sexta-feira, 5 de junho de 2009

Para "Economist", má qualidade da educação "freia"desenvolvimento do Brasil

É importante realizar a leitura com bastante cuidade, porque infelizmente mais uma vez tenta-se colocar a culpa das mazelas educacionais nos professores. Os resultados dos alunos no Pisa, refletem a qualidade de ensino de um modo geral, haja vista, que os alunos tem os mesmos resultados, no Saeb, no SARESP, na Prova São Paulo, no Enem, principlamente os alunos de escolas públicas. Entretanto penso que os governantes, neste caso, independentemente de partido, tem feito política não para estabelecer e oferecer uma educação de qualidade, mas sim para mostrar que o governo oferece condições para esta tal educação de qualidade e que os professores não realizam e não cumprem com seu papel. Seria interessante que ficassem um mês cumprindo a jornada de um professor que trabalha na escola estadual, municipal e particular, como é difícil, e ninguém faz isso porque quer ser beatificado, pelo contrário, faz por necessidade, pois se os salários permitissem trabalhar em apenas um local e viver com dignidade, acredito que a grande maioria optaria pela diminuição de jornada, mas de fato não existe qualidade quando alguém trabalha por 70, 80 horas semanais, as vezes com mais de 30 turmas, tendo que aguentar todo o tipo de desaforo, desacato, desrespeito, se o profissional conseguir cumprir com sua maratona semanal, já é um passo dado. Qualidade em educação, não existirá quando o governo condena os professores, e tenta o tempo todo colocar a população contra, em função de medidas populescas. Também não é com uma visita em uma escola, que governantes mostrarão que a educação tem jeito, pois passar algumas horas na escola e talvez no quinto ou sexto mandato conseguirá aparecer de novo. Isso não pode ser considerado uma ação paleativa, porque não existe nenhum resultado. A qualidade existirá, quando por exemplo, as avaliações institucionais servirem de base para a mudança e melhora das práticas metodológicas e não para transformar o professor em "prostituto" da educação. Pois só ganha se tirar nota. Pelo contrário, o governo precisa premiar as escolas que apresentam bons resultados, mas não pode prejudicar e desmotivar as que não atingiram as metas. É importante deixar claro que é relativo os índices estabelecidos, pois algumas escolas teve um índice muito baixo e conseguiu facilmente superar, em contrário outras já tinham um índice alto e tiveram dificuldade de manter. Será que houve preocupação para saber porque as escolas não cumpriram as metas. Número pelo número não garante relação quantidade e qualidade. Culpar os professores por um conjunto de problemas que envolve a gestão e administração da estrutura educacional, é minimizar, relativar e punir os agentes mais compromissados com a educação e que nesta pirâmide não pode fazer quase nada, a não ser o já difícil ofício de mestre.
Fonte: 05/06/2009 - 09h20 - BBC Brasil Um artigo na edição mais recente da revista britânica The Economist traça um panorama da situação da educação no Brasil e afirma que a má qualidade das escolas, "talvez mais do que qualquer outra coisa", é o que "freia" o desenvolvimento do país. Citando os maus resultados do Brasil no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), realizado a cada três anos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a revista afirma que, apesar dos grandes investimentos e progressos em setores como política e economia, em termos de educação, o país está "bem abaixo de muitos outros países em desenvolvimento".A publicação compara a situação brasileira à da Coreia do Sul, que apresenta bons resultados no Pisa."Até a década de 1970, a Coreia do Sul era praticamente tão próspera quanto o Brasil, mas, ajudada por seu sistema escolar superior, ela saltou à frente e agora tem uma renda per capita cerca de quatro vezes maior". SindicatosPara a revista, entre os principais motivos para a má qualidade da educação no país está o fato de muitos professores faltarem por diversas vezes às aulas e os altos índices de repetência, que estimulam a evasão escolar.Na opinião da Economist, o governo precisa investir mais na educação básica. "Assim como a Índia, o Brasil gasta muito com suas universidades ao invés de (gastar) com a alfabetização de crianças".A publicação afirma ainda que o Brasil precisa de professores mais qualificados. "Muitos têm três ou quatro empregos diferentes e reclamam que as condições (de trabalho) são intimidadoras e os pagamentos baixos".Afirmando que, apesar da situação, os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva conseguiram avanços - embora vagarosos - no setor, a revista afirma que os sindicatos de professores "representam um grande obstáculo para melhorias"."Quase qualquer coisa que atrapalhe sua paz causa greves", afirma a publicação britânica, dizendo que o sindicato dos professores do Estado de São Paulo, por exemplo, se opôs "a uma proposta que obrigava os novos professores a fazerem testes para assegurar que são qualificados".A Economist defende que a receita para melhorar a educação no país seria "continuar reformando o sistema escolar, enfrentar os sindicatos dos professores e gastar mais em educação básica"."A conquista do mundo - mesmo a amigável e sem confrontos que o Brasil busca - não virá para um país onde 45% dos chefes de famílias pobres têm menos de um ano de escolaridade", diz a publicação.

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