segunda-feira, 31 de maio de 2010

Um professor e sua militância

Meu respeito e sentimentos a família, principalmente a você Wagner, força.
Fonte: ESTÊVÃO BERTONI - DE SÃO PAULO - Folha de São Paulo
Sobre a mesa do professor Fernando de Schueler Pereira da Costa havia um bonequinho do personagem Shrek, dado por alunos. Por um tempo, na escola, a garotada o chamou carinhosamente pelo nome do boneco.
Fernando não se incomodava com os alunos, nem quando alguns conversavam pelos corredores sobre sua sexualidade, lembra o amigo e também professor Walmir.
Militante dos coletivos GLBT da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP), CUT e PT, ele tirava de letra situações assim, contornando o preconceito dos alunos com conversas e brincadeiras.
Formado em história pela USP nos anos 80, era professor do ensino médio da escola estadual Carlos de Laet e diretor do colégio Alfredo Inácio Trindade, conhecida como Verdão, por ser próxima a uma área de mata.
Além de lecionar, teve forte atuação como sindicalista. Na Apeoesp, foi diretor do departamento jurídico, diretor regional na zona norte e coordenador da subsede da mesma região da capital. Segundo o amigo, Fedo -como Fernando era conhecido entre os colegas- foi um dos precursores da participação do sindicato dos professores na Parada Gay, realizada anualmente na Paulista. A Apeoesp passou a ter um carro próprio na avenida.
Como historiador, escreveu sobre a questão racial e se envolveu no combate ao preconceito contra negros.
Estava com uma pneumonia, que demorou a tratar. Morreu na quinta-feira, aos 45, em decorrência de complicações da doença. Deixa o companheiro, Wagner

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