Infelizmente o problema de fiscalização não ocorre apenas na educação e sim em vários setores, com isso facilita o descumprimento de leis que se faz necessária para melhor organizar a estrutura e o sistema de ensino. Mas como a própria matéria cita será que é possível controlar a escolas com apenas 1 visita por ano. Ou falta mais visitas, ou falta supervisores suficientes para cumprir com sua função, que não é única e exclusivamente fiscalizar.
Fonte: Folha de São Paulo - Evandro Spinelli - Ricardo Sangiovanni - DA REPORTAGEM LOCAL
 
Parquinho com areia antialérgica, laguinho artificial para  pescaria, três refeições diárias e  até aulas de alemão e inglês a  partir dos três meses de idade.  Tudo isso em período integral,  por uma mensalidade de R$  783,50, em excelente localização na Vila Leopoldina (zona  oeste de São Paulo). A típica  "escolinha perfeita" tem só um  defeito: não possui autorização  da prefeitura para funcionar.
A escola visitada pela Folha  na semana passada é apenas  um exemplo da falta de controle do poder público municipal  sobre locais que oferecem berçário, creche e pré-escola. Somada à falta de fiscalização, a  burocracia para obter a autorização de funcionamento da  prefeitura empurra uma incontável quantidade de escolinhas para a ilegalidade.
Segundo a Secretaria Municipal da Educação, a cidade tem  1.609 escolas infantis privadas  (creches e pré-escolas) autorizadas a funcionar. Mas não  existe uma estimativa de quantas são clandestinas.
Entre as autorizadas estão as  300 que têm convênio com a  prefeitura e atendem a cerca de  36 mil crianças de zero a seis  anos. As demais recebem juntas cerca de 100 mil crianças.
"A escola pode ser boa, adequada, mas sem autorização o  pai vai ter confiança de deixar  seu filho ali?", indaga Regina  Célia Silvestre, do Departamento Pedagógico do Sieeesp  (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de SP).  "O poder público não é responsável por essa escola. E se acontece alguma coisa lá dentro?"
Após a autorização, as vistorias técnicas passam a ser rotineiras -pelo menos uma vez  por ano, pelos 338 supervisores  de ensino. A autorização também é concedida ou negada por  esses mesmos funcionários.
Somente neste ano foram indeferidos 74 pedidos de funcionamento de escolas infantis  particulares por motivos que  vão da falta de alvará do prédio  (25 casos) a questões trabalhistas com os funcionários (três).
Mesmo com os pedidos indeferidos, as escolas podem continuar funcionando até que o  processo administrativo seja  concluído. O primeiro indeferimento é da DRE (Diretoria Regional de Educação). Depois,  cabe recurso à própria DRE e,  se o indeferimento for mantido, ao CME (Conselho Municipal de Educação).
Segundo a secretaria, não há  nenhum caso de escola com  problema estrutural que coloque em risco os alunos, embora  38 desses indeferimentos tenham sido causados por problemas nas instalações. "Se  uma escola oferecer qualquer  risco para a criança ela é fechada imediatamente, não sendo  necessário o cumprimento dos  trâmites e prazos", informou a  pasta, em nota.
O risco à criança, no entanto,  só é possível constatar se for  feita uma vistoria. Isso pode levar até cinco anos após a escola  protocolar o pedido de autorização. No caso da escola clandestina, que sequer pediu autorização, nem isso.
A maior reclamação das escolas é em relação à burocracia  para obter a autorização. O  Sieeesp tem um departamento  que dá orientações sobre como  obter a autorização. Mas no caso dos prédios sem alvará  -problema que atinge cerca de  200 mil dos 318 mil imóveis comerciais na cidade- , não há o  que fazer: se tudo correr bem, a  prefeitura leva até cinco anos  para conceder a licença.
A lei dá à prefeitura 90 dias  para responder a um pedido de  autorização. Mas não é isso o  que acontece. A escola Bibi-lú,  no Tucuruvi (zona norte) -indeferida pelo CME neste ano-,  por exemplo, esperou quatro  anos pela primeira vistoria.
"Só falta a gente entregar o  nosso DNA para eles", disse  Sandra Dorea dos Santos, diretora da escola. Ela tem até  quarta-feira para fechar as portas. "De toda a documentação,  só falta o protocolo da licença  de funcionamento."
A prefeitura informa que há  prazos para o cumprimento de  todas as regras. E que vale o  bom senso no caso das escolas  de qualidade. "Em alguns casos, são concedidos prazos  mais flexíveis, especialmente  quando se trata de adequação  documental, já que nem sempre o dono é responsável direto  por atrasos burocráticos", diz a  nota da secretaria.
Visitas
Passando-se por um pai interessado em matricular uma  criança de um ano e meio, reportagem visitou aleatoriamente três escolinhas em diferentes bairros da região oeste.  Aparentemente, não tinham  qualquer problema detectável.  As crianças brincavam e pareciam bem cuidadas.
Questionadas, as responsáveis pelas três escolinhas garantiram possuir toda a documentação necessária para funcionar. Apenas uma, porém, mostrou cópia da documentação apresentada à prefeitura - mesmo assim, sem a assinatura da direção regional de ensino.
Prezado João Wagner, sou mãe de "primeira viagem" e estou a procura de berçário/creche para meu filho pois voltarei ao trabalho em setembro. Moro em Perdizes e, iniciei pesquisas dos estabelecimentos locais e fiz algumas visitas. Sempre que questiono os responsáveis sobre alvarás e licenças me respondem que estão regulares mas, fiquei me perguntando se posso confiar nas respostas pois não tive acesso aos documentos. Será que existe algum departamento da secretaria de educação/delegacias de ensino que nos possibilite pesquisar por escola se estão regulares ou não? Ao procurar mais informações a respeito na internet, acessei o Educando na Ação e li a reportagem "Escolas infantis em São Paulo funcionam sem autorização" e confesso que minha preocupação aumentou. Como posso obter informações seguras em relação a regularidade dos berçários/creches de meu interesse?
ResponderExcluirDesde já agradeço a ajuda.
Obrigada, Júlia.
Júlia, tenho uma pré-escola e e vou te confessar, somente algumas escolas apresentam o alvará de funcionamento, meu estabelecimento é bem conhecido, temos convênio com várias empresas da região, porém a 10 anos luto para conseguir este alvará!!!!!
ResponderExcluirOlá Júlia, já postei outro comentário, mas apaguei e por isso posto o mesmo de novo.
ResponderExcluirPrimeiramente, bacana, vc se preocupar com a escola onde seu filho vai estudar. Pois, infelizmente poucos pais tem essa responsabilidade. Com relação as informações dos estabelecimentos de ensino, sugiro que procure a diretoria de ensino da prefeitura mais próxima de sua casa, ela tem informações sobre as escolas de sua jurisdição.
Espero que ajude.
Olá Professor, se o Sr pudesse publicar um texto sobre a questão do Diário De Classe ficarei muito grata.
ResponderExcluirPelo visto,nem todos os docentes tem consciência do seu uso e função.
Vivo a volta de discussões onde digo que o diário de classe é um instrumento público onde se colocam que é meramente um doc da escola.
Abraços