresentam procura zero.
'Somos vítimas do nosso sucesso'
Para o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, o aumento da procura é um reflexo do aumento da oferta de vagas na rede. "Estamos sendo vítimas do nosso sucesso. Em dezembro de 2008, quando o prefeito prometeu zerar o deficit, tínhamos 58 mil crianças na fila. Mas avançamos e, por isso, mais gente busca uma matrícula", disse.
Além disso, segundo o secretário, houve uma migração de alunos de unidades particulares para unidades públicas. Schneider defende que isso ocorreu em função da qualidade oferecida pelo município e cita, ainda a melhora econômica do país, que colocou mais mulheres no mercado de trabalho. "As mães já fazem o cadastro logo que os filhos nascem", disse o secretário.
De acordo com a Secretaria Municipal da Educação, a atual gestão criou, desde 2005, 134 mil vagas em creches. O número, porém, leva em conta a reorganização da educação infantil, que "devolveu" as crianças menores de quatro anos, antes matriculadas em pré-escolas, para as creches, segundo orientação do governo federal.
Sobre a falta de atendimento no extremo da zona sul, a pasta informou que tem "grande dificuldade" para localizar terrenos disponíveis para a construção de novas unidades em bairros como Grajaú, por exemplo.
Schneider ainda disse que deve entregar, até o final do próximo ano, as vagas que faltam para completar as 58 mil matrículas prometidas pelo prefeito Kassab. Atualmente, porém, reconhece que a secretaria só cria cerca de 8.000 por ano.

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