sábado, 29 de maio de 2010

Progressão pode mudar

Apenas um correção, o regime de progressão continuada (mesmo que com outro nome) teve início em São Paulo em 1918 com Sampaio Doria. No Estado de São Paulo também em 1984 teve início o Ciclo Básico.
Fonte: Jornal da Tarde, de 27/05/10 - Felipe Oda, felipe.oda@grupoestado.com.br
Os alunos do 1º ao 3º ano do ensino fundamental não deverão ser reprovados. A recomendação para que as escolas particulares e públicas do País evitem repetir alunos com idade entre 6 e 8 anos voltou a ser defendida, ontem, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista à rádio CBN. A ideia é evitar a evasão escolar nos primeiros anos de ensino.
A medida, que não tem caráter de lei, precisa ser definida pelo Conselho Nacional de Educação. Haddad disse que pretende transformar os três primeiros anos em um ciclo de alfabetização.
Em 2008, data do último censo escolar nacional, 521.705 crianças dos dois primeiros anos do fundamental foram reprovadas. Dessas, 57.954 só no Estado de São Paulo, seja por excesso de faltas ou abandono do ano letivo.
A abolição da repetência no ensino fundamental, denominada progressão continuada, foi estabelecida em 1997 no Estado. Na capital, a medida passou a vigorar só em 1998.
O ensino fundamental foi dividido em dois ciclos e os alunos só podem ser reprovados no 4º e 8º anos. Caso a diretriz seja aprovada pelo Ministério da Educação e o governo municipal acate a recomendação, um terceiro ciclo será criado.
Para a professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Neide Noffs, a criação de mais um ciclo não trará benefícios aos alunos e professores.
“A reprovação não deu certo, mas esse modelo (ciclos) também não está dando resultado. Demorar quatro ou três anos para identificar as dificuldades do aluno é muito tempo”, diz Neide.
“Outras políticas públicas deveriam ser criadas para melhorar o desempenho de alunos e professores na sala de aula, como o acompanhamento individual do aluno, avaliações periódicas, melhores condições de trabalho”, afirma a professora.
A relação entre evasão escolar e repetência também é criticada. “O aluno abandona a escola quando não sente que tem subsídios para continuar. Ele tem noção das dificuldades. Isso o desestimula”, analisa.
Histórico
A primeira tentativa de estabelecer a progressão continuada em São Paulo aconteceu em 1968, quando o professor José Mario Pires Azanha criou um sistema na rede estadual de ensino que eliminava a reprovação da 1º para a 2º séries e da 3º para a 4º séries.
No entanto, o modelo foi abolido durante o governo militar.
Nas escolas da capital, a progressão em três ciclos foi implantada por Paulo Freire, quando o educador foi secretário municipal de Educação, entre 1989 e 1991.
O mesmo ocorreu na época em várias outras capitais brasileiras, mas não houve continuidade dessas políticas.
Em 1998, o Conselho Estadual de Educação propôs a adoção da volta da progressão continuada. A partir daí, o ensino fundamental foi dividido em dois ciclos e as repetências passaram a ser definidas apenas por faltas em excesso ou em caso de abandono do ano letivo.

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