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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Brasil precisa de mais 20 anos para acabar com o analfabetismo, diz estudo do Ipea

É uma vergonha, um país que gasta tanto dinheiro com bobagem, que desvia rios de dinheiro do erário público para o bolso de poucos, tem tamanha taxa de analfabetismo. E ainda para piorar os dados dizem que precisamos de 20 anos para permitir que as pessoas tenham pelo menos 8 anos de escolaridade. Entretanto reforço que de nada vale a quantidade de anos estudados, se nesse período não existir qualidade, as crianças, os jovens e os adultos estão infleizmente passando pela escola, sem garantir qualquer aquisição de conhecimento. Poucas são as políticas públicas de fato preocupadas em desenvolver educação de qualidade. Fico perguntando quando o governo perceberá que para saírmos da condição de país em desenvolvimento precisamos de educação. Mas as vezes esqueço, que educação se faz pelo exemplo, e muitos dos que devem dar exemplo não tem educação em todos os aspectos. Não podemos banalizar a condição que garante dignidade, pertencimento e personalidade. Ai fica difícil. Que país é esse?
Se mantiver o ritmo dos últimos 16 anos, o Brasil ainda vai precisar de outros 20 anos para eliminar o analfabetismo no país. Essa é uma das conclusões de um estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) nesta quarta-feira (7).Depois de analisar dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1992 a 2008, o estudo constatou que "a queda do analfabetismo se processa fortemente pelo efeito demográfico e menos pelas iniciativas do governo ou da sociedade civil".
Isso acontece porque "a taxa de analfabetismo dentro de uma mesma geração é pouco sensível a mudanças com o passar dos anos". Esses resultados mostram a "ineficácia dos programas de alfabetização de adultos", segundo o estudo. Ao analisar os microdados da Pnad 2008, os técnicos do Ipea constataram que o número total de analfabetos tem se mantido constante - em torno de 14 milhões de pessoas - apesar de uma "redução sistemática da taxa de analfabetismo" de 0,45 pontos percentuais ao ano. Para se ter uma ideia, em 1992, 17,2% da população com 15 anos ou mais não sabia ler nem escrever um bilhete simples. Nos dados mais recentes, a porcentagem apurada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi de 10%. E outra conclusão grave é a de que o "número considerável de analfabetos jovens" mostra que "o sistema educacional ainda está produzindo analfabetos".
Mais analfabetismo entre negros
Segundo o Ipea, percebe-se que o analfabetismo é "bem mais acentuado na população negra". Além disso, os piores índices estão nas "regiões menos desenvolvidas, municípios de pequeno porte e as zonas rurais" e o problema está "fortemente concentrado na população de baixa renda".
Oito anos de escolaridade
Se mantiver o ritmo, o Brasil ainda vai precisar de cinco anos para que a população brasileira atinja a média da escolaridade obrigatória de oito anos - que corresponde ao ensino fundamental. A pesquisa constatou que a escolaridade do brasileiro com 15 anos ou mais aumentou à taxa de 0,14 ano por ano. Isso significa que "levou-se 16 anos para ampliar em 2,2 anos a média de anos de estudo da população". Segundo as informações divulgadas pelo IBGE em setembro, o brasileiro passa 7,1 anos em instituições de ensino. De acordo com o consultor em educação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, Célio da Cunha, cada cidadão deveria passar, no mínimo, dez anos estudando. Segundo o estudo, essa média de número de anos de estudo se deve "à elevada proporção de analfabetos entre adutlos e idosos e à baixa escolarização" desses dois grupos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Dados do Pnad. Importante ler, discutir e refletir

Fonte: 18/09/2009 - 10h00 - Simone Harnik - UOL educação - São Paulo
Quase 500 mil crianças de 10 a 14 anos são analfabetas no país
Pela assiduidade de Carlos*, 14 anos, à escola no bairro da Vila Prudente, zona leste da capital, ninguém ousaria dizer que ele enfrenta sérios problemas de alfabetização. O adolescente não falta às aulas de reforço, mas até hoje consegue apenas escrever seu primeiro nome.E ele não é um caso raro no país, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008, divulgada nesta sexta-feira (18). Pelo Brasil, ainda há 492 mil crianças de 10 a 14 anos que não conseguem redigir bilhetes simples. O analfabetismo atinge 2,8% desta faixa etária no país. Isso significa que, a cada mil crianças, 28 são analfabetas. A professora de Carlos, Alessandra Aparecida Ferreira, 32 anos, afirma já ter trabalhado com "vários" outros estudantes na mesma situação do menino. O problema do garoto, segundo ela, está na falta de apoio dos pais, que vivem em uma comunidade da região."Ele já vem vindo com essa dificuldade, tem dificuldade de concentração. A família não participa nem ajuda - é totalmente omissa. E o irmão menor começou a faltar muito, só que a mãe acha que é normal", diz Alessandra.Na sala de aula, conta a professora, Carlos é tímido, mas não se sente acanhado de estar com colegas mais novos. "Ele participa das tarefas na sala de aula. Só não estuda em casa para fazer a prova, porque não tem estrutura familiar."
Fábrica de analfabetos
O Nordeste é a região que tem, proporcionalmente, mais crianças em fase escolar analfabetas - ao todo, 5,3% da faixa dos 10 aos 14 anos. Segundo o consultor em educação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, Célio da Cunha, o número é preocupante. "O Brasil continua fabricando analfabetos", diz.Mesmo com o quadro insatisfatório, houve melhora de 2007 para 2008. A proporção, segundo a pesquisa anterior era de 3,1% - 0,3 pontos percentuais maior. Na contramão das estatísticas gerais do país, aparecem as regiões Sul e Sudeste - nas duas houve aumento do percentual de analfabetos (de 1% e 0,9%, respectivamente, para 1,3%).
Aumento do percentual de crianças na escola
De 2007 para 2008, também ocorreu um ligeiro aumento no percentual de crianças na escola - o que é positivo. Entre as pessoas de 6 a 14 anos, 97,5% frequentam instituições de ensino (0,5 pontos percentuais a mais do que o registrado no estudo anterior do IBGE)."A escola, por pior que seja, tem sempre uma dimensão revolucionária no sentido de abrir os olhos das pessoas. Ser alfabetizado é importante para a economia, mas também para a cidadania", diz Cunha.Segundo ele, além de dar retorno à sociedade, uma pessoa com oportunidades de se educar gera economias para o sistema de saúde, por exemplo, pois sabe como se prevenir de doenças."Na minha opinião, não só na faixa até os 14 anos, mas até os 30, 40 anos, daria para reverter a situação. Com concentração de esforços. Mais investimento e continuidade das políticas para acabar com o analfabetismo", explica.* O nome é fictício e foi utilizado para não expor o estudante.
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