quarta-feira, 8 de abril de 2009

MG MUDA CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO E PROVOCA POLÊMICA

A Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais mudou o currículo do ensino médio, dando ao aluno o direito de escolha dos componentes curriculares a partir do 2º ano de acordo com sua preferência dividindo em áreas (exatas, humanas e biológicas). Com isso o aluno perde o direito da formação cidadã e o conhecimento mínimo para o mercado de trabalho e ingresso na universidade. Isso que MG fez não é novidade, inclusive em São Paulo isso já ocorreu e durou muito pouco tempo. Grandes escolas particulares fazem isso, formando o aluno e dirigindo para o ingresso nas universidades públicas que cobram mais alguns conhecimentos em função da carreira escolhida no vestibular. Mesmo assim, a LDB é clara quando diz nos seus artigos 35 e 36 a função do ensino médio, do que se espera e que se deve ensinar, ou seja e estes alunos será negado o direito a uma formação completa, porque até o vestibular da USP e que cobra mais de alguns componetes curriculares do que outros esta sendo revisto, o próprio ENEM é um vestibular generalista, para tanto se faz necesário uma formação global, ampla, dando condições e conhecimento para todos os egressos do ensino médio, para que possam fazer as melhores escolhas. Ao excluir ou escolher disciplinas os alunos abrem mão de conhecimento, ao votarem por tal área levam em consideração se é mais fácil, então abre-se a porta para o aluno estudar o que quiser. Isso é qualidade em educação? Na verdade acaba sendo um engodo, porque seis componentes curriculares são obrigatórios, e os alunos devem cursar dez e nove componentes respectivamente no 2 e 3 anos, ou seja os alunos não escolhem, eles eliminam o que entendem como mais difícil, ou desnecessário. Penso que também é uma boa forma de enfrentar a falta de professores no magistério, talvez o governo possa até direcionar o que o aluno deva estudar em função do seu quadro de profissionais. Lembrem-se quem mostrar mais ganha a briga e sabemos que o duelo será forte. Que venha logo 2010...
Alunos do 2º ano têm de escolher se focam esforço em humanas, exatas ou biológicas Desde o início do ano, quem escolher por humanas, por exemplo, não tem mais aulas de biologia, química e física até o fim do 3º ano
BRENO COSTADA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Alunos do 2º ano do ensino médio de Minas têm agora de optar por uma área específica (humanas, exatas ou biológicas) para seguir até o fim do antigo colegial. A medida do governo Aécio Neves (PSDB) está em vigor desde o início do ano. Há 200 mil matriculados nessa série em toda a rede estadual.O número de aulas continua o mesmo. O que muda é que, se o aluno escolhe humanas, passa a não ter mais aulas de biologia, química e física nos dois últimos anos do ensino médio.Já o que opta por exatas e biológicas deixa de ter aulas de história, geografia e língua estrangeira. A maioria dos vestibulares exige todo o conteúdo.A escolha vale para quem obtiver rendimento de 70% em todas as disciplinas obrigatórias do 1º ano do ensino médio. A direção da escola definirá a área para quem entrar no 2º ano após passar por recuperação em alguma disciplina.As normas constam de uma resolução da Secretaria da Educação, publicada em dezembro."Em vez de aprender um pouco de muito conteúdo, o aluno vai aprender mais aprofundadamente com menos disciplinas. Com muita disciplina, perde-se o foco. Achamos que isso é mais útil para o aluno", afirma o secretário-adjunto da Educação, João Filocre.O Ministério da Educação diz que o Estado tem autonomia para criar sua norma desde que não se choque com a Lei de Diretrizes e Bases, que dita as regras gerais da educação no país.A lei federal diz que são disciplinas obrigatórias língua portuguesa, matemática, educação física, filosofia e sociologia.Alunos ouvidos pela Folha afirmam que a ausência de disciplinas básicas poderá atrapalhá-los na hora do vestibular.Os alunos de Minas têm a chance cursar as disciplinas que não constam da grade obrigatória da sua área de ênfase.Para isso, precisam estudá-las em turno extra. O aluno matriculado na manhã pode cursar a aula que não faz parte do currículo à tarde ou à noite, desde que haja ao menos 20 alunos interessados. A direção da escola, então, comunica o desejo das aulas extras à secretaria, que abre a turma.Uma outra possibilidade, que também depende da decisão de cada uma das 1.800 escolas estaduais de ensino médio de Minas, é que oito aulas de 50 minutos sejam distribuídas livremente, desde que respeitado o teto de dez disciplinas no 2º ano e de nove no 3º ano.Isso foi feito na escola Governador Milton Campos, em Belo Horizonte, que tem mais de 3.700 alunos no ensino médio. Segundo a diretora, Maria José Duarte, como há seis disciplinas obrigatórias para cada área de ênfase, além de sociologia e filosofia, exigidas por lei federal, restaram só duas para serem incluídas no 2º ano.Uma votação com os alunos foi feita. Na área de humanas, física ficou em terceiro lugar e, portanto, fora do currículo. Uma aula de biologia e uma de química foram incluídas. Na área de exatas e biológicas, língua estrangeira foi sacrificada.Em um colégio menor, em São João del Rei, no interior de Minas, a diretora decidiu colocar todos numa só área: exatas.

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