quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sem carteiras, escola faz rodízio de alunos

O título é bem sugestivo... leva a pensar que a escola não tem e não terá carteiras e por isso o rodízio. Vamos aos fatos: a SEE não tem bola de cristal, bem como a diretoria de ensino. A escola provavelmente já sabia da demanda, pois ninguém forma uma classe de um dia para o outro. Então a escola deveria comunicar a diretoria com antecedência para providenciar os recursos e se nesse caso a diretoria que representa a SEE não providenciasse o material, seria dela então a responsabilidade. Nesse caso , infelizmente a culpa recai e é do gestor escolar. Escrevo isso, pois se faz necessário colocar as responsabilidades a quem e de direito. Pois temos sempre o hábito da isenção de jogar a responsabilidade para os outros. Isso significa que com organização, comprometimento (que não vem prescrito em nenhuma legislação) e seriedade todos podem e conseguem fazer um trabalho sério.
Fonte:16/02/2011 Folha de S.Paulo
Na tarde de ontem, um cartaz colado no portão da escola estadual Roberto Mange, extremo sul de São Paulo, avisava: não haverá aula hoje para a 6ª A e 6ª B. Motivo: falta de cadeiras e carteiras.
Os alunos das duas salas só descobriram que seriam dispensados das aulas de ontem ao chegar na escola, mas o fato não os surpreendeu.
Desde que as aulas começaram para valer, anteontem, parte das turmas da escola têm se revezado, pois não há lugar para todos sentarem.
Segundo alunos e pais ouvidos pela reportagem, anteontem pelo menos uma turma da manhã (de 8ª série) e outra da tarde (de 5ª série) foram dispensadas.
Ontem, além das duas salas de 6ª série que ficaram sem aula à tarde, alunos de ao menos uma 8ª série da manhã também voltaram para casa. Estudantes relataram que o problema se estende ainda a turmas da noite.
"Ontem [anteontem] chegamos aqui adiantados, e nos deparamos com o cartaz dizendo que a turma da minha filha não teria aulas. É complicado", afirma a dona de casa Marlete Silva, 38 anos, mãe de aluna da 5ª série.
"O pior é que eles avisam de última hora", diz a mãe de outro estudante Silene dos Santos, 45 anos.
Lucinda Ferreira, 46 anos, também conta que o filho aproveitou a manhã de ontem, quando deveria estar estudando, para ir ao dentista.
Diretora
Procurada pela reportagem, a diretora da escola, que identificou-se apenas como Sueli, disse que não poderia dar entrevistas. Mas afirmou que a falta de cadeiras e carteiras se deve a uma grande "demanda de estudantes".
Depois dos questionamentos da reportagem, uma funcionária retirou o cartaz colado na porta da escola.
Estudantes afirmam que as cadeiras e carteiras são velhas desde o ano passado.
A Secretaria de Estado da Educação diz que foi alertada na noite de anteontem e vai apurar o caso.
O colégio está localizado no Jardim Myrna, distrito do Grajaú, em uma das avenidas mais movimentadas da região. Ontem, estudantes de 11 e 12 anos que tiveram aulas, mas foram dispensados quase duas horas antes do horário por falta de professores, corriam pela rua.
"Cadeiras vão ser entregues"
A Secretaria de Estado da Educação diz que a escola Roberto Mange não avisou a diretoria de ensino Sul 3, responsável pela unidade, sobre a falta de cadeiras e carteiras a tempo de evitar que o problema afetasse as aulas dos estudantes.
Segundo o órgão, a diretoria foi avisada anteontem à noite e tomou as providências para regularizar a situação dos alunos: 160 novos conjuntos de carteiras e cadeiras foram encaminhados para a escola e seriam entregues ainda ontem.
A secretaria afirmou que "nenhum aluno será prejudicado", pois todas as aulas que foram perdidas serão repostas.
O órgão disse que instaurou uma investigação preliminar para apurar responsabilidades. A direção da escola não se manifestou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário