sexta-feira, 15 de maio de 2009

"Novo Enem é ótima oportunidade para discutir ensino médio", diz presidente do Consed

Percebo que o Ensino Médio tá na boca do povo, ou melhor dos especialistas em educação. Faz muito tempo que se discute este nível de ensino. A SEE/SP desde a época do Sr Gabriel Chalita já discutia e tentava-se aplicar algumas mudanças na matriz curricular, trabalhando com as disciplinas dentro das áreas de conhecimento. Mas as mudanças acabam sendo limitada, porque cada secretário que passa, inventa um "modismo" como os próprios professores e diretores da rede argumentam. Vejo com bons olhos o novo Enem, mas se for pautado na base conteúdista dos vestibulares, perde sua função e acabará sendo um vestibular generalista para as universidades, trocando seis por meia dúzia. O Enem tem seu valor justamente pela forma como aborda o conteúdo permitindo a aplicação e desenvolvimento de raciocínio e não de "decoreba", estabelecendo relação entre os conteúdos e permitindo que as competências e habilidades desenvolvidas ao longo do ensino médio possam ser postas em questionamento nesta avaliação. Caso isto não ocorra o Enem manterá o mesmo nome mas terá outro cerne como elemento norteador.
Fonte: 15/05/2009 - 08h41 -Ana Okada - UOL educação - Em São Paulo
Para a presidente do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), Maria Auxiliadora Seabra Rezende, o mais importante da reunião sobre o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizada na quinta (14) entre secretários de Educação e o MEC (MInistério da Educação), foi a possibilidade de discutir o ensino médio. O foco das discussões até agora tem sido a possibilidade de usar o novo formato do exame como vestibular. O MEC divulgou um balanço oficial em que 30 instituições já demonstraram interesse em adotar o novo Enem. "Aprovamos a universalização, mas desde que haja discussão mais aprofundada sobre os detalhes do exame, principalmente da logística", diz Maria Auxiliadora. Para ela, que também é secretária de educação de Tocantins, a obrigatoriedade do exame é interessante, pois permitirá a universalização do acesso ao ensino superior e o mapeamento de cada escola do país. Nesta quinta (14), o MEC divulgou o desejo de tornar o Enem obrigatório a todos os alunos da rede pública no ano que vem. A intenção é que o novo Enem sirva como certificação dos cursos, ou seja, que ele defina se o aluno completou ou não o ensino médio. Também foram divulgados o conteúdo do exame e a matriz de habilidades.A presidente afirma que a maior preocupação do Consed era que não houvesse mudanças radicais no Enem 2009 para não prejudicar os alunos que vão prestá-lo neste ano. A obrigatoriedade do novo Enem no ensino público deve começar no início de 2010. Para isso, segundo ela, é preciso que sejam garantidas condições para o acesso de todos os alunos: "o exame só pode ser obrigatório se houver estrutura para isso, não podemos pedir que o aluno tire dinheiro do bolso". Como será a universalização
O tema deverá ser discutido no comitê de governança, que definirá, dentre outros detalhes, a forma com que será implantada a participação dos Estados no Enem. Maria Auxiliadora diz que a entrada deles depende de como as regras do Enem 2010 forem construídas. As mudanças devem ser definidas até o final deste ano."Para que a universalização se concretize será necessário que os Estados tenham condições para que todos os estudantes, [tanto os de escola pública quanto os de escola privada], participem". Os pólos que aplicam o Enem atualmente deverão ser revistos pelo MEC.Para o exame de 2010 está prevista também a revisão da duração da prova, que poderá ser realizada em um dia ou um dia e meio. No Enem do final do ano, a prova terá duração de dois dias, o que pode signficar até 11 horas e meia de prova.A presidente do Consed afirmou que a proposta da obrigatoriedade do Enem foi sugerida pelo MEC e aceita pelo Consed, diferentemente do que havia sido divulgado pelo ministério.

Nenhum comentário:

Postar um comentário