quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Fórum quer investigação sobre queda nas matrículas de EJA no estado de SP

A matéria já diz tudo, em outras palavras, falta vontade política.
Fonte: Portal Aprendiz
O Fórum de Educação de Jovens e Adultos de São Paulo quer que seja investigada a queda nas matrículas da modalidade. O Censo Escolar da Educação Básica (INEP/MEC) revelou que diminuiu em 25% o número de inscrições realizadas no estado, entre 2009 e 2010.
As entidades do fórum encaminharam representações às Promotorias de Interesses Difusos e Coletivos – órgãos do Ministério Público Estadual – das maiores cidades paulistas. Até a terça-feira (21/12), foram instaurados cinco inquéritos. As promotorias de Osasco, Santo André, Santos, Diadema e Mauá acataram os pedidos. Ainda não houve resposta para outras representações.
Além disso, o Fórum EJA já havia encaminhado um pedido de informações à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. O objetivo era saber mais sobre as causas da diminuição do número de matrículas. De acordo com a Ação Educativa, a Secretaria alegou uma mudança no perfil populacional e ausência de interesse dos potenciais educandos.
O Fórum EJA considerou a explicação insuficiente. Para as entidades que formam o grupo, há responsabilidade do governo estadual e dos municípios, pois decisões organizacionais teriam refletido na redução de matrículas.
Uma das medidas apontadas que poderia ter gerado a diminuição é o fato de a Secretaria de Educação ter deixado de oferecer o Ensino Fundamental I para jovens e adultos. A responsabilidade foi transferida para os municípios. Outra questão é a orientação para que não sejam abertas turmas de EJA de ensino médio com menos de 40 alunos.
Pouco avanço
O governo Lula aumentou os investimentos federais para EJA e criou programas específicos para a área. No entanto, não alcançou os resultados esperados, de acordo com pesquisadores consultados pelo Observatório da Educação.
Considerando apenas os recursos específicos para EJA no Orçamento (descontados os recursos do Fundeb), os valores saltaram de R$ 450 milhões em 2002 para R$ 1,4 bilhão em 2009.
A queda na taxa de analfabetismo, no entanto, atingiu 1,9% em oito anos, passando de 11,6% para 9,7%. Segundo o Ministério da Educação (MEC), mais de dez milhões de pessoas (cerca de 5% da população brasileira) se matricularam no maior programa de EJA do país no período, o Brasil Alfabetizado.
A professora Maria Clara Di Pierro, pesquisadora em EJA, critica a condução do Brasil Alfabetizado. Com duração de seis meses, o programa é uma campanha breve, com recursos humanos despreparados.

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